Tempo Presente / Reflexão
Alguns de nós simplesmente não tem a oportunidade de voltar ao passado, nem em forma de saudade ou para reviver os bons e maus momentos que lá estão.
As pesquisas estão voltadas ao futuro, mas são pesquisas e não experiências com o passado. As pesquisas que não foram feitas no passado hoje são consequências e não podemos medir se realmente são consequências porque essas pesquisas não foram feitas.
Uma dessas pesquisas que não foram feitas, mesmo que fossem sugeridas à época passada, por exemplo, foi a alteração da sexualidade humana com o uso da pílula anticoncepcional.
Segundo alguns estudiosos das ciências, mas entre aspas, porque são pessoas que mais divagam do que tem propriamente conhecimento científico, o mundo ocidental conta com trinta por cento da população como sendo homossexual.
Sem preconceito homofóbico, pode-se perguntar se antes da pílula anticoncepcional o comportamento da espécie humana contaria com tal percentagem.
À época, era considerado uma atitude devassa discutir a pílula anticoncepcional. A igreja católica condenava e o silêncio sobre essa conversa em sociedade era obrigatório.
Em pequenos grupos, observava-se que a pílula anti-concepcional, devidamente tomadas por jovens recém-casadas, causava obesidade. Devido ao fato das jovens recém-casadas adquirirem mais ou menos vinte quilos após o uso dessas pílulas, as mais novas eram aconselhadas a usarem outros métodos anticoncepcionais caso se casassem. Aliás, nem sei se existe o diafragma ainda, considerado à época o mais inofensivo dos métodos anticonceptivos.
Esse assunto me ocorre tendo em vista a discussão sobre a homofobia. Mas ninguém quer conversar sobre uma possível hetero-fobia, uma questão interessante.
Este é um assunto que não pertence à infância. O combate à pedofilia não é suficiente, acaba esbarrando nas igrejas que acham que podem perdoar tudo, e como se diz há muitos séculos, em matéria de sexo ninguém deve colocar a mão no fogo por ninguém.
Por outro lado, a pílula liberou as mulheres para terem filhos quando melhor lhes conviesse. Os costumes mudaram. As mulheres se casam duas vezes e têm filhos de dois pais diferentes e a diferença de idade entre os filhos passaram a ser de até vinte anos.
A educação dessa crianças oriundas de dois casamentos possuem uma diferença brutal daquelas oriundas de um só casamento.
Agora, sugere-se uma pesquisa atual. Qual a diferença entre as crianças oriundas de um só casamento e as crianças oriundas de dois casamentos? As primeiras conseguem um joelho ralado numa brincadeira escolar, mas as segundas, que dores na alma terão?
É necessário que se discuta novamente a gravidez responsável. Significa poder amar os filhos enquanto viver. Filhos são para a vida inteira, não nascem para realizar a vontade do segundo marido, que naturalmente quer ter filhos, mas também deve, ao querer ter filhos em se casando com mulher anteriormente casada com outro, deve assumir o compromisso da paternidade para toda a vida dele.
Porque essa mãe natureza que toda mulher tem, deve vir acompanhada de humanidade, dos compromissos relativos a ser mãe após a amamentação.
Essa realidade me atinge hoje. Essa realidade atinge a sociedade hoje.
Eu que vou ao supermercado e que ouço o que quero e aquilo que jamais gostaria de ouvir, pois vou ao supermercado e as outras mulheres também estão lá.
A responsabilidade do ser humano para com outro ser humano que não tem condições de se defender, por não ter maturidade suficiente, é fundamental para a existência dessa mesma sociedade.
Outro dia, aqui na cidade de Curitiba, prenderam uma mulher que teve uma criança na rua, abandonou e passou mal, chamou a ambulância e acabou presa.
Para que essa mulher engravidou? Por que não tomou medidas protetivas? Para acabar presa?
A maternidade precisa ser discutida. O planejamento familiar precisa ser discutido.
Também esta semana houve um terrível acidente com jovens atletas que morreram queimados num centro de treinamento esportivo do Rio de Janeiro. O assunto foi manchete internacional. Mas os jovens que morreram num tiroteio na favela do Rio de Janeiro, quase que passou desapercebido. Praticamente em mesmo número. Vinte e nove meninas perderam os seus possíveis futuros namorados e maridos.
Particularmente, e em acordo à minha heterossexualidade, prefiro discutir esses assuntos, mas isso não significa homofobia, significa humanidade.
As crianças de hoje em dia são criadas em creches e escolinhas, penso que não é correto retirar da mãe e do pai os assuntos relativos à sexualidade deles. Criança aprende à medida que pergunta, mas podem ser orientadas pelos professores a olharem nos olhos da mãe e do pai e perguntarem, ou será que levarão castigos por perguntarem à mãe e ao pai sobre como nasceram. Ou serão castigadas por perguntarem como foi que os irmãos, oriundo do outro casamento nasceram? Aí é que está a questão difícil de ser respondida.
O presente importa e muito, há questões humanas que precisam ser resolvidas.
A sociedade precisa de psicólogos, filósofos, sociólogos e, porque não dizer, dos teólogos, para solucionarem essas questões.
Voltando ao começo do assunto, eu não tenho tempo para o passado.