De tudo, um Pouco
Hoje o tempo correu,
De pensar e a fazer.
Refeito apareceu
Pleno, e ao plano se deu
Sem palavra a dizer,
E no mais se escondeu;
Assim anoiteceu,
Hora e meia e adormeceu.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
De tudo, um Pouco
Hoje o tempo correu,
De pensar e a fazer.
Refeito apareceu
Pleno, e ao plano se deu
Sem palavra a dizer,
E no mais se escondeu;
Assim anoiteceu,
Hora e meia e adormeceu.
Tem Mais o que Inventar / Crônica do Cotidiano
Estava garoando, mas resolvi sair.
A minha sombrinha está velha e desbotada, mas ainda em uso.
Resolvi entrar numa loja que vende sombrinhas para comprar uma sombrinha.
A loja mostrou a sombrinha que está sendo bastante vendida atualmente, que é uma sombrinha para duas pessoas.
Agradeci, e disse que não estava com a menor vontade de comprar uma sombrinha para duas pessoas.
A vendedora argumentou, dizendo que o cabo da sombrinha era reforçado, e que protegia muito nos dias de temporal. Disse ainda que quando a chuva é intensa, as pessoas costumam se abrigar, e não sair com sombrinhas cujo o vento quebra as hastes ou a chuva molha as costas.
_A senora, por favor, raciocine comigo : agora a senhora veste as botas de borracha para neutralizar os raios, caso caiam sobre a senhora, ou a sombrinha, e sinta-se livre para aproveitar melhor os dias de chuva intensa.
Comprei a sombrinha, cujo preço era de sombrinha normal. A vendedora não me convenceu a sair à pé em meio a possíveis temporais.
Ela representou-se em meio ao temporal e me fez rir nesse dia cinzento de garoa fina.
Ela fez valer a compra da sombrinha como cachê que se paga a uma artista, no caso artista pedestre em meio a um temporal.
A vendedora confirmou que era sombrinha para duas pessoas: a que vende e a que compra um sorriso.
Grata pela leitura.
Autocrítica
Autocensura,
Quanta mesura
Verificada
Por desmesura.
A letra pura
Mistificada
Na sua usura
Desconversada.
Uma Novidade
O que se fez
Foi a sensatez,
E este momento
É a polidez,
Ou palidez
Por tal invento;
De dez em dez,
Conhecimento.
Tempo Necessário
Precisava
Este tempo
De ser tempo.
Meditava
Logo ao vento
Que passava
Doce e lento,
E era trava.
Ritmo
Descomplicado
O ser virtual,
O estudo é igual,
Rimado e ritmado,
Não digital,
Mas racional
Perante um dado;
Nada casual.
Escotilha
A estrela brilha
Por sobre o mar,
E o mundo é uma ilha
A navegar.
Segue-se a trilha
Nesse ondular,
Numa escotilha
Ao caminhar
Menos de milha,
Para observar
Que é de baunilha
Este alcançar.
Rua Nua
Aquela rua
Não mais existe,
E a rua é nua;
Mesmo sem chuva,
Nada persiste,
Nem reta ou curva,
Labirinto ou murta
Não a veste, é triste.
Por Vontade
Boa vontade,
Qualidade
De um querer
Sem saudade,
Por vontade
De assim ser;
Ser bondade
Ao viver.
Derretido Sorver
Parece que derrete
O dia como sorvete
No tempo a se querer
Arrumar o topete,
Enquanto é o tal tapete
Que se quer estender
No chão que se repete;
Derretido sorver.
Cesta de Vime
Desta vwz,
Cesta feita.
Palha em viés,
Pão francês
Que se azeita.
Desta vez.
Ser freguês
É o que o enfeita.
Tempo de Surpresa
Ah, tempo de surpresa
De configuração
E falta de nobreza
Pela publicação
Desfeita em correnteza,
Quando é uma ligação
D'alma em delicadeza
De nova inspiração
Poética e proeza
Do lirismo em doação
De emocional leveza
Sem esses ou razão.
Sem Mais
Porquê há outra perspectiva
De diferente visão,
Que assusta mais que motiva,
E que cria outra percepção
De realidade criativa
Que assusta até a percepção
Possível e relativa,
Que mostra a sua razão
Um tanto superlativa
Enquanto constatação
De um quadro onde se cultiva
A humana civilização.
Claridade
Oh, praia vazia
De imenso mar,
Venha acordar
Com água fria
Um caminhar
Sem se fixar
Em quem se fia
Num começar.
Conselho de Mãe /Crônica do Cotidiano
Uma família estava passeando num ônibus de turismo.
Eu, quieta, dia de meditação.
Como o pai não dizia nada, a sogre perguntou:
_Como é? Estamos passeando e você fica calado?
Ele respondeu com ironia, mas de estilo carioca:
_Eu sou o líder. Um bom líder não fala, mas ouve os liderados.
A sogra ficou quieta, mas a filha resolveu emendar um assunto. Contou de uma festa com muito estilo, realizada numa mansão, que vive de aluguel para eventos.
A moça contou da festa, da mansão, do número de convidados, todos jovens, da música, dos comes e bebes, mas não parava de contar dessa festa.
Chegou uma hora em que a mãe se cansou de ouvir a história, e o genro continuava calado.
A sogra interviu na história da festa na mesma hora.
_Minha filha, você está contando todos os detalhes da festa porque o jovem morreu, não é isso? Fizeram uma brincadeira estúpida, e a festa terminou mal.
A filha baixou a cabeça e concordou com a mãe.
O genro disse que estava na hora de procurar um restaurante, mesmo contando com a falta de lugares neste Dia das Mães, e meio que não sabia como conciliar o almoço para a esposa, os filhos e a sogra.
Ouvi e pensei num bom conselho de mãe, que festa se faz com seguranças contratados para evitar excessos, é assim que funciona.
E lá se foram todos os membros da família do Rio de Janeiro em busca de um restaurante.
Imagem de Clave de Sol
Adequado,
Mas consciente
É o quadrado,
Que é consistente;
Bem lembrado
Num pingente
Musicado,
Sol clemente
De um teclado
Persistente,
Decorado
Brevemente.
Tempo para Pensar
Tempo para pensar nos conceitos, que são tantos conceitos que há que se pensar no caminho, nas mudanças de alguns conceitos, e na fixação de outros conceitos, algo que nos modifica em relação ao que somos, e que mantém a essência de como somos.
Percebe-se em princípio a natureza, diferente em cada ser humano, mas essencial ao como somos e como nos relacionamos com o mundo que nos cerca.
No entanto há semelhanças entre algumas pessoas, e se estamos habituados com determinada cultura, ou se faz parte da nossa humanidade, cria uma espécie de simpatia, e uma espécie de espelho que complementa a existência.
Assim a expressão: "_No problems!" me fez compreender o comportamento de outro que não o meu espelho.
Alguns conceitos culturais me remetem à infância, e de novo me faz perceber que a cultura era outra: "Àgua é melhor que refrigerante para acompanhar a refeição." A igualdade à mesa é algo fortíssimo, e bebi água e comi bem.
Também percebi os diversos grupos sociais com os quais há boa interação, pois nada é forçado, e acontece naturalmente.
Os grupos sociais com os quais a interação é ruim apareceram, e essa é uma questão de individualidade completa, mostram-se divergentes em todos os pontos de vista em qualquer lugar e qualquer situação, mas para tanto é preciso pensar num porquê.
A espiritualidade, pelo menos a minha, vem musicada, e ao ouvir os "hits" dos anos oitenta, acabei por dizer que não gostava, que não fazia parte do meu repertório. Responderam que os anos oitenta foi dos atletas da noite. Ah, deve ser por isso, mas continuo não gostando, ou gostando menos do que da música eletrônica.
De fato, cada ser humano é um conjunto de fatores, e os grupos pensam e agem de maneira própria, e ninguém é obrigado a se socializar, se sabe que tem um meio social mais adequado à sua natureza, à sua humanidade , e religiosidade igualmente.
Esse tempo para pensar deveria ser normal na vida das pessoas, mas não é, e ninguém percebe que não tem oportunidade para pensar, o que é uma constatação pessoal.
As críticas podem ser divertidas fora do ambiente da rotina, e provavelmente adequadas: "É o tipo de pessoa que fica feliz com uma prancha de surf e acha que não precisa de nada." Com cautela e bom senso, é uma crítica razoável, principalmente quando se olha longe, porque se que pensar.
Ainda hoje, estava caminhando na ciclovia, e me pediram para andar no calçadão ao lado da ciclovia. "Se cuide."
Enfim, são muitos pensamentos e conceitos para se refletir.
Fica a sugestão para quem passar pelo blog.
Grata aos leitores.
Ser Humano
Ao caminhar
O suficiente,
Sentir-se gente
Por respeitar,
Ser consciente;
Humano sente
Esse adoçar
N'alma, inconsciente.
Frisa
À noite, vem a brisa,
Vem para reprisar
A palavra que frisa,
Aquela a se lembrar,
Posto que vem e avisa,
E que foi a recordar,
É a que sensibiliza
Por ser a realizar
E assim se estabiliza
No ar pelo som a ecoar
Numa parede lisa,
Areia e estrela do mar.
Conexão
Conveniente
E coerente
Pensamento,
Que contente
Diz e sente
Do momento,
Meio descrente
Do seu tempo.
Mas É?!
De novo, um chocolate
De uma doce lojinha
Com recheio de abacate,
Ah. não, verde pistache;
Abacate não tinha,
É a promoção, quem sabe,
Importa que não acabe
Este som na lojinha.
Paginação
Não me cansar
Dessa palavra
Que é continuar,
E navegar
Nessa palavra
De caminhar,
Posto que abraça
Todo um folhear.
Outro Tempo
Doce de goiaba
Feito, é a paciência
Numa goiabada
Que não se acaba,
Mexida ciência
Bem apurada.
Se não, fica aguada,
Sobra a experiência.
Solilóquio
Ouvir uma preleção.
Ouvi, mas sem escolher,
Foi o início e a programação
Sugerida, vi por ver,
Mas discordo da inação,
Da preleção me escolher,
E refletir a razão
Pela idade e refazer,
Quando desligar é a ação
Que pode desenvolver
Qualquer outra inovação,
Ou até mesmo me acolher.
Jangada
Vista cansada
De tanto olhar
e procurar,
Atualizada
Por pesquisar
E idealizar
Uma jangada
A navegar.