Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Não Julgareis


Não Julgareis

     Ana Maria tinha compromisso cedo naquela manhã e desceu do apartamento até a garagem pouco antes das sete e meia da manhã.
     Enquanto acomodava as suas pastas, o lanche e todas as caraminholas que toda mulher carrega consigo quando sai, observou que um jovem vizinho chegou correndo ao veículo dele, entrou no veículo, ligou o motor e a marcha ré com rapidez e, nessa pressa bateu noutro carro do estacionamento da garagem. Manobrou e saiu em velocidade do edifício.
     Ana Maria tinha o seu compromisso e saiu, deixando o problema dos outros para que os outros resolvessem, afinal, o prédio tinha funcionários para atender eventualidades diversas.
     Ana Maria voltou ao edifício próximo a hora do almoço, por volta das onze horas da manhã. Saiu do carro para dirigir-se ao seu apartamento quando observou uma discussão calorosa entre duas vizinhas.
     Uma vizinha acusava a outra vizinha e a outra vizinha se defendia das acusações.
     _É lógico que foi você. Eu sei que você não gosta de mim. Mal me cumprimenta. Para dizer uma boa verdade a recíproca é verdadeira. Sabe o que eu penso de você: "Calanga".
     A outra vizinha respondia na mesma tonalidade:
     _Não é que eu não goste da senhora, é que a senhora simplesmente não me interessa.
     A vizinha acusadora continuava e a outra vizinha defendia-se à altura.
      Quando no entremeio da discussão ouviu-se a palavra garagem, Ana Maria percebeu do que se tratava.
     Interrompendo a discussão, ela disse:
     _Não foi ela!
     A vizinha acusadora parou de discutir e acusar e perguntou, olhando zangada para a Ana Maria:
     _Como?
     Ana Maria contou com calma o que havia presenciado ao sair do edifício pela manhã. Ofereceu-se como testemunha se fosse o caso. Melhor testemunhar do que ver a vizinha inocente pagar pelo que não fez.
     À noite o interfone tocou. Era a vizinha que tinha acusado a outra vizinha de ter batido no carro dela. O jovem foi até o apartamento dela e disse que na pressa de sair para fazer a prova, deu marcha ré com velocidade imprópria para uma garagem e que havia batido no carro dela sem querer. O jovem, segundo ela, havia contatado com os familiares e pedido dinheiro emprestado para pagar o prejuízo causado. A vizinha que havia acusado a outra vizinha aceitou o pagamento do conserto do veículo e disse à outra vizinha que lamentava o incidente da manhã.
     Final da história: a vizinha acusadora teve o prejuízo e o conserto do veículo pagos pelo jovem universitário, o jovem foi bem de prova e passou de ano, Ana Maria ficou contente consigo mesma por praticar alguma ética e, a vizinha acusada, passou a contar a toda gente da bravura daqueles homens chamados calangos, os quais participaram da construção de Brasília, não aceitando sentir-se ofendida com a palavra calanga, mas com o comportamento com o qual foi tratada.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Ensaio


Ensaio

Busca-se com poesia,
Essa boa nostalgia,
Esse verso a alegrar,

Fevereiro é o dia a dia,
Carnaval e folia;
Letra a se soletrar.

Hoje é o ensaio, a fantasia

Feita antes do cantar.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Telegrama do Edson Prado

Voltamos em fevereiro, mas telegrama é para entrega imediata. 

Davos, Suiça

A crise mundial se baseia nos problemas comuns do mundo atual: A transformação da economia na China, a crise na OPEP e a baixa do preço do petróleo, o terrorismo no mundo e os refugiados sírios.
Teremos que enfrentar a recessão, a qual atingirá boa parte dos países e fará aumentar o desemprego. Apesar de responsabilizarem a inovação tecnológica como causa da recessão que se inicia, a falta de criatividade e a excessiva política intervencionista observada em alguns países pode contribuir para o agravamento da crise.
Sem consumo, não há desenvolvimento e o consumo vem, também, da criatividade na geração de novas oportunidades de desenvolvimento pessoal.
O desânimo constante, segundo alguns investidores, é um incentivo à recessão econômica. É preciso, mais do que antes, ou seja, aquela situação da revolução industrial, que se busque o desenvolvimento pessoal como forma de combater essa possível recessão, configurada pelos fatores descritos no início do texto.
Não se pode depender exclusivamente do mercado, volátil nesse momento e sem prazo para voltar a estabilidade.

Edson Prado, da Suiça para o blog.


terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Pausa





                                        Este blog está em pausa por tempo indeterminado.
                              

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Espiritualização


Espiritualização



Todo dia pensa num Sol Maior,
Exercita o espírito a ação
Nessa humilde e terna oração,
Desejando a paz em décor.

À canção, dedica o melhor,
Estudando-a com devoção,
Integrando-se a essa intenção,
Adaptando-se ao som e ao suor,

Em contínuo maior ou menor
Tom possível em inversão
Conformada à harmonização
Criando a luz sonora ao redor.

domingo, 3 de janeiro de 2016

A Rua



A Rua



Toda rua de alma leve
Permite desassombrar
A sorte que se subscreve
E releva o caminhar.

Ao passo, o que se consegue,
É distância a se dobrar,
Mas ao recreio se concebe
O parar para pensar.

Ao caminhado se segue
Como luz a se guardar,
O caminho é o que concede
A permissão p’ra sonhar.


sábado, 2 de janeiro de 2016

A Notícia Gerando Causo / Crônica do Cotidiano



A Notícia Gerando Causo / Crônica do Cotidiano



     A notícia é um desacato ao cidadão: um homem teve infarto e, quando a esposa foi reconhecer o corpo, observou que o dente de ouro do cidadão havia sido roubado. Uma notícia de envergonhar o país.
     Um assunto leva a outra conversa, conforme aconteceu.
     A moça em questão, originadora do causo, é modelo e sabe muito sobre as exigências do mercado, ninguém a obriga, mas silicone e botox, segundo ela, é uma questão imprescindível à profissão depois da maternidade. Muito simpática, contou sobre o que aconteceu com a barriga dela depois do segundo filho, a plástica, o silicone e, o botox que ela planeja colocar assim que achar necessário.
     Eu estava começando a observar onde e o que estava errado e mim, inevitável porque há algum tempo não me exercito.
     Ela observou a minha expressão e não me deixou pensar no assunto. Começou a contar de um caso na família dela:
     _Nem pense! Você conhece o Rio de Janeiro e se poupou de muito sofrimento. Eu tenho uma parenta que está pagando em parcelas, mas está arrumando o sorriso e isso custa a ela trinta e cinco mil reais. Ela não conhece o Rio de Janeiro e nem pensa em comprar nada enquanto não terminar de colocar as lâminas de porcelana e ficar com o sorriso impecável. As lâminas de porcelana exigem manutenção e ela contratou um plano mensal para o custeio dessa manutenção.
     Eu tentei dizer ao menos: Ah! Ela não deixou.
     _Você não sabe o que é isso! Ela é capa até de revista de igreja. A idade dela, por volta de quarenta anos, com aquele sorriso e com uma família sorridente, faz dela a modelo ideal. Eu sou modelo e posso ajudá-la a arranjar bons contratos, com gente séria. A vida de modelo é desgastante, a gente vive em função da imagem, essa é a apresentação do produto.
     Foi aí que eu desisti de pensar e a ouvi, conforme costumo fazer, com atenção e cuidado.
     Ela olhava para ela e olhava para mim. Foi impossível não rir quando ela explicitou a pior situação pela qual ela passou num desses tratamentos de beleza.
     _Coloquei o silicone e, passados alguns dias, a dor desapareceu. Cheguei a minha casa cansada e sentei-me na cadeira da sala rapidamente. A dor que eu senti foi menor que o medo de ter esparramado o silicone pelos glúteos. Eu levantei às pressas e pedi à minha irmã que me olhasse para saber se estava tudo inflado como tinha que estar. Esse foi o pior dia depois do tratamento. À noite tive pesadelos e pensei em tudo de ruim que poderia acontecer com a minha carreira. Se eu perdesse o meu emprego de modelo fotográfico, os meus filhos não teriam mais os notebooks e mp3 importados. Eu não teria mais o conforto que eu tenho, pois eu ajudo e muito dentro de casa com o que eu ganho.
     Eu disse: Hum.
     _A gente gasta muito em investimento, mas o retorno compensa. Eu só lido com gente séria, mas o mercado é cheio de perigos.
     Por último ela disse algo que cai bem aos ouvidos de qualquer pessoa e ei porque digo que ela é muito simpática:
     _A gente gosta de você do jeito que você é. Muda não.
     Eu retribuí a gentileza a ela.
     Ela concluiu:
     _Não fosse igreja e, a boa educação que recebi, sabe lá o que teria acontecido. Conta aí, quando é que você vai para a praia? Muita gente conhecida nossa está lá fazendo muvuca (tradução: bagunça).
     Eu não sei ainda, respondi. Estou fazendo janta para as festas de final de ano e, depois, quero descansar um pouco antes de pensar em sair.
     E mudamos de assunto.




     

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Dia da Confraternização

Dia da Confraternização Universal



Poema do dia primeiro;
Esse fica o ano inteiro,
Sorte a quem o escrever.

Seja ao tempo maneiro,
Esse mês de janeiro,
Calmo mês a entreter.

Paz para o mundo inteiro

Nesse devir a ser.