Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 31 de maio de 2014

Aristotélica Senhora / Filosófica Crônica

Aristotélica Senhora / Filosófica crônica

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Eu estava em lazer quando a senhora sentada Na fila da frente do cinema, disse sobre Aristóteles.

Frases e mais frase que ela havia decorado através dos seus estudos de filosofia.

Não sei quem ela era e não perguntei, não ousaria interromper o monólogo brilhante com o qual ela desenvolvia aquele raciocínio.

Quando ela disse a conclusão sobre tudo o que havia lido, senti uma vontade imensa de conversar com ela, mas me contive porque a minha maneira de ver a espiritualidade é diferente da dela e ela estava derivando a conclusão esplêndida por caminhos que faziam com que o pensamento se diluísse.

A conclusão eu decorei e compartilho:

“Ninguém toma decisões sem que essas decisões sejam fruto do conhecimento adquirido ao longo da sua existência”.

Lembro-me das citações várias dos livros de filosofia lidos, mas o desenvolvimento do pensamento foi interessante, pois disse ela que desde o seu nascimento o ser é impregnado de cultura.

Mesmo sem ter consciência da cultura que o envolve, o bebê aprende comportamentos e, segundo ela, aprende também o conhecimento das pessoas que o rodeiam mesmo com a consciência em desenvolvimento.

Segundo esse raciocínio, todas as atitudes e decisões tomadas pelo ser humano tem um grau de sabedoria desconhecida da aprendizagem efetiva, seja aquela aprendizagem familiar ou a escolar.

Para Aristóteles existem seis formas ou grau de conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória, raciocínio e intuição.

Nesse caso a aprendizagem e contínua durante toda a existência, mesmo para aqueles que não estão nos bancos escolares, mas que convivem em sociedade. Ela discursa também sobre a aprendizagem virtual, aquela que se obtém pelas redes sociais, cuja mudança comportamental ainda está a ser observada.

Mesmo amando Aristóteles, disse da necessidade que ela tem de ler outros filósofos.

Não contente em contar de Aristóteles, coloca Descartes em desconforto.

Disse que Descartes engessa o pensamento filosófico do conhecimento o colocando em linhas cartesianas como se fossem caminhos de aprendizagem.

Eu, pessoalmente, gosto dos filósofos matemáticos pela exposição e confirmação das suas teorias na prática.

Quando ela derivou o seu raciocínio dizendo que a filosofia da existência não se contém em cartesianas, a minha atenção se dispersou.

Comecei a divagar sobre todo o raciocínio matemático envolvido nesse mesmo plano aristotélico de conhecimento.

De onde concluí que a tomada de decisão consciente vem da lógica do indivíduo formada também através de toda a aprendizagem empírica das percepções, imaginações, intuições e ideações.

As conotações sociais das quais ela disse, eu relevo ao segundo plano, embora em parte concorde que haja um engessamento nas ideias do conhecimento à medida que se bitola e se restringe o pensamento a apenas uma determinada corrente filosófica, a corrente filosófica das épocas em sua cronologia ambientada.

Nesse texto, retiro totalmente a conotação das espiritualidades envolvidas na filosofia pelo fato do tema discorrido ter sido deveras interessante e enriquecedor.

E, lamento não ter anotado todos os outros filósofos que corroboram os ensinamentos.

O filme era de aventura e o bem se saiu bem, conforme o esperado.

Posso dizer que se eu a encontrar novamente, a convidarei para uma conversa. Mas, aí me veio o seguinte pensamento que me deixa em dúvida: discorreria ela tão brilhantemente se não estivesse à vontade para falar, sabendo-se ouvida?

Para mim, foi ótimo. Pena que a amiga que estava com ela, adormeceu durante o filme.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Pensamentos

Pensamentos

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Sopra o vento

Nessas notas;

Sentimento.

 

Firmamento

Às ilhotas,

Fundamento...

 

Pensamento

 

De Gaivotas.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Amazônia

Amazônia
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Digo do amor,
Quando o pressinto,
Numa Amazônia.

Poetizo em flor,
Todo o Jacinto,
Toda a Begônia.

O que é do amor,

Senão insônia?

Elegia

Elegia

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Todo o dia

É de amor,

Jesus Cristo.

 

Elegia

E louvor,

Jesus Cristo.

 

E alegria,

 

Quando em dor.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Edson Prado Surta

Edson Prado Surta

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Depois da Festa da Uva, Edson Prado, o repórter do blog, se aventurou nos esportes.

Em busca de animação foi praticar Bungee Jumping, aquele esporte maluco em que as pessoas saltam das alturas e ficam no ar, até que o balanço dos cabos de aço pare, quando os esportistas são içados para o lugar de onde saltaram.

Não deu outro pulo, teve amnésia após o salto, o que foi diagnosticado como choque pós-traumático.

Recuperado, ele enviou a matéria ao blog e pediu para que a publicasse a fim de demonstrar o estado em que ficou após o salto e a entrevista que fez à instrutora que o atendeu.

Transcrevo a entrevista:

_Senhora, por acaso estou num país monárquico?

A instrutora respondia para mantê-lo acordado até que viesse a ambulância e os socorristas.

_Por que pergunta isso, Edson?

_Porque sei que a senhora foi à Bélgica comer uns doces numa confeitaria e retornou no dia seguinte. A senhora é a rainha da Bélgica?

_Não, não sou a rainha da Bélgica e não estamos na Bélgica. Estamos no Brasil e eu sou instrutora de Bungee Jumping.

Obs. Naquele momento eu não recordava o que fosse Bungee Jumping. Pensei que fosse algo socialista.

_Senhora, por acaso Bungee Jumping tem algo a ver com Karl Marx?

A instrutora respondeu:

_Edson, o Bungee Jumping é um esporte e não tem fronteiras. Pode ser praticado em países do mundo inteiro, mas eu não sei por que até hoje não saí para nenhuma viagem ao exterior.

Obs. Naquele momento eu me concentrei e olhei para ela, bonita dos pés a cabeça.

_Não mais farei perguntas, senhora. Por favor, confirme para mim que Bungee Jumping é alguma novidade sexual.

Essa foi uma pergunta que exigiu alguma reflexão por parte dela.

_Bungee Jumping pode até ser considerado como metáfora para sexo, mas não o é exatamente.

Obs. Radicalizei.

_Bungee Jumping é como um filme daqueles chamados de Serial Killer. Tentaram me matar e eu sobrevivi?

_Não houve nenhuma expectativa de que o senhor morresse praticando Bungee Jumping. No entanto, como todo atleta, o senhor deveria ter feito exames médicos que o autorizassem ao esporte.

Obs. Comecei a rir.

_Se estou no Brasil, que é politicamente correto, o Bungee Jumping não é ilegal ou preconceituoso?

A instrutora pediu a ele que não a magoasse, pois ela jamais praticaria tais coisas. Repetiu que era a instrutora do esporte e garantia que nada de errado aconteceria a ele.

Obs. A curiosidade me apareceu.

_Estou no Brasil, Que é o país do Bungee Jumping?

A instrutora parecia desanimada com ele.

_Edson, você está no Brasil do futebol. Lembra-se de algo como onze jogadores de cada lado do campo, que correm atrás de uma bola até que consigam colocá-la entre duas traves cobertas por uma rede?

Sentei-me no mesmo instante. Os socorristas chegaram e iriam me levar para exames quando voltei a mim e comecei a gritar Copa.

Os socorristas conversaram com a instrutora e disseram que ele se recuperaria a tempo de assistir aos jogos da Seleção.

Aí me levantei e pedi a eles que me levassem para o hospital. Aquela mulher não dizia coisa com coisa. Era ininteligível. Ela ficou me olhando com jeito de boba, enquanto os socorristas diziam a ela para não ligar, eu é que tinha me ligado na realidade. Fingi que não ouvi.

Vou jogar futebol de hoje em diante.

Ps. O blog não comenta e não restringe boas matérias.

terça-feira, 27 de maio de 2014

As Amigas

As Amigas

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Era uma vez duas amigas cuja amizade equivalia as de irmãs. Cresceram, casaram e trabalhavam. As duas amigas tiveram uma filha cada uma.

Renata e Roseana eram os nomes das meninas.

Ainda estavam na tenra infância, ambas por volta dos seus quatro e cinco anos de idade, quando mostraram às suas respectivas mães que não queriam brincar juntas.

À medida que cresceram os problemas das mães chegava a ser divertido e até mesmo ridículo para as mães.

No dia do aniversário da Renata, a Roseana dizia à mãe que ficaria em casa, preferia dormir a ter que encontrar-se com a Renata e a turma de amigos que iria à festa da outra.

No dia do aniversário da Roseana, a Renata dizia que iria ao aniversário da Roseana porque era melhor que a filha da amiga da mãe, estudava na melhor escola e gostaria de apreciar as simplicidades da outra.

As coisas e os assuntos não andavam bem entre as garotas, mas as mães obrigavam as duas a serem amigas.

A tragicomédia aconteceu no dia em que as mães quiseram que as duas estudassem juntas. Na prova, Roseana tirou uma nota alta e ficou entre as primeiras alunas na escola.

A Renata não se conformou, tinha usado o nome da sua escola para irritar a filha da amiga da mãe durante toda a infância. E, naquela hora em que as duas mudaram de escola e ingressaram na mesma escola, a Roseana tirou a melhor nota.

A Renata teve que procurar outros meios para se autoafirmar perante a sua turma em posição contrária à Roseana.

A Roseana, também em autoafirmação, usou e abusou das cores nas roupas e no jeito diferente de ser.

O mundo adula as divergências, estimulando a competição, criando as torcidas adversárias e, lucrando com elas. Tanto é que os jogos esportivos são fonte de sobrevivência para muita gente, até mesmo a sorte grande na vida de alguns poucos.

O jogo das meninas, como todo o jogo, teve uma vencedora. A mais preparada para o jogo era a Renata.

Renata exultou e, Roseana, também, à sua maneira, porque o que ela queria mesmo era ficar longe da Renata.

Renata foi em frente e seguiu o seu caminho com mérito.

Roseana, não. Enquanto as mães lidavam com as divergências, Roseana foi cercada por gente que a ajudava a enfrentar o prejuízo que o seu futuro escolar havia sofrido.

Algumas irmãs de caridade do antigo colégio onde a Renata estudara encontraram uma maneira de conversar com a Roseana e disseram a ela que a sua mãe estava equivocada. Haviam sido professoras da Renata e sabiam os métodos de autoafirmação da menina, diziam que eram métodos pouco cristãos. Contaram que colocaram como colega de sala de aula da Renata uma menina órfã, para ver se ela amenizava aquele jeito de ser, mas que de pouco adiantava.

Os pastores evangélicos não foram omissos após saberem dos prejuízos escolares, pois Renata havia conseguido deixar Roseana em má situação dentro da escola, fazendo com que ela aprendesse menos, com o objetivo de que a Roseana aprendesse a nunca mais tirar notas mais altas do que ela, e os professores colocaram como colegas de sala de aula para a Roseana meninas luteranas, com as quais Roseana conviveu harmoniosamente.

Ainda hoje há uma bonita amizade entre um padre da paróquia da Igreja Católica com o pastor de uma Igreja Luterana, as igrejas conversam.

Renata é uma empresária de sucesso e Roseana é pintora de quadros e ambas são felizes, separadas.

Onde não há amor, não existe motivo para relacionamentos.

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segunda-feira, 26 de maio de 2014

O Ônibus

Naquele ônibus de turismo, em frente à loja de lembranças, os passageiros desceram.
Quando os passageiros subiram, separadamente, dois homens estavam com camisetas nas mãos.
Ambos suavam, um na sua camiseta verde,  o outro na sua camiseta amarela. Ambas com inscrições de amor ao lugar onde foram confeccionadas.
Tiraram as camisas que vestiam e ficaram nus da cintura para cima no fundo do ônibus, atitudes separadas e não combinadas entre eles.
Vestiram as camisetas em frente às senhoras e pediram a elas para que não os observassem enquanto trocavam as camisas.
Estavam visivelmente emocionados, traziam consigo, no peito, naquelas camisetas de propaganda, os seus desejos de um Brasil melhor.
As senhoras compreenderam e houve um silêncio profundo por alguns instantes.
Os passageiros dos outros países se entreolhavam sem entender direito a atitude dos dois homens.
O patriotismo silencioso impediu que os outros passageiros reclamassem daquele excesso.
Naquele momento um Brasil chorou.
Um Brasil representado por não mais que dez pessoas, mas lembrado e amado incondicionalmente naquele momento.
Os espanhóis e os italianos ficaram atônitos, o americano gostou da atitude.
_Congratulações!
O telefone celular de uma das passageiras recebeu várias mensagens da polícia: Se você encontrar alguma notícia do Honda Civic Preto, por favor entre em contato conosco. A mensagem foi mostrada ao americano que disse que não era para se preocupar, era apenas um contato dizendo que a polícia local estaria à disposição para prestar informações.
...................................................................................................................................................................Noutro dia, uma policial perguntou se estava tudo bem durante o passeio do dia.
Estava. Indicou lugares baratos para as refeições e desejou boa estadia.
...................................................................................................................................................................
Não há excesso em nenhum amor, muito menos nesse lirismo de amizade entre o brando desse céu cheio de civismo.

   

domingo, 25 de maio de 2014

Cidade Grande

Cidade Grande

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Rosália e Edmilson eram dois irmãos que, tendo nascido em Sertãozinho, nunca tinham ido a São Paulo.

Juntaram dinheiro e se mandaram para São Paulo. Conheceram o Museu do Ipiranga, a Rua 25 de março e a Rua José Paulino, passearam no Shopping Eldorado, foram ao teatro e voltaram para a cidade natal.

Edmilson era o único entre os amigos que não conhecia São Paulo e, pouco disse aos amigos, além de agradecer as sugestões de passeios e compras. Conseguiu até mesmo um reconhecimento todo especial da namorada, que sonhava algum dia ir junto com ele para São Paulo.

Com Rosália foi diferente. Ela era mais nova que Edmilson e não tinha namorado. As amigas quiseram saber das compras.

_Compras? Eu não preciso de muitas roupas para viver aqui em Sertãozinho.

Alguma roupa você há de ter comprado, disseram as amigas.

_Comprei um par de botas, uma calça e uma camiseta para ir pescar de vez em quando.

As amigas de Rosália ficaram indignadas, ela tinha ido ao mar das compras e voltou de mãos vazias.

_Mãos vazias e coração cheio!

A curiosidade das meninas fez com que perguntassem como é que ela não fizera compras.

_Eu nunca tinha ido numa cidade grande. A cidade grande tem muito mais gente do que eu imaginava.

_E então?

Rosália deu um jeito de conversar com o povo de São Paulo. Ficou conversando, conversando e, deixou as compras para Sertãozinho; quando voltasse compraria. Poderia comprar pela internet, não tinha tanta pressa de gastar dinheiro, não iria usar aquela roupa mesmo.

As amigas engoliram a conversa, mas provocaram perguntando se ela e o Edmilson não tinham discutido durante a viagem.

_Não. O Edmilson alugou um carro com o mapa da cidade. Eu fui ao lado. O mapa estava desatualizado e ele acabou por entrar na Via Anchieta e, depois, na Via Dutra. São rodovias largas e a gente queria era ficar em São Paulo. O que aconteceu foi que para pegar o retorno da rodovia para a cidade, eu tive que avistar um caminhão quebrado no acostamento e perguntar onde é que ficava o tal do retorno para a cidade de São Paulo. Os motoristas do caminhão foram bons e indicaram o caminho certo. Graças ao Edmilson eu conversei com mais gente do que pretendia. Não tivemos tempo para nenhuma discussão.

As amigas de Rosália quiseram saber mais, queriam saber se a dupla caipira tinha feito algum programa cultural além do Museu do Ipiranga.

_Nós fomos ao Teatro, nós fomos noutros museus, ao parque do Ibirapuera e comprei alguns doces no Shopping Eldorado, muito bem servido nessa área.

Perguntaram sobre o Terraço Itália.

_O Terraço Itália, vimos por fora; não deu tempo. Fizemos um turismo até a cidade de Nossa Senhora Aparecida e o passeio tomou um dia inteiro.

As amigas disseram que, se fosse assim, todas elas poderiam ir até São Paulo.

_Se vocês tiverem a prosa que eu tenho, podem. Eu fui lá para conversar, não para comprar.

As amigas não eram tão bobas quanto a Rosália e levariam dinheiro para as compras. Ir até São Paulo e não comprar nada é coisa de sertaneja.

Rosália disse que então fazia todo o sentido não comprar nada em São Paulo. Ela era sertaneja de Sertãozinho e ponto final porque agora podia dizer que conhecia a cidade de São Paulo.

sábado, 24 de maio de 2014

Momentos

Momentos

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Mil fotografias

Não se conterão

Em fisionomias,

Vitrine em verão.

 

São filosofias

D’uma expressão,

Internas grafias

Numa subjeção.

 

Assim são esses dias,

Nessa interjeição

De alegrias tardias;

Ainda em afeição.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Pling

Pling

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Pling era um humanoide que gostava de passear e conhecer outros planetas, tanto quanto os terráqueos procuram planetas com possíveis sinais de vida.

Passeando pela Via Láctea, viu o planeta Terra e, desceu para saber melhor das condições de vida do planeta.

Durante a descida à Terra, o seu disco voador sofreu avarias e ele teria que ficar algum tempo por aqui até que a nave se consertasse. O disco voador se consertava automaticamente e, tudo que ele precisaria fazer, era esperar que a nave ficasse pronta para o retorno à sua galáxia.

Estando em meio de floresta, avistou um homem. Era um geólogo, chamado Teobaldo.

O geólogo logo percebeu que o Pling não era daqui, deste planeta. Pling tinha a pele verde e os cabelos cor-de-rosa, nem muito compridos e nem muito curtos.

Teobaldo chamou o guarda-florestal e mostrou o ser que não tinha linguagem habitual para se comunicar que, além do mais trajava roupas prateadas e botas prateadas.

O guarda-florestal comunicou o fato às autoridades.

Pling, apesar da dificuldade para se comunicar, mostrou a nave espacial e fez observar que os reparos estavam sendo feitos, após o qual ele iria embora daqui.

Todas as medidas de proteção e segurança foram tomadas para que o Pling fosse embora sem maiores consequências aos terráqueos, como pânico ou antropofagia.

Pling era esperto e logo começou a aprender a linguagem humana, como também ensinava a linguagem extraterrestre para o geólogo.

Conta daqui e conta dali, logo todas as autoridades ficaram sabendo da visita de Pling ao planeta.

Os terráqueos não são bobos e, alguns tentavam conversar com Pling para saber das características do seu planeta.

À medida que a curiosidade sobre Pling aumentava, as autoridades reforçavam as proteções e, nem elas poderiam fazer entrevistas sem que houvesse um acordo prévio entre todos os países.

Pling conversava pouco, mas com todos os que chegavam perto dele, sendo que um impedia o outro de obter qualquer vantagem sobre Pling.

O planeta Terra era correto ao agir dessa maneira com Pling.

Para Pling, não era nada fácil ouvir tantas ordens; uns a respeito dos outros, mas era a obrigação dele cumpri-las todas, sem desagradar ninguém.

Teobaldo era amigo de Pling, compreendia a situação difícil na qual Pling se envolvera sem querer.

Pling também ficou amigo de Teobaldo porque ele, de boa vontade, se dispôs a acompanhar os problemas de Pling, conforme eles surgiam.

Assim, as Polícias Civis não deixava as Polícias Militares se aproximar e a Polícia Federal, incluindo-se os nomes internacionais, se incumbiam de averiguar os possíveis problemas que essa aterrissagem pudesse causar ao planeta, enquanto os países e suas políticas colocavam as suas Forças Armadas para proteger o planeta Terra de possíveis ataques extraterrenos.

Pling estranhou tantas novidades, ele era um piloto de discos voadores amador, com capacidade para levar até sete passageiros, o que no planeta dele era permitido a qualquer ser que atingisse um metro e sessenta e cinco centímetros de altura.

Para Pling, restava conviver com a situação até que a nave se consertasse.

Passadas duas semanas, as luzes da nave se acenderam indicando que ele poderia voltar ao seu planeta.

Ele avisou as autoridades e disse que partiria para o seu planeta assim que a luz da ré se acendesse.

Chamaram Teobaldo e pediram a ele que explicasse que, na Terra, não bastava que todas as luzes de um disco voador se acendessem para que ele pudesse voltar ao seu planeta.

Teobaldo contou a Pling que, para ele voltar ao seu planeta de origem, era preciso que todas as agências espaciais concordassem e que, a saída da nave da atmosfera terrestre deveria ser monitorada pelas agências.

Pling instalou transmissores para satélites do mundo inteiro e, teve que esperar a autorização para a decolagem.

Uma vez concedida a autorização para a decolagem, Pling voltou para o seu planeta.

A partir de certa distância, alguns satélites perderam o contato com o disco voador, o que obrigou outras agências espaciais a abrigarem vistorias umas das outras até que Pling saísse da Via Láctea.

Após a saída da Via Láctea, todas as agências perderam o contato por satélites com Pling.

Depois de tudo o que passou na Terra, Pling prometeu a si mesmo que iria voltar outras vezes, não para invadir a Terra, mas para se divertir com toda essa gente, que ao final das contas, havia sido boa para com ele.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Ideia Importada / Crônica do Cotidiano

Ideia Importada

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O povo brasileiro gosta de ideias importadas.

Os turistas chegarão para a Copa do Mundo e é óbvio que estranharão alguns dos nossos hábitos.

Não sei se funcionaria aqui, no Brasil, mas pela Europa e nos Estados Unidos a ideia funciona bem.

Existem pequenos armazéns que abrem às sete da manhã e fecham à meia noite. Pela manhã pode se provar um copo descartável de café com leite, pães variados e queijos de diversas procedências, desde o mussarela ao legítimo queijo suíço, com um preço igual ao de qualquer dessas franquias que vendem hambúrgueres. Nada caro demais.

Na hora do almoço, o cardápio é fixo, mas tem almoço ou lanche, dependendo do gosto do turista.

O armazém, enquanto armazém funciona o dia inteiro e tem de tudo, até filtro solar para quem caminha o dia inteiro.

À noite, o ambiente permite que se leve os laptops num ambiente de cortesia, sem hora marcada para ir embora (desde que até à meia noite). Pode-se tomar, à vontade, sucos ou café com sanduíches variados, algo leve para não atrapalhar o ambiente intelectualizado.

De álcool, oferecem cerveja, mas lá fora, esses ambientes não são frequentados por quem toma bebidas com álcool.

A música é o charme, nem inaudível como aquela música de meio ambiente de consultório médico e nem ensurdecedora com muitos decibéis.

Eu não sei como se chamaria aquele tipo de música pop por aqui, são alegres e estimulam o bom humor com os comentaristas indicando a programação de teatros e cinema, conforme o que me foi descrito.

Acreditem, eles saem desses armazéns e vão a pé para as suas residências, não muito longe do lugar. Todos se cumprimentam, são polidos uns com os outros, embora sejam desconhecidos entre si.

Os passeios noturnos nas calçadas ainda existem em muitos lugares do planeta.

Lembrei-me da minha mãe contando da sorveteria e do chamado “footing” ao saber dessa realidade que funciona bem noutros países.

Os problemas de segurança também existem lá fora, mas dependendo do local, a ronda é contínua e os cidadãos são tão tranquilos a respeito disso, que andam com os laptops embaixo do braço, como os evangélicos e a Bíblia.

Ninguém tem medo do seu semelhante, antes o respeita e troca algumas conversas sem importância. Esse é o tema universal, o tempo, o sol e a chuva. Desejar um bom dia também é parte da educação. Encontramos-nos depois, é a gentileza de sempre.

Uma amiga esteve em Paris e amou esse clima, outra nos Estados Unidos, e igualmente, se encantou com o ambiente.

As histórias foram tão aprazíveis, que sonharei com café com leite e pão com queijo suíço ao amanhecer. Onde é que se encontra queijo suíço por aqui ao café da manhã?

Algumas conclusões pessoais são inevitáveis, tais como o “footing” existe nos países de primeiro mundo, a violência é bem menor e a convivência é saudável entre os diferentes.

Quem sabe possa se aproveitar algo dessa crônica? Sonhar é de graça.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Poema Desatento

Poema Desatento

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Observa esse precioso tempo

Das flores a desabrochar,

Que lindo é esse recomeçar,

E deixa fluir o sentimento.

 

Que o amor é pólen sem lamento,

Germina num sonho a vagar,

Floresce nos dias, a clarear,

E, enfeita a rua em seu cinzento.

 

Pois, para a flor o amor é tempo,

Que nasce de todo o seu olhar,

Transforma em jardim o semear,

Precede o etéreo ao desatento.

terça-feira, 20 de maio de 2014

O Poder da Mente / Crônica do Cotidiano

O Poder da Mente / Crônica do Cotidiano

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Eu voltava descansada e distraída, quando ouvi, sem querer, a palestra que se fazia em algum apartamento.

Alguém falava sobre o poder da mente e, pelo visto, tinha algum conhecimento sobre o que dizia.

A voz feminina subtraiu da conversa todas as doenças psicossomáticas, as fobias e congêneres da medicina.

Também deixou claro que não era nenhum poder específico que faria com que alguma pessoa ganhasse na loteria através da força do pensamento.

Demorei-me a entrar em casa, a voz clara deixava a conversa fascinante; senti vontade de bater à porta e pedir para ouvir, mas se eu tomasse tal atitude, interromperia a conversa, interessante.

Ela dizia do poder da troca de energias em todas as conversas e entre todas as pessoas.

Dizia ela que todas as trocas de energias têm consequências no plano físico da vida das pessoas. Pedia para que não se subestimasse essa troca de energias.

Dizia também que não importava o grau de sabedoria ou incapacidade intelectual dos envolvidos num diálogo para que a troca de energias se fizesse.

Ensinou, pedindo que ninguém brincasse com essas trocas de átomos elétricos, os quais somos todos possuidores.

Falou do tempo inexato em que a energia gerada permanece propiciando modificações nas vidas dos envolvidos numa conversa. Não se sabe o tempo exato de duração dessa energia porque depende diretamente do volume da energia gerada pela mente.

O poder da mente, segundo ela, não diminui pela doença, mesmo que seja um transtorno do cérebro. A energia de uma pessoa permanece com ela durante a sua existência. Seja quem for que estivesse palestrando não quis entrar no campo do esoterismo e falar da energia do após vida física.

É um poder que vai além dos miolos de cada um e independe da vontade da pessoa em gerar a energia.

Pregava o bem sem explicar como é que se evita o mau pensamento, dizia apenas para não brincar com essa energia.

Pedia também para que ninguém represasse essa energia, mas que antes a canalizasse. Pensei em encanamento e separei a água limpa da água suja. Ambas as energias devem ser canalizadas, segundo ela.

Todo encontro de energias geram resultados práticos.

Resolvi entrar em casa e, enquanto isso, ela quase gritou:

_Não despreze o poder da mente.

Depois dessa, não desprezarei coisa nenhuma.

Entrei em casa sem bater à porta dela.

Não deixou de ser algo diferente na minha rotina.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Respiração

Respiração

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O vácuo desfeito,

Foi-se ao ar rarefeito,

Nesse respirar.

 

E, a mágoa do peito,

Desfeita em perfeito;

Sem se lamentar.

 

Que o mundo tem jeito,

 

Há que acreditar.

domingo, 18 de maio de 2014

Idealização

Idealização

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Os sonhos não idealizados,

Num sono ou, mesmo acordados,

Ocorrem sem a vontade

Prevista em praticidade.

 

Fantásticos realizados

Que foram sequer pensados,

Invadem o ar de bondade,

Do amor em sua lealdade.

 

Procuram-se nesses dados,

Respostas onde não há lados;

Nem cálculos à metade,

Nem contas d’uma verdade.

 

Os sonhos que são sonhados,

São feitos e realizados

Ao encontro da liberdade

De ideias; sorte e validade.

 

Perfeitos, são questionados;

Conceitos são abordados:

Onde é que estavam errados

Os sonhos, tão aperfeiçoados...

sábado, 17 de maio de 2014

Adaptações

Adaptações

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Difíceis são as adaptações,

Depois do vai e vem do navio;

Jogadas fora as ilusões,

Sobraram as velas, em cio.

 

De vento e mar, nessas noções,

Exatas nesse fugidio

Espaço das embarcações,

Composto d’alma, em seu arrepio.

 

São mares de contradições

Que sabem melhor do vazio,

Que exigem outras posições

Do mesmo barco em mar bravio.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Aprendizado de Ana

Aprendizado de Ana

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Certa vez Laura teve que sair para resolver alguns assuntos no centro da cidade.

Ao sair de casa começou a chover.

Voltou para casa para pegar a sombrinha.

Ao sair novamente, deu uma rajada de vento e descosturou a sombrinha.

Voltou para casa a fim de pegar outra sombrinha.

Ao sair de casa o sapato descolou sem motivo aparente.

Voltou para casa a fim de trocar os sapatos.

A família dela caiu na risada com as trapalhadas da saída.

Ana não sorriu e disse para a garota que ficasse em casa.

_Como?

Ana era a empregada e falava com ar de autoridade.

_A conta vence hoje?

Laura disse que não. A conta poderia ser paga até o final da semana.

_Fique em casa.

A mãe de Laura perguntou o motivo daquela ordem.

Ana não se fez de rogada e disse:

_Por acaso a senhora não sabe que estas coincidências acontecem para o bem? Não se teima com elas. Quando acontece um atrapalho, como o de começar a chover ao sair de casa, pode-se voltar para apanhar a sombrinha. São fatos corriqueiros que acontecem. Mas, quando acontecem várias coincidências ao se propor alguma ação, é melhor não teimar. Algo bastante desagradável pode acontecer e não se sabe exatamente o que é que pode acontecer. Se a conta não vence hoje, Laura fica onde está. Conosco e em segurança.

A mãe de Laura olhou para Ana, pensativa. Virou-se para Laura e disse que Ana estava certa.

_Fique conosco. Eu não veria os fatos por este lado, mas ela viu. Se ela viu, está visto. Eu não sou supersticiosa, mas as coincidências foram seguidas. Amanhã você paga a conta. Por hoje chega disso.

E não aconteceu mais nada com os pertences de Laura naquele dia e Ana, que era da Igreja Assembleia de Deus, ficou contente por Deus ter protegido a Laura.

Obs. Esse texto é uma homenagem a uma querida secretária.

Vitrine

Vitrine

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A vitrine me inspira

Tanto quanto essa luz

De sol que me respira.

 

A modelo que gira

Em dourado capuz,

Gira o espelho, revira.

 

Ao mostrar-se, seduz;

 

Vaidade é essa mentira.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Sampa

Sampa

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Numa rápida visita à São Paulo percebo a mentalidade que faz São Paulo ser São Paulo.

As moças conversavam entre elas. Na empresa onde elas trabalhavam haviam contratado uma nova secretária.

Uma das moças avisou que faria amizade com a nova secretária.

_É lógico que faremos amizade com ela. Não a conhecemos e a conheceremos através da boa recepção.

A moça disse que faria tudo o que pudesse para que a futura colega fosse bem sucedida nos primeiros dias.

_Combinado. Você a ajuda caso ela tenha alguma dificuldade com a função. Não é tarefa simples ajudar uma colega recém-chegada à empresa e manter as obrigações que temos em ordem.

A moça disse que estava em período de entre safra, tinha terminado uma campanha publicitária e aguardava o chamado para a próxima, o que levaria ao menos duas semanas para chegar até a mesa dela, que era arte finalista publicitária.

_Precisamos de mesa e cadeira para ela. O escritório está lotado. Você aceita decorar o ambiente de maneira que ela se sinta parte integrante da empresa?

A moça disse que sim. Contou sobre o escritório com carinho. Sugeriu ir a um brechó de móveis usados para encontrar uma mesa com cadeira no estilo colonial porque o escritório tinha móveis antigos e qualquer mesa que ali entrasse, por mais nova que fosse, poderia não combinar com o ambiente.

_Com estilo não se brinca. A empresa tem um formato de apresentação aos clientes. Despojado, colonial e atraente. Precisamos de algo assim.

A moça se entusiasmou com o desafio. E disse que no dia seguinte iria garimpar algo que ficasse bem no ambiente.

_Ela entra para o grupo, não tente ser mais amiga do que nós, ficaremos com ciúmes.

A moça disse que o objetivo dela era que a empresa desse lucro. O lucro significa comissão na campanha publicitária e, a empresa estando bem, todos eles lucram, porque a cartela dos clientes aumentava a cada dia. Esse foi o motivo da contratação de mais gente para compor a equipe.

_É uma visão arrojada. Geralmente as contratações geram resistências e medo de demissões.

A moça disse que, se todos se empenhassem na excelência do espírito de equipe, aperfeiçoariam os resultados e, dali a algum tempo, provavelmente haveria novas contratações.

_É difícil a convivência sem as panelas e proteções entre os nossos colegas preferidos.

A moça disse que era necessário. Com a interação dos relacionamentos interpessoais é que se aprimoravam os conhecimentos uns dos outros. Completou o pensamento dizendo que essa era a política da empresa,

_É o nosso diferencial. Aceitamos-nos com qualidades e defeitos e trabalhamos as nossas diferenças com espírito de igualdade, todos nos corrigimos mutuamente sem levar como ofensa pessoal, sabendo que esse sistema é o que nos garante a qualidade de vida fora do ambiente de trabalho.

A moça disse que também se motivavam mutuamente com elogios e sugestões sinceras de agrado geral.

_Vá em frente!

Uma das moças disse que precisava ir embora, tinha que ir ao hospital.

_Alguém na sua família está doente.

A moça disse que não. Era um parente da sogra dela, que ela nem conhecia. Iria ficar no hospital para que a acompanhante, que ela também não conhecia, pudesse descansar por algumas horas.

_É a nossa política! Faça amizade.

Que civilidade. Gostei de estar com elas.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Extensivo

Extensivo

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Quem sabe, d’outra vez,

Agora não, não quero;

Quem sabe haja talvez,

Depois, amanhã, espero.

 

Desata o nó de vez,

De peito e som sincero.

Por hoje falo inglês,

Poetizo e reverbero.

 

Escuto sem surdez,

Entendo o quero-quero,

Mas ainda o português,

Estranho e troco o verbo.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Palavra Dada

Dei a minha palavra que publicaria esse cartaz no meu blog.

O cartaz fala por si numa manifestação pedindo ajuda à Casa Branca aos direitos civis na Venezuela.

Venezuela

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Bel Ami

Paul Newman e eu,
A compreender...
Anoiteceu
A se perder

Esse amor meu
Sem se querer,
Assim choveu
Ao entardecer.

Não percebeu
O tempo a roer
Do que valeu;
Poder é Zeus.

Mito plebeu
De entristecer,
É o mostrar seu
E não se ver.





 

sábado, 10 de maio de 2014

Sabores

O sol, o rio, o mar,

Tanta paz, tanta paz...

Iogurte é saborear;


Calor de navegar,

Passear ao leva e traz,

Suave é o respirar.


Não mais que descansar,


Ao dia que esse dia faz.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Conceitos

Ondas que vem e que vão,

Movem águas sobre a areia;

Lembram a eterna canção,

Soam ao sereno e à sereia.


Vivem na imaginação, 

São possíveis nessa ceia;

Sol que compõe a refeição,

Sabe ao que se propõe, é  aldeia.



Nascem como essa expressão,

Numa mesa que recreia;

Trazem alguma razão,

Toda vida se permeia.
 

terça-feira, 6 de maio de 2014

Pensamentos


Livro  Fechado


Há tanto que dizer

e não seria notado,

porque todo querer

É ser civilizado.


O que será o crescer

Nesse estar a seu lado,

Parte de um conhecer,

Dos óleos amendoados.


Enigma do saber,

Todo  livro ignorado

Quando se deixa, ao ler,

Ao gosto fica apurado.

  

domingo, 4 de maio de 2014

Palavra

Palavra

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A palavra aberta

Alivia o sentido,

Com amor liberta

O som concebido.

 

A voz se desperta

Como amiga ao lido,

Esperança alerta

Ao melhor sonido.

 

Se, guardada, é incerta,

E não diz ao ouvido;

A secar deserta

Num areal perdido.

sábado, 3 de maio de 2014

Cumplicidade

Cumplicidade

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Sonhos de Espera,

Vidas iguais

À primavera.

 

Verão, oh! Quimera

De utopias reais

Ao que se dera.

 

A essa quirera,

 

Voam os pardais.

Quem é Você / Crônica de Supermercado

Quem é Você / Crônica de Supermercado
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O Dia das Mães está próximo e as ofertas de roupas também. O supermercado está com produtos excelentes para as mulheres, sejam elas mães, ou não.
O preço estava tão convidativo que não resisti e comprei uma japona para me proteger dos dias de chuva.
Quem me conhece e sabe o supermercado onde compro os pães que não perca a oportunidade de passar por lá. Os preços de roupas femininas estão incríveis.
Curitiba é uma cidade com tendência aos chuviscos, chuvas e, de quebra, um temporal aqui e acolá.
Casaco molha e a japona, não. Comprei porque caiu bem e amei a compra boa, bonita e barata.
À saída, comentei com a caixa que era uma pena que estivesse à etiqueta no tamanho errado, mas pelo preço não teria do que me queixar.
Uma amiga cliente, que estava ao lado, soube da compra e aconselhou-me a tirar a etiqueta. Num produto bem acabado e de excelente qualidade não cabe o tamanho errado.
É meu costume ouvir os outros e, às vezes, atendo o conselho, seja porque motivo for. Nesse caso, pensei que ficaria melhor a japona sem o número certo na etiqueta. De repente, alguém quer me dar um presente, olha o número da etiqueta e, o carinho termina numa troca, o que por mais que possa acontecer, é desagradável para quem comprou o presente.
Com cuidado tirei a etiqueta e o número da japona.
Havia outra etiqueta embaixo e o nome da importadora conforme o costume estava ao lado da origem da japona, a etiqueta legítima do país de origem.
Eu quero reencontrar a cliente amiga que me sugeriu que tirasse a etiqueta com o tamanho incorreto.
Eu não teria essa ideia. Usaria a japona com o número trocado e pronto.
A cliente, por acaso, não é uma investigadora, com essa vocação de nascença?
Tem horas que a gente tem que reconhecer que a inteligência pessoal não é o melhor talento.
Não tenho talento. A cliente amiga tem.
Quem é você? È o caso de dar os parabéns pela ideia!

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Criticando Marx e Stuart Mill

Criticando Marx e Stuart Mill

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Marx não reconhece como trabalho qualquer esforço que não vise como fim o benefício da coletividade.

Essa foi a melhor crítica feita a ele, o ponto falho de Marx. Devido a essa crítica, conseguimos uma conversa com um professor de filosofia, inversamente proporcional à dialética, porque houve o contato sem o comentário a respeito da crítica.

Toda a ação em prol de alguém, que em si mesma não retorne um benefício coletivo, é válida. Também, toda a ação que tenha como fim um esforço digno para melhorar qualquer situação particular, é válida.

Toda a boa ação resulta em benefício indireto a toda a coletividade sem que se discuta a coletividade antes da permissão a essa ação.

O bem está muito além das visitas aos hospitais e do atendimento a carência dos necessitados e é ação e dá trabalho.

As moças que ajudam a mãe com os pratos nos almoços de domingo antes de irem aos passeios nos parques e cinemas, proporcionam o namoro do pai e da mãe, que sossegados namoram, sabendo da filha responsável que saiu com as amigas e com o que não têm que se preocupar.

O caso citado acima está entre as inutilidades do esforço do conceito de Marx para a coletividade.

O conceito do trabalho inútil é o conceito que leva o cidadão ao mal estar pessoal, dentro da sua casa, não observando qualidades em si mesmo quando o bem coletivo está ausente.

Esse mal estar é que é prejudicial à sociedade sob o ponto de vista coletivo.

O conceito do trabalho inútil descrito por Marx no livro O Capital se encontra com o conceito de Stuart Mill, que sob o meu ponto de vista, é o pai do capitalismo selvagem, porque observa a competição pela lucratividade como fim em si mesmo dando as finanças o poder de decisão sobre o bem estar do ser humano.

Para Stuart Mill não existe bem comum sem dinheiro, conceito pelo qual, igualmente, despreza todo o esforço realizado que não tenha como objetivo o lucro e o enriquecimento individual. Vide o livro Sobre a Liberdade.

Marx critica tanto o esforço inútil que o faz valer à pena e, através dos esforços inúteis pode-se produzir o bem estar das células sociais.

Ninguém precisa da coletividade para ser bom consigo mesmo em particular, o homem que conserta a sua cadeira onde se senta para almoçar, se senta melhor; tem onde se sentar na hora das suas refeições. É mais feliz do que o homem que, ao ver a cadeira descolada, pensa numa loja de móveis e se preocupa com o tempo que gastará para escolher uma cadeira nova de qualidade compatível verificando se ganhou o bastante para adquirir a cadeira ideal. Se não souber colar a cadeira, quem sabe não chame quem a saiba consertar começando uma rede de benefícios coletivos através de uma cadeira descolada que dará o serviço para o especialista que comprará uma sanduicheira com o conserto da cadeira e, assim por diante.

Os conceitos de Marx e Stuart Mill são por demais rígidos para com a sociedade.

Stuart Mill, ao incentivar a competição selvagem, provavelmente produz lucro aos profissionais de saúde que lidam com o estresse, onde, depois que os estressados são internados, eles recebem a visita de Marx mitigando os efeitos do capitalismo. O dinheiro, em si mesmo é papel, papel-moeda e com o tempo do seu investir sem objetivos, é um não valor nas mãos do capitalista, sem benefício próprio e para a sociedade. A riqueza, sem bem estar pessoal, é nula.

Nem tudo é crítica, ambos pensaram nos bons cidadãos, convencidos de que os bons propósitos são os que produzem o bem estar social enquanto coletividade e conforto financeiro.

Há muitos meios termos entre esses dois pensadores econômicos. A economia, enquanto curso, é parte da área das ciências humanas, existe em função das necessidades humanas e a outros valores podem se agregar aos conceitos economicistas.

Quanto à sociedade, enquanto um todo, que pratique esse trabalho inútil e use a competitividade com ética.

Quem quiser que leia os autores e tire as suas próprias conclusões, que eu cumpri essa tarefa.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Reflexo

Reflexo

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Com Jesus eu divido

Os caminhos que sigo,

Pois com Deus eu converso

Num poema ao perplexo.

 

E, à ventura, bendigo,

Nesse Cristo tão amigo

A abençoar o universo;

É a oração em genuflexo.

 

Em silêncio é que digo,

Que a pureza é vestido,

Na inocência d’um verso

À verdade em reflexo.