Singeleza D'alma
Vontade de calor,
E n'alguma leveza
De alma, a brisa e o frescor
Dessa delicadeza
Que é a manhã e o sabor
Doce de uma framboesa,
Momento de todo alvor
Num bom dia de certeza,
Bondade do criador,
Ventura e natureza
Longe ao congelador,
Em sua singeleza.
Relíquia da Cultura Popular
O que foi que houve?
Um pé de couve,
Se respondia
Naquele dia,
À chuva coube,
Do que se soube,
Que alagaria
Na noite fria
O pé de couve.
Sem que o sol doure
A nostalgia,
E assim é a vida.
Menu
O inverno é parte
E aprendizado
D'alma e do encarte
Estilizado,
Que faz nova a arte,
Recombinado
Menu à la carte,
Mas obrigado;
Medo de enfarte
Muito engtaçado,
Problema de Sartre
Sanitizado.
Um Sabiá
Em Sol e Fá
Num sofá
Corre o tempo,
Estará
O sabiá
A contento?
Chilreia lá
E alma adentro.
Imaginário
Céu de geada,
Manhã azulada,
E periquitos
Numa nublada
Janela esfriada
De tantos fitos,
Tanta calçada
Faz um quartzito.
Arte do Tempo
Mixagem,
Bagagem
De estrela;
Paisagem,
Frio e aragem
Congela,
Colagem
Que é bela.
Pingente
Presente a lente
D'uma experiêcia
Conscientemente
Em luz e ciência
Naturalmente,
A inteligência
Se faz pingente
De outra aquiescência
Vívidamente,
É a consistência
Efervescente
Da transcendência.
Decoração
Comi a hora
Musicada,
Almoçada
Neste agora
Comportada,
Abençoada;
Sim, sem hora,
Decorada.
Paisagens Virtuais
Desenho,
O cenho
De Deus,
Não tenho
O empenho,
Mas museus
Que contenho
Dos liceus.
A Interjeição AH!
Aprendi a valorizar a interjeição AH! com um diretor de escola de música, e não foi muito bom não.
Eu contei um bom momento, e ele disse -AH! Significa que você gosta disto e daquilo que você gosta pode ser a favor ou contra você.
Ele estava certo, mas afinal ninguém é diretor de escola por nada.
Sei que AH! passou a ser uma brincadeira entre os alunos e professores de música.
Divertido nesta história é que nada mais precisa ser dito, pois o tom do AH! revela a intenção.
Eram os AH! significando que entendeu a boa vontade e AH! de tédio por não poder mudar a situação.
No entanto, nessa brincadeira de aprender a dizer AH! evitavam-se os "AIS" , ou seja as tristezas advindas de não se dizer AH! em primeiro lugar.
A grande vantagem do AH! é que poucos entendem, pelo menos aqueles que não brincaram de dizer AH!
Além disso, é uma brincadeira ingênua que pode ser brincada por todos.
Tem outras linguagens simbólicas, e como não brinquei, não entendo muito bem, e até evito tentar brincar com outras linguagens simbólicas, mas as que eu entendo, como a do AH!, brinco também.
Tem gente que não brinca, mas não brinca de nada, mas tem gente que ainda se diverte, sem se importar com a idade.
Dizer AH! não é jogo de adivinhação, é dizer AH!
Ah, eu já sabia! pode ser substituída por AH! hum hum.
Enfim, basta um AH!, mas para pessoas em que se pode confiar.
Para quem não se pode confiar, é melhor pedir ajuda para alguém. AH!
Bom final de semana, e grata pela leitura.
Fazia Tempo
Fazia tempo,
Este frio
Fazia tempo,
E veio lento
E lã viu
Noite adentro,
Veio sem vento
E o sol viu.
Reflector
Travesseiro
Conselheiro,
Reflector
Do dia inteiro,
De um tinteiro
Contador,
Seresteiro
Com meu humor.
Significado Desconhecido
Significado
Desconhecido,
Palavra ao lado,
Verbo contido;
Improvisado,
Mas com sentido
De aprendizado
De muito ouvido,
Que assim ligado,
Fica movido
E motivado
E resolvido.
Ritmado
O que é o dia,
Senão o tempo
Que surgia,
Consumia
Todo o tempo,
E sumia;
Correria
Não, a contento.
Alimento
Parece brincadeira
A gangorra do tempo,
Do fogão à geladeira,
Música e catavento,
E a semana ligeira
Faz-se neste alimento
Numa alma alvissareira
De vontade e momento
Numa rápida esteira
De um sol em movimento,
Mas que é luz e lareira
Que aquece o dia a seu tempo.
Questão de Vento
A principal questão
É de onde vem o vento
Que é causa e sensação
E agita um sentimento,
Em colaboração
Nascente ao movimento,
Criando n'alma a confusão,
E mesmo um mau momento,
Sei não, e digo sei não,
Porque não sei do vento,
Porque só sei do não,
Além deste frio tempo.
Nada a Ver / Reflexão
Sei que não é problema da idade, ufa!
O fato é que pós pandemia estamos, eu e muita gente, homens e mulheres, com a certeza de que temos muito o que fazer, e as tarefas estão dobradas.
Estávamos dentro de casa, e sem poder arrumar as coisas do jeito que eram antes da pandemia.
Necessitamos agora de um certo isolamento para nos colocarmos em dia, mesmo dois anos mais velhas, no caso feminino.
Muitas das mulheres que estavam em isolamento, com filhos pequenos, precisam gastar com roupas infantis, posto que as crianças não podem mais ficar de chinelos e moletons. Estas crianças passaram dois anos sem gastar em sanduíches, cinemas, e outras diversões próprias de cada faixa etária.
Refazer o dia a dia ainda é difícil.
Além do problema específico acima, temos que desbravar o mundo desconhecido, porque não sabemos da evolução dos outros, mas percebe-se alguma diferença comportamental, principalmente através das redes sociais, as quais deixei de lado para voltar à cozinha, hábito que parece permanecer por algum tempo.
A sobrecarga no setor de serviços se repara constantemente.
_ O eletrodoméstico tem que esperar a fila andar para ficar consertado.
A fila voltou a fazer parte da rotina de muita gente, e o prévio agendamento também para daqui a algum tempo, usualmente uma ou duas semanas
Não se sabe dos outros em geral, a não ser pela opinião dos caixas dos supermercados.
O futuro vem com suas notícias diariamente, aquelas que hoje não tive tempo de assistir, mas mantive as notificações dos jornais no celular, e me atualizo na medida do possível.
Ao mesmo tempo, estamos bem pela redução dos casos de Covid-19, e que as atividades estão recomeçando, ou recomeçaram para jovens e crianças, adultos e idosos, mesmo tendo em mente que a reorganização do lazer demora algum tempo para os mais velhos.
Vamos levando essa falta de tempo com boa vontade. Paciência, gente!
Grata pela leitura!
O Que é Isso?¹ / Crônica de Supermercado
Outro caminho, outro supermercado, a rotina das obrigações, de vez em quando, muda.
Peguei os pães e me informei sobre onde encontraria outro produto do qual precisava, e os atendentes gentis me ajudaram a encontrar o corredor certo.
Estava entrando no corredor, quando apareceu um homem que aparentava trinta e cinco anos, com uma cesta de compras cheia, com calças jeans e agasalhado com um cobertor sobre ombros e braços, o qual somente possibilitava ver a mão que segurava a cesta de compras.
Ele veio até mim e perguntou se eu pagaria as compras da cesta dele.
Respondi:
_Outro dia, por favor.
O homem começo a cruzar comigo no outro corredor de produtos no qual entrei para me desviar dele.
Acabaram as compras, pensei.
Dirigi-me imediatamente aos caixas, procurando um que não tivesse filas.
Entrei na fila, e o tal homem veio atrás de mim.
Passei na frente da cliente que estava na minha frente.
Ele pediu à senhora que estava agora atrás de mim, para que pagasse as compras dele.
Ele me olhava indignado por não querer pagar as compras dele.
Eu olhei para a moça do caixa e disse em voz audível:
_Se este homem me assaltar, a culpa é de todos vocês.
A moça disse que o problema seria da segurança, não dela.
Um homem vestindo um cobertor por cima das calças jeans!
Ele viu que eu estava entre a moça do caixa e a freguesa, que estava atrás de mim, e se dirigiu para a caixa ao lado.
No caixa ao lado, havia uma senhora igualmente de meia idade, e quando ele perguntou a ela se ela pagaria as compras dele, ela que estava assistindo a cena onde eu me escondia, respondeu:
_Passe as compras dele junto com as minhas, que eu vou pagar com o cartão do banco.
Nós três ficamos estáticas e olhando a senhora ao lado pagar as contas do homem com o cartão dela.
Voltei para trás na fila do caixa, mas com medo pela segurança da senhora que aceitara pagar as contas do homem trajando um cobertor novo, diga-se.
A senhora ao lado ajudou o homem a empacotar os produtos que ele havia comprado e esperou um ou dois minutos antres de sair do caixa, tendo como desculpa ajudar a moça a empacotar os produtos que ela havia comprado.
Com calma ela saiu, mas explicou a teoria dela, culpando fulano pela situação presenciada.
Com a chuva que caiu hoje, um homem com um cobertor novo e seco, pedindo para que outras senhoras pagassem as compras dele, O Que é Isso?
Boa leitura aos leitores!
Óculos
Ir e vir
E sentir
Com meus óculos
O tempo a vir
Neste ungir
Dos binóculos,
Consumir
Sem mais rótulos.
Que
A pé e deslcalça,
Siga com Cristo
O que está escrito
É que Ele salva;
Não por martírio,
Mas raciocínio,
Que o eterno é a pausa
Do eterno lírio.
Questão de Livro
Termino o livro e digo que nada sei do que tange ao atual.
No tempo de escola, seria leitura obrigatória, e cada um que reagisse no dia do debate sobre o livro da maneira que se sentisse à vontade para comentar ou calar.
Foi assim que aprendi literatura no ginásio.
O conteúdo programático era obrigatório, e conversado com os pais dos alunos sobre os temas propostos no currículo escolar.
Spoiler de livro é coisa que não se faz, é melhor não contar nada, mas passeia por temas diversos, e parte para o que eu chamaria de Naturalismo Fantástico, com tonalidades sofisticadas num ambiente surreal.
Sei que me sinto grata por ter sido escolhida para ser a primeira leitora do livro impresso.
Pela coragem de escrever um livro, e conseguir o livro pronto, congratulações.
Preciso dizer, que depois de feito, o livro não é mais do autor, mas da leitura que dele faz o leitor.
O professor de literatura do ginásio, ah o professor de literatura do ginásio, ele diria que é livro de adolescente, mas para mim, importa que tenha sido escrito com a alma, e foi.
O livro não está à venda, e foi feito para saber de si por escrito, e algo que a alma necessitava, dizer de si.
Isso faz com que eu me sinta uma "influencer" literária, afinal esta minha mania por livros, foi inspiradora, o que me faz feliz.
Boa semana!
Interatividade
Menos cansativo
É raciocinar
O ser positivo,
Embora intuitivo
Seja tal pensar,
Quando sem motivo;
Ser é o interativo
A se conceituar.
Releituras
De vez em quando
Tudo é começo,
Recomeço
Que vou levando
Neste meu apreço,
E me enterneço;
Vou musicando
O tempo avesso.
Candeeiro
Vela perturbadora,
Porque mexe e revela
Sentimento de aurora,
Manhã de sol e sela
De amazona de outrora,
A leitura e a janela
Imaginando o agora
Numa impossível tela
Que a palavra assenhora
A verdade singela
E feliz, comodora
Do que se foi, mas é ela.
Resenha
Pipoca e roteirista
De filme inusitado
Se encontram na revista,
Mas há quem os assista
Num dia desencontrado,
Porque não há quem resista
Ao dom de um bom artista,
Quando escreve e é versado.
Demais
De repente,
Astronauta
E internauta,
Mas temente
A esta pauta,
Canção incauta
Que me sente,
Ouve e salta.
De Outro Jeito
Felicidade de outro jeito
É muito bela por respeito,
Que n'alma cala, mas se sente
Que tal momento é o ser perfeito
E diz que é raro, não hiper-feito,
Na singeleza da arte em mente,
Humanamente deste jeito,
Feliz e momentaneamente.
