Hortênsia
Em casa,
Toda asa
Compensa,
É rasa,
Fechada,
Mas pensa
E envasa
Hortênsia.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
A Escrever
Não é não correr,
É não parar,
E reparar
No que fazer,
Sem se observar
E concorrer
Nesse ajudar,
Sem se abster
De ser e doar,
Mas não se ater,
E continuar
A se escrever.
Dicionário
Adaptação constante
De tempo necessário
Transformado em instante,
É o tempo palestrante
Que escreve a linha e o diário;
Pórtico extravagante
Quando este dia é um viajante
Que compra um dicionário.
Alto-Falante
Desconcertante
E inesperado
Poema gravado;
Linha distante
De livro e estante,
Memorizado
Verso quebrado
Com verbo adiante,
Esse constante
Não conjugado,
Mas esperado:
Alto-falante.
Pela Fé
Cultivar a paciência
Com humildade e ciência,
Objetivar a paz
Interior, ser capaz
De entender a prudência,
Buscar benemerência
Na palavra que traz
O bem estar capaz
De sentir a consciência
Nova a cada experiência
Desse dia a dia voraz;
Seja a fé força audaz.
Tempo de Calamidade
Não é possível, não faço,
Se possível disfarço
A impossibilidade
Com conectividade,
Nessa rede disfaço
Este tão pouco espaço
Chamado realidade.
Vê-se a dificuldade
De todos no seu passo,
Descompassado laço
De toda a humanidade;
Ah, esta calamidade!
Divertimento
Pode até ser miragem,
Lua e espelho, bagagem
Do desconhecimento,
Não ter pressentimento;
Fresta, janela, friagem
Além dessa amostragem,
Mas que se vê, com tempo,
Sem sair, sem passatempo.
Janela é feito pagem,
Descanso sem estiagem
Que observa um pensamento,
Mas por divertimento.
Precisa
Essa oração,,,
Essa me sabe
Preocupação;
Outra oração
Já não me cabe,
Minha oração.
Desatenção,
Casaco e xale.
Vaidade
Se terminasse hoje à meia noite,
Todas as trevas, diabo e açoite,
Seria possível a verdade
Que se deseja, a luz que invade
A humanidade; vai-se a noite
E essa a tristeza que a pernoite
Trouxe, e vê-se o que é a realidade
E só se quer felicidade.
O mal que assusta queria a noite,
Quando é com lua a bela-noite
Iluminada de vaidade,
E obter o sol como deidade.
Céu de Inverno
Aguarde o inverno,
Zelo fraterno
De se fazer;
No ambiente interno,
Janela ao eterno
Anoitecer.
Num céu de inverno
Muito há a se ver.
Espaçamento
Sossego será cansaço,
Travesseiro que é quadrado,
Ou fixo e desenquadrado
Numa semana onde o espaço
Surge frio e o casaco é o abraço,
E todo dia vem pausado
Neste horário compensado,
Pensamento denso e esparso
Contando passo por passo
De mais um dia enumerado,
Instigante e preocupado,
Esperando esse cansaço.
Crônica por Precaução / Crônica
Não foi hoje, mas foi alguns dias atrás.
É preciso pensar para escrever. Pensei e resolvi escrever sobre o fato, pode ser um alerta para os leitores.
Precisei sair e fazer algumas compras que exigiam ir ao centro.
Caminhava com a pequena sacola, com pressa para voltar para casa, afinal não se dezpreza uma pandemia.
Enquanto esperava pelo sinal verde para pedestres, apareceu um homem, com capacete de motoqueiro e aparência saudável que apontou para o caminho percorrido, como se alguém estivesse chamando por mim.
_Olhe lá estão chamando!
Olhei para o lado de onde vinha e não havia ninguém me chamando.
Ele, meio que parando na calçada, insistiu.
Olhei de novo e não tinha ninguém.
Como o homem continuava chamando, eu olhei para ele, para o trânsito, e atravessei a rua apressadamente em direção ao caminho que percorreria para casa.
Apressei o passo, e ele não me seguiu, mas ficou parado na calçada.
Boa intenção não era.
Com tantos acontecimentos que contam por aí, é melhor se prevenir.
Tempos difíceis! Melhor escrever e compartilhar a situação.
Por precaução!
Imitação de Conto / Conto?
O escritor escreve partindo de si mesmo de várias partes do mundo.
Eu escrevo do meu sonolento sofá, após um dia exaustivo.
O escritor conta do seu cotidiano igual em meio a figuras exóticas.
Eu dispenso a cultura e a cultura é a que vem obrigatoriamente da mediocridade.
O escritor é premiado.
Eu não objetivo o reconhecimento, mas o desabafo por ter que ficar em casa, e quando as pessoas tossem por perto, a minha vontade é de mandá-las fazer teste nasal. Deve ser o estresse causado ela pandemia.
Os personagens do escritor contam dos livros que leram.
Os meus personagens dizem dos arredores da capital e a influência desses arredores na nossa vida mediana, de cultura média, sempre em aprimoramento.
O escritor diz da solidão resultante da tentativa vã de pregar a paz universal, em sendo humano e não divino.
Eu tenho que preservar a linguagem que quase não ouço, deixar que dessa linguagem que eu não ouço me conte das interioridades e da capacidade de querer apequenar o universo, o que me dispensa a solidão na lata do lixo, pois sobram ocupações vindas das distorções observadas.
O escritor ambienta os seus contos no Central Park, em Nova York.
Eu fico acabrunhada de dizer que o conto que escrevo se passa numa cidade que nem mar tem, e que o rio se chama Hugo.
O escritor justifica as suas ambientações, até mesmo necessárias na vida de escritor reconhecido internacionalmente.
Esse conto se passaria nas cidades vizinhas, algo que um ônibus metropolitano alcança com mais alguns minutos de trânsito livre, não com o congestionamento da "hora do rush", me esmero internacionalmente nessa expressão de fim de tarde.
O escritor é suscinto e mede cada palavra do seu texto para ajustar adequadamente a exibição do conto , e cada palavra adquire sentido próprio.
Depois da frase acima eu me recuso a escrever este conto, seria infame.
A Notar
Quando acabar
Este sofrer,
Vou ainda pensar
No que fazer,
Mas ao pensar
Quero escrever,
Porque anotar
Faz-me rever
Este pensar
Nesse há de ser,
E acreditar
No que vai ser.
Andamento Rápido / Belíssimo Questionamento
Por que é que as moças bem nascidas não poderiam ou deveriam lecionar música, além das outras atribuições próprias de desenvolvimento pessoal?
As academias de música estão de portas abertas a elas, da mesma forma e maneira como formam outros acadêmicos.
Parabéns pela visão, professora!
Eu tenho muito a agradecer a essas pessoas maravilhosas, com pensamentos únicos, que me rodeiam.
Esta fez a manhã. Esta faz o amanhã.
Bom dia, leitores.
Coleção
Faltou o queixume,
Inacabado
Livro acabado;
A folha que une,
Volume alado,
Comprado ao lume
De um vagalume,
Abiscoitado.
Com Alguma Curiosidade / Reflexão
Algumas pessoas ficaram curiosas, e esclareço, dentro do pouco que sei, a minha ausência de atitude dentro de casa em relação ao evento Marcha Para Jesus.
Para os conhecidos da igreja a resposta é óbvia, e frase de um hino evangélico:
"Se Deus quiser, Ele é Deus, mas se não quiser, continua sendo Deus."
Em primeiro lugar, eu acredito que Deus conversa comigo através da Bíblia.
Toda manhã eu acordo e me pergunto o que será que Deus quer que eu faça nesse dia.
E, pela Bíblia, eu oriento o dia.
Se Deus diz que eu devo arrumar a casa, eu arrumo.
Dentro deste conceito, em primeiro lugar estou eu e Deus. Oipresente, onisciente, e onipotente, Ele manda.
Se tiverem interesse em saber mais sobre a igreja, ela apresenta programas numa emissora de rádio, a 92.3fm. Igrejas Batistas online são muitas, e quem tiver vontade, pode pesquisar na internet e assistir a uma pregação, um culto ou uma aula da escola da igreja pelo Youtube.
Sobre o que são as células: são pequenos grupos que se reunem semanalmente para conversar a respeito de Deus. Eu frequentei, e leiam como admiração, o ninho das águias, cujo objetivo seria fazer com que os participantes fossem capazes de voarem sozinhos, como as águias fazem. Sou agradecida, porque o background foi ótimo.
Agora, nós todos, que estamos convivendo uns com os outros, em várias famílias, com fila para receber as entregas dos pedidos, com boa vontade constante, com cordialidade e paciência para com as dificuldades diversas e o respeito à individualidade de cada família, estamos fazendo o quê, a não ser conviver com a esperança divina.
Nós, que respeitamos as necessidades dos doentes, acolhemos as ambulâncias que adentram o local para ajudarem os pacientes de Covid19, que tivemos a infelicidade de perder vizinhos ou pessoas próximas a eles. e pedimos a Deus que conforte as famílias, profissionais de saúde profundamente abatidos com a situação pandêmica, e aos quais nós pedimos o fortalecimento divino para tratar dos doentes, posso dizer que nós formamos uma célula que estuda Deus no dia a dia.
As orações da igreja podem ser feitas em frases concisas e suscintas, mas sinceras. Isto não tem faltado.
Nas terceira pessoa do plural, digo que nós somos crentes, e fazemos esforço contínuo para servir a Deus nesse momento difícil, momento de ano e meio.
Nós não somos obrigados a acreditar, nós acreditamos, e esse é o caminho.
Obrigado a quem ler.
Configuração
Essa concentração,
Que, às vezes, se afigura
Ausente, é uma exceção
Semanal, na mais pura
Concordância à fração
Do dia, e se configura
Na consideração
Que a si não mais apura.
Nessa autoavaliação
Vem com sono e candura,
Quer individuação
Com alguma leitura.
Remanso
Penso a palavra descanso,
Mas não sei se ela é adequada,
Neste momento que alcanço,
Pois não estava atarefada.
Dentro d'alma há um remanso,
Sinto-me até renovada,
Talvez o livro onde avanço,
Nova página virada,
Ou o outono, folha onde lanço
A esperança, que ainda é ilhada,
Avistado de mar manso,
Enfim, pesco ideias, mais nada.
A Sombra
Concordar,
Sob a vista
De um pensar:
Há um lugar
Que se arrisca
A assombrar,
Apesar
Da conquista.
Reflexo
É difícil dizer apaziguar,
Porque há muita dor pelo ar a passar,
E se repete como um comercial,
A luz de pisca-pisca ao desigual
De humanos descompassos no seu andar,
Mas não se sabe desse seu buscar,
Acorda-se. Não adianta. Tudo igual
Ao dia anterior, não fosse a noite e o mal
Normal que se reflete, e faz chorar
Ao pressentir o estranho, o mudo ou rouco
Sussurro desse nunca incomodar
A ninguém, sem saber desse pairar
Janela, descortina de frio pouco,
Que a todos se refere nesse olhar.
Momento de Traça
Leio o tempo
Que passa
Ao vento,
Alento
Que enlaça
Por dentro;
Momento
De traça.
Esperança Alinhavada
Alinhavar,
Um passa fio
Sem se adiantar,
Ou costurar.
Amanhã avio
A atualizar
E reparar
Esse arrepio.
Copo D'água
Quero nada,
Copo d'água
E sossego,
Nessa estrada
Compensada
Com enredo;
Limonada,
Só com gelo.
Alaranjada
Completamente
Alaranjada,
E desconfiada
E livremente
Segue-se em frente,
Pela levada
Pausa forçada
Continuamente,
Sono contente
Da madrugada,
Chuva chegada
Bem levemente.
Pés de Lebre
Obrigatória e leve,
Conforme deveria
Ser a caça da lebre
Em febril correria,
Mas se a armadilha é breve,
Especial é esse dia
Quando se acaba a neve
De campo e pradaria,
E à paciência se deve
O que essa manhã fria
Traz nesses "Pés de Lebre",
E recomeça o dia.
Sutil Livramento
Hora de preparar
Esse bom pensamento
Depois de um dia, apesar
Do diferente tempo,
Para assim continuar,
E desse estranhamento
Não se pode filmar
Tanto refinamento
A se corroborar
Com sutil livramento.
Somar, somar, somar
Ao paciencioso tempo
O que há de se admirar,
O necessário unguento
Na alma a se dominar,
E saber-se a contento.
Questionamento
Questionamento,
Inquietação
De um ornamento
Da precaução
De tanto tempo
De aquietação,
Lente de aumento
Nessa atenção
Tensa ao momento
De adaptação,
Ensinamento
De precisão.
Essa atualização
De todo dia, é a noção
Exata da exigente
Continuação da gente
Conjectura
Em meio a essa situação,
Nessa televisão
E o seu tempo coerente
Que faz de nós corrente
De alguma solução
Possível, precaução
Ao invisível; a mente,
Nessa evolução é à frente
Do problema, a ideação
Do amanhã em vocação
Necessária e presente,
E também persistente,
Porque o tempo é fração,
É o meio de anotação
Com o qual faz da gente
Pensamento presente.