Pipocando
Que pipoca é esta,
Se ainda não é a festa
Ao começar,
Gaita e seresta
Que animam esta
Noite de luar ,
Que se ouve em fresta,
Num pipocar?
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
Pipocando
Que pipoca é esta,
Se ainda não é a festa
Ao começar,
Gaita e seresta
Que animam esta
Noite de luar ,
Que se ouve em fresta,
Num pipocar?
A Frase Correta / Crônica do Cotidiano
Ver outra pessoa se comportando de modo politicamente incorreto me trouxe um espelho.
Ele agiu exatamente como ei na segunda-feira passada.
Histriônico, mas magro, e com 61 anos de idade.
Enquanto ele se perguntava em brados o que ele tinha feito para a filha, que tentava acalmá-lo, eu senti uma vontade enorme de me sentar junto deles e conversar com ele, mas uma senhora antecipou-se e sentou no banco ao lado dele.
Num ambiente semelhante ao meu ambiente de segunda-feira, ele reclamava porque era um homem bom, disciplinado, e não entendia o motivo da idade trazer certos problemas.
Sei que era de origem japonesa, e me fez lembrar que ando me comportando como se fosse japonesa, e faz anos.
A senhora que sentou-se com eles, pai e filha, conversava em tom baixo e peruasivo.
Eu já havia me acalmado, mas totalmente espelhada nas palavras daquele homem.
O fato é que o pique da juventude já se foi, mas o enendimento, não. A alma não envelhece.
E nesse ínterim, descubro que me comporto como as pessoas da minha geração.
Tudo bem, vamos aprender a ter idade.
No entanto, eu não o vi da maneira como a senhora o viu e confortou, eu o vi jovem como eu.
Coisas da alma, ou comportamentos iguais diante de uma mesma situação.
As interações sociais, hoje em dia, são diferentes daquelas de antigamente, mas são boas enquanto espelhamento de gerações e comportamentos.
A frase correta é que não somente éramos assim, mas somos assim.
Valeu a quase geada da manhã de hoje.
Grata pela leitura.
Boa Ajuda
Pensar positivo,
Manter-se com Cristo,
A luz que é bendita,
De livre motivo,
Dentro do previsto
E o que se acredita,
Diante do imprevisto;
Crê, que o mal se dista.
Feito Poema
Mantém-se o tema
Em variação,
E não é problema,
Novo é o sistema,
Nova é a canção;
Repete o tema
Com o fonema
Da recriação.
O Ponto
Fluidificar,
Arte maleável
É cozinhar,
Medir, pesar,
E imaginar
O palatável
Sem enfeitar,
Porque é razoável.
Rola o Som
Aula que faço
Com atenção
Neste meu espaço,
Sei que me laço
Numa canção
De tempo escasso,
É meu terraço,
Minha lição.
Longe e Perto
Um mundo apagado,
Sem supermercado,
Um mundo esquisito,
E assim angustiado,
Sem vontade ao lado,
Porque nesse rito
Fica o bem comprado,
Que mundo esquisito.
As Chaves da Felicidade
As chaves da felicidade
E os calçados a se calçar
Por querer a praticidade,
E neles o se contentar
Pelo sentir a saciedade
Macia nesse perambular,
E se encontrar nessa bondade
Do tempo, quando a cochilar,
E permanecer em verdade,
Porque, às vezes, fica a pairar
Sem querer sincronicidade
Ao relógio, por contemplar
Na mais bela serenidade,
Quem haverá de se encontrar
Com tais chaves e em qual idade,
Por guardá-las sem recordar.
Tempo do Artificialismo
Artificial
Exagerado,
Prejudicial
E antissocial
Ao humanizado
No seu essencial
Que é imaterial,
Mas bem pensado.
Cultura Popular
O que se tem que fazer,
Se faz, e o tempo não leva
A sabedoria longeva,
E volta e há de dizer
Que valeu sem se caber
Nos livros, folhas de quebra,
Página que se releva
Bem dobrada sem saber
Muitas vezes por lazer,
Ou o local no qual se deva
Caminhar enquanto neva,
Sabendo que vai chover.
Fusas Confusas
Talvez, não sei,
Talvez, nem sei
Se é o tal talvez,
E o mesmo sei,
Repetirei
Mais uma vez;
Porque não sei
O que é talvez.
Exatamente
Um filtro, exato,
Não digo, fato
Idealizado
No etéreo abstrato
Da alma sem tato,
Vem fantasiado
Porque o dia é grato
E realizado.
Balada
Com gripe mal curada,
Ressaca e madrugada,
Quando muito é excessivo,
Chopin era a balada,
E a noite começada
Naquele frio invasivo;
História a ser contada
Em versos a um notívago.
Veranico
Se o dia manda
Propaganda,
Nunca envia
A comanda,
E a fila anda
E hoje é dia,
Dia que abranda
O frio que havia.
Cultural
A agtregação cultural
Faz com que quase se almoce
Aquilo o que não se trouxe
E se pense como igual,
E se conte história doce,
E se pense como fosse
Nessa mesa um comensal,
Mas não é . É que a água é de água doce.
Tempo Idealizado
Acrescer a memória
Sem deletar a história
É a questão do feriado,
De folga provisória
D'uma alegria ilusória
De um tempo retratado,
Necessária história
Do tempo idealizado.
Passarada
Este pouco,
Mais que nada,
Canta solto
E anda solto
Na invernada,
Vem envolto,
Tempo louco
Deste nada.
Compasso
Se fez falta
Esta pauta
Pelo tempo,
A noite já é alta
Na ribalta,
E o pensamento
Nela é incauta,
Faltou ao tempo.
Experimentação
Com motivo,
Caminhando
Positivo,
Prestativo,
Conversando
Pensativo;
Nesse crivo,
Vivenciando.
Deleite de Mãe
Volto ao leite,
Que é o deleite
Som materno,
Brando enfeite,
Morno aceita,
Sol de inverno
Bom lembrete
Do que é eterno.
Feitos Um Para o Outro / Miniconto
Aristobaldo tinha opinião formada sobre as mulheres:
_Mulher quer jantar fora e emendar o programa.
Balbina tinha opinião formada sobre os homens: Feminista, não queria se casar, mas ter filhos, os quais lhe trariam um amor verdadeiro.
_Os homens não amam, eles são boa companhia. O único amor que existe é entre pais e filhos.
Saíram para jantar e, depois foram ao motel.
Eles se divertiram, com ela acima.
Em casa, Aristobaldo contava sobre ela:
_Saí com uma cabrita que pulava sem saber aonde pulava, sorte foi não ter me machucado.
Como foi que vocês conseguiram sair, pergunta que foi deita por curiosidade, pois na prática seriam vistos e falados pelos amigos e conhecidos.
Balbina era articulada, com amigos em todas as esferas sociais.
O amigo perguntou se iriam morar juntos ou namorar em separado e a cada um em separado.
Aristobaldo disse que não tinha nada a ver. O assunto estava acabado ali porque ele não se arriscaria mais em sair com uma cabrita.
Balbina disse que a mulher deveria saber se cuidar sem precisar da companhia masculina.
Um dia ao encontrar o amigo curioso, e separadamente, perguntam se o amigo havia sido bem sucedido no amor.
Não, o amigo não havia sido bem sucedido no amor.
Ouviu que os que não amam são mais inteligentes.
O amigo perguntou se eles, Aristobaldo e Balbina nunca mais se viram.
O amigo soube que eles se viam, mas como conhecidos civilazados, educados e discretos.
Feitos um para o outro.
Singular
Entre o que sei
E o que não sei,
A imensidão
Do que pensei,
Sintetizei,
A compleição
Do que diz é e Hei,
Uma noção.
Sexto Sentido
Descoberta,
Porta aberta
De um limite
Que desperta
Encoberta
Num palpite,
Como alerta
Que se grite.
Despertador
O despertador
Gritou a canção,
Consumidor
De um sonhador
Pela emoção,
Apontador
Do dia ao calor
Dessa canção.
Breve Pressa
Ao dia se eleve
A letra leve
E a boa conversa,
A pressa, e o breve
Tempo a que serve,
E pensa e versa
Quando se escreve,
Porque o conserva.
Não Sei Pescar
Embaralhada
A pescaria
Sem a pescada;
Tilápia nada
E é peixe; ao dia
Vale a comprada,
E essa peixada
Não pescaria.
Entre o Preceito e o Conceito
Devagar
E sem jeito,
Esse andar
Por pensar
Sem conceito,
Sem tardar,
E a ajeitar
Um preceito.
Show
A reverberação
Dos versos permanecem
Ouvidos com dicção,
Essa declamação
Não autoral é função
Daqueles que se aquiescem
Em dar voz a canção,
E que ao poema enaltecem,
Sem saber são e não são
Os ecos que enternecem
A gente, sem noção
Do efeito turbilhão.
Pretexto
Gente solta,
Mas é pouca
No contexto
De uma volta,
Vira e volta
Por pretexto,
Que vai envolta
No seu gesto.
Outro Tempo
Será outro tempo,
E vem pensado
Nesse outro tempo,
E o pensamento
É um ser alado
Em movimento
Calado ao vento,
Mas desdobrado.