Repetidamente
Se repetida,
É refletida
Neste momento
De pouco tempo
Porque é contida
A essência obtida
De um passatempo
De igual invento;
Nessa corrida
Assim concisa,
Sou meu momento:
Contentamento.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
Repetidamente
Se repetida,
É refletida
Neste momento
De pouco tempo
Porque é contida
A essência obtida
De um passatempo
De igual invento;
Nessa corrida
Assim concisa,
Sou meu momento:
Contentamento.
Nostalgia
Termina o dia,
Mas diferente,
Com nostalgia
Da brisa ausente,
Que contagia
O sol dormente
Nesse bom dia
Ainda presente,
Que se confia
Ao onipotente
Essa alegria;
Conceitualmente.
Estética, Um Tema Delicado
Um dos temas difíceis para se conversar é a estética, mesmo para leigos com opinião diversa dos filósofos.
Mesmo nessa abordagem distópica, ou seja, olhando o meu próprio umbigo, e não os umbigos dos outros, a estética é assunto controverso.
Um dos tópicos sobre os quais não ouço conversarem é que a estética muda através do tempo e individualmente e sem pressão do mundo exterior.
A estética individual muda de dentro para fora e de fora para dentro simultaneamente.
A estética muda com um pensamento, uma mudança de estilo de vida, e com isso não quero dizer de tudo o que é saudável ou recomendado. Basta um pensamento para expor uma opinião, ou vontade de fazer algo, e basta esse pensamento para, a partir dessa vontade, a estética individual se modifique, não interessando se, para melhor ou para pior. Outro fator modificador da estética é a necessidade de se fazer algo por motivo não originário do pensamento enquanto ideação, mas a necessidade obriga, como todas as coisas que estamos fazendo em consequência da pandemia, tais como cozinhar.
Sob esse ponto de vista, a estética adquirível, não é levada em consideração.
Os pensamentos que podem mudar a estética individual são oriundos de filosofia de vida, do modo de observar a própria dificuldade, quando possível, porque algumas vezes essa dificuldade não consegue ser observada, mas o que pode ser observado pelo indivíduo, pode ser modificado, e certamente, muda a estética pessoal.
A estética depende do pensamento e da necessidade do ser.
Por outro lado, a estética pode se modificar de acordo com uma mudança vida de fora, através dos conceitos entronizados dos costumes, e até é relativamente fácil observar que o padrão de beleza feminina, variável conforme a região em que se habita, abre a visão para outros padrões estéticos valorizados e aceitos como bons.
Importa dizer que a estética individual não é fixa ou permanente, e sequer adquirível, embora se possa pensar de maneira diversa.
Essa estética vinda do pensamento não distingue gênero ou faixa etária, é algo admirável.
Sob esse ponto de vista, um fator a ser considerado, é estar em desacordo com a própria estética, quando a estética pode ser consequência de um pensamento a ser pensado.
Em resumo, tanto quanto a alma não nasce pronta e imutável, a estética pode ser considerada da mesma maneira, algo que pode mudar involuntariamente e de acordo com um pensamento, um único pensamento, e que ela não é tão importante a ponto de impedir a busca do bem estar físico, mental e emocional.
Mais Não
Preciso dos pés no chão,
Dessas minhas incertezas
Conformadas em padrão,
Formando delicadezas
Que desconhecidas são,
Mas serão luzes acesas
Ao que hoje é superstição.
Simplicidades, rudezas
De calos sem a expressão
Das mais necessárias friezas
Depois de um mero pisão
Involuntário; mais não.
Rede - Palavra Múltipla
Não adianta imaginar,
O lazer é na rede,
Nessa rede de idear,
Água que engole a sede;
Caminhar, caminhar
Ao tijolo e à parede
Seca, mas se voltar
Ao possível, impede
O tempo de ficar
Parado ao porte-rede
Até se espreguiçar
E dormir numa rede.
Bom e Igual
Pouco sal,
Nenhum mal;
Bom descanso,
Bem normal
Ao dia igual,
Dsse avanço
Musical,
Não me canso.
Paz e Bonança
Que seja diferente,
E seja de esperança
O ser que se pressente.
Juntas paz e bonança
Venham para o presente,
Que a bondade se alcança
Ao ser e estar contente,
E assim o céu descansa.
O tempo não se sente
Porque a vontade é criança,
Que vem curiosamente
Surpreender com confiança.
Naturalidade
Essa naturalidade,
E alguma paz me atravessa,
Penso Deus com humildade
Que, na alma, versa e conversa,
E me diz continuidade,
Calma, que uma hora cessa
Essa nossa vã ansiedade,
Porque o que nos interessa,
É a consciente divindade
Acompanhando a caleça
De cada um, da sociedade,
E não existe nela a pressa.
Busca
Ah! Esse tempo que passou
E onde levou esse horizonte,
Quando essa alma é foi e ainda sou
Como sou, e o que se desconte
Entre o feito e o que ficou
P'ra depois, mas sem afronte,
Porque tanto se buscou
Fazer e que assim encontre
O amanhã que já voltou,
E veio em forma d'uma ponte,
Não somente o que sobrou
D'uma lenda que se conte.
Constância
Além do futuro,
Do espírito puro,
Há o que se acrescer,
Há o que se escrever,
Pensar nesse muro,
À paisagem, duro,
Grafismo a se obter,
E deixar sem ter
O cimo do muro,
Com vaso de arcturo,
Estrela a se ver,
Constância do ser.
Pluralidade
Tantos inventos,
Todos atentos,
É novidade
Aos sentimentos,
Experimentos
Dessa vontade
De movimentos;
Pluralidade.
Feijão
Esses meus parafusos,
Panela de pressão,
Meio soltos, meio reclusos,
Exigem aptidão,
Parafusos multiusos,
Chave de fenda à mão,
Com meus manuais confusos,
Numa manutenção
De proibidos intrusos,
Pois preparo o feijão
Com temperos, desusos
De agradável alusão.
Versos Inversos
Não são demais
Esses tais versos,
Nem nunca mais
Serão dispersos,
Mas essenciais
Quando diversos
Dos comerciais
Vírus aspersos,
Tristes jornais
Dos dias adversos,
Não mais iguais;
Versos inversos.
Ânimo
Toda semana é começo
De consideração e apreço
Ao exercício da alma, certa
De que tudo se conserta
Quando há ânimo que é confesso
De vontade, e sem excesso
A ser o que em si desperta
A boa vontade encoberta
Por obstáculos, seu avesso
Que é o receio desse travesso
Destino; uma descoberta
A cada dia que se oferta.
Em casa
Abençoado é o lazer
Depois desse dia inteiro,
Quando está a anoitecer,
E a noite é um passageiro
De um nada a se prever,
Pois amanhã é o ligeiro
Dia bom de bendizer
E repeti-lo inteiro
À semana a fazer,
E ser dela parceiro
Dia a dia, por se querer,
Sentir-se verdadeiro.
Desenho
Esse lugar,
Deixar-se estar
Ao mormaço,
Refrescar,
Desenhar
Todo abraço
De esperar;
Sem cansaço.
Razão de Mim
Sei de mim,
Que sei assim,
Compreensão
Do que é afim,
Porque e enfim,
E a razão
Num jardim,
De oração.
Máscara e Bijuteria
Descubro a bijuteria,
As roupas enferrujadas,
De como eu seria, ou estaria,
Não fossem as coordenadas
Impostas à pandemia,
Repetidas mãos seladas
Seguidas com galhardia;
Sem enfeites, mascaradas.
Moda que não seguiria,
A que somos convidadas
Sem escolha, quem diria,
Nessas cores enfeitadas.
Edson Prado em O Sumiço do Comediante
Edson Prado, o repórter free-lancer do blog, está aqui e eu, por questão de solidariedade, passo a palavra a ele. Ele parece aflito, do contrário, eu deixaria pra lá.
_O comediante sumiu, o sítio de humor desapareceu. Não, não desapareceu, colocaram alguém infeliz naquele lugar. Ele não leva o menor jeito para o humor.
Sim, e agora, pergunto eu?
_E agora teremos que esperar por filmes de pastelão norte americanos, a senhora sabe se tem hífen, eu estou desatualizado da novíssima ortografia dos hífens.
Não me pergunte. Eu tenho que pesquisar.
_Cabe ao jornalista, a história, os fatos, mas ao comediante vale o ridículo, o sem sentido, a peculiaridade cômica, e do jeito que está sendo escrito, ninguém chega para olhar, quando aquilo já foi muito engraçado.
Você acha que a comédia perdeu o ponto do riso?
_A menos que ele tenha pegado o coronavírus e tenha colocado um pseudônimo vivo em seu lugar, se é que me entende.
Façamos fisionomia de paisagem.
_Sim, fisionomia de paisagem, mas o fato é que está errado. Tem muita gente procurando ficar bem consigo mesma e até mesmo rir em meio a tudo o que se passa nesse ano.
Eu mesma fui capaz de ficar feliz ao saber de uma conhecida que voltou para casa recuperada do vírus, aliás, por aqui, já são quatro pessoas três mulheres e um homem, que estão bem, embora saídos do hospital. Que alegria ver essas pessoas bem.
_É o que eu quero dizer. Este é um ano sofrido, por mais que se tape o sol com a peneira, como se costuma dizer. O humor tem que compreender que é necessário, que ajuda a transmitir otimismo e força de vontade.
Concordo.
_Não se pode pressionar a população com assuntos sérios.
Convencer algumas pessoas de que o ano está difícil para todos é que é difícil.
_E qualquer assunto é motivo, a senhora ouça que eu saí com o automóvel, com máscara, álcool gel, e consciente, quando ouvi que não sofro, que tenho conforto. Isto é falta de sensibilidade de perceber que, enquanto repórter, eu me expus e muito durante o ano.
De fato, das quatro pessoas contaminadas e hospitalizadas, três têm automóveis. As quarentenas mais pesadas foram difíceis. Agora, parece que as coisas estão um pouco melhores, temos que aguardar para ver se o perigo de contaminação diminui um pouco mais.
_Sem humoristas, e com os olhos voltados para si mesmos, as pessoas podem pensar erradamente, que o outro está em condição melhor.
Tem gente que quer ser aborrecida para aborrecer os outros.
_Interessa é que o humor está diminuto, e que isto é um mal que contamina.
Pergunto a que serve esta falta de humor.
_Serve pra nada. Digo que é algo desinteressante.
Vou de música. Vou de livro. Melhor assim.
Ora, não é que o Edson Prado saiu e disse que irá procurar o bom humor por aí.
É uma ideia.
Reciclagem
Aquela nota martelada,
Sincera, mas tambén gritada,
Repete a nítida tensão
E estraga toda uma canção,
Precisa e digitalizada,
Tonal de tom equivocada,
Sonora além da notação,
Absurda, chega ao coração
E diz-se fora, mas não adiada,
Que adianta sem ser adiantada,
Precisa de consertação;
Recicla-me também, canção.
Reinvenção
Esperar
Todo um tempo
A ficar,
Concordar
Que me invento
Devagar
A pensar
Noutro tempo.
Duplo Sentido
É outro o mundo,
Seu Raimundo,
Malicioso,
Nauseabundo
E infecundo
Ao que é cioso
Ao segundo
E ao ditoso.
Poesia de Deus
A peneira do tempo,
Grão de areia que vai ao vento,
E para no lugar
Onde andou até parar,
Para ser aviamento
Que costura esse tempo,
Reflexo do pensar,
Vidrilho de enfeitar
Todo e qualquer momento,
Leve foi ao firmamento,
Nele está a se mostrar
Em verbo, é o verbo amar.
Esteira de Musculação
Horário contado,
Capricho dobrado
Na apresentação,
Movida emoção
Imperfeita ao lado,
Redonda ao quadrado
Pela integração
Dessa percepção;
Caminho traçado,
Que à vista, é parado,
Parece ideação,
Mas não convicção.
Estudo
Esse cansaço
De não saber
Fez-se embaraço,
Estudo é um laço,
Certo aprender
A não ser lasso,
Que vive ao passo,
Por se querer.
O Dilema das Redes / Comentário
Assisti hoje o documentário O Dilema das Redes. O documentário tem duração de mais de hora e meia e com muitas afirmações.
Recebi a indicação por meio da rede do whats, e reservei um tempo para assistir e refletir antes de ler as críticas especializadas e os temas propostos para debates sobre a possibilidade de melhorar as redes sociais.
Considerar a internet como utópica e distópica foi algo que me chamou a atenção pelo simples fato de que nos útimos vinte anos não observei nenhuma utopia na internet, não encontrei nada perfeito, ou mundo ideal dentro da rede. Quanto à distopia, ou seja, quanto a ter o âmago individual como centro do universo, depende da escolha individual, ou seja, evitar os agrupamentos de grupos de imposição cultural depende da vontade, por mais que esses próprios grupos digam pertencer a uma cultura ideal, unindo a distopia do grupo como uma utopia universal. Deletar e desligar é uma atitude válida que não fará falta ao indivíduo, que se aborrece toda vez que lê a postagem do grupo.
Quanto às notícias, os donos da internet podem facilitar a vida do internauta identificando a origem da notícia, a data, e, principalmente, se é matéria paga, conforme os jornais costumam fazer. Para quem não sabe, jornais e revistas publicam matérias pagas pelas empresas com a informação escrita de que se trata de matéria publicitária.
Quanto à despersonalizar, ou mudar o comportamento, acredito que seja possível, como é possível pelas emissoras de rádio e televisão, com o intuito de formar opiniões, sem permitir que as pessoas tenham suas próprias opiniões, o que acontece através da pressão da massa de telespectadores, da qual não é possível discordar, cuja programação é patrocinada por grupos de interesses econômicos, o que é menos possível, atualmente, pela existência da tv a cabo.
Quanto à teoria da conspiração, há quem patrocine, e o objetivo é causar prejuízo a qualquer pessoa que possa acreditar em tolices, nos casos mencionados no documentário estão exemplos como a possível mentira de que o homem foi à lua e de que a terra é plana. Se me for permitido uma conspiração: na hora em que a Terra parar de girar, ela fica chata.
Algo que me interessou foi o excesso de publicidade e de informações não relevantes. Esse excesso de informações intoxica a internet, pois é irritante ficar fechando publicidade antes de ler isso ou aquilo. No entanto, a publicidade e a variedade de oportunidades para boas compras auxiliam o consumidor, desde que se esteja procurando um determinado produto.
Pessoalmente, penso que a internet democratizou o acesso à cultura, mas é preciso que se busque a cultura, e com tempo certo, porque os "algoritimos" buscam consumidores de internet que fiquem logados o dia inteiro, e isso emburrece a qualquer pessoa, transformando o ser humano num robot. Seres humanos robots vão procurar grupos e esses grupos podem não ser o que eles desejavam, mas fazem isso para livrarem-se desse lado robot, que não faz parte de realmente ser humano. As pessoas com más intenções criam grupos para atrair quem não sabe o que procura.
A internet é válida à medida em que saiba o que se quer buscar, e através dela, encontrar pessoas e sites confiáveis, afinal, recebi essa sugestão através de um grupo da internet, o da igreja, e me trouxe este olhar crítico.
Hora Calma
A esta hora,
O descanso
Revigora,
Muito embora,
Ao dia avanço
Sem demora;
Logo aurora,
Que alcanço.
Eufemismo
Aquele verso perdido
Vem a esse tempo espantado,
De rima pobre vestido,
Mas ainda bem-humorado,
Porque o verbo é comedido
De tanto que foi pesado
Antes de escrito, florido
E gasto, meio desbotado,
Ou pelo tempo esmaecido,
Digamos, aquarelado,
Eufemismo estarrecido
De um ano assim passado.
Microconto Realista
Quem te lembrará da fileira de abacaxis plantados junto ao muro?
Das mudas de abacaxis, nasceram vinte e oito abacaxis, bonitos, de tamanho bom, e perfeitamente ácidos. Amadureceram no mesmo dia e tiveram que ser distribuídos.
Porém, se alguém te lembrar, é porque esteve lá, e além de presenciar a colheita dos vinte e oito abacaxis, quer te fazer feliz.
Noite Sonora
Os grilos cantam
Por perto agora,
A chuva chamam
Por sob a flora,
E se derramam.
Se, a água demora,
Porque é noite, amam
Dizer da hora,
Pois se declamam
Nessa demora,
Versos que clamam;
Noite sonora.