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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Corretora do Ano

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A Corretora do Ano

No dia em que Roberto José, presidente da corretora de seguros Erre Jota, se aposentou, a empresa realizou um jantar de confraternização para ele.

Os discursos iniciam a festa. Depois do jantar e do bolo, os tradicionais pedidos de umas palavras de despedida aos colegas e funcionários.

Comovido com a festa, Roberto José aceita o convite, se posta em frente das mesas e pega o microfone. Agradece a todos os seus colegas e funcionários. Em tom jocoso e respeitoso, os funcionários pedem que ele conte o segredo do seu sucesso com a corretora, depois da entrega do cartão de ouro com as iniciais Erre Jota, gravadas em relevo.

_ O segredo do meu sucesso, se é que eu posso chamar assim, dependeu de alguns fatores. O primeiro deles foi a contratação de funcionários. Escolhi a simpatia e o carisma para lidar com o público e isso foi muito além de saber preencher as guias de seguro corretamente. Os meus funcionários são todos capacitados. Eu não preciso de um currículo brilhante para a contratação; o meu quesito básico é saber vender seguros. Não contratei os espertos, contratei aqueles que se mostraram ambiciosos e corretos. A diferença entre eles é que o esperto usa de truque para vender os seguros mais caros e os ambiciosos vendem o melhor seguro de acordo com o perfil e a renda do cliente e conquistam uma cartela de clientes significativa. Eles aumentam a lucratividade da empresa e dos negócios. Não vi, ao contratar, aspectos de ordem pessoal, mas a avaliação do corretor junto aos compradores de seguros. Em três dias eu conhecia a metodologia do profissional. Em segundo lugar devo dizer que respeitei cada centavo de cada um dos funcionários, evitei fraudes contábeis com contadores austeros e essa contabilidade atuou em meu favor e a favor da empresa e dos seus empregos ao não maquiar balancetes. Em terceiro lugar permiti o desenvolvimento pessoal e profissional dos empregados e não tive medo de perdê-los para a concorrência. Aumentei as porcentagens das vendas quando sofri a pressão da concorrência. O bom ambiente de trabalho também participa do sucesso e a prova disso são os perus congelados junto com as azeitonas e a farofa mais algumas guloseimas que cada um de vocês recebeu nos finais do ano. Posso dizer que me diverti muito mais do que vocês se divertiram à custa do peru. O meu segredo é esse. Vamos aos brindes.

Os colegas e funcionário se entreolharam em silêncio. Entram no salão do restaurante duas moças para distribuírem um pacote de 500gr de café acompanhado de duas xícaras. Numa das xícaras as marcas das iniciais “Erre Jota” e na outra estava escrito “Eu”.

Os colegas e os funcionários esperam que Roberto diga algo sobre o brinde. Ele não se faz de rogado:

_Os “que têm vocação para o poder, que tomem o seu café na xícara Erre Jota” e que desprezem a xícara “Eu”. Os que estão contentes e realizados com o emprego na corretora “que tomem o seu café um dia na Erre Jota” e um dia na xícara “Eu”. Os funcionários sensíveis “que beijem a xícara Erre Jota” e que tomem o seu café na xícara “Eu”. O meu respeito e admiração por todos. O café hoje é presente meu. Espero que o meu sucesso esteja revelado e um de vocês me substitua com a minha admiração.

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