Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

http://frasesemcompromisso.blogs.sapo.pt/

O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Embaralhada

Embaralhada



Esses são os meus baralhos,
São colchas de retalhos
Costurados por mim.

Palavra, cabeçalhos,
Renda e penduricalhos
Que parecem sem fim.

Faço os meus agasalhos

E embaralho-os em mim.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Algodoais


Algodoais



Pensamento
É momento,
Nada mais.

E com tempo
È andamento;
Desiguais,

São contento;

São algodoais.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Músicas e Downloads

Músicas e Downloads / Reflexão



     Buscar músicas novas é tarefa para a vida inteira. As ferramentas de pesquisa são boas, mas a seleção daquilo que a gente quer, de fato, armazenar nos dispositivos, é que são elas.
     Estou gostando do “soundcloud”, um aplicativo de músicas confiável que garante horas de entretenimento musical. Neste aplicativo se pesquisa por gênero e compositor e conta-se com a sonoridade do “tablet” e dos fones de ouvido. Com este aplicativo consegue-se música para todos os gostos e idades.
     Já, o bom amigo Youtube, possibilita encontrar aquela música que, de repente, aparece nos ouvidos e exige a sua audição. Por incrível que pareça, após a audição de uma música inteira, daquelas cujo refrão não sai da sua cabeça, a música sai da sua cabeça e a pessoa fica livre do refrão.
     Os “songbooks” são caros e é difícil que se aproveite todas as partituras porque são interesses múltiplo que nos movem a gostar de música.
     Os clássicos são indispensáveis na prateleira de CDs e na partitura.
     Tenho conhecidas que andam com porta-treco de bolsa com os “pendrives” carregados com músicas, identificados um a um com etiqueta apropriada.
     Outro dia, por coincidência, peguei um táxi que tinha “pendrives” de música e ouvia rock antigo.
     Perguntei onde ele havia conseguido aquelas músicas raras e ele respondeu que passou o dia na casa de um amigo copiando os antigos Lps para o “pendrive”.
     Quem gosta de música procura o som da época, pois a música é atemporal e a gente pula de Chopin para Ariana Grande num piscar de olhos.
     De tempos em tempos os pendrives exigem manutenção, ou seja, compram-se pendrives novos e carregam-se novamente.
     Música é o dia inteiro para quem gosta e as atividades são diversas.
     Agora, pergunto: com Soundcloud, Youtube, songbooks, CDs, Lps, partituras, “pendrives” e, tablets portáteis, sobra tempo?
     O dia se foi, qualquer texto ou poema, fica para amanhã. Se der tempo.
    
    
    

     

domingo, 28 de agosto de 2016

Curta / Miniconto

Curta / Miniconto



     Eram dois carros de luxo e estavam numa avenida confortável.
     No carro de trás o motorista avistou o vendedor de panos de prato e disse para a mulher que iria comprar alguns panos se o semáforo permitisse e ela quisesse.
     O semáforo ficou amarelo e depois, vermelho. O carro da frente abriu a janela e a mulher que estava ao lado do motorista chamou o vendedor ambulante de panos de prato e comprou dois pacotes cobertos com plásticos transparentes com panos de prato.

     Ambos os carros tiveram a mesma ideia e ao mesmo tempo.

sábado, 27 de agosto de 2016

Doce de Amendoim


A rede branda
Conta de mim,
Da paz sem fim

Que me balança
Nesse amendoim
Em doce e, enfim,

Doce lembrança

Igual e assim.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Manhã de Sol

Manhã de Sol



Caminhar feita a turista,
Pela cidade apressada,
É reconhecer a vista
Que se nega a ser cansada.

Olhar vitrine estilista,
Tomar uma laranjada,
Parece rosto de artista,
Mas é estar-se descansada.

Insiste em ser otimista
Essa manhã ensolarada.
A partitura está à vista,
Mas que seja à tarde dada.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Estética


Estética



Musicada
Dentre a métrica,
Revelada.

Declarada,
Toda a estética
É encontrada.

Silenciada,

Faz-se poética. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Cor-de-Rosa

Cor de Rosa


Para ver lá fora,
É preciso sair
E ver que esse agora

É uma caneta nova
Que quer se distrair,
Pensar cor-de-rosa.

Um jardim que aflora

Pra ver e sentir.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Poema Abstrato

Poema Abstrato


(acima a arte abstrata do word do windows gratuita)



E tudo o que se disser,
Terá sido para alguém;
Interpreta-se o “mister”,
Mas, contar sabe-o ninguém.

O espírito se souber,
Guarda em si e a todo o seu amém;
Palavra, que se quiser,
Não exprime o quanto contém

Nesse ir e vir ao sequer.
A questão é quando, onde e quem,
E um xis é a incógnita, o vier.
Deixa estar, pensar, porém. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Compensação

Compensação


Fim de tarde

E a lenha arde

No fogão.



Sem alarde,

E, destarte,

É a ilusão



Que reparte

E assa o pão.


domingo, 21 de agosto de 2016

A Contar


A Contar



                               É a gente festeira,
Um Rio a emocionar,
Festa brasileira.

Hoje é a saideira
Da história a contar;
Esporte à cadeira

É uma brincadeira,

Televisão no ar.

sábado, 20 de agosto de 2016

Relíquia


Relíquia



Ler, com chuva, é recreio,
Todavia necessário,
Sem estudos ao meio.
É lazer sem horário,

Ou lugar de passeio,
Com visão e itinerário
Ao primeiro folheio
De um devir literário.

Não se entende o receio
Do saber relicário,
Quando é bom esse esteio
E não é enfeite de armário.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Assobiado


Assobiado



Preenche o espaço
O que é raro;
Mas gentil.

É o ar molhado,
Animado
Ao dia frio.

Bem rezado

É o assobio.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Tempo de Perfeição


Tempo de Perfeição



Se Pitágoras escreveu,
Explicitou a canção,
Apreciou a música e a viveu,

Matemática, sentindo no eu,
Eu interior essa inspiração,
E ao deleite da alma se deu

Ao futuro e nem percebeu

 Do relógio da perfeição.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Racional

Racional



Ideias se mudam
E se completam,
Mas nos ocupam

O ser e suam,
Pois se revelam
E, a si, se aprumam.

Não se revezam

E se acumulam.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Suave

Suave



A criança e a bola,
A mãe e a sacola;
Uma oração.

Chegam da escola,
Brinquedo e bola,
Janta e fogão.

Mãe cantarola,
Filho é canção.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Poema Virtual


Poema Virtual



O resumo é o começo
D’uma continuidade,
Livraria do endereço
Do texto sem vaidade.

A sugestão é um avesso
Da sociabilidade,
Versa-se de arremesso
Um poema à saciedade,

Mas o prato é de gesso,
Numa fragilidade
Ímpar nesse adereço
Que é a sensibilidade.



domingo, 14 de agosto de 2016

Semanário


Semanário



Bem mais que realista,
É a leitura à vista,
Começa a semana

Com agenda e lista,
Ao lazer se dista
A humana gincana.

Ao que é que se invista;

Vida cotidiana.


sábado, 13 de agosto de 2016

Passeio Com Pai

Passeio Com Pai



     Boas lembranças não devem alimentar o saudosismo, mas podem ser lembradas com alegria.
     Meu pai e meu irmão iam regularmente para Balneário Camboriú para cumprir alguns compromissos.
     Certa vez, em cima da hora, o meu irmão disse que tinha uma festa e daquela vez não poderia ir junto com ele.
     Meu pai convidou a minha mãe.
     _Para aquele passeio de índio de ir e voltar no mesmo dia? Não. Se for para ir, eu prefiro que fiquemos lá por alguns dias. A Yayá vai com você?
     _Eu?
     _Você nunca foi e precisa saber como é essa viagem? Apronte-se e vá.
     O meu pai sorriu e concordou com a minha mãe.
     O meu irmão, quando soube, recomendou que eu não mudasse em nada o passeio que ele e o pai faziam. O passeio dos dois era bom. Foi muito interessante à recomendação para que eu não comesse hambúrguer, muitas vezes repetida antes da viagem.
     Eu nunca tinha viajado com o meu pai e preparei sanduíches de queijo e biscoitos do tipo ao leite para levar. Comprei também alguns chocolates e duas garrafas com dois litros de água.
     A sacola de viagem estava pronta. As recomendações do meu irmão nos pedindo que eu não mudasse nada no passeio e as bênçãos da minha mãe.
     Pegamos o ônibus na rodoviária e fomos.
     Perto da cidade de Balneário Camboriú, o motorista perguntou se o meu pai gostaria que ele o deixasse no lugar de sempre e ele disse que sim.
     O motorista parou na BR101, rodovia federal, próximo a uma das entradas da cidade.
     Eu olhei para o meu pai e perguntei onde era o ponto de táxi para nós chegarmos à nossa casa da praia.
     _Aqui não tem táxi. Eu e o seu irmão fazemos uma marcha de alguns quilômetros até lá. Eu não quis aborrecer o seu irmão e você não sabe o que é marcha.
     Eu disse a ele que tudo bem, era só ele marchar devagar.
     _Marchar devagar? Negócio feito! Vamos aproveitar e sentir o cheiro da mata nativa e respirar esse ar que não temos na cidade.
     Começamos a andar.
     Passou um quilômetro e a sacola começou a vazar. Uma das garrafas de água estourou dentro da sacola.
     Paramos no meio da estrada e abrimos a sacola. Como a água estava no fundo da sacola, os sanduíches de queijo e os biscoitos não molharam.
     _Jogue fora a garrafa, ele disse.
     Eu disse a ele que já que iríamos jogar fora a garrafa de água que ainda continha mais de meio litro, que comêssemos um sanduíche cada um, pegássemos os copos de papel e déssemos um tempo.
     _Na estrada não se pode ficar parado, é perigoso. É a gente e a estrada e o mato.
     Eu disse a ele que, por favor, segurasse a garrafa, enquanto eu comia um sanduíche.
     Ele começou a rir.
     _Pode deixar, a garrafa furada é a minha. Duvido que tenha água aqui nessa garrafa quando você terminar de comer o sanduíche.
     Comi rápido e tomei o restante de água da garrafa.
     Depois a paisagem nos distraiu e fomos conversando sobre a vida, o mato, o mar e essas tolices tão importantes na vida da gente.
     Duas horas depois chegamos a casa.
     _E agora, o que vamos fazer? Perguntei muito animada.
     A resposta foi a do passeio de índio. Tínhamos alguns compromissos e depois iríamos direto até a rodoviária para voltar à Curitiba.
     Depois de resolvidos os compromissos ele ficou pensativo e eu perguntei o que é que ele tinha.
     _Eu e o seu irmão comemos bolinho de boteco e eu tomo uma xícara de café com leite antes de pegar o ônibus, mas eu estou com você.
     Eu perguntei se o boteco era familiar.
     _Vamos ao boteco!
     Realmente eu olhei para o bolinho do boteco e não simpatizei com ele.
     Ele olhou para mim contrariado e disse que sabia que deveríamos ir a um lugar com hambúrguer.
     Eu disse que não e que ali estava ótimo, mas é que eu tinha trazido sanduíches e não os desperdiçaria.
     _Aceita um refrigerante?
     _Aceito.
     _Quer comer alguma outra coisa?
     _Eu como quando chegarmos a Curitiba.
     Esperei ele comer calmamente o bolinho e tomar café com leite.
     Depois, perguntei sobre o roteiro para chegarmos até a rodoviária.
     _Se você quer fazer conforme eu costumo, são dois quilômetros e meio até a rodoviária e, vamos a pé.
     _Marcha devagar?
     _Muito devagar.
     Caminhamos olhando o povo, as vendas, o saibro e o paralelepípedo da rua.
     Conversávamos e pensávamos um no outro e nas nossas negociações pessoais.
     Chegamos a Curitiba e a família dividiu os sanduíches de queijo restante.
     Palavra dada, palavra cumprida.
     Feliz Dia dos Pais a todos vocês!      


Obs. A doutrina que sigo ensina que podemos atender às expectativas do próximo quando solicitados a fazê-lo. Deste modo, resolvi compartilhar com vocês um dos momentos mais divertidos entre eu e o meu pai, "in memoriam".
    
    

      



sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Noturno


Noturno



Aos meus passos, meus compassos,
Contados, breves momentos,
Depressa sobre os calçados.

Agenda cheia e dias escassos,
São fones de ouvido lentos
Ligados em sons sensatos.

Teclados são esses espaços

Para todos esses tempos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Multiplicidade Olímpica / Crônica do Cotidiano

Multiplicidade Olímpica / Crônica do Cotidiano



     A cidade anda divertida para quem tem alguma habilidade diplomática, pois são tantas as culturas da minha cidade, Curitiba, que as Olimpíadas estão causando um treinamento para os nossos habitantes.
     É bem verdade que nascemos e moramos no Brasil, portanto brasileiros e torcedores pelas equipes que estão competindo nos jogos.
     Acontece que todos são descendentes de povos estrangeiros que vieram para o Brasil em diversas épocas da sua história.
     Quem quer assiste as várias competições diárias e é só andar alguns metros para se ouvir as diferentes torcidas.
     É óbvio que todos observam os favoritos, mas os gritos são ótimos e vou transcrever alguns deles abaixo:
     _Alemaaaanha. Alemaanha, três pontos!
     _Nope! Os americanos são melhores!
     _Itália! Itália! Itália! Vaaaaaaaaaaaaai Itália!
     _Sem querer puxar a sardinha para o nosso lado, até que não estamos fazendo feio.
     _Vocês me desculpem, mas a minha torcida, por convicção é da Colômbia!
     _ O Brasil ainda joga futebol?
     _Eu vou para o shopping para não me lembrar de quem ganhou a partida?
     Enfim, cada um pensa nos seus favoritos e, às vezes conta desse ou daquele jogo de vôlei, basquete e futebol.
     É cansativo torcer por muitos ao mesmo tempo, principalmente porque a minha torcida é música. Até agora assisti a ginástica feminina para observar músicas e coreografias, se bem que não seja exatamente esse o nome das peripécias das meninas.

     Que vençam os melhores!

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Poema Jovem


Poema Jovem



Importa o caminho
Mais que a caminhada,
Esse cafezinho
Vale pela estrada.

Vento e torvelinho,
De ruim tem é nada,
Esse burburinho
Lembra a petizada.

Algodão é de linho
De roupa amassada;
Se, bom é o caminho,
Não importa a chegada.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Sombrinha


Sombrinha



A chuva amainada
Traz certo sossego,
Sombrinha levada,


Com a chuvarada,
Gosta de folguedo
E fica agitada.


A rua secada


Impede o brinquedo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Musical


Musical



Ao dia a dia, a realidade,
Poesia é imaginação,
É ser por vocação
À naturalidade

Abstrata, essa deidade,
Presente na canção,
Que é pela manhã a ação
Da espiritualidade.

Vem ao dia essa verdade
E começa a oração,
Chamada com razão
De musicalidade.