Paisagem Bucólica
As janelas molhadas,
E ao chão, folhas e ramos
Das chuvas assustadas;
São destas temporadas,
E logo congelamos
Às geadas esperadas,
As quais, acostumadas,
Quando vêm, apreciamos.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
Paisagem Bucólica
As janelas molhadas,
E ao chão, folhas e ramos
Das chuvas assustadas;
São destas temporadas,
E logo congelamos
Às geadas esperadas,
As quais, acostumadas,
Quando vêm, apreciamos.
Estranhamento
Medo de vento,
Perda de tempo,
Melhot parar
E ouvir o vento
E o pensamento
A se agitar;
Estranhamento
Deste pensar.
De Observar
Começo a caminhar
Observo esta calçada,
Mas novo é o caminhar,
E sou eu a me renovar,
Não esta rua ou a calçada,
Ou o trânsito a cansar,
Mas a minha passada.
Bateria a carregar.
Etéreo
Querer o que existe
E não elaborar,
Mas colaborar,
Metáfora triste
Por sempre calar
A gratidão, e a doar
Ao pássaro o alpiste,
O etéreo sai a voar.
Senão
Tempo curioso,
Cioso de ser
Muito zeloso;
Sim, é precioso
Por ter senão,
Jeito forçoso
Meio pretensioso
De ser um não.
Sem Medida
Uma fita,
Tão bonita,
Foi perdida,
Esquisita
Nesta escrita
Comovida;
Uma fita
Desmedida.
Vale a pena o livro de rever a outra forma válida de contar histórias, através da fala.
Utilidades em Geral
Algo mudou,
Dentre ao que sou,
E a inexplicável
Sensação voou,
E aqui restou
O inexorável
Tempo que dou
Ao tempo hábil.
Complicação
Significado
E compreensão,
Diferenciado
É o coração,
Se motivado
Pela noção
De certo e errado
Com atenção,
Convencionado
Pela razão,
E emocionado
Sem ter razão.
Canção da Manhã
Ouço a letra de canção
Desconhecida ao acordar,
E a recordo a concordar,
Em pensamento e oração,
Porque a chuva é a condição
Da vontade de não adiar
A letra ao recomeçar
O canto da inspiração
De leve adivinhação
Da palavra devagar,
De um bom dia a se soletrar,
Pois suave é a apreciação.
Livro de Conceitos / Reflexão
Antes de conversar sobre este livro, adianto que não sei se o lerei até o fim.
A literatura brasileira volta e meia surpreende com os seus clássicos em edições antigas.
Comprei em liquidação de livros, mas as primeiras cinquenta páginas já mexeram com a alma até um quase estresse, e vocês acharão graça agora:
O nome do livro é "O Missionário", escrito por Inglês de Souza.
Comecei a ler e a discutir os conceitos com um propósito positivo.
Desde o começo há questões fundamentais como a disciplina excessiva e a indisciplina contraditória do jovem seminarista, mas dentro ao contexto são discutidos dogmas, incluindo-se nessa discussão as consequências da malícia e dos pecados não mortais.
Certamente que há pessoas mais ilustradas no que tange a teologia, mas além da teologia, há discussões internas ao texto que se traduzem em alguma liberdade de expressão.
Trago o texto ao dia de hoje, e percebo que a tal liberdade de expressão necessita de conhecimento nos meios nos quais se está inserido, pois no momento nem cogito em usar da livre expressão para questionar a liberdade de se dizer algo a favor ou contra alguma questão sem que apareçam grupos de interesse para os questionar.
Liberdade de expressão, pelo menos para mim, não significa ousar e propositadamente errar para firmar uma posição, mas conversar sobre problemas humanos que, de fato, todos deveriam se expressar, mas que se restringem a poucas pessoas, que tenham alguma liderança dentro aos grupos de interesse de opinião.
Estamos num universo onde para que se tenha uma opinião formada sobre valores humanos de bem viver é preciso que se faça prova de títulos e documentos numa rede social robusta e compatível com tal opinião.
Esse é um valor atual, o que diz que pertencer a um grupo social forte, com um formador de opinião, é o que permite que as pessoas se insiram na sociedade, mas se perde a individualidade ao aceitar e defender ideias, que às vezes não combinam com a personalidade dessa ou daquela pessoa, mas se a pessoa não pertence a um grupo social, interativo e virtual de bom tamanho, ela se torna alguém a ser excluído da civilização.
O fato, no entanto, é de que ninguém está a salvo dos perigos comuns a toda gente, por fazer parte de um grupo, pois os grupos se desmancham na medida dos seus interesses pessoais.
Estou aqui discutindo comigo mesma as primeiras cinquenta páginas do livro, livro este que me apresenta a alguns dos meus tios-avós, professores, que leram Inglês de Souza, como que hoje lê os poemas de Vinícius de Moraes, ou os romances de Jorge Amado, e que usaram o tal livro de maneira memorável e admirável, verdadeiros formadores de opinião.
A opinião é individual e não agressiva, mas é uma expressão legítima da vontade de que a expressa, mesmo usando como subterfúgios o eufemismo.
Enquanto professores, conversavam animadamente sobre o que pensavam sobre um e outro assunto, mas naquela época o assunto não era exposto em rede social e nem alvo de grupos contrários, com interesses diversos, enfim ninguém precisava conversar com o adversário todos os dias através das redes sociais.
Neste ponto, cabe um aparte, sabendo-se que as redes sociais é controlada pelos grupos majoritários de controle das opiniões, pois ninguém irá discutir algo, quando é ciente de que o grupo contrário tem mais de vinte mil seguidores, e que a capacidade de formar opinião do tal grupo é gigante.
Por outro lado, é difícil observar um bate-papo informal sem que haja um internauta a postos para postar no grupo dele algo dito à toa numa conversa informal.
Parece que livrei do estresse das primeiras cinquenta páginas, mas o livro contém muito conteúdo, inclusive conteúdo discutível pela parte contrária, porque eu mesma seria capaz de questionar algumas frases do livro.
De qualquer forma, estou melhor escrevendo o texto e ficarei grata a quem ler este texto repleto de desabafos, obrigada.
Caminhos de Felicidade
Meu conhecimento.
Meu livro quieto
Neste momento
Está irriquieto
Num pensamento.
Que diz projeto,
Ao que acrescento
Por meio indireto
Outro momento,
O meu dileto;
Segue o jumento
O rumo certo.
Somos Outros
Começamos a sair
Para as compras triviais,
E as náscaras vão cair,
Nossos medos iguais
Necessários a vir,
Somos novos normais,
Questão muda, mas ir
Significa não mais
O que era, e se convir,
Seremos os casuais,
Porque mudamos; sair,
Mas não mais imparciais.
Cata-Vento
O que significa o tempo,
Se ele depende da gente,
E de todo o pensamento,
Que graça constantemente,
Não dito, mas solto ao vento
Enquanto energia da mente,
Possível elemento
Da atitude preluzente
Dependente do seu tempo,
Ou sem pressa ao firmamento,
Vagando solto e silente
Na energia de um cata-vento.
Poema Idealizado
Individualidade,
Particularidade
D'alma que é espiritual,
Particular, tribal
Na igual necessidade
D'uma criatividade
Que parece banal,
Mas é fundamental;
A temporalidade
Da arte enquanto vaidade,
Embora atemporal
Ao espelhar, é ideia e ideal.
Outro Dia
Pensamento,
Vai-se o tempo
Deste dia;
Pensamento
Dê-me um tempo,
Melodia
Que é alimento
A outro dia.
Enjanelada
Mais descolada
Seria impossível
Encalorada,
Mas encantada
Pelo possível,
Desconversada.
Enjanelada,
Ao sol plausível.
Chovia Na Calçada
Água fria,
E mais nada
Ao bom dia,
Mas resfria.
Descansada
Água e via,
Já chovia
Na calçada.
Hidratação
Pensamento
E ideia, a tal
Água ao tempo,
Estranho tempo
Sem degrau
Ou argumento,
Adiamento
Do normal.
Enigmática
Diz-se sim ao paradigma
Quando vem de bom enigma,
Do verso que tanto diz,
Mas não lido, lê-se estigma
Desnecessário ao paradigma
Afinal não é nenhum "quiz";
E o dia se foi com a rima
Rente à noite , e por um triz.
Amigo de quem
Retratos
É a circunstância
Da sexta-feira
Uma constância,
Concordância
Que amanhã é feira
De boa distância,
Com elegância
Sob a palmeira.
As Sandálias / Crônica do Cotidiano
Eles estão por toda a parte, ou sou eu que tenho olhos atentos para os religiosos, de todas as denominações.
Quando entrou e pediu informações, com vestido longo e sandálias confortáveis, pensei: é uma irmã de caridade católica apostólica romana, mas aposentada, pois vestia um vestido longo e comportado que, apesar de colorido, acompanhado das sandálias franciscanas, contavam dela.
O sotaque italiano completou o gesto.
Quando ela me olhou com os meus modos, pensou: é evangélica. São as calças pretas que contam de mim, típicas de algumas denominações.
Se assim não fosse, haveria conversa, mas ficamos em reservas, respeito e consideração humana.
Ela dirigiu-se apenas às moças, mas foi bastante observadora, algo muito interessante, porque não sei explicar exatamente.
Quanto a isso, as observações, observo-as indecifráveis em quase todas as denominações.
Boas ideias são admiradas por todos e independem da denominação da fé.
Igualmente eu não comecei conversa com ninguém, mas não adianta, o bare-papo é algo natural comigo, mas conversei pouco.
Enfim, quatro mulheres, com posturas e atitudes diferentes, se serviram adequadamente do era necesário.
A reflexão sobre os pensamentos todos que não estão escritos, são por conta dos leitores.
Grata pela leitura.
Individuação
Deste meu não saber,
Há tanto a me dizer;
Assumo a interjeição
Do que se há de fazer
Diante do dever ser
Nesta vã apreciação,
Quando nada é a entender
Neste mundo em criação.
Incoerência
É diferente;
Nada é banal,
Mas sem igual
Ou persistente.
Máscara rente
Com seu modal
Verbo impessoal,
Mas incoerente
Porque não sente
O imaterial,
Fundamental
Que é alma da gente.