Plim
As pedrinhas de gelo
Na janela do zelo,
Em leve movimento
De delicado apelo
Sonoro num degelo,
Trazem distanciamento,
E à janela modelo
A vontade e o andamento.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
Plim
As pedrinhas de gelo
Na janela do zelo,
Em leve movimento
De delicado apelo
Sonoro num degelo,
Trazem distanciamento,
E à janela modelo
A vontade e o andamento.
Ensolarado
Agradecer,
Obedecer
E ponderar
O que fazer,
Devaneio a ser
Pestanejar,
Muito a fazer,
Muito a pensar.
Exercício
Ainda canção,
Ainda lição
A se estudar,
Animação
De coleção
A se escutar,
Para a audição
Exercitar.
Poema Psicológico
Nem tropical
Nem matagal,
Urbanamente
Em susto igual
Ao raio fractal,
Exatamente
Do natural
Ao ansiosamente.
Outra Versão
Após o telefonema, pegou o trem de Santos para São Paulo.
Naquele trem havia uma mulher ao lado dele, e a mulher tanto incomodou, que ele acabou com o filho dela no colo.
Chegou a São Paulo com o bebê da mulher no colo.
A esposa havia ido esperar por ele na estação, pois naquele bar de Santos ele havia dado dois telefonemas, um para a polícia do delegado Barros, e outro para a casa do cunhado, avisando que estava voltando para São Paulo.
O problema não demorou, e a esposa se sentiu desreipeitada por ele.
_Como desrespeitada? Estou agindo como membro da Assembleia de Deus, e quer saber de mais, você não imagina o quanto eu te respeito!
Naquele fim de tarde a discussão continuou, e no dia seguinte foi pior.
A discussão foi tão intensa dentro do automóvel, que ela saiu do automóvel e disse para ele ir para casa quando estivesse se sentindo melhor, porque ele estava louco.
Ele voltou para casa após anoitecer.
_Onde você esteve? Que loucura foi aquela dentro do automóvel?
Ele disse que tinha ficado à esmo, perdido em seus pensamentos e a loucura que eles causavam.
Nenhum dos dois pediu desculpas pelo acontecido dentro do automóvel.
_O que foi que aconteceu? Você estava transtornado, perguntou ela.
_Fui traído. Não era para chamar a polícia em caso de agressão. Era para avisar a polícia sobre a situação de Santos. Perdi a confiança neles. (Acabou, quebrou o cristal)*. Eles me usaram. Não sou da polícia, ou dos adeptos do delegado Barros.
Respirou fundo, olhou nos olhos dela, e a percebendo assustada e amorosa, sentou-se em frente a ela.
_ Santos estava no inferno. Quando me pediram para telefonar sem que houvesse acontecido nada além do inferno daquela situação, eu disse que me sentia dispensado de estar com eles. Perguntei como chegar até a estação de trem. Comprei o bilhete e embarquei. Aquela mulher realmente era ordinária, pensei em você e peguei a criança no colo para impedir qualquer atitude sexual da parte dela. Quando ela se fez dengosa eu disse que era do filho dela que ela gostava.
A esposa perguntou como ele se sentia naquele momento.
_Perdi meus amigos de infância. Estou sentindo luto.
A esposa ponderou se ele sairia com eles novamente, pois eles voltariam de Santos e, certamente o iriam procurar.
_Eu não saio mais com eles. Acabou.
Ele olhou para ela e disse que durante o tempo em que vagou de automóvel pela cidade, pensou nela, e que ela tinha toda a razão de estar zangada, e que ele não se sentiu bem ao lado daquela mulher, e havia sido fiela a ela. Sentia ódio de si mesmo por ter confiado nos amigos, e que não teve como evitar de dar o telefonema para voltar a São Paulo.
Ela perguntou se os amigos haviam ficado em Santos.
_São lambe-botas. Ficaram. De hoje em diante f***
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Este trecho não faz parte do livro do pastor da igreja, mas se você tem um livro, leia. O fiel não perecerá.
Acabo de modificar o capítulo de um livro de Jorge. Livro de época, similaridades, contextos e criatais trincados.
*Edite editou: "Não quebrou cristal nenhum, pois o cristal era ela, não os amigos."
Tempo de Prosa
Outro tempo
É o da prosa;
Céu cinzento
Azul, rosa,
Ou nevoento,
Que na prosa
É o fomento
Da mimosa
Quanto ao vento,
E preciosa
Ao argumento,
Glamurosa.
Conexão
A luz é a conexão
Que pode transformar,
É uma libertação
Que se pode alcançar
Pela alegria de um pão,
Ceia de um só caminhar,
Que ao verbo doa a oração
Mui humilde a concordar,
Recitando à razão
Que deve continuar
Na palavra canção,
Pois Deus sabe cantar.
Convicção
Todo dia diferente,
Deste modo presente
No ser, composição
Da criação, referente
E nova e segue em frente
Da escolha à situação,
Que depende da gente
Aonde está a convicção.
Sistematização Musical
Automática decoração,
Emoções que são analisadas
Uma a uma na interpretação,
Mesmo quando são repensadas
Numa sistematização
Nas leituras sincronizadas
De difícil exposição,
Onde são de novo arranjadas,
Dinamizadas na canção,
Plena de frases ajustadas,
Transformada a interpretação;
Emoções desarrazoadas.
Cola Fugaz
Vem da oração
A redenção,
Que é sentir paz,
Libertação
E comunhão
Porque é capaz
A luz de ação,
Cola fugaz.
Mania de Escrever
Lugar de escrever
E deixar passar
O tempo, e antever
Um verso a se doar
Sem querer, por ter
Mania de pensar
E ter que dizer,
Ler e extravasar
A não mais saber
Da ideia a cintilar,
Primeira a nascer
Na mente, e inspirar.
Quadrado, Quadrado
Dia quadrado
E esforçado
Não se cansa,
Se pensado,
Combinado
Que se alcança
Almejado,
Com confiança.
Cultura Inútil / Reflexão
A cultura inútil não é inútil, quando relacionada com o saber cultural.
Pela segunda vez ouço a recomendação para não ir a um determinado lugar.
O primeiro lugar é uma lagoa, com histórias e mais histórias contando ser um lugar negativo.
Hoje foi a respeito de um museu pitoresco de outra cidade, e tenho que dizer que tanto a lagoa quanto o museu ficam noutra cidade antes que criem folclores na minha cidade.
Hoje até achei exagerado o conselho, mas ouvi:
_Não vá. É um lugar complicado com uma história complicada.
Os dois conselhos se referem a cidades diferentes.
A lagoa realmente tem história de arrepiar em termos de paranormalidade.
Sobre o museu dizem que se entra lá sozinho e se sai acompanhado por espíritos, e que depois além das orações, será preciso a sorte de que o espírito queira desacompanhar o visitante do museu.
_Nunca! Nem por curiosidade, nem por não ter medo de espíritos. Eu também sou evangélico e não acredito nessas coisas, mas não entro lá, porque não sou eu quem vai provar que as histórias são criadas pela imaginação popular.
Isso é cultura popular, uma história que se comprova na imaginação coletiva das pessoas, e até por uma questão de autossugestão, pode ser que coisas estranhas aconteçam.
A lagoa é povoada de bruxos e monstros.
O museu é povoados pelos espíritos que vivem nos quadros.
Os fenômenos culturais devem ser respeitados e até digo que gostaria que essas pessoas escrevessem as hostórias, porque tais histórias fantásticas são muito bem contadas.
Não sei contar, porque não guardei os detalhes que as fazem emocionantes.
Dessa vez nem vou tentar, mas quanto à lagoa, eu pedi para ir almoçar na lagoa ao motorista de táxi.
_O quê? A senhora não sabe o que está pedindo, e eu preservo os meus fregueses de maus presságios. Posso indicar vários outros lugares para a senhora passear.
Respeitar a cultura de uma localidade ajuda a entender a cultura que a permeia.
Não, não existe cultura inútil.
Melódica
Entendo a melodia,
Muda a filosofia
Ao tempo desse autor ,
É outra a simbologia
De quando ele escrevia,
Seu público, seu andor
Secular de magia,
Séquito do seu amor.
Tapete do Mar
Tapete do Mar
Aré o vento se faz quente
Quando o calor se reflete
Na areia, que teimosamente
Tem a pegada d'água entre
A água e a areia, a qual se reveste
De borracha, displicente,
Sandálias que de repente
São a vontade d'um tapete.
Salina
Necessário é esse tempo
Que não se acha ou se arruma,
Desfeito pelo vento,
Pelo temperamento
Do mar, que inquieto espuma
As ondas, sal rebento
A se mostrar momento,
Nessa ilusão de bruma.
Batco à Remo
Rumo de um sol que assombra
O prumo, a vela, a sombra,
A conversa ruidosa
Sobre o tempo que zomba
De todos, que embroma
A brisa preguiçosa,
Sem pensar na maromba
Que e remar, vagarosa.
Espaço de Verso
Espaço armazenado
De verso decorado
Em busca de lazer,
Ou de um bife dourado
Com farinha empanado
A quem sabe fazer,
Porque o talento é um dado,
E não há nada a aprender.
Parada Obrigatória / Crônica de Supermercado
Parada obrigatória, entro num supermercado para comprar pães.
Ao entrar avisto um senhor emocionado, enxugando as lágrimas que lhe caiam na face envelhecida e de cabelos brancos.
Alguma coisa há, pensei e fui até a padaria pegar pães.
o supermercado silencioso, e o único som que se ouvua era o da emissora de rádio curitibana.
Pareciam estátuas vivas, o açougueiro e o cliente olhavam um para o outro com expectativa.
A moça dos pães me atendeu, e me dirigindo para a saída, perguntei se havia algum tipo de frutas para o senhor que arrumava o corredor das verduras.
Ele não respondeu, mas pediu com um gesto de mãos que eu aguardasse.
Parei, era uma questão de ducação, ou talvez de saber o que estava acontecendo.
Esperei uns dois minutos, quando o homem parou de pedir silêncio e se dirigiu a mim perguntando o que eu desejava comprar.
Uma ou outra fruta, respondi, dizendo que não encontrei o preço.
Ele sorrindo, e me vendo em atitude de surpresa, contou a situação:
_Minha senhora, acabamos de ouvir pela rádio a mais bela mensagem sobre o amor , e sobre o relacionamento homem-mulher. A senhora entrou no mercado quase no final da mensagem, e por tal motivo não estava parada para ouvir. Procure o podcast da emissora e ouça, foi a mais emocionante e sensível mensagem que já ouvi.
Parabéns para a emissora de rádio que conseguiu parar o supermercado inteiro, e deve ter sido algo muito especial.
A fim de não dizer mais nada para não fazer propaganda, digo que agradeci, fui ao caixa e trouxe os pães comigo.
Conceito Bonito
Conceito bonito
Pode ser mantido,
E não ser um dito,
No qual, se acredito,
Dito e transmitido,
Faz-se ainda bonito
Porque não é restrito,
Sem ser alarido.
Popularidade
Popularidade
Têm o sol e o mat
A se encastelar,
Quando na cidade
A janela é um luar
A se esquadrinhar,
Literalidade
Que é retangular.
Longe da Janela
A cada dia, o seu dia,
O frio, o calor, este dia
Conforme Deus e o tempo,
Ainda há pouco chovia,
Granizo que se via
Repicando no vento,
Mas logo derretia,
E não entendo este tempo.
Motivação
A fita adesiva
E a outra colorida,
Detalhe guardado
Numa descabida
Imagem que avisa
A não se dobrado,
Mas bem que motiva
A ser poetizado.
Caderno de Música
Meus cadernos
Anotados,
Lápis ternos
Apagados
Por eternos
Dedilhados,
De modernos
A antiquados,
Em fraternos
Remoldados,
São cadernos
Realizados.
Singularidade de Época
Nesse tempo da gente,
Na conversa da gente,
Contemporaneidade
Feita de consistente
Feição em rugas que sente
E pensa à linearidade
De época pertinente,
É singularidade.
Tempo e Ornamento
Civilidade,
Comportamento
E habilidade
Da sociedade
Em crescimento,
A ser cidade
E afinidade;
Tempo e ornamento.
Café com Pastel
Recomeçada
A caminhada,
Mas devagar,
Marcha engrenada
E encalorada;
Vale pausar.
Recém-chegada
Por rabiscar.
Significar
O que fazer?
Ser e obrar
E entender
Esse dizer,
Porque não é orar
A Deus, é ser
E compreender,
Significar.