Refrigerada
Cor refrescante,
Refrigerante,
E ensolarada,
Amenizante
De um sol distante,
E delicada
Ao ser constante
Na caminhada.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
Refrigerada
Cor refrescante,
Refrigerante,
E ensolarada,
Amenizante
De um sol distante,
E delicada
Ao ser constante
Na caminhada.
Poema Tecnológico
Arquitetura
E outra textura,
Modernidade
Que é a conjuntura,
E essa postura,
Curiosidade
De uma futura
Atualidade.
Alumbramento
Alguma filosofia,
De vez em quando é magia,
Surpreende em contentamento,
Porque não sabe do tempo,
E faz da alma livraria,
Sem que diga a que viria
Por ser de um seu pensamento
Que não pensava o momento,
Mas que agora compreendia
Que a qualquer um surgiria,
Tornando-se alumbramento
De um dia cinza, e o seu alimento.
Subjetivo
Impossível
Definir
O credível
Do invisível
Que é o sentir
De um factível
Suscetível,
E construir.
Fria Reflexão
Pensamento distante,
Muita gente falante
Distrái a imaginação,
E sem concentração,
Até mesmo esta estante
Fica ao refrigerante
Gelada em reflexão,
Não fosse geração
De luz determinante
Ao ser, seu visitante,
Pensamento e razão
De toda apreciação.
Interlúdio
Gota d'água,
O prelúdio,
Chopin lúdico
Que deságua
Num estúdio
Sem refúgio;
Chuva análoga
Ao interlúdio.
Rápidas e Sinceras / Crônica de Supermercado
De vez em quando vou a supermercados distantes, e hoje especificadamente para sair com o tempo bom, porque para amanhã já tem previsão de chuva.
Enquanro passeio, fui olhar os esmaltes para unhas, e até mesmo cheguei a gostar de uma cor e pensei em comprar, mas apareceram duas senhoras, que ao me observarem, trocaram ideias a meu respeito, e uma delas foi explícita se dirigindo a mim:
_Dizem que mulher velha não deve ter cabelo comprido, mas ela está bem. Disse isto para a senhora ao lado dela.
Coloquei o esmalte que iria comprar da cesta e o coloquei na prateleira novamente.
Olhei para a senhora de cabelo grisalho, presos com um elástico, e perguntei se ela estava se referindo ao meu cabelo.
_Sim, estou. Eu fui muito criticada porque tinha cabelos grisalhos compridos até a altura da cintura, e cortei, mas eles não estão curtos. As pessoas com as quais convivo me disseram que fica estranho uma mulher velha ter cabelo comprido, mas ficam bem na senhora.
_ O meu cabelo é mais curo do que na altura da metade das costas, mas também refleti junto a ela que o cabelo é dela e ela escolhe como uasá-lo, inclusive disse que se ela quisesse poderia escolher tingir o cabelo na cor que lhe aprouvesse. Disse também que não existe convenção para corte de cabelo em acordo ao tempo vivido.
Desejei boa sorte e boa vontade para ter o cabelo que ela achasse ideal, e me dirigi às compras necessárias.
Comprei o que precisava e fui ao caixa.
Apareceu uma moça, atendente, preocupada com ela mesma, e disse:
_Acho que não estou bem, tendo em vista que não tenho sede e nem fome, mas um cansaço muito grande me atinge neste momento.
Parada eu estava, mas olhei para frente em direção nenhuma, com receio de algum comentário sobre a moça, e senti medo sobre o que pudessem dizer a ela, mas a suavidade foi imediara, na voz de uma colega dela:
_Só você? Parece que fizemos o melhor, suamos até a exaustão, esta semana era como se fosse indispensável o esforço até o limite, algo que não foi usual.
Sou obrigada a concordar, foi a sensação da minha semana ter que fazer sem parar, pausar para o almoço e recomeçar a me mexer, até o dia acabar, e sequer pensar se era necessário ou não, como se fosse uma pressa de que a chuva acabasse.
O que foi que aconteceu com a gente, pensei. Depois de compartilhar a sensação com essa gente desconhecida, foi que me dei conta da busca de um preciosismo musical apenas pela busca, mas ciente de que não era necessário, e sem saber se foi de utilidade ou aprendizado tanta insistência num mesmo compasso.
Delas não sei porque não as conheço.
De onde vieram essas impressões e sensações iguais, com palavras sinceras e rápidas, mas não se permitindo buscar desculpa ou obrigação para as sensações comuns, é o que teremos para pensar sem definir tempo fixo, o que seria telepático se não fosse presencial, e o se neste caso real.
Grata pela leitura!
Ela parece ter gostado do que eu disse, posto que continuou olhando o meu cabelo colorido e não natural, mas parece que ela ficou se imaginando com cabelo colorido.
Ela se sentiu altiva, fez uma postura perfeita e concordou com um menear de cabeça.
Universal
Um sorriso
Impreciso
Vem deixar
O improviso
Indeciso
De um sonhar,
Tão conciso
Precisar.
Cata-Palavra
Saber se expressar,
Dizer o que sente
Traz um bem estar
Muito diferente,
Um se reencontrar
Sem equivalente
Ou sem disfarçar
O que está latente,
E este se notar
Mostra-se evidente
Ao outro e ao caminhar
Descontraidamente.
História de Chuva
Faz tempo, houve um mês chuvoso como este mês de setembro em Curitiba.
Escrevo, principalmente para informar aos leitores que as secadoras de roupa pequenas, de estante ou parede, suprem as necessidades e valem o uso.
Comprei uma secadora de roupas pequena, de marca que não existe mais, não estragava zíper e nem estourava botão, era boa, não mais que boa, e tinha um consumo de energia razoável para o bolso.
Observo a chuva e lembro que, após um mês inteiro de chuvas, quando fez sol, muitos azulejos despencaram das paredes de vários lugares, e houve um movimento bom para os azulejistas da época.
Até mesmo o livro que lia em meio as roupas secadas na secadora barata, e os azulejos que por aqui também caíram da parede, descrevia a situação como se fosse em outro país.
Lia um romance sobre o clima na Irlanda, e das roupas que secavam próximas a lareira de fogo à lenha,
e das botas especiais para usar nos campos e alagadiços para que os sapatos não molhassem e a friagem trouxesse doenças respiratórias.
Era algo muito leve, um bestseller bastante criticado por ser o que chamam de água com açúcar, com final feliz.
O final feliz era porque apesar da chuva, do frio, da vida rupestre, os personagens tinham ânimo, e as mulheres preparavam refeições e pães feitos em casa.
Essa ambientação irlandesa, era partilhada, porque o livro era lido por duas pessoas, e quando eu cansava de ler, outra pessoa lia, e discutíamos o posicionamento das personagens diante da ambientação delas e da nossa.
Muitos assados e poucas frituras ou cozidos naquele mês chuvoso, e agora éramos em quatro mulheres, as ddaqui de casa e as do livro, com problemas iguais d'uma cidade chuvosa em época própria e sazonal.
Por fim, ríamos porque fazíamos as mesmas atividades que as nossas amigas irlandesas, incluindo-se as vaidades e a humildade necessária para comprar uma secadora barata porque não tínhamos lareira e lenha colhida no quintal.
Termina o mês com parte dos azulejos desabando quando para a chuva e a parede sua o sol.
O azulejista veio e colocou os azulejos no lugar.
Aquele mês de chuvas acabara por ser grandioso, porque conversávamos diariamente com as nossas amigas virtuais irlandesas, com inúmeras ideias e pensamentos diferentes de toda e qualquer queixa.
Chove bastante neste momento, mas as amigas irlandesas ainda estão por aqui, virtualmente, num livro lido à quatro mãos, com disputa para ver quem terminava o livro por primeiro.
História de chuva pode ser válida em dia chuvoso, pode trazer sugestões e soluções aos problemas normais, até a compreensão de outras culturas, pois algumas residências irlandesas não usam azulejos, mas cimento reforçado nas paredes que estão em contato direto com o vapor de uma panela, mas por aqui tal tecnologia me é desconhecida, porque pela descrição é um ambiente aprazível de se estar.
Grata pela leitura!
Açucena
Musicista
Mas pequena,
Tendo em vista
Cantilena
Que se insista,
Uma antena
Que não dista,
Açucena
De conquista
Quando acena
Otimista,
Vem serena.
Brisa ao Tempo
Este tempo,
Diferente
D'outro tempo,
Sentimento
Que pressente
O experimento
De um momento
Que consente
Brisa ao tempo.
O Ser Humano e os Fenômenos da Natureza
Consonante,
Não constante,
Desigual,
E pensante
É o bastante
Temporal,
Mas distante;
Vi o jornal.
Personalizar
Estilizar,
Característica
De se pensar
E seguir à risca
E continuar,
Mas não ser mística
E acreditar
Que muito é física,
Que a alma é o sonhar
É agir com crítica
E realizar;
Ser analítica.
Agasalho
O frio convence
A congelar,
Mas que se pense
Em caminhar,
E se acrescente
A exercitar,
Que a paz se sente
Ao cochilar
Depois de quente;
Depois, no lar,
E alonga a mente
Ao despertar.
Maestria
Conversar
Por dizer
Sem saber,
Mas pulsar
E pinçar
Um saber
A acolher;
Palpitar
Por pensar,
Por não ser
Um dizer,
E gostar.
Bolhas de Sabão
Bolhas de sabão
Sopradas da mão,
Que ficam a voar,
Pensamentos são
Que somem em vão,
Ideias de vagar
Sem muita atenção,
P'ra não se notar.
Virtuosos
Ensinar é missão
Útil e pacenciosa
Que modifica a ação
Aos poucos. É a preciosa
Canção da vocação
Nesse aprender, curiosa
De gente e com razão,
Numa viagem graciosa
Em verdade e doação
De tempo, vagarosa,
Mas plena de atenção
Ao caminho, virtuosa.
Por Obrigação
Chovendo,
Se esconde
Correndo
Por onde,
Se vendo
O bonde,
Tangendo
O bonde;
Não vendo
O bonde,
Chovendo,
Vai aonde?
Recanto
Foge a palavra
Que se encontrava
Em qualquer canto,
A que faltava,
Mas encantava,
Não por encanto,
Porque enfeitava
Um seu recanto.
Distorção Térmica
Térmica distorção,
Lá fora frio, e aqui quente,
Falsa calefação
Que ilude, e a noite sente
A estranha sensação
De cobertor ausente
Nesta aclimatação
Feita inconstantemente,
E que a parede invente
A questão e a solução,
Incomum a esta mente
Que saiu ao vento, coerente.
Quermesse
De vez em quando
O sol aparece,
E o céu, azulando,
Do alto enternece,
Iluminando
A quem não esquece
Dos anjos voando
Numa quermesse
Representando
Vozes de prece.
Momentos
Deus é o tempo,
Firmamento,
Redenção
De um momento,
Catavento
Da emoção,
Sopra ao vento
A oração.
Aconchego
À lareira,
A conversa
Costumeira,
Seresteira
E dispersa.
A floreira,
Que é faceira,
Rima e versa.
Comedimento
Vem, pensamento,
Fica a meu lado,
Na sombra e ao tempo,
Comedimento;
Temperamento
Não sossegado
Por todo o tempo
Fica cansado,
Não é pensamento
Elaborado,
Pensado a tempo,
.Raciocinado.
Floradas
Veja o tempo
Costumeiro,
Eu o contemplo
E me invento
Ao floreio
Desse tempo,
Esse tempo
Jasmineiro.
Alma Leve
Descansada,
Recomeço
Animada;
Descansada,
Sem excesso
É a boa estrada;
Descansada,
Do frio esqueço.
Aura
Desta mensagem,
Barroca não,
Tenho bagagem;
É outra a paisagem
Da vocação,
A gratidão
Da aprendizagem,
De coração.
Caminho Tecnológico
O mundo está diferente.
Ideias de nova cultura,
De uma tecnologia pura,
Que necessita da gente
Para refletir o poente,
Pensando numa futura
Civilidade, em ternura
Livre, porque sem corrente
Tecnológica frequente,
Que mescla essa conjuntura
E desconversa na rua
O que passava na mente.
Relativismo Absoluto
Espaço relativo
De um passo, que é mediano,
Calmo, mas incentivo
A todo o quotidiano,
Num dia convidativo
Medindo metro em pano,
Para ser substantivo,
Salvo qualquer engano,
Caminhado e intuitivo,
Que avista o meridiano
Do meio-dia, e meio instintivo,
O almoça, porque é humano.