Floes D'água
Das flores,
Perfumes,
Fatores
De estrofes
Vagalumes
Multiformes;
Tantas cores
Em cardumes.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
Floes D'água
Das flores,
Perfumes,
Fatores
De estrofes
Vagalumes
Multiformes;
Tantas cores
Em cardumes.
Ser Subjetivo
Um objetivo
A se saber,
Ser subjetivo
Não restritivo
Ao se escrever
Um subjuntivo
E sensitivo
Orar por crer.
Alma de Livro
Para sentir diferente
É que se lê o que se quer,
Porque muda o que se sente,
Referência inconsequente
De um tempo novo e coerente
De outra época, que ao mover,
Mexe a que se o movimente
E independe de um chover,
Ou pôr-do-sol num céu poente,
Posto que tudo é a se escolher,
Seja uma imagem ou o ambiente,
E é da gente esse viver.
Chuva e Banho
Amenidade
Em tempo estranho,
Com boa vontade
Diz-se vontade
De bom tamanho
Com humildade,
Sinceridade
De chuva e banho.
Jeito Antigo
Conhecimento de cinquenta
Ouvido, gravado, guardado.
Verso sobre o que me apoquenta,
Que é de um saber atualizado,
Mas de longínqua reticência
Na hesitação e por controlado
Saber obtido à referência
Que faço como requentado,
Porque outro teve essa experiência,
Pela qual me é recomendado.
Uma experiência traz sapiência
De resolver o inesperado.
Filosofia de Domingo
Um pouco é o dia,
Ah, que alegria
É começar
Semana e dia,
E a fantasia
É o começar,
O que seria
Por continuar.
Sem Querer
Sem ter o que dizer,
Com fé e destino, a cruz,
Simbologia de luz,
Se move por fazer
A obrigação, o haver
De Deus querer Jesus
Vivo, Seu quebra-luz
Humano, o não ser
Poético a se escrever
Sem corvos ou urubus,
Pois Nele se traduz
Que o amor é sem querer.
A Diferença Entre Imaginar e Viver a Canção/ Reflexão
Acabei de ouvir uma nova canção, cuja letra trouxe estes pensamentos.
A letra fala de um túnel numa avenida.
Naquela avenida não tem nenhum túnel, mas são muitos os labirintos onde se pode entrar.
Aqui em Curitiba tem avenida com túnel.
Na rua descrita não tem túnel, é real a metáfora da canção para quem conhece a avenida da canção.
A canção grita sobre o dedilhar num teclado uma canção e imaginar um lugar. Fato que acontece depois da música bem lida, antes tal não ocorre.
Sei que fiquei entre um dedilhado e uma avenida, onde o túnel é o estudo da avenida é a partitura.
Existe um conflito permanente entre o bem estar de estudar e o realizar uma canção, pois enquanto se realiza o passeio, não se toca o piano, que digo teclado quando é música POP.
Turista instrumental é um sentimento pertinente a qualquer pessoa que tenha por lazer a música.
Não é fácil descrever tal sensação, porque resta a certeza de que poucos se tornam exímios ou didatas nessa área.
A música parece ser um túnel, porque é a introspecção de uma ambientação musical.
As ruas e avenidas são as realidades incorporadas diariamente a tal introspecção, e isso tem a ver com a alma.
Até mesmo as lanchonetes, e os doces e salgados realmente provados começam a fazer parte da canção.
Dessa forma, se não passei uma tarde em Itapoã, posso imaginar passar uma tarde em Itapoã como algo prazeroso, com água de coco, rede e brisa do mar e sentir bem estar ao tocar a canção.
No entanto, se a canção falar de acaralé e abará, eu vou lembrar do Festival de Culinária Baiana no SENAC daqui de Curitiba, e a imaginação traz a realidade vivida para a canção, independentemente da minha vontade.
Sei que a canção disse muito desta experiência, e como não tem alternativa, a experiência musical acontece exatamente conforme descrita aos leitores, pensei em compartilhar, porque pode existir em outras áreas do conhecimento sensações e sentimentos semelhantes.
Grata aos leitores pela leitura.
Tertúlias
Antigamente,
Tempo constante
Da luz frequente
Que ensina o instante,
Decora a mente
O alto-falante
Que é persistente,
Até galante
De tanta gente
Interessante,
Correspondente
E semelhante.
Idealizador
Nova velocidade
Neste computador,
A nova realidade
Com verificador.
Outra modernidade,
Mais um carregador
De nova unicidade
Ao velho torcedor
De outra pluricidade,
Com giz e apagador;
Toda maturidade
Não basta ao sonhador.
Instabilidade na Rede
Configurar
O tempo todo,
Rede a oscilar
E a reinstalar,
Cansaço à rodo
Nesse tentar
Sem dominar,
Com tanto foco.
Universal
Não é brincadeira
O sensacional,
A emoção inteira
Não costumeira
E sem ritual,
É alvissareira
D'uma candeeira
Universal.
Outros Sentidos
É silenciosamente,
Sem nada dizer,
Ouvida suavemente,
Que a canção fala à mente;
Verbaliza o não ser
Sem ser inutilmente,
Para ser o latente,
Para o instante mover.
Eu e Os Meus Livros / Reflexão
A bondade ensina mais e melhor. Os livros são amigos, desde que lidos com vontade de ler.
Basta escolher um horário para ler durante alguns minutos algumas páginas, e se aprende a disciplina, assim como a academia tão prazerosa dos exercícios físicos, porque é ao critério e necessidade de quem lá está na data marcada e horário de sua escolha, e não por obrigação.
Ensinamentos conversados são bons, os traumatizados, não. A discussão, levada em termos de ironia e igualdade, ensina a realidade de cada um, assim como os livros contam de vidas que não imaginamos.
Livros tidos como bons podem ser enfadonhos quando não existe diálogo com o leitor, como as imposições que fazem todos os dias dizendo do que se pode ou não dizer, do tom da voz, da autocensura medida em cada palavra para que ninguém se sinta magoado, como se a humanidade fosse feita não de argila, mas de manteiga derretida.
As pessoas devem escolher os seus ambiente na medida do possível, para que as palavras não sejam engolidas todas de uma vez e causem indigestão.
Os livros de obrigação escolar existem, mas podem e devem vir acompanhados de livros de livre escolha, assim como as atividades as quais ninguém é obrigado a fazer e escolhem para deleite pessoal.
Livros são frágeis, se desmancham para nos dizer algo interessante, e dessa maneira nos diz que o ser humano também é frágil e se desmancha com facilidade, portanto deve ser considerado através da verdade, da sinceridade, e da atitude correta.
Livros dizem, às vezes, as mesmas coisas através de histórias diferentes, porque depende do meio ambiente de cada pessoa para que a verdade de uma luz seja percebida enquanto luz.
Livros podem dizer o que não se pode dizer. Quem consegue escrever uma história onde está dito o que não se pode dizer, é especialmente inspirado, mas isso não quer dizer que o livro seja recém-lançado, nem que haja um filósofo por trás desse ou daquele autor.
As visões pragmáticas da existência pessoal podem estar em livros escritos antes que a Bíblia fosse escrita, se bem que se não fosse a tipografia, jamais teríamos acesso a tais conhecimentos, ou histórias da humanidade. Viva Gutemberg!
De todos os livros, o conceito que necessita ser lembrado é o da bondade, ou o do amor, palavra bastante deturpada nos dias de hoje, mas não é difícil gostar de um bom atendimento, de um contato gentil, de praticar algumas bondades durante o dia mesmo sem ser escoteiro(a), o que não significa nada em termos de tempo pode ser de grande utilidade para o outro.
Um livro ruim para mim, pode ser do agrado de outra pessoa, e vice-versa.
Livro não é um bom conselho, é um amigo para o qual se pode dizer muita coisa , e ouvir também, mas com bondade.
Grata pela leitura. Vou ler mais um pouco.
Escolha Pessoal
Ouvidos não cansam
De aprender, ouvir
Os sons que balançam
E fazem sentir.
Eles contradançam
Todo um existir
Com festa e lembrança,
Ou a querer fugir
Dessas semelhanças,
Num sincero influir
O agir, ou descansam
Para o dia a seguir.
Aprendizado
Nem tudo sei,
E agradecer
Porque não sei;
Não naveguei,
Ou sei fazer,
Vou conhecer
De mim, que sei
Que sei aprender.
Sem Pesquisa
Se me modero,
Assim pondero.
São tais bloqueios
O que não espero,
Mas considero.
Sem mais rodeios
Me refrigero,
Água de enleios.
Chuva, po aqui, é Normal
Destravar
E animar
Para o dia
Segundar,
Começar
Com bom dia.
Se molhar;
Já chovia.
Filosofia à Parte
Dizer não à friagem
É algo difícil,
Buscada a triagem,
Feito o possível
Com livro e bagagem,
Vê-se o invisível
Da alma e a ancoragem
Neste inverossímil
Que veste a paisagem
Não previsível
Da neve em calagem
De um tempo sensível.
Dizem
A massa,
A liga,
A figa
Que abraça
De graça
E fica,
É liga;
Não passa,
Ou laça
Ou é ambígua,
Amiga
Linhaça.
Só Amanhã
Um salgado
A esta hora,
Esquentado,
Fica ao lado,
Porque o agora
Melhorado,
Sossegado,
Chega e acorda.
Autoconhecimento
Dois pontos:
Mulher
E contos,
Encontros
De ser,
Não prontos
Pespontos;
Saber.
PARANÓIA de Supermercado / Crônica de Supermercado
Acontece.
Na saída, o marido olhava para o veículo.
A mulher disse:
_Meu marido quer comprar esse carro.
Existem várias lojas de automóveis na cidade.
_Não existem veículos iguais ao seu automóvel. O seu é o perfeito.Você não precisa de carro.
Eu não sou burra.
_Eu sei que você compra pastéis no centro. Pegue ônibus para comprar pastéis. Aliás, qual é o seu sabor preferido?
Massinha de pastel frita que se vende por quilo, para ser polvilhada com açúcar e canela, ou se come com creamcheese.
Não se precisa dizer de si em circunstância estranha.
PARANÓICA!
Quem não se sentiria com alguma paranóia numa circunstância dessas?
O atraso do desenvolvimento de uma sociedade tem suas causas, e as brincadeiras de mau gosto é uma delas.
Ao Ar Livre
Ser assim,
Só p'ra mim
Não tem graça.
Dizer sim,
Quando afim
É esta praça
Com jardim,
Sem vidraça.
Experiência Sensorial
Vale dizer da experiência desse amanhecer.
Depois de dormir à solta, e com sonhos bonitos, acordei e fui fazer café.
Alguém ligou o café para esquentar e não retornou para desligar a cafeteira.
Ontem fiz um pouco mais do que costumo fazer.
Dentro da cafeteira o café fervia, e na cozinha o cheiro de café forte era aprazível.
Coloquei o café fervente numa xícara e adicionei leite frio.
Dirigi-me à janela para observar a chuva e o vidro molhado pelas gotas que caiam com cautela, refrescando o dia abafado.
Quantas boas lembranças o sabor de café tostado foi capaz de trazer.
Sorvi cada gole com imensa satisfação, sem pão ou nada para acompanhar aquele café.
Com essa sensação de bem estar indizível, sentei-me para esperar a cafeteira esfriar, sem pressa, mas também sem fome ainda.
Pensei naquela sensação injustificada de bem estar, mas assim me sentia sem conseguir explicar.
Havia um tempo inteiro presente, tempo de domingar observando algumas pessoas na rua através das cortinas.
Sei que não era sono ou fome, ou nada tangível. Era o serenar da alma em comunhão com todas as pequenas coisas que compõe o cotidiano.
Tanto faz é jamais.
A cafeteira esfriou e poderia naquele momento fazer outro café.
Pode ser que exista uma cafeteira conectada ao computador de uma casa inteligente, mas a experiência sensorial, que pode ter a sua origem no aroma de café na cozinha, penso que não.
Existem sensações que não acontecem todos os dias, e são únicas.
Não se deixa a cafeteira ligada, isto é certo, mas também não se deixa uma manhã sem que se permita dizer bom dia a si mesmo.
Grata aos leitores que visitam o blog.
Boa semana!
Açaí e Colher
Deixe aproveitar
Sol com céu e mar
A quem quiser
Por pretender
Desconcentrar,
E relaxar
De açaí e colher
Como convier,
Pois que a cansar
É o navegar
Na areia que tiver
De olhar, mas crer.
Manutenção
Manter o tempo,
Que desafio
Num só momento,
Mesmo chovendo,
E em piso frio.
Nunca correndo,
Calor é o tempo
Igual a um rio.
Meditação
Não é sinal de cansaço
Parar e meditar,
Vem d'alma o tempo e o espaço
Necessário a se dar,
Reconhecer o passo,
Calçada e o calejar
Sem querer o embaraço;
Podóloga a aliviar
As fivelas ou o laço
A se desamarrar.
N'alma existe um terraço
Onde mora o se espraiar.
Complemento
Outra cronologia,
Da compreensão do tempo,
Que passa todo dia
Atemporal ao vento,
Na alma que o suporia
Numérico, um contento
Xis à filosofia,
Ilusão de um momento
Feito, que encontraria
Um sofá ou um acento,
Porque assim conviria,
Seu assíduo complemento.