Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Constatação / Crônica do Cotidiano

Constatação / Crônica do Cotidiano

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Existem conversas indescritíveis sobre os ensinamentos da Bíblia.

Conversando sobre o Novo Testamento, ela disse:

_Jesus Cristo não vendeu nada.

Em nenhum dos quatro livros dos Evangelhos consta que Jesus tenha vendido algo.

A conversa teológica continuou:

_Quem vendeu, se arrependeu.

Judas Iscariotes vendeu o conhecimento que tinha a respeito de Jesus. Errar é humano, trair é uma escolha, geralmente com final infeliz.

A fidelidade consiste em não servir a dois senhores, conforme Mateus 6:24 e Lucas 16:13. Seguir o caminho de Deus e não seguir o caminho contrário. No entanto, o livre-arbítrio permite que exista quem não queira seguir o caminho de Deus e os problemas derivados dessa escolha não pertence aos homens, mas a Deus. Porém, independentemente de outra condição, quando, além de contrariar a Deus, contrariam-se as leis dos homens, os problemas dessa escolha originam dois problemas em separado: um para com os homens e outro para com Deus. Jesus Cristo não contrariou a lei dos homens, outra constatação.

Foi colocada a fidelidade em termos da experiência humana, por existem pessoas com vários empregos. O legítimo chefe dessas pessoas, em princípio é Deus, porque seguirão a Deus em qualquer lugar onde estejam não O contrariando em nenhuma das suas atividades.

A fidelidade aos ensinamentos da palavra, em princípio, beneficia a quem os segue. A fidelidade não gera culpa e, não gerando culpa não gera arrependimento ou algum sentimento negativo como a ira, que é um pecado capital, ou, o medo, sentimento que não vem de tudo que é divino.

Como seres criados à imagem e semelhança de Deus, devemos ser fiéis na presença ou ausência de tudo o que é amável, segundo o Novo Testamento.

A conversa, que parece despropositada teve origem no título do Editorial do Jornal Gazeta do Povo, originário de Curitiba: De Culpado em Culpado.

Nós, cristãos, acreditamos que os erros têm solução, podemos assumir que erramos e providenciar o que é possível para desfazer os erros. Agora, a culpa é um sentimento específico, cuja remissão depende do próprio Deus.

Assim a conversa chegou ao lado do mundo, pois a culpa gera o medo e o medo provoca a mentira e, a mentira a traição, e quando a pessoa absorvida pelo sentimento de culpa toma ciência de si mesma, já pertence ao mundo e, a cada dia que passa mais e mais distante dos ensinamentos divinos, por conseguinte.

O livro dos Evangelhos contém ensinamentos que livram os pecadores desse sentimento perverso e cruel para quem o sente. Jesus veio a terra para tirar os pecados do mundo.

Ela se lembrou do livro de Gênesis e o primeiro pecado que foi usufruir da árvore do conhecimento indevidamente. Usar o conhecimento de forma indevida foi à causa de o homem viver no mundo, distante da perfeição divina.

Jesus Cristo não usou nenhum dos seus conhecimentos para criar a infelicidade de ninguém. Judas vendeu.

Se tivéssemos que elaborar algum texto para alguma revista cristã, acrescentaríamos algumas palavras: De culpa em culpa, medo em medo, mentira em mentira, traição em traição, assim é o mundo.

O Novo Testamento é muito afável e pleno de sensibilidade aos que desejam livrar-se do plano espiritual do mundo. Embora com percalços e sofrimentos, alimenta-se diariamente a esperança através das palavras sagradas.

Em Mateus, 25, temos a orientação para sermos fiel. Não é por acaso, é pelos sofrimentos causados pelo afastamento espiritual do Senhor. O afastamento espiritual do Senhor não é a ausência na frequência de uma igreja, é o afastamento da boa palavra orientadora para que se possa viver sem culpa.

Para concluir, lembrou-se que o amor é benfazejo, conforme I Coríntios 13.

Que ninguém se canse do amor visto que o amor é a essência do Espírito em nós.

Hoje foi um dia abençoador, não apenas para quem estava à companhia amiga, mas para os outros cento e poucos seres humanos que estavam no recinto.

Há que se compartilhar boas conversas.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Luar Urbano

Luar Urbano

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Cenário Urbano

Do anoitecer,

Luar Insano!

 

Mas, ser humano,

É bem querer,

Mudar de plano.

 

Se não, não é engano;

 

É o entardecer.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Fim de Noite

Fim de Noite

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Eu não vi a chuva de meteoros,

Mas senti o frio que o vento trouxe,

E busquei um céu com outros olhos,

Mas a noite passou e acabou-se.

 

Madrugadas lembram os coros

Incessantes de um anjo doce,

Enarmônicos bons agouros

Que o sono calmo toma posse.

 

É bonito ver pingos d’ouros

A chover d’um céu que se esboce

Em dourado; estrelas são fósforos,

A cair, grãos de chá de erva-doce.

terça-feira, 28 de julho de 2015

9/8

9/8

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Três compassos,

Meus cansaços,

Arrumados.

 

Com meus braços,

Piano em laços

Compassados.

 

Dez compassos

 

Adequados.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Escola

Escola

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Janelas de tantas histórias,

Que mostram futuras memórias,

Miradas de muitos passantes,

 

Serão elas as contraditórias

Porções de luzes aleatórias,

A contar desses estudantes?

 

Por si, as questões conciliatórias,

 

Constroem metas edificantes.

domingo, 26 de julho de 2015

Família Interativa / Crônica do Cotidiano

Família Interativa / Crônica do Cotidiano

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Muita gente na fila, domingo tem filas adoráveis. No banco da diagonal, um casal, uma criança e uma senhora, provavelmente alguma comemoração do dia da avó.

O telefone da moça toca e ela olha para a senhora ao lado e diz:

_Mãe, é a Belinha. Eu atendo agora ou deixo para depois?

A mãe disse que não deixasse a irmã esperando ao telefone.

A moça hesitou, mas atendeu:

_Belinha, como vai você? Que saudades!

A irmã da moça ao ouvir o alô da irmã, feliz da vida começou a perguntar da festa da sobrinha no dia anterior. Disse que sentia não estar presente, mas casa nova em cidade nova precisa ser ajeitada antes de se programar uma viagem para rever a família.

A moça olhou para a mãe, ligeiramente séria, engoliu em seco e contou da festa:

_Foi festa de criança com salgadinhos, docinhos e gelatina em copinho. A mãe disse que gostou.

A moça terminou de contar da festa e olhou para frente como quem quer dizer que a mãe ficou aborrecida pela ausência da outra filha.

Essa pausa silenciosa fez com que a irmã, do outro lado da linha, perguntasse se estava tudo bem com eles, porque ela estava estranha.

A moça respondeu:

_Conosco está tudo bem? Mas, e você, como está? Dizem que chove muito no Rio de Janeiro nesta época do ano, é verdade? Você consegue ver o mar aí do seu apartamento? Não, eu sei que tudo é caro e não dá para alugar um apartamento em frente ao mar. Estou ansiosa por saber de você, mas a mãe também quer falar com você.

A irmã, do outro lado da linha, sem ver a outra tensa dos pés à cabeça, animou-se e pôs-se a falar:

_Dinheiro para alugar um apartamento na beira do mar, eu não tenho. Sabe o que foi que eu fiz? Aluguei um apartamento num edifício alto e, adivinhe! Abro a janela e avisto o mar! Não chove tanto e nem é tão frio quanto em Curitiba, estou amando esse lugar!

A moça disse que estava feliz pela irmã, que desejava que ela se adaptasse à cidade e que tudo desse certo para ela.

A irmã respondeu que mal chegou e se sentiu adaptada, comprou os móveis e caminhou na orla.

A moça completou o assunto:

_Eu fico feliz por você, eu estou feliz por você. Não se preocupe por não ter vindo à festa da Aninha, quando você puder, você vem nos ver. Quem sabe nós damos uma volta por aí e nos encontramos para conversar. A mãe quer falar com você.

A moça, percebendo que a irmã estava bem, conversou mais e mais, inventou assunto enquanto a mãe olhava para ela.

_A mãe quer falar com você!

Logo em seguida foram chamados para o lanche.

A moça, disse a irmã:

_Estão nos chamando para o lanche e estamos atrasados. Você dá um alô para a mãe antes de entrarmos para lanchar?

A Belinha disse que era que ela conversaria com a mãe, ela estava demorando em falar com a mãe porque a irmã estava contando as novidades e a saudade era igual da parte dela.

A moça olhou para o marido e a filha mencionando a entrada para o lanche e passou o celular para a mãe.

A mãe fez que acompanharia a entrada da família e assim que a turma entra na sala de refeições, ela deu a meia-volta e saiu dizendo que não lancharia enquanto não tivesse uma conversa séria com a outra filha.

Não fiquei para ver o fim da história, pois o domingo seria encompridado.

Bom domingo a todos!

sábado, 25 de julho de 2015

Escritas

Escritas

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Escritas são impressões pessoais

Que contam com palavras tais,

Que pintam a sonhar um quadro

Descrito em seus pincéis de esquadro.

 

Das terras desiguais d’um cais

D’um porto, d’um navio em Cascais,

Que o avião te fotografa alado

Ao lume da cidade ao lado.

 

Lisboa, de tantas ruas, de ais,

Descritos nessa luz, virtuais,

Que fado ao som d’um céu tocado

Não enseja compreender o achado!

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Aroma de Café

Aroma de Café

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O café conforta

E convida a porta

Ao bom vento frio.

 

Faz-me assim absorta

E conforma e torna

A preencher o frio.

 

Nada mais importa

 

Que um café ao feitio.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Conceito Errôneo / Crônica do Cotidiano

Conceito Errôneo

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Resolvi escrever sobre esse tema porque tenho observado por diversas vezes as consequências do pensamento que todo o sofrimento pode ser evitado.

A primeira vez que ouvi a respeito foi num supermercado. Encontrei-me com uma senhora que, pasmem me conheceu quando eu tinha seis anos de idade.

O meu irmão brincava com a neta dela e ambos tinham quatro anos de idade.

Perguntei sobre a neta dela e ela me contou do sofrimento da neta. A menina cresceu, casou e, tempos depois o marido ficou doente, uma doença muscular degenerativa com final programado.

Quando ele soube da doença e ainda sendo jovem, por volta dos trinta anos, tomou a decisão do futuro por ele e pela mulher. Segundo se soube ele contratou uma empregada para ajudá-lo nos primeiros tempos e expulsou a esposa de casa.

_Você não tem nada e ficará viva. Emprego você tem, mas eu quero que você crie uma roda de amigas e amigos para quando eu for embora. Eu quero que você comece a sair para jantar fora e, daqui alguns meses, eu quero saber com quem você pode se relacionar afetivamente, eu quero que seja boa pessoa porque nós temos um filho.

A moça disse que preferia ficar ao lado dele.

_Você não ficará ao meu lado. Eu posso até me separar de você. Eu não quero que você sofra por mim. Eu gosto de você, mas a vida continua. Eu cuidarei de tudo para que você seja feliz sem mim.

Depois de alguma discussão a moça obedeceu e foi para a casa da mãe. Ela chorava dia e noite. A mãe chamou a avó para ajudar a moça enquanto ela tivesse compromissos.

A moça tentou visitá-lo. Ele aceitava a visita, mas recusava-se a aceitar qualquer demonstração de afeição por parte da mulher, digamos assim.

A avó contou-me que a justificativa para ele era evitar o sofrimento da mulher, que iria ficar sozinha e tudo era matemático.

Ela disse, também, que talvez fosse certa juventude que o impedisse de saber que não se evita sofrimento por afeição.

Passado algum tempo e ele morreu. Depois que ele morreu a moça não quis saber de mais ninguém. A justificativa era a mesma do falecido marido: evitar sofrimento.

Alguma conhecida pode pensar que estou citando o caso dela, mas não, não estou. Está se tornando normal e, se escrevo é porque me encontrei com mais uma vítima do tal conceito. São vítimas e mais vítimas de um sofrimento terrível que é o de não conviver com o doente enquanto ele está vivo.

Contando em números matemáticos, os casos já passam de cinco. Conheço as famílias e as respeito, a decisão fica dentro delas, mas o conceito deve ser discutido.

O conceito do sofrimento está perfidamente ligado, atualmente, às vinganças, aos desafetos pessoais, ao escárnio do mais forte sobre o mais fraco, etc.

Sofrer por querer bem e por se dedicar ao próximo está se transformando em sinal de fraqueza de caráter!

Tenho também um exemplo positivo, que é a de um marido cuja esposa adoeceu e ele declarou em público, como se fosse uma confissão exposta a julgamento:

_Eu fiquei no hospital com ela e somente saí de lá quando precisei cumprir uma obrigação, mas ela sabia que logo eu estaria ali, junto com ela. Ela não tinha condições de sequer pedir para que eu estivesse ao seu lado devido à febre e a infecção bacteriana. Eu gosto dela e foi a minha vontade ficar ao lado dela até que ela se recuperasse. Não sofri tanto quanto se estivesse longe dela naquele momento em que eu quis ficar junto dela.

Sem citar nomes, esse homem é um viajante e ele estava feliz por acompanhar a mulher em sua recuperação.

_As pessoas desconhecem o quanto é difícil ser viajante e pensar na família na hora de deitar, sem poder fazer nada por ela, estando a quilômetros de distância, muito embora com todos os recursos da informática que possibilitam conversar de tela para tela. A vontade de estar presente é imensa. Mesmo que fosse algo mais sério, se é que é possível algo mais sério que uma infecção bacteriana, eu quero estar ao lado dela.

O conceito que o sofrimento é evitável é um conceito errôneo. Assim como o conceito que o sofrimento é oriundo unicamente da mesquinharia humana.

Certa vez eu ouvi uma “pérola” que não esqueci:

_Do sofrimento ninguém escapa, mas tem gente que sofre menos e quem sofre mais ou sofre menos depende da atitude da gente.

Eu penso que depende das autoridades, porque se depender dos grupos que eu convivo, estão todos por esperar no que vai dar.

São mulheres e filhos sofrendo muito porque alguém se determinou a ser o dono do sofrimento deles sem que permitissem que eles trabalhassem as emoções, as tristezas e as superações causadas pela dor.

Foi durante a semana que eu soube de mais um caso. A dor estava estampada no rosto da pessoa como se me perguntasse se eu tinha ideia do que a pessoa estava sentindo.

Ideia eu não tenho, mas posso escrever a respeito e, quem sabe, auxiliar alguém que esteja passando por isso.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Software

Software

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Ao dia de encontrar,

O tempo do achado

Perdido em lugar

Seguro e chaveado.

 

Presente do olhar

Atento, guardado

Até se mostrar

À tela, ocultado.

 

Disposto a mudar

A ideia, revelado,

Refaz o buscar,

Saber o ensinado.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Gaiatice

Gaiatice

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Até o gato sai de perto

Com medo do que não viu.

Fingindo não ver, disperso,

Parece até que sorriu.

 

Alegre e, ao susto desperto,

Foi ao lado e não escapuliu,

Curioso ao inocente verso;

Surpreso ao ouvir assovio.

 

Toda arte boa é, por excerto,

Um sonho que se espargiu,

Tornado real ao universo.

E o gaiato, ao gato, sumiu.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Amigas / Reflexão

Amigas / Reflexão

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Depois de ler vários textos sobre o Dia do Amigo (a), ponderei sobre a amizade.

A amizade que se tem por outra pessoa é para sempre, a convivência, não. Por que é que é assim? Porque precisamos crescer espiritualmente e não nos apegarmos a apenas um grupo de pessoas. As pessoas têm, individualmente, suas necessidades diferentes em cada período da existência e os grupos de amigos se alternam invariavelmente.

Todas as amizades que fazemos ao longo da vida deixam suas histórias conosco, as suas experiências de vida, pois existe uma troca de sabedoria e conhecimento em toda e qualquer amizade e todas essas trocas de conhecimento são válidas para a vida toda.

Acumulamos vivência com as diversas amizades. Ocorre que, de tempos em tempos, e esse é um fato que acontece com a maioria das pessoas, temos mais contato com algum grupo de pessoas.

Como se mudássemos para outra cidade e nessa nova convivência fôssemos obrigados às adaptações. Nessas adaptações novos grupos se formam, mas lembramos dos grupos antigos e até mandamos email para dizermos que estamos bem e perguntamos da outra pessoa se ela está bem, dizemos que sentimos saudade e, realmente sentimos saudade da boa parceria, mas a vida muda.

Penso que não devemos cobrar que os amigos sejam como a gente é, mas eles também não devem cobrar por sermos quem somos.

Certa vez eu estava numa cidade pequena onde uma moça mostrava todos os lugares bons da cidade. Conversávamos em grupo quando o telefone dela tocou e a amiga do lado de lá da linha perguntou se ela estava aborrecida por ela não ter ido à festa do último sábado.

A jovem, que estava animada e sendo muito gentil, mudou o tom ao telefone.

_Estou magoada mesmo. Até quinta-feira passada você disse que estaria na festa. Como é que no sábado você disse que não estava bem?

A amiga, do outro lado da linha contou que até quinta-feira passada ela estava bem, mas na sexta-feira fez jejum para caber no vestido de sábado e, no sábado sentiu-se sem vontade de sair.

A moça, ao invés de compreender a situação, respondeu:

_Eu vou te levar um pedaço de bolo para mostrar que te perdoei.

Terminaram a conversa em muxoxos e não poderia ser diferente.

Com todo respeito, a amiga não tem obrigação nenhuma de ir às festas só porque a amiga vai. Avisar com tempo para que a outra amiga possa arrumar uma companhia é bem melhor do que deixar a outra esperando para ir à festa. Amizade por obrigação é completamente dispensável.

As pessoas têm os seus problemas corriqueiros e pode acontecer algum imprevisto que as obriguem a tomar outro rumo. Depois conversam, sem estresse e sem complicações.

Ninguém é obrigado a contar de um entupimento na caixa de gordura, é mais polido dizer que não pode e pronto.

A amizade, por ser sensível, merece carinho.

O tempo reaproxima as pessoas. Não é o contato semanal que nos faz mais ou menos amigos das pessoas, é a boa convivência que determina os amigos.

O mesmo tempo que aproxima as pessoas pode afastá-las sem que isso signifique o fim de uma amizade.

Na maioria das vezes, têm-se tanto a fazer que, encontramos os amigos e dizemos:

_Quando der a gente se vê!

Passam mais dois anos e, quando se encontra com a mesma pessoa, a frase se repete. E fica tudo bem.

É bom ter amizades, é bom deixá-las livres para irem e voltarem no tempo em que o nosso tempo permitir.

Porque as amizades não dependem exatamente da gente e dos outros, depende desses raros momentos em que temos para o lazer e o bem estar, para ajudar, para debater, mas com muita liberdade.

Feliz Dia da Amizade a todos os blogueiros!

domingo, 19 de julho de 2015

Quasímodo

Quasímodo
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Revela o homem à oração,
Recita o poema profícuo,
Em suas mãos a menção
Que perto está do longínquo.

Ao tempo da adoração,
Calado nesse contíguo
Pensar em Deus, sua ação,
De amor nesse bem contínuo.

Orar ao alto é louvação
Constante em rima do exíguo
Caminho da salvação
Do doce servo Quasímodo.

sábado, 18 de julho de 2015

Pão

Pão

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O outro lado da moeda

É o que a nada se nega,

Como se fosse pão.

 

Símbolo dessa entrega,

Serve-se a quem o pega;

Seja ou não algum cristão.

 

Deus é quem o segreda,

 

Sabe-o nessa doação.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Peneira

Peneira

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Sabe a peneira,

É seu esse ofício

De grão de areia

Nesse armistício.

 

Bem fazendeira,

Em benefício

Ganha a ribeira,

Faz o edifício.

 

Alvissareira,

Sem desperdício,

É rotineira

E coa o resquício.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Desafio / Reflexão

Desafio / Reflexão

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Hoje a crônica se torna impossível porque envolve covardia e falso moralismo.

Os covardes eram em número variando entre seis a nove pessoas, entre eles homens e mulheres bem afeiçoados e bem vestidos. Contavam como capacidade o que não passou de uma infâmia arrogante.

Deixei o meu café com a xícara pela metade, tamanho o mal estar espiritual que senti. Deixaram uma senhora em má situação sem que a mesma tivesse feito algo de errado.

Saí para tomar ar e, pasmem com o que vi: oito mulheres moralistas, que aguardavam o momento para julgar e deixar a tal mulher condenada.

Esse é o meu desafio: dizer sem contar.

O lugar é para o público e muita gente ouviu o acontecido.

Não pensei encontrar a covardia ao lado do falso moralismo de tal maneira óbvia, certeira na ruína de alguém que nem sei o nome. Posso dizer que a mesma deu queixa e os covardes receberam uma punição pela brincadeira de péssimo gosto.

As oito mulheres moralistas ficaram sabendo do que o grupo de covardes fez.

Essa mulher, sobre a qual não posso dizer se é boa pessoa ou não, por certo não mereceu ser assunto de cafeteria de uma maneira vil.

Os covardes, recebedores da punição, contaram a vilania na frente das mulheres moralistas, vingando-se da punição com um possível castigo à vítima, possivelmente elaborado pelas mulheres moralistas.

As mulheres moralistas com ar sério, irretocáveis na conduta, o que piamente acredito. O excesso de conservadorismo é que pode fazer com que elas queiram dar alguma lição de moral na pobre mulher.

As risadas dos covardes aumentavam à medida que sabiam que poderiam deixar a mulher em situação pior àquela causada pela brincadeira deles.

Talvez porque até hoje não houvesse presenciado tal situação, nunca entendi corretamente o sentido da expressão falso moralismo. O moralismo praticado sobre uma situação falsa, ou forjada, é falso.

Também não havia presenciado a covardia se apropriando do moralismo para uma vingança injusta.

Some-se o total de pessoas e teremos dezessete pessoas contra uma mulher.

Naturalmente, virão pessoas em auxílio dessa mulher e ela não mais saberá diferenciar as pessoas, haverá tantas pessoas em torno dela quantas forem necessárias para o seu bem estar.

Eu saio para encontrar-me com as crônicas, mas hoje ela seria impossível.

Que essa situação fique com os conhecimentos sobre o ser humano.

Em particular, contei o que vi e ouvi para duas pessoas: uma chorou e outra esbravejou.

Nada mais deve ser dito.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Agente Provocador / Crônica de Supermercado

Agente Provocador / Crônica de Supermercado

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O que se seguiu depois da cena que descrevo é muito interessante.

Acabaram-se os biscoitos e, hoje, além dos pães, comprei biscoitos. Supermercado quase vazio. Entro na fila dos caixas, também com apenas uma pessoa à frente e ouço passos ligeiros atrás de mim. Olhei para dar a vez pensando ser alguém com pressa.

Um homem alto e barbudo parou- me e disse:

_Eu tenho dinheiro para os pães. Comprei um pedaço de lasanha e quero saber se a senhora paga o pedaço de lasanha que eu comprei.

Surpresa com a situação, eu disse que talvez pudesse ajudar com alguma moeda.

O homem jogou a lasanha na minha cesta de compras e disse:

_Pague! Eu encontro a senhora na saída do caixa.

O caixa me chamou na mesma hora. Contei a situação, paguei a lasanha dele e pedi para que a empacotadora entregasse o pacote para ele.

Ficamos conversando até que o homem, com casaco rasgado, mas de bom tecido de lã, saísse do supermercado.

Perguntei o que o segurança poderia fazer numa situação dessas.

O caixa disse que o segurança não pode fazer nada. Tem gente que vai ao supermercado para conseguir uma situação da qual possa dar queixa de discriminação contra a aparência rota.

Ele ainda disse que eu fiz bem de não reagir contrária à situação, porque, nesse caso, a atitude considerada discriminatória seria minha.

Não foi difícil perceber que se abriu um debate entre as pessoas que ali estavam e que trabalhavam em locais próximos dali.

Perto dali, alguém disse:

_E, se a senhora ao lado estivesse comprando biscoitos, mas não tivesse disponibilidade para pagar o pedaço de lasanha, o que poderia acontecer? Um assalto? Uma extorsão? E daí?

Outro, mais adiante contava do assalto à mão armada que sofreu ao sair do trabalho.

Ainda algumas moças comentaram sobre a situação delicada em que os seguranças da loja se encontram porque é vexatório assistir uma situação dessas e ter que esperar que o cliente reclame com ele para que ele possa tomar a atitude, que será em frente ao reclamante.

Disseram que situações assim podem terminar em grave prejuízo ao reclamante. Contaram que após a retirada do sujeito do supermercado, logo em seguida aparece um advogado e uma organização para defendê-lo e, por fim, o reclamante tem que pagar uma indenização ao sujeito que criou a situação mais o advogado que o defendeu e aguenta uma expiação em ofensas vindas da parte de não sabem quem.

Disseram para que eu me cuide quando for ao supermercado porque são situações que acontecem com alguma frequência e que determinaram o desemprego de alguns seguranças que tomaram atitudes enérgicas.

Chegamos à conclusão que a situação social leva a esse tipo de acontecimentos, são tensões que precisam ser cuidadas, avaliadas para que se evite esse constrangimento ilegal.

O homem comprou os pães dele e pagou em caixa separado. Eu comprei biscoitos e paguei o pedaço de lasanha dele?

Após o questionamento saímos todos com uma indagação sobre aonde à situação vai se normalizar, em que condições e em que tempo.

Para terminar, afirmo que o supermercado é o resumo da sociedade como um todo, é bom estar ciente.

terça-feira, 14 de julho de 2015

A Estranha / Conto

A Estranha / Conto

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Aconteceu naquele dia, de uma maneira tão absurda que todos ficaram surpresos. A senhora Magali de Magali, que nem era nem tampouco e nem tão muito, adentrou o restaurante e chamou o gerente para dizer que pagaria a conta de todos que estivessem almoçando naquele local durante a semana.

O gerente recusou-se a aceitar.

Com muita polidez ela disse ao gerente:

_O senhor, por favor, chame o dono.

O gerente chamou o dono do restaurante e achou a situação sem nexo. Para evitar qualquer embaraço em frente aos fregueses, disse à senhora Magali de Magali, que, se fosse alguma cortesia ao restaurante ele aceitaria, mas o pagamento teria que ser adiantado. Adiantou-lhe que não deveria nenhum favor à senhora Magali de Magali pela extravagância inesperada a qual ela mesma se submetia.

A senhora Magali de Magali retirou o cartão de crédito da bolsa e disse para que o dono descontasse a semana.

Com receio, o dono pediu ao gerente a máquina de cartões e colocou uma quantia assombrosa como valor a ser pago e disse à senhora Magali de Magali que digitasse a senha.

Ela digitou e a conta da semana estava paga.

Ela, com um sorriso petulante e saiu do restaurante afirmando estar satisfeita em mostrar o seu poder.

Quando ela saiu, o gerente ligou para o marido dela, o qual disse que não se metia com os negócios da mulher. Avisou também a polícia, a qual aconselhou o dono a não tocar no dinheiro e prosseguir com o funcionamento normal do estabelecimento.

Terminada a semana, o dono do estabelecimento chamou a senhora Magali de Magali para pegar o seu dinheiro de volta. Ela se recusou. O dono do restaurante foi até a delegacia para deixar o dinheiro com o delegado. Não havia crime e o delegado não aceitou ficar com o dinheiro. No entanto, o delegado chamou a senhora Magali de Magali para confirmar o presente ofertado ao restaurante perante ele, a autoridade do lugar.

A senhora Magali de Magali confirmou a oferta e assinou a declaração dizendo que nada queria em troca, nenhum favor ou favorecimento.

O dono do restaurante ficou sem ter o que dizer a respeito da senhora Magali de Magali. Entretanto contava o acontecido aos amigos mais chegados para saber se algum deles saberia dar alguma explicação ou algum motivo ao fato.

Com tal atitude, a senhora Magali de Magali ganhou a desconfiança sobre si. Todos os que sabiam do feito passaram a vê-la com desconfiança.

Alguns cogitaram a ideia de que ela queria abrir um restaurante e, através desse contato financeiro, começar o negócio sendo aceita por todos os donos de restaurante, mas nenhum deles abriu o próprio restaurante pagando a conta de outro.

Outros cogitavam que ela abriria alguma espécie de negócio próximo ao restaurante e não gostaria de se incomodar com o dono do restaurante, o que era improvável porque ela e o marido viviam bem.

Outros, ainda, contaram da trajetória dos seus restaurantes e das dificuldades que tinham para manter tudo em perfeito funcionamento durante os sete dias da semana mais a folga de segunda-feira pela manhã.

Dessa maneira foi que a senhora Magali de Magali ficou conhecida em todo o meio dos donos de restaurantes.

Os donos dos restaurantes, diante de tão imprevisível mulher, reuniram-se e decidiram que, se ela quis pagar aquela conta sozinha, o problema era dela e de nenhum deles.

Passadas algumas semanas, a senhora Magali de Magali chegou ao mesmo restaurante e quis novamente pagar a conta.

Desta vez o dono do restaurante impôs uma condição a ela:

_Eu aceito que a senhora pague a conta desde que trabalhe aqui e passe por todas as funções de um restaurante. Um restaurante não é uma extravagância, é um negócio.

A senhora Magali de Magali aceitou a oferta e fez pior do que da primeira vez. Não cobrou a conta de nenhum freguês, pagando ela mesma refeição por refeição.

Reunido com os amigos donos de restaurantes, eles pediram que ele, o dono do restaurante, da próxima vez, a mandasse para o restaurante deles porque eles gostariam de conhecer a senhora Magali de Magali em atuação.

Quando a senhora Magali de Magali retornou ao restaurante algumas semanas depois, o dono do restaurante aconselhou-a a procurar outro restaurante.

Ela se recusou a ir a outro restaurante, ela queria aquele.

O dono do restaurante procurou o delegado novamente e contou da situação.

Ela não havia feito nada de errado, mas não tardaria a fazer, foi o que o delegado disse. Ele aconselhou o dono do restaurante a não aceitar nada e fechar as portas do restaurante para ela porque ela estava se comportando de maneira estranha.

_Não existe restaurante de portas fechadas, senhor delegado. O que eu posso fazer é recusar toda e qualquer proposta vinda dela.

O delegado ligou para o marido da senhora Magali de Magali e contou a situação do dono do restaurante para ele.

O marido da senhora Magali de Magali disse que ela era muito gentil com todos e, que, de vez em quando, gostava de impor a sua generosidade às pessoas.

Passados alguns anos, a senhora Magali de Magali foi-se embora.

Chegou ao inferno e a “coisa ruim” perguntou à senhora Magali de Magali o motivo pelo qual ela havia chegado ali.

A senhora Magali de Magali contou o que fez ao dono do restaurante.

A “coisa ruim” disse que não negaria o apoio a quem tanto se esforçou para isso.

Assim, a senhora Magali de Magali chegou onde queria.

A “coisa ruim” ordenou que ela subisse a terra e fizesse o mesmo com o marido.

Ela fez e o marido desceu com ela.

A “coisa ruim” avisou que, entrando ali, dificilmente teriam saída para lugar melhor.

Eles perguntaram se o dono do restaurante chegaria ali também.

A “coisa ruim” disse que essa era a parte ruim. O dono do restaurante não viria ali e eles não poderiam sair dali.

Assim termina essa história.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Levanto e Saio / Crônica do Cotidiano

Levanto e Saio / Crônica do Cotidiano

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Não adianta fingir que o que acontece não acontece.

Sentei-me ao café e dois jovens adultos sentaram-se próximos.

A moça pergunta ao moço:

_Como vai o Dorindo (nome fictício)?

A resposta:

_Foi preso e aguarda o Habeas Corpus.

A moça pergunta em voz alta, mas com uma metáfora que deixou a desejar:

_Desvio?

O moço respondeu:

_Desvio.

Aconteceu que o moço não parou por aí e destravou a língua e começar a contar o caso inteiro.

A essa altura eu me perguntei onde é que estava. Olhei em volta e estava o balcão, a moça que atende o balcão e mais adiante as vitrines, tudo estava no lugar certo.

Eu é que estava no lugar errado. Os meus ouvidos sensíveis deveriam se afastar daquela conversa.

Desde quando preso é conversa de cafeteria de Shopping Center?

Sinceramente eu nunca ouvi um assunto desses tratados com tanta naturalidade dentro de um lugar informal.

Eu não entendi o nome do presidiário amigo do moço engravatado e levantei e saí.

Não quero nem ouvir assuntos desse tipo. O café é um dos meus momentos de descanso, não sou policial e muito menos bandida.

Dessa vez eu me apavorei com a situação. Estavam muito próximos, na mesa ao lado.

Alguém pode me dizer o que está acontecendo?

Vim tomar café em casa!

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Descolo-me de avatares,

Das máscaras, dos pesares

Que a todos fizeram mal,

Montanhas feitas de sal.

 

E, livre buscarei os mares

De fresca brisa, não a Antares.

Sem mágoas, vou informal;

Dessalgo o sol desigual.

 

Liberta desse Palmares,

De braços abertos, lares,

O cenho abre, é natural.

Refeita, solta e casual.

domingo, 12 de julho de 2015

Concordância

Concordância

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A música diz

Da posta restante,

Retrato de giz

 

De algum chafariz

Ao canto distante

Que, ao sonho, condiz,

 

Ficar bem feliz,

 

Ao som concordante.

sábado, 11 de julho de 2015

Boatos / Crônica do Cotidiano

Boatos / Crônica do Cotidiano

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Os boatos eram comuns alguns anos atrás, mas hoje, com webcam e o celular é difícil inventar casos, histórias sobre as pessoas.

No entanto, os boateiros de plantão, aqueles que são pagos para inventar algo sobre as pessoas, modernizaram-se.

Essa é uma dedução minha tendo em vista alguns acontecimentos que presenciei nos últimos dias. Continuo calada a respeito da vida dos outros, é deles e não minha.

São pseudodiscussões que algumas pessoas postam na rede como sendo reais. Diferente de nós, blogueiros, que inventamos histórias deliberadamente e fazemos contos.

Eu acredito que seja alguma espécie de estelionato, com meios tecnológicos diferentes, que chegam às ruas e criam discussões intermináveis sobre o comportamento de alguém e como interferir positivamente na vida desse alguém.

Pessoalmente, eu me recuso a interferir nesse tipo de assunto, mas os incautos interferem.

Os mais jovens desconhecem o quanto os boatos eram fonte de lucros vários para grupos de interesses diversos. Tentarei me lembrar de como é que funcionava e, mais ou menos, porque desde a infância eu não mais ouvia falar sobre os boateiros.

Os boatos eram profissionalizados, nasciam de fonte desconhecida e percorriam a cidade inteira e a maioria das pessoas acabava por opinar, mesmo sem intenção. Teorizavam alguma ideia sobre o assunto de maneira geral e opinavam.

Os boateiros não contavam com gente fofoqueira, eles inventavam histórias credíveis, mas não comprováveis.

Depois que os boatos passavam a maioria das pessoas não se sentia bem, quase que se obrigavam a este ou aquele comportamento social que não coincidisse com nada da história criada pelos profissionais da boataria.

Com a internet, os boatos rarearam-se como se fosse extirpado da convivência social um grande mal da humanidade, a maledicência.

Para surpresa minha, durante a semana que se encerra, presenciei dois boatos.

Esse boato, que, à moda antiga, e muito triste por fazê-lo, está fortíssimo.

O boato em discussão nos salões é o da mulher casada que foi pega pelo marido com o amante jovem.

Esse tipo de boato, idêntico à moda antiga, é um causador de tragédias. Em meio a esse tipo de boatos, os problemas sociais aumentam e, alguém que nunca se sabe quem, lucra com as discussões que atingem as famílias.

Grande parte da classe média vai à praia. Boas pessoas de boas famílias que, apenas por irem à praia, estão envolvidas, em tese, num boato desses. Barbaridade!

O boato acaba à medida que as autoridades combatem e as autoridades combatem os boatos à medida do tamanho da sua propagação.

As autoridades, no entanto, têm as suas tarefas e se desviam delas para atender uma população inteira envolvida em boatos. Assim, sendo, o boato tem uma consequência política, pois algumas áreas serão menos atendidas para que se possam buscar os boateiros.

Evidencia-se assim o interesse por detrás desse tipo de boato. Reinventaram a fábrica de boatos.

Dessa novidade eu não gostei.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Férias

Férias

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Crianças em férias,

Doces brinquedos,

São boas pilhérias

Nos seus folguedos.

 

Contam matérias

E os seus segredos,

Trazem as médias,

Notas e medos.

 

Enciclopédias

E desenredos

Fazem comédias;

Mães com dez dedos.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Carta Literária Para Edite

Carta Literária

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Curitiba, nove de julho de 2015.

Estimada Edite,

Espero encontrar-lhe com boa saúde e envio notícias de minha boa saúde. Estive ausente alguns dias e não lhe mandei notícias. Escrevo para contar de minha viagem.

Mamãe Ganso nos convidou para uma viagem histórica. Soubemos de guerras, de reis e rainhas e das tradições deixadas através dos séculos.

Passamos por ruas com cartazes de espetáculos teatrais, ruas de comércio e, supermercados; até a Mamãe ganso sabe que eu gosto de conhecer as ofertas dos supermercados e, a título de curiosidade, ainda guardo um pacote com miniaturas de torrones comprados numa freeshop.

O que a Mamãe ganso queria dizer, em resumo, era que, aquela devassidão que correu o mundo em 2013 não volta mais. Direi do estrangeiro, que é muito mais fácil. O presidente Obama não mais passará pelo “shutdown”. Quanto a mim, ficarei longe do “sundown”, recomendações várias e também da Mamãe ganso.

Eu não sei como foi que ela conseguiu, mas decifrou aquela arruaça mundial. O que precisa ser dito, pois toda arruaça precisa de financiamento. Quem financiar arruaças, perderá o seu investimento. E quem disse isso foi a Mamãe ganso.

Devo dizer que a Mamãe ganso foi gentilíssima, nos acompanhou o tempo todo e contou tudo o que conseguiu contar, embora eu não tenha entendido muito sobre a parte esportiva, os estádios, os campos de golfe e as pistas de autódromo. Porque passamos ao largo, ou seja, por fora desses lugares.

Mamãe ganso nos contou sobre a promiscuidade do mundo, esse sim, é o lugar aonde quem vai, fica sozinho.

Passamos pelos cemitérios onde estão Shakespeare e Chopin. Fiz uma prece por eles. Curiosamente, depois, na internet, abri a página e ouvi a música que estou estudando e está conforme deve ser. Curiosamente, depois, lanchei num lugar onde estava escrito que ali Shakespeare fazia refeições. Mães são mães e Mamãe ganso não deixou por menos e deu-me esses mimos.

Mamãe ganso disse para ter outros planos porque a gente precisa de planos, de novas ideias, posto que o que já foi o passado permanece como história, mas o futuro pode vir acompanhado de sonhos, depende da gente. Essa frase de simples não tem nada. A história é com agá maiúsculo e os sonhos são projetos a serem realizados.

A Mamãe ganso quer apoio para alguns dos seus projetos e pretende arrebanhar os financiadores das arruaças para bons projetos mundiais.

A Mamãe ganso brincou e disse que o problema do Mickey é achar que pode fazer tudo sozinho, mas ela sabe que ele precisa dela e ela está à vontade para conversar com ele.

Por fim, aconselhou-me a aproximar-me da cultura lusófona e providenciou a boa convivência através do motorista que nos mostrou claramente as alegrias que brasileiros e portugueses têm em comum.

Quando ele nos olhou e disse:

_Que bela “maçada” que vocês fizeram junto a Mamãe Ganso! Foi ou não foi?

Foi uma conversa de meia hora das mais felizes.

Enfim, Edite, agora fazemos planos e projetos para o futuro. Porém, se te escrevo e publico tal carta num blog, é porque a minha mamãe biológica ensinou-me que privacidade era algo com o que jamais se podia contar. Sabe, ela era do interior, e no interior, a janela da cozinha abre para a janela da casa ao lado e, por fim, todos sabem o que cada vizinho almoça e lancha. Vizinhos bons respeitam a individualidade do outro vizinho, vizinhos maus, não.

Sei que tive que falar em português, inglês, espanhol e, pasme! Em italiano com um grupo de turistas que estavam por conta deles mesmos, porque eles vão ao turismo com guia e cozinheiro próprios da terra.

Um grande abraço da sua amiga de sempre, Yayá.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Devanear

Devaneio

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Caminhada

Devagar,

Compassada,

 

Delicada

Ao pensar

Na jornada,

 

À calçada

 

Devanear.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Garoa

Garoa

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O tempo nesse agora

Convida ao lanche cedo,

Proclama-se ao aconchego;

Veio o tempo à caprichosa.

 

Garoa não se evapora

Em dia frio e não faz medo.

Se, molha, é por brinquedo,

Que molha e não tem hora.

 

Ao dia se faz dengosa

E à noite diz sossego.

Se, vai, volta o brinquedo;

Se, chove, vem preciosa.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Presságio

Presságio

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O som não catalogado

É sentido perceptível,

Não se sabe de que lado,

De onde vem e se é visível.

 

Como se fosse rondado,

Movendo-se ao que é tangível,

Palpável, passo rodado;

Murmúrio indivisível.

 

Repete desconvidado

Na conversa indescritível

De algum surdo ribombado

E alguma fala indizível.

domingo, 5 de julho de 2015

Emanação

Emanação

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Rampa de flores

São meus amores

Em oração;

 

Sopram as cores

Anjos sem dores

Vindos ao chão.

 

Em muitas cores

 

É a emanação.

sábado, 4 de julho de 2015

A Amiga Comum

A Amiga Comum

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Esse texto não é uma reflexão, é sobre a nossa amiga Edite Sqwerty (será que é assim que se escreve?) que compartilha os teclados dos nossos celulares.

Deixa que eu me queixe da Edite, pelo menos hoje.

Vocês não imaginam o que ela fez comigo e também pode fazer com vocês.

Eram por volta de seis e trinta da manhã. Eu acordo o a vitrola que mora em mim acorda comigo e queremos café da manhã e música.

Um sábado com véspera de geada é tudo de bom porque eu sei que hoje está mais quente que amanhã.

Digitei:

“m-a-d-r-u-g-a-n-d-o e c-a-n-t-a-n-d-o.”

A Edite entendeu:

“m-a-s-t-i-g-a-n-d-o e c-a-n-t-a-n-d-o”

Ofendi ao menos vinte pessoas com essa mensagem, a qual, depois que tomei o café da manhã, tomei conhecimento e editei o texto que a Edite fez comigo.

Ninguém deve acreditar que o erro foi da Edite, não seria justo. Editei o texto e postei novamente, assumi que escrevi e que precisava ser editado. Melhor assim.

Cá entre nós, a Edite Sqwerty do teclado do celular merece ser arrumada. Ela desconhece a palavra e põe a que está mais próxima no dicionário.

Que fique a história e ninguém tem que acreditar, pois bem que eu poderia estar comendo algum pão e pensando em música e digitando ao mesmo tempo.

São coisas que acontecem.

Perceberam a diferença nas frases? Que vergonha!

Eu me queixando de mim, também sim.

Fui.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Espírito de Deus

Espírito de Deus

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Aumenta a minha fé, Senhor,

Na graça viva que é Seu Filho,

O Deus que tira toda a dor

Do mundo com amor concílio.

 

Que seja santo esse louvor

E doce ao canto do estribilho

À pauta do compositor,

Letrista ao livro de Virgílio.

 

O Espírito é um esplendor

Que brilha acima do rebrilho

E guia toda alma a se transpor

Ao sonho do ser e seu idílio.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Descobrimento

Descobrimento

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Qual é esse poema

Soprado ao tempo

Dentro ao cinema?

 

Quiçá um fonema,

Pipoque ao vento,

Livre de algema,

 

E chegue ao tema

 

Descobrimento!

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Tempo Morno

Tempo Morno
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Se não, se sim, se,
Agora sorri,
É o meio frio sem alarde,

E algum bem-te-vi
Que afina o si
Aos cantos da tarde.

É a quinta do mi

Que do ócio é resguarde.