Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Progresso e Civilidade / Reflexão

Progresso e Civilidade / Reflexão

     Ao escrever o título logo pensei no que todos vão pensar: na Bandeira Nacional.
     Progresso não é apenas o lema da nossa bandeira, é algo que modifica para melhor um “status quo” de um povo, uma nação, mas também da humanidade.
      De onde vem o progresso, de maneira geral? Vem da ideia de alguém que, resolve, inventa e apronta para que todos possam usufruir da sua ideia.
     Geralmente temos a ideia de que o progresso vem das invenções e, para que haja invenções, é necessário alto investimento. São os eletrodomésticos novos, são notebooks, etc. Esse é um conceito errôneo. As boas ideias aparecem de toda parte e basta ter a vontade de aplicá-la à prática. Às vezes não custa um centavo de investimento e vem de pessoas bastante humildes. Certa vez a moça da limpeza observou que numa casa onde havia cupim nas portas, a cera de chão os espantaria. Outra ideia caseira e maravilhosa: pimenta do reino mata traças e baratas e não é tóxica ao ser humano.
     Há muita gente criativa que resolve o problema de muita gente gratuitamente porque resolveu o seu problema também. Gente que faz o progresso acontecer a todos os outros.
     As barreiras criadas pela falta de civilidade são o impedimento do progresso.
     A civilidade, sob o meu ponto de vista, é muito além da cortesia que temos uns com os outros. A civilidade precisa da compreensão das necessidades e vontades do outro em sua completude, desde que não ultrapasse os parâmetros aceitáveis.
     Existem pessoas mais habilitadas e hábeis para lidar com situações que desconhecemos em sua magnitude. Assim, poucos de nós se habilitam a participar de um rallye e, a grande maioria de nós, mulheres, não entende de automóveis. É a realidade do nosso dia a dia e essa característica feminina deve ser aceita por todos os outros assim como a característica dos pilotos de rallye, os quais são especialistas nessa modalidade de competição. Isto é civilidade.
     Compreendendo o que é civilidade podemos almejar o progresso, permitindo que as ideias surjam e que sejam testadas na prática.
     Eu tenho observado pessoas com ideias e pessoas com civilidade e habilidades diversas para lidar com variadas questões.
     Por incrível que pareça, é tempo de pensar em melhorar, por mais que a realidade se apresente.

     Bom, um pensamento positivo sempre é bom.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Fotografia


Fotografia

Olhando a foto,
Eu me retoco,
Sem perceber,

Que não era o foco,
Era eu e o que eu almoço,
Toalha a estender

E o prato nosso

A me entreter.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Confiança


Confiança

Onde não há vingança,
Deus se revigora,
A fé não balança,
A alegria é senhora.

Boa vontade é andança,
Caminho de agora,
Coração de criança
Que reflete a aurora.

E toda bonança
Nega-se a ir embora;
É nessa esperança
Que se confia à hora.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Não Tem Mercado / Crônica de Supermercado

Não Tem Mercado / Crônica de Supermercado

     Estava quieta na fila, quem começou o desabafo foi ela.
     Acostumada a ir a outro supermercado, a senhora reclamava muito do supermercado e dizia que não gostava de estar lá, mas era próximo à sua residência e ela não tinha tempo para ir a outro supermercado.
     _Lá é que era bom, eu me sentia bem. Agora é muito impessoal.
     Achei que ela não sabia a história do lugar e contei a ela sobre o outro mercado que ali abriram e fecharam como esse supermercado fechou.
     Aí ela contou com detalhes toda a vida dos supermercados naquele lugar. Ela gosta mais do espaço físico do que do supermercado por ele mesmo, pelas facilidades e ofertas apresentadas ao consumidor.
     Pensei comigo, não tem jeito. A única solução, para ela seria passear até descobrir outro supermercado ao qual ela se adaptasse.
     A senhora parecia ansiosa quando disse:
     _ Mas, se já tivessem construído um supermercado mais próximo eu não precisava estar aqui.
     Achei melhor não responder, não havia resposta adequada ao caso. Olhei para ela com um meio sorriso, desanimada.
     Ela resolveu confortar-se a si mesma e ao meu sorriso:
     _Há esperanças. Fui ao lugar onde era o supermercado e eles alugaram a sede para outra rede de supermercados.
     Ela disse o nome da rede de supermercados, mas garantiu que por enquanto, o prédio está em reforma e teremos que aguardar qual supermercado abrirá na vizinhança.
     Está bem. Estávamos na fila de um supermercado e ela querendo ir ao supermercado. O problema dela era supermercado? Não.
     Nesse ínterim alguém a chamou avisando a ela que havia caixa vago.
     Que diálogo difícil!

     

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Pergunta ao Litoral

Pergunta ao Litoral


     Como é que vocês fazem para lidar com objetos eletrônicos?
     Consegui arrancar uma boa risada agora. Estragaram-se alguns rádios de pilha e relógios baratos na minha infância. A resposta era a correta: o mar oxida e deteriora os produtos eletrônicos.
     Pensei que não mais acontecesse comigo esse tipo de acontecimentos. Mas uma coisa leva a outra e lembrei que a pilha do notebook estava velha e, desde o ano passado, quando o levei para a praia, é que apresenta esse defeito.
     A resposta veio com tecnicidade:
     _A senhora levou o produto ao mar?
     Não, eu jamais levei notebooks para a beira da praia. Levei-o comigo ao litoral, o que é diferente.
     Oxidou a placa.
     De repente estou com o mesmo problema de antigamente. Eu não tenho mais rádio de pilha e aconteceu o mesmo.
     Como é que se lida com produtos sujeitos à oxidação em região litorânea?
     Não, eu não vou à praia por esses dias, mas este é um dos motivos pelo qual eu acho que a praia é lugar para descanso: sem rádio, sem televisão e sem computador. Eles oxidam.
     Descobri também por que é que eu guardo o secador de cabelos dos anos 70. Para levar à praia, mas eu não levo e me lembro dele quando limpo o armário.
     As cidades litorâneas contam com aparelhos eletrônicos, mas como são conservados.
     Para a praia livros e mp3 antigos, que possam ser estragados com o calor e o ar do litoral.
     Essa é a minha incompetência!
     Estou rindo muito e outro texto fica para amanhã.

     Quem souber como lidar com essa oxidação, e possa esclarecer, por favor, faça uma postagem ou indique um site com as informações necessárias.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Birra


Birra



O cansaço faz graça,
Birra o sono, é pirraça,
Do relógio tardio.

Atrasa e não disfarça
O dia, desforra crassa,
Que mais tarde dormiu.

Hora que agora passa

Depressa não se viu.



terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Resumo


Resumo


Se o resumo ajudar,
Diga à sabedoria
Um dito popular
Que ensina sem porfia.

Bom é o rememorar,
Confiar nessa alegria,
Saber-se o ponderar
Em todo dia sem guia.

Remoto é esse contar
Do tempo ao nosso dia,
Fácil de decorar,
Pelo que te auxilia.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Poema Minimalista


Poema Minimalista



Sob iguais circunstâncias,
O resultado é igual,
Destoante às discordâncias,
Se, pessoal ou impessoal.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Aquietação


Aquietação

O momento de não fazer
É a preciosa dedicação
Ao futuro a se bendizer
Sem se abster em contemplação.

Sem tibieza presente ao ser
Nem proclama-se a indecisão,
É saber-se sem se rever
E, ao talento, chama-se ação.

É ficar sem contradizer,
Sentir  n’alma essa percepção,
Aquietar-se a ela e obedecer,
Pois não há nela contradição.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Crianças, mães e balas / Crônica de Supermercado

Crianças, mães e balas / Crônica de Supermercado



     Aos sábados os supermercados lotam e os lojistas deixam os drops (ainda se chamam “drops” aqueles tubinhos com balas quadradinhas dentro? Às vezes eu tenho medo de não saber mais como é que as crianças e as suas mamães nominam os doces e os demais entendem. No meu tempo chamava-se drops) na altura das crianças: é só pegar e, a fila do caixa é um show para quem tem pequerruchos consigo.
     Pelo que percebi esta semana, as mamães chamam de balinhas e as conhecem pela marca, como se fossem refrigerantes conhecidos mais pelas marcas do que pelos conteúdos.
     As mães, na hora de atender aos filhos, se viram conforme podem.
     Outro dia, eu estava com o carrinho, respeitando a regra de caixas rápidas e caixas para carrinhos. Ao meu lado havia um casal com dois carrinhos com compras e o filho pequeno com eles. O menino, comportado, sem se irritar com a fila, o que chamou atenção.
     O tempo passava e o garoto olhava as balinhas, olhava e olhava. A mãe e o pai, admirados com o comportamento do garoto, se entreolharam, orgulhosos do bom comportamento do garoto.
     Em harmonia, começaram a conversar.
     Fila de carrinho é demorada e, de repente, num ímpeto, o guri, que não tinha mais do que três anos, após olhar demoradamente para todas as balinhas, rapidamente, mas muito rapidamente, pegou um drops e estava começando a abri o tubo de balas, quando a mãe viu e tirou o tubo das mãos dele.
     Interessante é observar essa nova geração de mães. Ao invés de dizer não pegue ou avisar o garoto que não iria comprar, ela olhou para ele e disse:
     _Você não gosta dessas balas! Vamos escolher outras.
     O guri ficou olhando para a mãe como se ela pensasse que ele era bobo. Ela, no entanto, escolheu outra marca de balinhas e, ela mesma abriu, avisando a moça da caixa que estava comprando aquelas balas, e, ofereceu essa bala de outra marca para o guri.
     O garoto, com aquela expressão de que não havia outra escolha, olhou para o drops que ele havia escolhido, olhou para a mãe e aceitou a bala no mesmo momento em que foi ofertada.
     O pai sorriu para a mãe e a apoiou ao dar a balinha para o filho. Era uma marca de balinhas que o casal costumava ter em casa e que sabiam que o garoto iria gostar. A outra bala fica para quando o garoto puder escolher a bala que quer.
     Hoje, com relação ao assunto balinhas ou drops (dependendo da idade), presenciei outro fato interessante. Era uma fila de mais ou menos quarenta pessoas, daquelas filas enrodilhadas de caixas rápidos.
     Era um casal e um guri, novamente. Eles estavam na fila paralela à minha frente.
     As balinhas estavam ao alcance da mão do guri e a mãe não deixou que ele pegasse.
     E o guri, com um comportamento bastante natural, pediu:
     _ Compra mãe?
     Ela, muito séria, respondeu:
     _ Eu não vou comprar balinhas para você. Você não viu que o seu avô está com diabetes? Se você comer essas balas, quando você crescer, terá diabetes. Não compro.
     O menino ficou quieto na hora, não pediu mais nada, mas o pai dele olhou para a mulher e disse:
     _Diabetes? Quando crescer ele vai ficar doente? Você quer que eu aceite essa resposta.
     Não sei de mais nada no que tange aos dois, ou melhor, aos três, porque as balinhas viraram assunto de família e, aí não é da minha conta.
     A fila anda e, chegou até onde estavam as balinhas, então teremos continuação abaixo.
     Um jovem de mais ou menos vinte anos, que estava à minha frente, e que também presenciara na fila anterior aquela conversa, olhou para o drops e o pôs na cesta de compras, resmungando que não era mais criança e que levaria as balinhas sem culpa alguma, pois não tinha diabetes.
     Quanto a mim, lembro que corroem os dentes e que já cheguei a quebrar um dente em consequência de umas balinhas azedinhas de morango. As balas que eu compro não são açucaradas e nem puxa-puxa (essas levantam a obturação inteira). Guardo para mim as minhas balinhas preferidas.
     Seja lá como for, com ou sem açúcar, ainda gosto de balas.

  

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O Vento


O Vento

Quando sopra o vento,
Se, contra ou a favor,
Traz um pensamento
Modificador.

Vento vem ao tempo,
Temporizador,
Som do firmamento,
Ou, assustador,

Mas é o movimento
Confirmador
De um planejamento
Da luz; refletor.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Carta para o Google

Curitiba, 18 de fevereiro de 2016

Prezado Google, ontem, durante a entrevista na CNN, o Snowden, contou sobre a invasão de privacidade feita através do iphone, conforme está em outro glogue.
O que eu não sei se está claro, é sobre a citação velada de que o Google pode fazer o mesmo com a webcam dos portáteis, incluindo-se este notebook.
Eu penso que é hora das empresas criadoras dos sistemas de navegação entrarem na discussão.
Parece, de novo, que a teoria da conspiração está atuando e, paranoicamente, criando a sensação de que somos vigiados.
Citaram o terrorismo como causa justificadora do bom motivo. É impressionante como esse medievalismo se locupleta criando problemas para os outros menos medievais que eles.
Permitindo-me expressar em particular, lembra daquele filme do James Bond,:Permissão para Matar, pois, é inventaram agora a permissão para pecar. Os meus chocolates é algo que eu não gostaria que a humanidade soubesse.
O Snowden disse que a regra vale para todo o mundo e que não adianta os EUA pensarem em proteger a privacidade, porque a guerra de informações fará com que outras nações usem essas informações.
O governo americano pensa em proteger a privacidade dos seus cidadãos e dos usuários do iphone.
É estranho pensar que, enquanto escrevo, apareço para vocês.
O Snowden garantiu que isso acontece somente quando é interesse do governo.
Bom, em não se estabelecendo com isso a lei do mais forte, ou seja, quem pode mais, chora menos, ou se for para uso pacífico, quem sabe.
Pensa nisso, por favor Google, em como manter a igualdade de condições entre os cidadãos, com essa nova realidade. Porque, ao contrário, está estabelecida a escravidão digital.

Att, Yayá.
  

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Poema para Mafalda

Poema para Mafalda

Esse pensamento vão
É melhor que a automação
Das atitudes simpáticas.

Opor-se à desatenção
Racional é da emoção,
A razão ao meio em matemáticas

Do ser em quase intenção;

Cortinas melodramáticas.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Pergaminho



Pergaminho



Não está sozinho,
Quem, ao caminho,
Encontra um guia,

Um pergaminho,
De prata em linho,
Que, ao lado, havia.

Bom desalinho

É essa alegria.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Beneditas


Beneditas

Florescem as ditas
Numas palafitas
Régias de alecrins.

São flores bonitas,
Essas Beneditas
Aos seus querubins.

Não precisam fitas;

Não existem jardins.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

A Leitura Bíblica

A Leitura Bíblica

     Eu pensei que sabia ler a Bíblia, mas Deus é acima de todas as coisas e ensina-me com todo o amor de Cristo como é que a leitura funciona.
     A essa altura todos os meus conhecidos sabem que estou lendo a Bíblia.
     Há um jovem senhor que é convidado de uma igreja cristã para pregar a palavra sagrada na favela e a sua esposa o assiste nos seus estudos antes da pregação.
     Ela o admira e contando dele, ensinou a mim.
     Para ler a Bíblia é bom saber o que é uma favela. È um lugar onde criança morre por bala perdida e a criminalidade é vizinha de barraco. É possível fazer com que os filhos sejam bem educados, mas a disciplina é mais severa daquela usada com crianças que não precisam temer a criminalidade todos os dias.
     Próximo à favela há uma igreja, a qual a comunidade frequenta. Até mesmo na favela, as pessoas gostam de ir até a igreja para ouvir as histórias de Deus.
     Os moradores, em sua maioria, são semianalfabetos, ou entendem o suficiente para conseguirem arranjar o meio de sobrevivência. Não é tarefa fácil contar a história dos livros da Bíblia para quem não entende por falta de estudo.
     Disse a ela, intervindo na conversa, que é difícil contar as histórias da Bíblia para quem sabe muito também, o estudo em excesso pode levar a descrença também.
     Ela me contou o jeito com que ele mostra a Bíblia para o povo da favela, sugerindo-me que fizesse algo parecido durante o estudo, porque é um jeito que funciona.
     O jovem senhor parente dela, lê um trecho do Velho Testamento, citando o trecho que estou lendo no momento, e põe no mapa. Ele acessa o Google e pesquisa pelos lugares citados nos textos. O Google fornece dois ou três sites com informações históricas sobre esses lugares, os seus povos, os seus conhecimentos e as dificuldades pelas quais passavam pela falta da tecnologia da época.
     A partir de todos os dados coletados, ele se prepara para pregar. Ele jamais se diz professor de nada, ele diz que prega a palavra conforme pesquisa e estuda a palavra de Deus, reforçando no contexto o que é certo e dizendo que, o povo daquela época sabia menos e tinha menos recursos que muitos deles, os favelados.
     “Naquele tempo não existia banheiro, torneira com água limpa para lavar louça, porto de saúde, loja de roupas, teto sobre as cabeças, proteção contra animais selvagens, dinheiro (o escambo era à base de troca), limites geográficos corretos e delimitados, enfim a miséria era maior que dentro a favela.”
     “A violência era a linguagem corriqueira da vida deles”. A sociedade era composta de boas e más pessoas, como hoje em dia e, como se percebe numa favela, os bons e os maus habitavam o mesmo espaço e os limites era à força imposta por parte de alguns do grupo.
     Sem situar as pessoas, as coisas e os lugares torna-se difícil contar da palavra de Deus.
     Através da palavra de Deus, ele ensina que a doença só passa a ser uma praga quando propagada propositalmente e ensina as mães do lugar a manterem as crianças com sarampo, catapora e caxumba, longe das outras crianças até que não mais transmitam as doenças. As favelas sofrem com as dificuldades de higiene, mas eles não têm condições de morar em lugar melhor, embora tenham acesso ao celular, ao computados e à televisão.
     Ele deixa claro que hoje em dia os moradores contam com o auxílio da polícia em caso de bala perdida e atropelamento, mas é melhor que não ocorram balas perdidas e atropelamentos dentro da comunidade.
     Ela diz que sem situar as pessoas, os lugares e a época onde tudo aconteceu ninguém entenderá nada e parecerá que foram até a igreja para serem conformados pelo ambiente com o qual se confrontam todos os dias.
     Conversou-se sobre o uso indevido da palavra.
     “Isso é o que mais tem.” A gente tem que explicar que o “temor a Deus”, é o medo de que a violência se volte contra nós, o que acontece muito dentro da favela. É necessário dizer: você prá lá e eu pra cá. Porque quando a gente aceita como normal a violência, a gente acaba por trazer a violência para perto da gente e isso a gente não quer.
     O amor de Jesus Cristo é que ajuda a gente a levar a vida de bem com ela. Não falta durante a pregação a explicação de que o pai e a mãe, os filhos, as sogras, devem receber o amor da gente, até mesmo por obrigação. A gente pede que ninguém deixe a criança doente com algum conhecido somente para ir até a igreja. Deus está vendo que quem fica em casa para praticar um gesto de amor com a família, está obedecendo a Jesus. O povo não sabe disso e pensa que a igreja substitui o cuidado que a gente tem que ter dentro de casa com a nossa família.
     Ele tem que dizer tudo o que sabe para ajudar o povo da favela, ou seja, os nossos vizinhos, pois nós moramos na favela, para que os nossos filhos possam ter uma condição de vida melhor que a da gente. A palavra de Deus é a nossa oportunidade de espalhar palavras que trazem a melhoria para a nossa gente.
     E, fora a igreja, o que ele faz; pergunto.
     _Ele é servente de pedreiro, mas ele se sente bem ao pregar porque Jesus era filho de carpinteiro, alguém do ramo e ele até conhece o filho de um deles, que foi até a obra outro dia, numa festa da cumeeira.
     Deus abençoe vocês!


sábado, 13 de fevereiro de 2016

Incensador



Incensador


O volume das essências
Tem seu vaporizador,
Evapora com louvor
Essas sábias reticências.

Aprendiz das experiências
Descontadas ao vapor,
As reconta com frescor,
Vaga-lume em renitências.

Sopra leve às conveniências,
Ao jardim, compositor;
Deixa ao vento o seu clamor,
Vive ao vidro em transparências.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Palavras Cruzadas


Palavras Cruzadas

Quando ouvirem de improviso
Um sorriso vindo em livro,
É a metáfora a dizer,
Sem dizer o que fazer.

A estudar se empenha o siso
Em vista do que é preciso;
Diz por ti o seu compreender
Sem mostrar-se a se entender.

Ao passar-te pelo crivo
Dessas rimas sem aviso
Onde tudo é pretender,
Passa o tempo a se entreter.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O Que Você Acha? Reflexão


O Que Você Acha? Reflexão

     O que você acha é a pergunta antes da contracapa do livro e são duas páginas com questionamento moral sobre a história escrita, uma história com clichês, onde o comportamento dos personagens diante das situações interessa mais do que a história em si, pois desde o começo se percebe que nada trágico acontecerá no desenrolar da novela.
     O livro é um Bestseller de Emily Giffin e se chama Onde Nós Pertencemos.
     Li o último capítulo antes de me empenhar em pensar o que é que eu acho do comportamento dos personagens. No último capítulo está escrito que ela gostaria de escrever sobre o tema, que coincidentemente é o tema do livro A Última Canção, da autoria de Nicholas Sparks e, o que eu acho está pronto: Pertencemos à Verdade.
     Ainda no último capítulo, ela conta que pediu informações sobre um endereço, nas ruas próximas ao Port Authority Bus Terminal (a estação rodoviária de lá), às pessoas, que estavam em Nova York passeando e elas responderam que não eram da cidade e que não poderiam prestar informações. O que eu acho? Eu acho que elas não sabiam a distância do centro da cidade até a rodoviária e por esse motivo decidiram ir a pé até o Mercado Municipal. A resposta às perguntas como “o que eu acho”, são parciais, por mais compartilhadas que sejam. Eu só posso achar alguma coisa a partir da minha realidade.
     Eu li o livro do Nicholas, dramático e emocionante. O que eu acho? Eu acho que eu chorei durante a leitura do livro, aliá, eu não acho, eu chorei durante a leitura do livro.
     O ponto coincidente entre os livros é a palavra oculta e a mentira causando sofrimentos espirituais irreparáveis. A verdade sempre e inevitavelmente se sobrepõe à mentira e nela está o amor ao próximo. É o que eu acho.
     A escritora, no entanto, é advogada e para ela a pergunta faz toda a diferença no sucesso das suas causas. Ela acha diferente, ela analisa os comportamentos e as causas.
     Eu, sou dona de casa, não existe meio termo dentro de casa, é a atitude certa e a errada. É o que eu acho.
     Há outro livro, o livro de mensagens diárias. O autor cita no meio do texto a frase: “Somos todos neblina”. Um bom motivo para ser bom é estar consciente que enxergamos a partir da nossa realidade e que dificultamos a ação do bem que paira sobre o universo, chamado Deus. Ele está acima da neblina e é também chamado de “Verdade”. A orientação é para que rejeitemos o mal sem pensar duas vezes, mesmo aquele mal que fica feito sujeira encalacrada nos sapatos em dias de chuva, que é a vontade de revidar o mal sem pensar que existe “Justiça”.
     A advogada busca a verdade em meio à neblina, o livro A Última Canção busca a Verdade de Deus, esse bem que permeia a existência em estado metafísico.
     O livro-agenda Bom Dia Amigo, do pastor Israel, citado anteriormente nesse blog, ajuda-nos a ler a Bíblia inteira, incentiva-nos a essa leitura diariamente.
     Recebo ainda, via email, texto de um pastor americano e, por coincidência, o texto de ontem foi brilhante. Pede-nos que não nos restrinjamos aos guetos cristãos. Podemos ser bons em qualquer lugar e ambiente. O que eu acho? Eu acho que esse é um esforço diário, o de não pertencer ao gueto, que não é bom para mim e para ninguém. Guetos são prejudiciais ao crescimento espiritual.
     Não queremos igualmente ser parte de um jogo chamado twist, onde a necessidade de jogar é maior do que a necessidade de bem conviver e que pode acabar mal, conforme o conto de Rudyard Kipling. O que eu acho é que não se pode conviver por obrigação, mas por afeição àqueles que estão ao nosso redor. O gueto pode nos levar a isso, é bom alertar também aos cristãos como eu.
     Não podemos deixar que a neblina nos cegasse para o bem e nem deixar que os calos obtidos nos esforços que a vida obriga, nos façam dar menor valor ao lado bom da vida. Esse é um erro comum (também está no livro).
     Bem Dra Emily, aqui está o que eu acho em relação ao último capítulo do seu livro, mas lerei o livro inteiro e me lerei através das minhas observações.
     Espero ser de alguma utilidade para os leitores.

      

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Cinzas


Cinzas

Ver a engenharia cartográfica
Foi a solução do Carnaval;
Mapas à tela esferográfica,
Dimensão do diferencial

Deslumbrante a nenhuma prática
Nesse aplicativo formal,
Instalado sem a gramática,
Explicativa, o que é normal.

Perfeição para a matemática
Aplicada ao desenho igual;
Distração da nova informática,
Mas passou, não é mais Carnaval.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A Estética de Adorno e o Carnaval

A Estética de Adorno e O Carnaval

     O Carnaval se mostra, inserido no conceito da estética de Adorno, numa forma segura, com conteúdo espiritual, dentro do conceito objetivo de libertação através das fantasias, à maneira desenhada em tecido usada em conteúdo musical tipicamente brasileiro.
     O Brasil não é o único país a comemorar o Carnaval, mas esse conceito de libertação das amarras da arte é fundamental aos nossos festejos. Durante o ano inteiro agem grupos de interesses que vão impondo conceitos, que não são necessariamente os nossos e, imperceptivelmente vamos aos conceitos estéticos que não traduzem a expressão nacional na sua forma pura em conformidade com a origem do país: a “Terra Brasilis”, indígena, em convivência com todos os outros povos do mundo.
     A libertação da estética não significa a liberação dos costumes, mas a libertação de tudo o que significa a arte tolhida em conceito amplo, permitindo-se somente a arte dentro de um padrão pré-definido e comercial, o que não deixa de ser um conceito que permeia a área da política da arte.
     O Carnaval permite que todos os períodos artísticos estejam num mesmo espaço e libertando-se mutuamente dos seus conceitos prévios estéticos na forma pedagógica de uma escola, de um bloco e de uma charanga.
     A estética é da fantasia, da música e dos festejos por todos os cantos do país. Lembramos, através do Carnaval, desde o período da antiguidade até os dias de hoje, tornamos públicos que os costumes mudam conforme a época e que tudo o que impede essa demonstração pública de libertação é ofensiva à liberdade estética para a qual o ser humano é destinado.
     Demonstramos, e diga-se, com muito esforço e dedicação de milhares de pessoas, que aqui é permitida a alegria, a música e a comemoração e, sendo assim, o mundo inteiro fica sabendo que isso é possível.
     Também não misturamos o conceito de libertação com a ideologia libertária, pois não pretendemos libertar nenhum outro povo, pretendemos mostrar que a libertação cultural existe em conteúdo, forma e prática dentro do nosso país.
     O Carnaval, na sua expressão individual, liberta o indivíduo de conceitos que poderiam não ter sido entronizados, muito a contragosto, outros com as sutilezas do cotidiano, que nos obrigam a seguirmos conceitos rígidos e, muitas vezes são esses conceitos rígidos em excesso que nos fazem bitolados e sem perspectivas de criatividade. O ser humano precisa da criatividade para se desenvolver e o Carnaval é uma oportunidade para pensar onde está a falha da nossa criatividade na busca das soluções dos nossos problemas, quando a falha é o enrijecimento das nossas ideias em relação aos nossos problemas.
     Para criar esse texto assisti televisão e alguns desfiles de escola de samba. As festas na Bahia são melhores para quem pode cantar e extravasar a sua alegria aprendendo as letras das músicas. Mas como eu gosto de tocar mais do que cantar, enfim pratico essa libertação do meu jeito. Espero o feriado terminar.
     Boa Terça-feira de Carnaval para vocês!

    
    

      

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Cantar



Cantar

A poesia, quem faz,
É você, capaz,
De reverberar


Ao que te compraz,
Postando-se audaz;
Em tanto cantar.

Fantasiada a paz,

Faz-se o recitar.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Comentário / Carnaval em Curitiba


Comentário / Carnaval em Curitiba

     É festa, mas o som da Zumbi Walk Carnival, uma festa onde os jovens se fantasiam de Zumbi e pensam que estão brincando, festejam uma espécie de Halloween fora de época.
      Pelo menos algumas músicas são nacionais, há um Dj e muito rock, mas não sei de qual espécie.
      Já chamaram jacaré e eu lembrei que a festa do jacaré é no Parque barigui.
     Tocaram Deus Lhe Pague, do Chico Buarque, e eu lembre que não sei se é por aí, a contribuição geralmente é espontânea.
     Falam muito em carnaval protesto e eu protesto porque carnaval é com samba e eles protestam contra o Halloween e deixam a desejar em abóboras e doces.
     O ponto interessante de se observar e a população que sai às ruas para observar esses protestadores de carnaval.
     Quem vai observá-los pergunta como é essa espécie de malucos-foliões.
     Hoje eu ligarei a televisão, preciso me lembrar da origem nacional do samba.
     Eu gosto de rock'n roll, mas é uma turminha muito arrojada essa que está na praça, depois de uma procissão, a qual eles chamam de zumbi carnavalesca.
     É uma corrente cultural mesmo que seja contra-corrente.
     Também não é festa para turista. Turista vem ao Brasil para ver samba e fantasias coloridas.
     Pode ser que eu não me permita atualizar, é verdade, mas a bolacha é para degustar em frente à televisão, com samba.
     Palavras de ordem são cantadas, que o mundo venha abaixo! Para eles.
     Nós não queremos que o mundo venha abaixo e a guitarra não destrói, ao contrário, ajuda a extravasar a energia dessa garotada.
     Não tenho curiosidade de vê-los, mas toda manifestação cultural merece respeito.
     Pelo menos estamos mantendo a linguagem nacional, o português.
     Se para eles é diversão que se divirtam!
     Sem concentração para nenhum texto melhor, desejo boa animação para vocês.    

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Edson Prado entrevista os foliões 2016


Foliões 2016

     O repórter do blog,  antecipou-se e saiu às ruas, apagando o texto de amanhã. 
     O blog aceitou as entrevistas do repórter Edson Prado, que desafiando a imprensa faz uma prévia da festa popular que hoje se inicia. As respostas, inusitadas, permanecerão sem que os donos das respostas apareçam de maneira que ninguém seja perturbado durante o feriado.

     "_Como vai ser este Carnaval para você?
     
     Resposta a) - Para mim, o Carnaval será chato, pois a minha sogra, desconfiada que eu levasse o filho dela, o meu marido, para a folia, veio passar o feriado conosco. Ela está preparando a comida preferida do João e me ensinando a maneira de fazer as receitas dela.Estamos em duas na cozinha de um apartamento que tem dois quartos, um banheiro e a lavanderia conjugada a cozinha.

     Resposta b) - Para mim, o Carnaval será dançante. Fui contratado como bailarino e folião alegre, aquele que anima a festa. Vamos em troupe: bailarinos e bailarinas para animar os lugares. Depois que acabar a festa, eu precisarei de um feriado, mas o dinheiro compensa.

     Resposta c) - Para mim, o Carnaval será tranquilo. Vou ao acampamento da igreja e levarei as crianças. Ficaremos com a diversão saudável e as orações. Será um bom feriado.

     Resposta d) - Para mim, o Carnaval será de muito trabalho. Cuidarei das composições de fantasias. Se bem que pouca gente usa fantasias aqui no sul, a maquiagem é lucro garantido e vai sobrar uma grana extra no final da festa. Estou de saída para ir ao posto de gasolina para abastecer o carro e viajar para aonde precisarem de mim.

     Resposta e) - Para mim, o Carnaval será a oportunidade para sentar em frente à televisão e mudar de canal quantas vezes o controle remoto permitir. Não tenho nada programado, mas é bom se livrar do relógio por alguns dias.

     Resposta f) - Eu não me identifico, mas a minha voz me condena. Sou locutor de rádio e estou em campo para sentir o clima de Carnaval na cidade.

     Resposta g) - Preciso dizer, bem?

     Resposta h) - Sou corretor de imóveis e vou aproveitar o feriado para mostrar as ótimas oportunidades para comprar imóveis. Com a cidade esvaziada é muito mais tranquilo mostrar os imóveis. Espero ansiosamente pela segunda-feira para vender um imóvel.

     Resposta final -  Nós aproveitaremos do jeito que pudermos, pois a vida é curta.

     Essas são as respostas: muita gente viajando, muita gente se arrumando, muita gente se encontrando nos acampamentos das igrejas, boa parte dessa gente se preocupando em dançar alegremente e brincar o Carnaval."

     O repórter conseguiu a publicação no blog e antecipou qualquer texto de amanhã, depois de amanhã é de novo.
     O blog permitiu a entrevista porque é um retrato do nosso povo, das suas expectativas e da sua maneira de interagir durante o Carnaval.
     O Carnaval é uma festa alegre, afinal, é preciso cultivar a alegria.
     A alegria de viver nos impulsiona à frente, nos impede de estagnar, de achar que nada vai dar certo, é a vontade de ser feliz em movimento, mesmo que seja através da televisão, para os mais sossegados; mas todos livres para se distraírem conforme lhes aprouver. 
     Bom feriado para vocês!