Rio de Janeiro

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http://frasesemcompromisso.blogs.sapo.pt/

O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

domingo, 31 de julho de 2016

Transpiração


Transpiração


Sonho, Deus e inconsciente,

Que acordado, é presente,

Motivo e inspiração.



A realidade é a mente

De sol ou chuva à gente,

Mas com motivação.



O suor é o que se sente,

Essa transpiração.

sábado, 30 de julho de 2016

Propósito


Propósito



Propósito espiritual
É vontade de aceitar
E acrescer ao conceitual
E através de se estudar.

É a rotina individual
Alternada pra alcançar
O entendimento não usual;
Saber-se em fé e acreditar

Que o atemporal é virtual,
Feito promessa a contar,
Saber de Cristo o textual,
Sem que se queira ensinar.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Arte Etérea

Arte Etérea



     Algum tempo atrás fui numa fábrica de chocolates. A visita durou por volta de uma hora.
     Os tipos de matéria prima, as máquinas, a feitura e, a degustação.
     Investir é se divertir. O chocolate vai além da lenda e da gula, vai além de um país e sua cultura, vai ao sonho e se diz presente ao paladar.
     O chocolate é a imaginação em produtividade e, até hoje, eu não tinha pensado em fazer em casa.
     Não sei se foi o clima frio ou uma estranha sensação de ter esquecido algo por fazer em casa.
     Eu sei que cheguei e vi que por hoje estava tudo feito, das leituras aos estudos e as conversas com os meus conhecidos de costume.
     Dia de inventar um paladar diferente.
     Não fui muito original, mas peguei chocolate amargo e paçoca com açúcar mascavo e as formas de chocolate com as quais eu derretia chocolate dietético para levar em passeios com a minha mãe.
     Não tenho o conceito definido, pois não foi exatamente saudade, foi uma experiência culinária.
     A gente é a soma de tudo o que vive e acho que hoje foi o dia do resumo, porque eu e ela, juntas, éramos unânimes na questão do chocolate. Ela lembrava que na guerra eram enviados chocolates aos aliados, coisa que o professor da chocolateria nos lembrou em aula e eu me emocionei. Ela também dizia que era útil ter um pequeno chocolate dentro da bolsa porque era bom em qualquer situação, fosse alegre ou triste.
     “_Prepare o meu chocolate porque vou passar a manhã no velório e não posso comer nada que os outros comem.”
     “_Prepare o meu chocolate porque vou a uma festa de aniversário e não posso comer nada que os outros comem.”

     Eu sei que eu não pensei duas vezes e derreti o chocolate e recheei com paçoca e o meu estado de espírito se encontra pertinho dos anjos.
     Para que tornar etérea uma emoção que compreende os dois mundos em que se vive: o do corpo e o da alma?


    
    

     

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Atleta


Atleta



Não diga relógio
Do tempo a passar,
Nem tudo é tão lógico.

O amanhecer é óbvio,
É hora de acordar
Que o destino é pródigo

A quem quer o pódio.

Esse, a conquistar.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Óculos


Óculos



Meus livros raros
Estão a insistir
Novos reparos.

Novos são caros,
Saudade há de vir;
Meus anteparos.

Óculos claros,

Leitura é devir.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Alquimia

Alquimia

Em fogo e areia,
O fogo cria
A cristaleira.

Faz-se a magia
Que o vidro queira
Em frasco e guia.

É a volta ao dia;

Brilha e medeia

domingo, 24 de julho de 2016

Perplexidade


Perplexidade



Substancial perplexidade,
Muitas vezes comovida,
Desenvolta em humildade,


É a contínua habilidade
De ânimo, reconhecida,
Em querer felicidade,


E estar sempre a essa vontade


De querer-se a toda a vida.

sábado, 23 de julho de 2016

Olhar da Natureza


Olhar da Natureza



O olhar da natureza
Possui rara beleza
De até se humanizar


Oculto à certeza,
Das folhas coa presteza
Do vento a respirar.


Instante de grandeza

É ver deus a observar.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Reprise


Reprise



Hora de fazer o quilo,
Mas também algum retiro,
Aproveitar o momento
De pão com queijo, acrescento.

Chama o cansaço ao cochilo,
Mas é noite para o esquilo
Com sono e não é passatempo,
É a reprise que contemplo.

Desnecessário é o motivo
Para apreciar o sorriso,
Difícil é achar o tempo
E o bom entretenimento.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Passantes


Passantes



Agenda e janela
Com leite e canela
À tarde distante.

Charmosa caneca
Que o tempo não leva
O tempo de estante.

A rua se espelha

Em todo passante.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Trovas de Propaganda


Trovas de Propaganda



O que se faz com amor
Deve ser considerado,
Seja cozido ou ensopado,
Dá-se o devido valor.

São as trovas d’água ao vapor,
Sem sabor destemperado
Servidas em separado;
Complemento mediador

Sem que se perca o sabor.
Que seja o bem realizado,
Bem servido e bem rimado
Trazendo ao dia algum calor.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Dom


Dom




Dia de som
É bom tom
Bem lembrado.

Um bombom
Em crepom
Decorado.

É esse dom

Devorado.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Recolhimento


Recolhimento



Passar roupas quando está frio,
Aquece a alma num dia macio,
E o ferro de passar decora
E enfeita a geada d’uma aurora.

A tábua, ao momento, vazio,
Espera prudente o sutil,
A ruga que se alisa agora
E o tempo foi ontem, mas diz a hora.

E, ao por do sol, o varal viu,
Que a dobra desfez-se e sumiu,
E passa esse dia sem demora,
Sem pressa, ao ritmo próprio se ora.

domingo, 17 de julho de 2016

Festa / Crônica de Supermercado

Festa / Crônica de Supermercado



     Festa é uma preocupação jovem, de quem quer que tudo dê certo na sua vida e na dos outros.
     Estava na fila do pão quando ouvi, gostei e prestei atenção em como montar uma boa festa para jovens.
     A mãe da jovem aproveitava a montagem da festa para ensinar e se divertir.
     _Vamos esquecer a decoração e casa para receber visitas. Eu, com a ajuda do seu pai, colocaremos o sofá no lugar da copa e levar a mesa da copa para a sala. Na sala não colocaremos nada além da mesa coberta com uma toalha branca rendada.
     A garota perguntou:
     _E a casa, mãe? Como mostraremos a casa?
     Ela olhou para a filha surpresa:
     _Mostrar a casa para jovens? Nada disso. Colocaremos algumas mesas desmontáveis para colocar os pratinhos e os refrigerantes e os copos. Na mesa central ficarão os salgados, os doces e o bolo. Quem quiser se sentar irá para a copa ou pegará a cadeira e a levará para a sala.
     A garota perguntou sobre a mesa:
     _Mãe, você não vai enfeitar a mesa com nada?
     A mãe deu risada.
     _Comprarei um vaso de flores e deixarei na geladeira.
     A garota ficou admirada da ideia e perguntou para a mãe se ela colocaria flores murchas sobre a mesa.
     A mãe ficou séria:
     _Filha, vamos retirar a prateleira das verduras e colocaremos o vaso de flores lá, devidamente protegido com um plástico para que as flores permaneçam viçosas.
     A filha ficou em dúvida sobre o que dizer, mas a mãe devia saber o que estava fazendo.
     Depois de pensar um pouco, a garota perguntou quantos pratinhos e copos deveriam ser colocados sobre a mesa porque ela não sabia quantos dos convidados iriam à festa.
     A mãe, autoconfiante, respondeu que somente colocaria os pratinhos e os copos na hora em que ela soubesse quantos estavam ou iriam chegar garantindo que não iriam sobrar pilhas de pratos e copos caso fosse pouca gente. Dessa maneira, a festa seria um sucesso independente do número de pessoas presentes e faltantes.
     _Filha, os jovens mudam de ideia rapidamente e em festa de jovem não se sabe dizer com exatidão quantos vão numa festa.
     A garota ficou contente, embora ainda preocupada com as flores na geladeira.
     _Mãe, eu esqueço que temos sala de visita?
     A mãe disse que sim. Disse também para a jovem descansar porque ela teria que ficar em pé por muitas horas, o que com música jovem não é difícil.
     Num outro lado da cidade, outra jovem ganhava prioridade. Ela precisava urgentemente de um cabelo igual ao da vampira do filme Crepúsculo. Impossível foi não observar o cabelo castanho e prata conseguido com rinsagem azul (rinsagem azul é do tempo das vovós para não deixar os cabelos brancos amarelarem).
     A juventude é necessária. Pensemos nas jovens e pensemos nos jovens que também a precisam viver. Assim esse nosso mundo de conflitos por todos os cantos podem ser de paz e alegria.
     É preciso agradecer às jovens e às suas mães. Obrigada!
    


sábado, 16 de julho de 2016

O Verbo


O Verbo



Não é capricho
Priorizar
O bendito,

Gente é nicho
Do sonhar.
Acredito

Que seja isso

O que é orar. 

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Assim Seria


Assim Seria



Além de toda incerteza,
Importa saber do dia
O que contrapõe à tristeza.
A indagação surgia

Do abstrato e, contrapesa,
Sobremaneira vigia
A dúvida com grandeza;
Desalinho da alegria.

Ao sonho de Deus se reza
E quer o que chamaria
De amor e delicadeza
E Ele se realizaria.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Anjos


Anjos



Anjos são revelados,
Incrustadas paredes
Dos gessos modelados.

Eis que eram ocultados,
Como acontece, às vezes,
Continuamente alados,

À luz, acostumados;

São os divinos dizeres.



quarta-feira, 13 de julho de 2016

Desambiguação


Desambiguação



Ninguém é igual,
Diferem gostos
Em óleo e sal,
Que são entrepostos

Entre o normal
E os tira-gostos.
É desigual,
Aos pressupostos,

Esse ser real
Em pratos postos
E isso não é mal
Que dê desgostos.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Poema Intimista


Poema Intimista



Bem aproveitado
É o dia musicado
Com o coração.

Suado e molhado,
Aperfeiçoado,
Mas, ainda, emoção.

Diz-se abençoado

Com toda razão.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Poema Casual


Poema Casual


Um dia a dia, a toda gente,
Que se espera todo igual,
É caminho e chão à frente,
O que o torna normal.

Mas também é um presente
E parece um quintal
Planejado e silente
Aquietado ao seu igual.

Deixa ao lado o que entende,
Deixa ao lado o especial,
Mas, na voz se pressente,
A canção e o ser casual.

domingo, 10 de julho de 2016

Emanação

Emanação



Ao olhar o horizonte,
Os olhos descansam
Onde o céu se esconde.

Pensa o tempo longe
E o que as canções cantam
Imaginando o ontem.

À música, conte,

Ao amanhã, o que emanam.

sábado, 9 de julho de 2016

A Conexão / Texto

A Conexão


     Aquele pedaço de sabonete derretido embaixo do chuveiro me era estranho, pois não se parecia com nenhum dos sabonetes das saboneteiras. Peguei um pedaço de papel para retirá-lo do piso. foi aí que descobri que não era nenhum sabonete, era de plástico.
     Olhei para cima e observei o chuveiro devidamente engatado por um caninho de metal. o conector era aquilo que eu encontrei no piso embaixo do chuveiro.
     Contei a história para alguns conhecidos e disse que iria comprar um conector novo para o chuveiro. Arrumei, do meu jeito, troquei a peça e parece que tão cedo não derrete.
     Assim como essa peça derretida, tenho certeza que a gente não percebe tudo o que está acontecendo a nossa volta.
     São diálogos truncados, são definições desconhecidas, são novidades que a gente tem que aprender e, por último, são as incompreensões quando dizemos que não temos habilidade suficiente para certas atividades.
     Nascem assim os desencontros. Nem todos os desencontros se resolvem. É a tal da incompatibilidade de gênio. Ora, sem afinidades, não há conversa que dê certo e isso é normal.
     Para a conhecida, o negócio do chuveiro e a frase: Parece que não veem que não vai dar certo, deixou-a surpresa.
     Ainda no mesmo dia, depois de comprar o conector, encontrei-a novamente na ida ao supermercado.
     _Tudo bem? Comprei o conector por um real e setenta e cinco centavos aqui no bairro.
     Ela contou que os pães estavam saindo do forno e que estava contente com a compra.   
     Em comum, temos as compras e temos assunto agradável.
     Esse é um bom diálogo.
     Se eu não conseguisse descascar os fios e colocar o conector com a chave de luz desligada, eu teria que chamar um técnico para trocar o conector do chuveiro. É difícil dizer isso, mas tem tarefas que a gente não consegue fazer, mesmo que seja simples.
     Parece que tem gente que não entende que, pode haver uma impossibilidade, que não é má vontade.
     É a impossibilidade espiritual, aquele dom ao qual, não temos a graça de ser capacitados.
     Nem tudo depende do esforço pessoal, há coisas e atividades, cuja aversão é da natureza do ser em particular; há outras cujo esforço compensa e há outras, ainda, as quais fazemos facilmente.
     Com os diálogos e as pessoas, é mais ou menos do mesmo jeito.
     Quem diz os nossos limites para certas aptidões somos nós mesmos.
     O mundo anda em confusão ultimamente, seja em consequência dos conflitos bélicos, seja pelos conflitos pelo prazer de ganhar uma conversa, ou, dominar o adversário.
     Vamos começar por respeitarmos a nós mesmos, depois pratiquemos esse respeito com o próximo; consigamos um limite nas discussões.
     

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Brincar


Brincar



Volta à esperança,
E vira criança,
Nesse brincar.

A toda dança
Que não se cansa
De se alegrar.

Assim se alcança

Todo sonhar.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Libertando-se do Fantasma do Medo





Libertando-se
do Fantasma do Medo

     Eram sete
horas e cinquenta e cinco minutos. Juliana dirigia-se ao escritório para
trabalhar. Estaciona o automóvel e segue a pé em direção ao escritório.
     A rua
tinha pouco movimento. Atravessa a rua e alcança a calçada da quadra onde fica
o prédio do escritório. Quebrando o silêncio da calçada estão os seus passos e
os passos de algum transeunte alguns metros distante que vinha atrás dela.
     No chão
da calçada, porém, eram três as sombras das pessoas.
     Juliana
olhou para trás, à sua direita, e viu o homem com roupas limpas e boa
aparência. Olhou para trás, à sua esquerda, e, ninguém estava ali.
     A
terceira sombra parecia querer alcançá-la e ela apertou os passos até o
edifício.
     O
transeunte que estava logo atrás, à sua direita, apertou os passos também.
     As duas
pessoas na calçada fugiam da terceira sombra no chão.
     Com o
coração quase palpitando ela entra no edifício e fica próxima à parede de
entrada até que a terceira sombra desapareça.
     O
transeunte que estava na calçada passa e olha assustado. A terceira sombra
desaparecera da calçada.


     Juliana e
o transeunte se livraram da terceira sombra, a sombra do medo do desconhecido.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Atônitos / Crônica do Cotidiano

Atônitos / Crônica do Cotidiano



     Estou atônita, a rua está atônita, os pensamentos estão procurando uma razão para o que presenciamos.
     Um homem, de mais ou menos quarenta anos, conforme os comentários chegaram até mim.
     Ele caminhava pela calçada em frente a uma loja de som, quando, segundo comentam – o verbo está no presente, porque naquela rua o dia hoje será esquisito, colocou uma das mãos em uma das orelhas e tombou.
     Chamaram o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Emergência) e o pessoal do SAMU chamou o IML (Instituto médico legal).
     “Coração parado.” Mal súbito ou um enfarto ou qualquer coisa assim.
     Uma moça me convidou para ir ver a cena. Não! Vamos deixar o pessoal trabalhar sossegado.
     O trabalho por ali foi prejudicado, não havia condições para mais ninguém manter o foco.
     Deus mandou um telegrama urgente para aquele cidadão, morreu.
     Sentei numa panificadora por ali, tomei café sem querer tomar café, para deixar o tempo de o susto passar.
     Alguns estavam parados com o olhar longe, pensando na morte.
     Dois idosos conversavam muito nervosos, dizendo da necessidade de se cuidar da saúde para que essas coisas não aconteçam a eles.
     Caminhei mais um pouco. Era hora de voltar para casa.
     Olhei para um conhecido, que estava disposto a repetir a história e disse que sabia, já haviam me contado.
     _Usaram desfribilador (acho que é assim que se escreve) e de nada adiantou. O coração estava parado. Chamaram o IML para fazer o reconhecimento do homem e os exames necessários para descobrirem a causa da morte.
     Ele me contava enquanto ambos olhávamos para os policiais que colhiam depoimentos sobre o acontecimento em frente à loja de som.
     Interessante é que estávamos entre estranhos, mas o comportamento era igual.
     A rua estava de luto por aquele desconhecido que morreu de maneira extremamente natural.
     Quem era e o que fazia por ali, não se sabe. Provavelmente a família sabe por que as horas já se passaram entre o que soubemos e o texto.
     Termino o texto pedindo a Deus que conforte os familiares daquele homem que passava em frente à loja de som.