Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

domingo, 30 de setembro de 2018

Cataloguem / Crônica do Cotidiano


Cataloguem / Crônica do Cotidiano

     A importância dos outros em nossas vidas é o conhecimento e a ideia que nunca teríamos não fosse a necessidade de um profissional de área diversa , que tem ideias diferentes devido à sua especialidade.
     No meio da conversa, eu disse: quebrou o fio sem querer.
     O moço, parou, pensou, e disse:
     _Catalogue. Não sabíamos e agora sabemos que existe a possibilidade da quebra de fios sem culpados. Para a senhora, isso é algo que passa sem ser notado. mas esse é o meu emprego. Passo os dias consertando fiações, esse é o meu trabalho. Gosto do que faço, mas catalogue.Porque fios quebrados representam o pior dos mundos para muita gente. Desde incêndios até interrupção de comunicação, falta de energia elétrica, enfim toda a sorte de acontecimentos ruins.
     Domingo em serviço, houve tempo para uma explanação.
     _As pessoas deixam passar toda a sorte de acontecimentos diários porque são banalidades em suas rotinas. Acontece que tais banalidades são muito importantes para gente da minha área.
     De fato, ele lidou com curto-circuito, fios desconectados e quebrados e, tudo involuntariamente.
     O curto-circuito ficou sem dono, mas só isso. Consertado.
     Entre os assuntos estiveram isolamento de comunicações, perigos reais e as banalidades que são desconsideradas.
     As banalidades desconsideradas são causas de perigos reais.
     Este assunto chamou tanto a minha atenção, que passei o dia catalogando banalidades.
     Creio que vocês também não sabiam, mas podem ser essenciais a cada um de vocês: cataloguem.
     Cataloguem a si mesmos também e percebam as suas reações diante das situações imprevistas e já vividas. Essa atitude faz parte da sua defesa pessoal.
      Penso que este domingo foi de um conhecimento essencial para todos.
     Aproveitem e : cataloguem.
     

sábado, 29 de setembro de 2018

De Sibila

De Sibila


Exato, se faz isto,
O resultado é aquilo
Inexoravelmente.
Propositadamente


É a leitura de um livro
Lido com objetivo,
Calcular o premente
Indispensavelmente


Ao perfeito sibilo
Do duvidoso estilo,
Mas percebido à mente
Instintiva; sabiamente.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Sabiá / Crônica

Sabiá / Crônica



     E eu, que não tenho animais de estimação, que gosto de passarinho, hoje, ao caminhar, um passarinho passeou nesse caminhar e com suas asas tão miúdas farfalhou por sobre um dos meus pés.
     Pensei que não tivesse visto alguma folha pelo chão e, olhei para verificar o que estava sobre um dos meus pés.
     O sabiá postou-se a meu lado, com olhar indignado, e eu com cara de boba.
     Depois desse encontro, caminhamos em direções contrárias.
     Ainda estou com essa bobice que fica no ar.
     Cachorros chegam com o focinho, gatos chegam de soslaio, mas passarinhos farfalham as asas em meio ao andar e pousam nos pés.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Brisa da Tarde

Brisa da Tarde


Conversei em tantas vozes
Abstratas e velozes,
Que formei pensamentos
Nesses experimentos.

Conceitos porta-vozes
De mim, metamorfoses
Dos apercebimentos
Desses desprendimentos

Necessários em doses
Diárias dessas viscoses
Macias de espaçamentos
Leves  aos movimentos.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Um Bronca Generalizada / Geral

Um Bronca Generalizada/ Geral

     Eu sei que a maioria dos leitores irá rir, mas é sério o prejuízo.
     Muitas lojas de varejo, as quais vendem móveis, têm para vender um guarda-roupa, e tanto faz se de solteiro ou de casal, com a profundidade de, pasmem, 40 centímetros.
     Os guarda-roupas são bonitos e, alguns têm até mesmo espelhos decorativos, mas não tentem colocar cabides dentro deles.
     Os cabides têm que ficar enviesados dentro do armário para que a porta feche.
     A grita é geral. Não tem a menor graça ter um guarda-roupa e não conseguir colocar um cabide em linha reta dentro do armário.
     Escrevo para alertar, porque algumas mulheres já estão comentando sobre o tamanho dos roupeiros.
     Mesmo que se tente polemizar dizendo que são móveis acessíveis e que provavelmente houve engano na fabricação e as medidas são de móveis infantis, não é a verdade.
     A verdade é que o Instituto de Pesos e Medidas tem que averiguar a profundidade dos guarda-roupas à venda nas lojas de varejo.
     Por curiosidade, pesquisei mais ou menos quatro lojas com rede vendas em todo o Brasil.
     Pensem naquelas pessoas, que recém-casadas, compram um guarda-roupa de casal com 6 portas, um espelho, que não conseguem colocar um cabide em linha reta dentro do armário. É bastante triste.
     Outros guarda-roupas, se anunciam com mais de quarenta centímetros de profundidade, mas contam a medida com as portas do armário. Têm a mesma profundidade.
     Como é uma situação generalizada, cabe avisar aos consumidores que pretendem comprar guarda-roupas, que levem uma fita métrica e meçam a profundidade dos guarda-roupas antes de comprarem.
     Quem compra um móvel padrão, espera que seja um produto simples, mas nunca inútil ou sem a funcionalidade adequada.
     Deveria conter uma advertência nesses guarda-roupas onde os cabides não entram normalmente.
     Podem pesquisar e conferir.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Em Ponto

Em Ponto


A mesma frase
É essa saudade
De um dia qualquer.
Quando puder

Bem extravase,
Serena idade,
Como quiser,
O seu mister.

Mas não se atrase,
Felicidade,
E a quem convier,
Repete a frase.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Espontânea

Espontânea



Essa canção do dia
Quase disse bom dia
À complementação
De uma hora ao sertão

Seco da calmaria,
Mas de um rio que existia
Fez-se a adivinhação
Com toda a notação

Pela qual se assobia,
Que se fez companhia
Dessa proposição
Que já nasceu canção.

domingo, 23 de setembro de 2018

Domingueira

Domingueira


P'ra quem estranha
Essa maneira
De fé tamanha
Que é corriqueira,

Doce é a façanha
Da domingueira
Sem artimanha
E costumeira,

Desacompanha
A confeiteira,
Que da castanha
Faz a pinheira.

sábado, 22 de setembro de 2018

Disposição

Disposição



Se descansa,
Recomeça,
Pois não cansa
E atravessa

Com confiança
Aonde alcança,
 Névoa espessa
Que não cessa

À bonança
D'alma mansa,
Sem que peça
Vir depressa.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Alma Entoalhada

   Alma Entoalhada  


Entre a alegria e a surpresa,
Deixa-se sobre a mesa
A toalha bordada
Que, à mão foi costurada,

Pensamento e proeza
D'uma delicadeza
Aos poucos laborada,
Onde a alma fez morada

E se chamou destreza
 Com toda essa certeza
Que doura toda meada
Quando enfeita a bancada.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Deslumbramento


Deslumbramento


Música é a rede
Que sacia a sede
Por pouco tempo,
Vem e vai ao vento

Sem ter parede,
Mas ao eco pede
Mais um momento
De entrançamento

Posto que é rede
Que se sucede;
Fome e alimento.
Deslumbramento.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Assim Assim

Assim Assim


Nem vontade,
Nem saudade;
É calor,


Saciedade
Em cidade
De louvor;


Brevidade

De sabor.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Aprendizado

Aprendizado



Sem régua não rola,
A escola sem cola
Ensina a estudar,
Saber pesquisar.

Quem cuida da bola
Que pula e que é mola
De muito anotar,
Faz-se por notar.

Estudo não é esmola
Que a muitos consola,
Mas saber gostar
De um saber e amar.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Viabilidade

Viabilidade


Segue a verdade
Porque ela é amiga.
A seriedade
Hoje convida

À essa amizade;
Que se prossiga
À novidade
Desconhecida.

Curiosidade
É uma cantiga;
Viabilidade
P'ra toda a vida.

domingo, 16 de setembro de 2018

Distanciamento

Distanciamento



A chuva e o tempo,
Distanciamento
De rua afora
Com esse agora,

E até sem vento.
Se é meio alimento,
É algo que aflora
E se demora,

Um complemento
Desse momento
Sem contar hora,
Sem ir embora.



sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Crônica Enigmática


Crônica Enigmática


     As frases bem ditas criam suposições e argumentos não imaginados anteriormente.
     Numa fila, a senhora disse:
     _Aqui não volto mais.
     Olhei para ela com algum tipo de sorriso, talvez com aquele sorriso enigmático do famoso quadro de Da Vinci: Monalisa.
     Porque sabia que a frase era verdadeira, havia sido dita com a sinceridade mais pura e bela que se pode ouvir.
     Aos oitenta anos conserva a frase dita enquanto adulta.
     Esta frase mostrou-me a lucidez conservada ao longo dos anos.
     Aos oitenta anos conserva a ferida da alma, a qual jamais fora conversada, mas observada.
     Ela também me olhou, enigmática.
     Não dissemos sequer um boa dia, mas não pareceu necessário.
     Visível era a visão da infância sobre o que talvez fosse a fase adulta.
     Visível era o olhar maduro para aquela menina de outrora.
     Sim, não é possível que volte.
      Mas fez, conseguiu uma maneira de dizer como se sentia. Ainda conseguiu me fornecer uma resposta pronta, entranhada na frase.
     Resposta esta que usarei, caso seja necessária.
     Dessa maneira não nos aborrecemos.
     Mas com a sinceridade, coisa que nos é peculiar.
     Como se uma frase resolvesse todos os problemas. Não resolve, mas alivia.
     Porque conhecemos os ardis dos eufemismos e das hipocrisias e o quanto esconder-se em palavras que não são capazes de traduzir as verdadeiras intenções e pensamentos prejudica a quem as profere.
     Por certo pacificou-se ao dizer essa frase e por certo me fez enxergar que os problemas da alma podem ser contínuos e, simplesmente em não tendo solução plausível, aprende-se a conviver com eles.
     O caixa, curioso como ele só, observando a troca de olhares do gênero Monalisa,perguntou se a minha frase seria a mesma que a dela.
     Respondi, igualmente com toda a sinceridade:
     _Não, eu estou aqui.
     Ele ficou me olhando como se estivesse a ser enganado.
     Não foi.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Notícias Ruins

Notícias Ruins


Noticiário,
Relicário
Da tristeza

Do que é diário
E precário,
Sem nobreza.

Dromedário

Que põe mesa.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Cadeira de Balanço e Rede de Dormir

Cadeira de Balanço e Rede de Dormir



Cadeira de balanço
E rede de dormir,
Quão doce é esse descanso
De som cachoeira a ouvir

Num friozinho que é manso;
Vento sul a surgir,
Maré morta que alcanço,
Que nem sabia existir.

Calor humano é avanço
Ao supor que há de vir,
Que imagina o remanso
De rio e mar a dormir.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Algo Pitoresco


Algo Pitoresco

     Pediram ao guia turístico para que tirasse uma fotografia.
     O guia erguia o dedo e baixava o dedo indicador e não tirava a foto.
     Com o rosto atento, mas impassivo, pedia para que mativessem a posição da foto. No entanto nada dizia.
     Ele sorria, os fotografados sorriam.
     O guia era educado e ninguém quis dizer nada, obedecendo ao sorriso que o guia fazia.
     Passados alguns minutos, viu-se o flash acender e sabiam que a foto estava tirada.
     Quando se aproximaram do guia, ele estava um pouco pálido ao devolver a máquina fotográfica.
     _O aborígene, o aborígene, repetia.
    _Que aborígene, perguntaram os fotografados.
     Ele ainda meio pálido respondeu:
     _Do meio do nada ele veio rapidamente e ficou ao lado de vocês para a foto.
     _E como foi que nós não vimos?
     Ele respondeu aos turistas que o problema foi esse. Eles não viram.
     Na primeira fotografia ele caminhava em direção aos turistas e na segunda fotografia, ele postou-se ao lado dos turistas.
     Observando a foto em detalhes, o aborígene sorria do outro lado do escudo. Para não ser visto ele carrega uma tela colorida do tamanho de uma porta. Esse escudo colorido faz com que o aborígene não seja percebido.
     Descalço, com duas faixas brancas em cada lado do rosto que realçava a cor negra, sem cocar e com um sorriso de pasta de dente, ele veio para a foto.
     Se com a mãoi esquerda, ele segurava esse escudo colorido, na direita, ele segurava algo parecido com um bilboquê, para quem não sabe o bilboquê é um brinquedo de madeira antigo.
     O fato é que ele quis tirar essa fotografia ao lado de turistas, com sorriso e trajes típicos que não pareciam indígenas, mas de alguma tribo africana.
     Resta dizer que ele quer ser encontrado e quer mostrar que é bom, embora com atitude defensiva de escudo e bilboquê?!
     Bom, nesse caso, significa dizer que não come carne de gente, não rouba ou é violento. Afinal, nem foi visto pelos outros partícipes da fotografia.
     Deve estar perdido. Deve ter visto os turistas na loja de artesanato indígena.
     Um dos turistas havia dito que não comprava o artesanato pontiagudo de madeira porque certamente precisaria de autorização para levar em viagem.
     O aborígene provavelmente quis dizer que queria encontrar alguma autoridade, pelo menos é uma hipótese plausível, tendo em vista o sorriso observado atrás da lateral do escudo.
     Não se sabe qual reação o aborígene teria se os turistas ficassem assustados. Nem os turistas e nem o guia turístico, que demorou a dizer que havia fotografado até que o aborígene se afastasse dos turistas.
     Enfim, algo pitoresco.   

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Outros Versos

Outros Versos


Nem sempre famosa,
Mas sempre canção
Sutil e formosa
Por voz e aptidão

Sutil; melodiosa
É a combinação
Às vezes conceituosa,
E outras atração

Da despretensiosa
Complementação
D'uma esplendorosa
Desconsolação.

domingo, 9 de setembro de 2018

Microconto Maringaense para Segunda-Feira

Microconto Maringaense para Segunda-Feira

     Fomos para Curitiba conhecer o Ligeirinho, um ônibus rápido.
     _O que é ligeirinho?
     _Um ônibus elogiado na cidade de Curitiba.
     _É?
     Nem mais uma palavra.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

O Que Foi? / Crônica de Supermercado

O Que Foi? / Crônica de Supermercado






     Conforme eu havia dito para uma amiga, eu tinha um pão e meio em casa e, precisava ir ao supermercado, com a fila que tivesse.
     Comprei pães e fui ao caixa, com uma fila relativamente razoável.
     Estava pensando nos pães e no lanche, quando um jovem começou a falar alto para a jovem que estava com ele:
     _Olha aqui, olha aqui! O Bolsonaro foi esfaqueado.
     Eu estava na frente deles e olhei para trás e disse:
     _Sério? Não é a tal da "fake new"?
     _Olha o vídeo!
     Ele se aproximou com o celular e mostrou o vídeo.
     Um contou para o outro e o outro contou para o outro:
     _O Bolsonaro foi esfaqueado.
     Entrei no caixa, era a minha vez, e disse que não suportava a violência dos dias de hoje.
     O jovem, bastante sensato, respondeu:
     _Se não gostava dele, era só não votar nele. Sujou a ficha dele na polícia a troco de um não gostar.
     Concordei com o jovem.
     Acompanho o noticiário.
     Lembrei de outra amiga, que certa vez disse perante uma situação desagradável:
     _Eu não tenho tanto ódio assim.
     _Eu também não, disse eu.
     Esse ódio é uma espécie de burrice, concordamos.
     
     

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Domingueira

Domingueira


A hora da feira
É o que comprar
Com canseira;
Esse pensar

É a cabeceira
De não cansar
Segunda-feira,
E bem saudar

A quem se queira,
Por constatar
Que à domingueira
Faz-se a anotar.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Novo Almejar

Novo Almejar


Criatividade,
Necessidade
De se inventar.
Desenrolar

A vontade
Do que se evade,
E se ajudar
A não chorar

Pela bondade
D'uma entidade
A alinhavar
Novo almejar.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Eldorado

Eldorado


Quando o que era, já era,
É modificado;
Não se regenera,
 O que é figurado,

Como dispusera
Em tal enunciado.
Restava essa esfera
Onde agora é achado,

E passa à quimera
Do que é inadequado
Numa microesfera
De belo eldorado.


domingo, 2 de setembro de 2018

Os Ponderados

Os Ponderados


São tantos os espelhos,
Todos bem conservados,
E ainda neles, conselhos
Espiritualizados,


Os quais não andam de joelhos
Que não são desapiedados.
Mitos e escaravelhos
Que foram aclarados


Desde antes dos antélios
Serem catalogados
Mais velhos que os mais velhos
Da sorte desgarrados.

sábado, 1 de setembro de 2018

Aprendizado

Aprendizado


Não pode ninguém
Deixar a amargura
Sem uma procura
De se querer bem

E, aos outros, também.
O tempo é a leitura
Que não se murmura;
Aos poucos se obtém,

Sem que haja porém
À nobre cultura,
E vem sem frescura
E faz-se armazém.