Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Escalda-Pés

Escalda-Pés



Significado é o que difere
Cada calçado e o seu conforto.
Sabe o gosto a que se refere;
Meia-sola gasta pisa torto

E pisa o calo que prefere,
Como se fosse seu desporto,
Pesando a dor como um haltere
Ao olho-de-peixe que não é morto.

Há quem se canse e considere
Chegar em casa e ao reconforto
Com banho quente que o modere
Para domingo esse dia absorto.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

De Bom Proveito

De Bom Proveito


Estraga o sal
Do pão-de-queijo,
Mas é normal
Esse defeito;

Café e jornal,
Quando, às mãos deixo.
De tão trivial
Que é esse conceito

Exponencial,
Diz-se recreio
Gramatical
De bom proveito.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Não É Motivo de Discussão Religião / Comentário


Não É Motivo de Discussão Religião / Comentário

     Não sei se os leitores perceberam, mas eu não discuto motivos de religiosidade e religião.
     No entanto, acredito na história de Jesus Cristo enquanto um homem que quis ser Rei dos Judeus e, pela vontade divina, Ele mesmo é o Deus.
     Enquanto história, foi um homem crucificado sem motivo, e passados duzentos anos da sua morte, ainda havia quem o chamasse de Deus.
     Roma havia sido invadido pelos bárbaros e foi praticamente dizimada, tendo os seus habitantes como flagelados dessa invasão.
     "Dizem que o que vem por aí vai durar mil anos" - frase de Santo Agostinho no seu livro "A Cidade de Deus".
     Eram setenta sábios greco-romanos unindo em um só livro as culturas judaica, romana e grega, com o apoio dos textos do Apóstolo Paulo, um homem que se converteu ao cristianismo em virtude de uma cura, realizada por Ananias, um judeu cristão.
     Embora pareçam similares, as doutrinas cristãs tem pontos de vista diferente.
     Em sendo assim, enquanto os cristão romanos dizem que Jesus morreu em consequência dos pecados do ser humano, os cristão não-romanos afirmam que Ele morreu na cruz para que o ser humano fosse livre de pecados e pudesse vencer o mundo.
     Respeito a doutrina dos demais, mas me é reservada a doutrina que sigo.
     A doutrina cristã primitiva é bastante interessante porque se apoia num possível fim dos sacrifícios humanos e tenta construir uma sociedade plausível.
     As versões bíblicas se multiplicam, mas a história é a mesma, não importa se escrita em linguagem moderna  ou antiga.
     Sobre outras doutrinas também não discuto. Não me permito igualmente questionar outras doutrinas e, o respeito entre as diversas correntes de religiosidade é gratificante.
     Essa pequena narrativa é importante nesse texto porque trata de outra religião.
     O cabo carregador de um rádio quebrou e precisei comprar um cabo. Entrei na loja de acessórios e a moça perguntou para os rapazes e eles foram procurar o cabo, quando um senhora, mais ou menos da minha idade, usando aquele lenço, que parecia uma meia-burca, na cabeça, disse a eles:
     "_Mamãe vai almoçar e filhos bagunçam loja. Assim mamãe e filhos ficam sem almoço. O que senhora deseja?"
     Surpresa com o jeito dessa senhora, eu disse que precisava de um cabo carregador.
     "_Eu resolve. Filho, aprende a achar cabo."
     Ela mandou o filho abrir uma gaveta e lá estava o cabo que eu precisava. Comprei, paguei e agradeci.
     Ela foi gentil e disse:
     "_Sabe que senhora é bonita? É bom conhecer pessoa bonita."
     Eu sorri e agradeci. Com o canto dos olhos percebi um dos rapazes olhando para ela surpreso.
     Ela não esperou que eu saísse da loja para dizer ao filho: "Mulher bonita é bonita de qualquer jeito."
     Eu sorri e agradeci a gentileza. Mal desci o degrau da loja e ela disse ao filho:
     "_Aprende com mamãe. Mamãe também precisa de almoço."
     Eu pensei comigo mesma que mãe é mãe em qualquer circunstância e amor de mãe é sem medida.
     E, se falar Espírito Santo, junta uma multidão, porque não há quem não acredite.
     Cada um sabe em quê a sua alma acredita e, basta.
     Deus é sempre um convite para ver no próximo um semelhante.
     Esse é o meu ponto de vista, pois acho que o mundo poderia ser melhor.

     

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Pensa o Hoje

Pensa o Hoje


Pensar o futuro
É fotografar
A vida com juro
E não se enganar,


A casa com muro,
Portão para entrar,
Prestação, seguro,
E não se habituar;


Espelho claro e escuro
Porque há o que mudar.
Eis que ainda é imaturo
Esse caminhar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Lojista Otimista / Crônica do Cotidiano

Lojista Otimista / Crônica do Cotidiano

     Pessoa agradabilíssima. Estava olhando vitrines, quando demorei um pouco defronte a uma delas e a lojista perguntou se algo seria do meu agrado.
     Eu disse que fazia tempo que não passava por ali e aguardava as novidades para o calor, que pelo que tinha visto na vitrine, ainda não chegaram às lojas.
     Ela começou a dizer que esta seria a última esfriada do ano e que já estava preparando a vitrine para a nova estação e, que a partir da semana que vem a vitrine da loja mudaria.
     Convidou para passar outras vezes na loja e olhar os produtos.
     Explicou que a última semana de agosto é uma espécie de liquidação programada com preços bastante baixos, porque é nessa época que se vendem as sobras do estoque que sobra do inverno.
     _Não se engane, quando os novos artigos chegam, alguns preços desse mesmo estoque de inverno, se tiverem numeração e forem artigos que podem ser usados em outras estações e ano seguinte, voltam ao preço normal. Nós fazemos estes preços porque não temos as novidades e faltam numerações de muitos artigos, é assim que nos mantemos em época de mudança de estação.
     Com tanta simpatia, perguntei se ela mesma chega a comprar alguma peça da liquidação.
    _Eu compro o que posso usar durante o dia a dia e, penso antes de comprar como qualquer consumidora. Eu fico em pé entre dez a doze horas por dia e tudo o que uso deve ser confortável e ficar com boa aparência durante o dia inteiro. A roupa não pode amassar e os calçados com solado almofadado para que não machuquem os pés.
     Ela mostrou o que estava usando que estava na vitrine.
     Eu disse a ela que estava aprendendo muito com ela.
     _Não se agradou de nada? Compre algo barato para se lembrar da loja e voltar outras vezes.
     Comprei. Algo barato. 
     O otimismo contagia. Ainda tomei um café antes de voltar para casa.
      
       

domingo, 26 de agosto de 2018

Suficiente

Suficiente


Lá vem geada,
Invernada
Persistente,
Pertinente

E apontada
À passada.
Que se esquente
Esse ambiente

Com torrada
E goiabada
Com chá quente
Suficiente. 

sábado, 25 de agosto de 2018

Esse Lugar

Esse Lugar


Nessa água cristalina
Veem-se peixes e céu,
De areia e cor turmalina,
E aves no arranha-céu

Próximo à uma colina;
De paisagem em véu
Branco onde está a neblina,
Que se descansa ao léu

Em forma de cortina,
Dançando ao vento fiel.
A cadeira se inclina,
E sobre ela um chapéu.  

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Limão-Galego

Limão-Galego


Deixa chover,
Sem exagero,
Para escrever
Esse tempero

Que é de comer
Com gosto e zelo;
Vento a correr
Vem com degelo

A interromper
Qualquer sossego.
Vem socorrer
Limão-galego.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Melhor Que Seja Oração

Melhor Que Seja Oração


O ânimo se estabelece
À medida em que se aquece;
Uma prece de verão
Espelhada em contra-mão

Que todo o tempo enaltece,
Sem saber que já anoitece
A ver quão tola é a emoção
Quando o medo tem razão,

Mas quando se vê, acontece
Sentimento que emudece
E não traduz coração,
Quando seria de oração.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Questão do Tempo

Questão do Tempo


Tempo é questão infinita,
 Exato e relativo,
Com xis dissertativo,
Que deixa a alma bonita.

Só de pensar suscita
Tudo o que é subjetivo,
Mesmo contado e ativo
Pela vida restrita

E apressada, e levita
Ao ser que é projetivo,
Interno e substantivo;
Porque é sempre visita. 

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Problema dos Outros / Minicrônica do Cotidiano

Problema dos Outros / Minicrônica do Cotidiano



     A conversa de hoje foi muito boa.
     Conversávamos sobre brasilidade, um ponto de vista positivo sobre o país.
     O conceito básico dessa conversa é que nascemos no Brasil e portanto, somos brasileiros.
     Agora, para chegar a um entendimento é preciso que nos sintamos brasileiros.
     Quem está bem assim, que continue. No mais, o problema é dos outros.
     Respeitamos as diversas culturas, e somos brasileiros.
     Aprender idiomas, viajar conforme a simpatia e o temperamento, é uma decisão pessoal.
     Sei que a conversa foi muito amena e agradável.
     Comprei dois chocolates da Polônia, cujos preços estavam em promoção. O que não me impede de comer chocolates da marca americana e nacional.
     Não é uma questão de ufanismo nacional, é uma questão cultural, sem subdivisões porque a cultura é imensa e não se pode deixar de aprender com o outro.
     Aí fica muito agradável estar por aqui. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Ponto de Chegada

Ponto de Chegada


Volta ao arroz com feijão,
A margarina e o pão,
A rotina pensada,
A nota musicada,

O compasso e a razão,
Contada assim: não é não;
Paciência encaminhada
Ao dever e à jornada.

Se o poema é distração,
Ao dia, uma obrigação;
Sem que esteja magoada,
Tem-se em vista a chegada.

domingo, 19 de agosto de 2018

Aviso ao Público



Peço a consideração de todos os meus seguidores e leitores: O meu nome apareceu no site Consulta Sócio como dona de empresa em São José do Rio Preto. Pedi a retirada do meu nome do site, assim como informações sobre os possíveis estelionatários que estão nessa fraude.
Acabo de enviar email ao site e aguardo resposta para dar queixa na delegacia de polícia especializada na minha cidade, que é Curitiba, estado do Paraná.
Estamos tomando as providências cabíveis.

sábado, 18 de agosto de 2018

Insensibilidade

Insensibilidade


Melhora o conhecer
De um perigo restrito
Quando silencia o grito
 Necessário do ser.

Capaz de se prever,
O ser não fica aflito,
Mas busca o que é bendito
 Num espelho a se ver,

E diz sem confranger
Que dispensa o quesito
Desconhecido a doer
Nesse se surpreender.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Um Ponto de Vista Apolítico

Um Ponto de Vista Apolítico

     Cada vez que leio as notícias e observo o cotidiano, uma ideia se repete.
     Tantas vezes a mesma conclusão é dita, que pode ser literária.
     A impressão que se tem é que o país vive a literatura literalmente e o livro, ou aqueles quatro volumes, que até hoje não consegui ler aré o final, "As Brumas de Avalon" é tudo o que o país tem como realidade.
     Nesse contexto literário pode acontecer que alguma    -  "fada Morgana" -  tenha decidido fazer o país com quem "ela" deseja que esteja no poder.
     Sob o meu ponto de vista, essa "fada Morgana" é uma bruxa!
     Eu pesquisei e perguntei sobre o final da história porque faltou estômago para ler a saga da bruxa.
     Mesmo no livro, os grupos interessados no poder não têm escrúpulos para colocarem aquele que eles acham merecedor do reino de Avalon.
     Não se trata de vale-tudo, trata-se de todas as formas de sacrifícios, dos outros, seja bem entendido. Uma espécie de vale-tudo cruel. É um tipo de poder que dá aos seus participantes uma liberdade para ser mau caráter.
     Esses grupos que querem o poder justificam-se dizendo que a maldade deles é melhor para os outros do que a maldade dos outros para com os outros, os súditos de Avalon.
     Agora, pensando bem, quem é que deseja ser súdito?
     Prefiro me recolher porque não é nem um pouco engraçado esse tipo de situação.
     O pior é que há quem diga que haverá arrependimento por parte daqueles que não se submeterem às vontades dos tais grupos, sempre necessária e dramática, posto que gosta do que é cruel.
     O que me faz pensar assim é o cotidiano, sempre uma vitrine do que acontece no mundo real.
     Enquanto têm aquelas pessoas que levam as suas vidas normalmente, como boa parte da população, que têm seus afazeres, e que não têm tempo para as bruxarias, existem grupos que pensam em como conseguir o poder, mas de forma tão apaixonada, que se tornam radicais e começam a cogitar o mal contra os normais, ou seja, aqueles que têm os seus dias ocupados e, ao final do dia, pensam em descansar um pouco.
     Brumas e mais brumas de bruxas, mas faz tempo que não disputavam o poder.
     É o meu ponto de vista, ponto.    

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Gramaticalmente Viável

Gramaticalmente Viável


Se é significativo,
Ainda é a se conhecer,
Quando o dia é produtivo,
A gente diz compreender,

Que afeito ao substantivo
E ao verbo que ocorrer,
Realiza esse objetivo
Previsto a um conceber

Prévio e correlativo,
Prolixo a se estender.
Advérbio aumentativo
De grau igual sem o ser.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Devir

Devir


Um pensamento leve
É o agasalho da neve
Que ainda está por surgir
Porque tange o devir,

E a ele nada se deve,
A não ser que se enleve
Do mais puro admitir
Que há de ser sem pedir,

Porque nada há que o eleve,
Pois que é brisa que vele
O tempo ainda a dormir
Nesse tempo de ir e vir.


terça-feira, 14 de agosto de 2018

Espaçosa

Espaçosa


Música é necessária
Oh! alma contemplativa,
Para uma ideia que é diária
À página cativa

Da sonoridade: Área
Áurea convidativa
De ser involuntária,
Mas em si construtiva.

Pertinente ao dia e à vária,
Que, em suma é a alternativa
D'um saber; solidária
Dos versos e objetiva.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

A Mesma Tecla

A Mesma Tecla


Vê-se a multidão de cegos:
Parecem-se como os pregos
Que feriram Jesus. Cruz
Que prefere o prego à luz

Representada por egos
Que ferem quem está à ferros
E anseiam ver o corpo em pus
Com prazer aos nojos nus,


Ignorando Deus aos berros
E adorando os seus despegos,
Louvadores de bois-zebus 
Nesse sangue de Jesus.

domingo, 12 de agosto de 2018

Dia Musical

Dia Musical



A palavra não veio,
Era samba e sambou,
Breve e tênue recreio
Que o tempo não levou.

Passatempo e passeio
Que da infância ficou
De um ritmo com meneio,
Som brasileiro soou

E de longe um gorjeio
Veio à mesa e batucou;
Esse som que palavreio,
Veio de quem nos amou.

sábado, 11 de agosto de 2018

Poema Do Tempo da Máquina de Datilografia

Poema do Tempo da Máquina de Datilografia


Um bonito regalo
É uma fotografia,
Quadro e porta-retrato
De tamanha empatia,

Mesmo quando há intervalo
De um tempo em travessia,
Sentido nesse abstrato
À datilografia.

À nova canção igualo
Oratória e poesia,
Um contato imediato
Ao tempo da alegria.


sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Sotaque da Terra


Sotaque da Terra


Este frio aconchegante
Deixa a estrela brilhante
E faz o céu azular;
 Vem também a brindar

A transeunte passante
E o pedestre hesitante
Querendo caminhar
Com pressa de chegar

Sem sotaque pedante,
Bem curitibano ante
O inverno a se apreciar;
Seguindo ao frio a cantar.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Bênção de Deus

Bênção de Deus


Orar faz parte da vida,
Mas há quem até duvida
Que já pediu e já ganhou
Uma bênção e que louvou

A bendita recebida
Pela oração que foi ouvida.
 Esse Deus a quem clamou
É único e a terra e o homem criou,

 Consciente que a si convida
Através dessa acolhida
À Jesus, que veio e ficou; 
 Feliz é que acreditou.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Considerações

Considerações


De onde vem essa vontade
De estudar até cansar
Eu não sei sinceridade,
Parece necessidade.

É uma liberalidade
Dizer assim sem pensar,
Mas é a generosidade
Que me faz incentivar

A um mundo de mocidade
Que é bom se considerar
Essa possibilidade:
Copiar, ler e respirar.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Hora de Almoço / Crônica de Supermercado

Hora de Almoço / Crônica de Supermercado

     Fui ao supermercado com lista e paciência. O horário estava propício para as boas escolhas, passava do meio-dia.
     Fiz as compras e, na fila, atrás de mim, uma senhora com uma criança pequena, um menino.
     Estava colocando as compras no balcão do caixa-rápido, quando a moça, que era a caixa, se surpreendeu com o jeito do guri.
     Ela perguntou à mãe do menino o que ele tinha, pois ela nunca tinha visto uma criança tão séria.
     De fato, o menino não e ria e não chorava e tinha as sobrancelhas franzidas, como se imitasse um adulto.
     A mãe, que ainda não tinha percebido a fisionomia do filho, perguntou ao menino?
     _O que foi, filho? O que você tem?
     Não tardou e outras duas caixas começaram também a perguntar ao menino o que é que ele tinha.
     O menino muito sério, respondeu à todas de uma vez só:
     _Qué papá!
     A mãe apressou-se em dizer que o almoço estava atrasado, mas assim que chegasse em casa, ela daria uma daquelas comidas apropriadas para as crianças pequenas.
     A malícia de uma das moças foi além da questão e disse:
     _Papá é comida, ah entendi. E o papai, cadê?
     O menino estava realmente brabo com o atraso do almoço e respondeu:
     _Papai foi embora!
     A mãe olhou para o menino e deu uma bronca, carinhosa, mas uma bronca:
     _Escuta aqui, o seu pai está trabalhando. Ele não foi embora!
     A mãe ficou nervosa e contou que o marido sai cedo e volta à noite, mas que ela está casada e bem casada.
     Ao ouvir a bronca, o menino parou de franzir as sobrancelhas.
     A mãe para amenizar a conversa, disse:
     _Filho vamos para casa almoçar. Joga beijo para as moças, filho.
     O menino se fez de desentendido.
     As moças que começaram a conversa fizeram coro: _Joga beijo.
     A minha paciência diminuiu com aquela conversa. Olhei para o menino e joguei um beijo para ele.
     Ele jogou beijo para todas as moças.
     Saí do supermercado com a impressão de que algumas pessoas já nascem com os seus talentos. Esse menino de dois anos liderou três atendentes de caixa, uma freguesa e a própria mãe dele que foi surpreendida algumas vezes pelo filho.
        

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Contado o Minuto

Contado o Minuto


Recolhido esse frio
Multiplicado ao fio
De um passo em coordenada
Guiado ao ponto do nada

A ser feito, sol de brio
De cumprido o arredio
Esforço à caminhada
Que não foi planejada

E ignorado o arrepio,
Que é nublado e vazio,
Faz-se uma via prendada,
Conseguida e a tabuada.

domingo, 5 de agosto de 2018

Dia dos Pais

Dia dos Pais


Um figurino bem composto
Que é concordante e que dá gosto
De usar, por certo com tal talhe
Que não haverá humor que o retalhe,

Com cosimento ao ponto posto
À perfeição de qualquer rosto,
Que, sendo exigente ao detalhe,
Não verifique algum encalhe,

Tem comprador que está disposto
Na aquisição de espelho e imposto,
Para agradar, sem que embaralhe
O bolso, e o costume que não falhe. 



sábado, 4 de agosto de 2018

Rádio de Pilha

Rádio de Pilha


Rádio de pilha,
Tempo que encilha
Outra novela,


 O cansaço é ilha
Com sapatilha
Que desatrela.


Fita que brilha

Dorme à fivela.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

À Luz de Uma Verdade

À Luz de Uma Verdade


Era muita gente,
Para obedecer
Um inconsequente,
Mas puderam ver

O que era premente
Nesse padecer;
Uma luz consciente
Estava a nascer

Atordoadamente
Para comover
Insólita à mente
Racional do ser.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Esteio

Esteio


Ele vê o invisível
Sem que se diga
Do imprevisível
Que a todos liga,

Pois é sensível
Ao que periga
Do inatingível,
E se faz viga

Ao que é visível
P'ra quem o siga
 Como admissível
O que religa.


quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Boas Histórias


Boas Histórias


     Pensei que o bom humor tivesse ido embora da cidade, e até tenho boas histórias de outros lugares, que ajudavam e, quem sabe ajudem ainda a manter o bom humor.
     Dessas histórias de fora, essa é para hoje.
     Estávamos num ônibus de viagem quando entrou o policial da rodoviária pequena, que contava com quarenta metros quadrados de área para todos os compradores, passageiros e, as filas de embarque eram separadas pela paciente funcionária.
     Ouvíamos a conversa com a passageira do último banco:
     _A senhora tem bilhete?
     Ela disse que sim e mostrou o bilhete.
     _O seu amigo tem bilhete?
     Ela disse que não.
     _Alguém pode viajar sem bilhete de ônibus pela nossa Companhia?
     Ela disse que não e que compraria o bilhete para o amigo.
     _Não se apresse. A senhora viajaria pelada?
     Ela disse que não.
     _Ninguém pode viajar pelado e o seu amigo está nu em pelo.
     Ela disse que sairia do ônibus.
     _Com o seu amigo.
     Ela disse que sim e ele disse que os acompanharia até a descida do ônibus.
     Todos nós, passageiros do bancos intermediários nos sentimos constrangidos ao perceber que a moça iria sair acompanhada de alguém nu e passaria pelo corredor do ônibus.
     Saíram ela e o cachorro da raça "pastor alemão" (era cachorro grande e de raça, mas é melhor dizer uma raça de cachorro que não tenha no edifício onde moro para evitar mal-entendidos) do ônibus. O cachorro parava de quando em quando para olhar os passageiro.
     O policial foi simpático e dizia ao cachorro:
     _O senhor está em trajes proibidos dentro do ônibus. Saia bem comportado que eu não conto pra ninguém.
     Não é que o cachorro baixou a cabeça e criou uma simpatia coletiva dentro do ônibus.
     _Ahhhhhhhhhhhhh...
     Essas histórias precisam fazer parte do nosso cotidiano porque as boas histórias de uma nação não podem ser diexadas de lado.