Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Flores de Maio

Flores de Maio

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A beleza de maio

Que permite um jardim

A se ver num jasmim

De libélula e ensaio,

 

É o conforto de Caio,

O das rosas sem fim;

Romantismo de mim

Aos caminhos de saibro.

 

Sem olhar de soslaio,

Num por que se diz sim,

Todo amor é carmim

De buquê, porque é maio.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Meninice

Meninice

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Todo o trabalho excelente

Cria um rebuliço excedente;

Queira ou não queira, já disse.

 

Povo que a língua não sente

Toca a viola presente,

Canta o chá-chá-chá e o maxixe.

 

Viva essa terra da gente,

Vibra o teclado contente;

Dança de rua é sandice.

 

Dança, que a dança é frequente,

Bisa com voz pertinente,

Ri-se dessa meninice.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Experiências

Experiências

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Mais velha que um país,

Parece que é atriz,

No entanto, é a experiência,

Que afirma a eficiência.

 

E faz o que diz,

Não se arrisca um triz.

Quem usa a paciência,

O sabe a consciência.

 

E nessa matriz

De tudo o que quis,

Não fala a carência

À sua paciência.

 

Espera e bendiz,

Do tempo aprendiz,

Ao olhar a aquiescência

De um guia, o da experiência.

domingo, 27 de abril de 2014

Ping-Pong

Ping-Pong

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Emoção é sujeito,

Também oração;

Predicado feito,

 

Que bate no peito

E apanha a canção

Com todo o respeito.

 

E diz que é bem feito

 

Amar de paixão.

sábado, 26 de abril de 2014

Para Ler Atentamente / Crônica do Cotidiano

Para Ler Atentamente/ Crônica do Cotidiano.

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Filas interessantes, mas o caso vexatório para a senhora acompanhada da filha à minha frente.

Ela foi fazer uma troca de produto tanto quanto eu.

O sistema recusou-se a fazer a troca para ela. Ela perguntou várias vezes por que e a resposta não estava no computador da loja.

Ela perguntou ao atendente se constava alguma dívida não paga por ela.

O atendente disse que não. O cartão de loja pertencente a ela estava bloqueado na loja.

A senhora disse que ela sabia qual era o problema.

O atendente perguntou se ela devia no cartão da loja.

A senhora contou que havia recebido um email dizendo que constava a dívida por não pagamento referente a uma compra e que ela ligou várias vezes para o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) e a resposta a todos os telefonemas era de que não constavam dívidas no CPF dela perante a loja. Ela não fez aquela compra, mas pagaria se soubesse o valor da dívida.

O atendente perguntou se ela havia consultado a SERASA (Serviço de Consulta a Pendências e Protestos) para verificar se havia alguma dívida no número do CPF dela.

Ela havia consultado a SERASA e o SEPROC (Serviço de Proteção ao Crédito) e nada havia contra ela.

Eu me meti na conversa e pedi a ele que chamasse alguém responsável pelo setor para atendê-la.

O atendente disse que chamaria o responsável pela troca de produtos, mas que o departamento de cobrança era terceirizado e que ele não liberaria o cartão de loja daquela senhora.

Ele me passou à frente da senhora e o meu produto foi trocado na hora.

A senhora olhou para a filha e disse o quão caro era ser correta e querer pagar as contas, ou, descobrir, ao menos que dívida era aquela.

O atendente sugeriu a ela que fosse aos cartórios para verificar se havia algum título de protesto contra ela. Perguntou ainda há quanto tempo ela se encontrava naquela situação.

A senhora respondeu que havia dois anos do email, dos vários telefonemas aos números indicados, das várias negativas de dívida no sistema da loja, mas que o cartão dela somente poderia ser liberado após a solução do caso, houvesse dívida ou não.

Ela ironizou o atendente e disse para mim que há dois anos ela compra todos os meses algum produto para tentar o atendimento que precisa. Ela não consegue cancelar o cartão da loja.

A loja entrou para a família dela, todos os parentes e amigos sabem da dívida fantasma que ela tem perante a loja.

Ela também se queixou que não consegue ir ao PROCON (Serviço de Defesa do Consumidor) sem provas o que de fato é constrangedor para ela. A loja nega a dívida, mas bloqueou o cartão dela pela dívida que não existe.

O fato é que não saberia como defendê-la junto à gerência, ela precisaria de um advogado para ajudá-la nessa situação.

Eu me despedi dela desejando boa sorte a ela e contente por não ter o cartão da loja.

O atendente me retrucou na hora dizendo que eu tenho o cartão e está válido, o uso do mesmo está a minha disposição.

Ele me pegou de surpresa. Olhei a tela e vi que estava tudo em ordem.

O meu cartão tem muito tempo e ainda não o utilizei e essa foi uma boa ideia.

Aqui entre nós, que situação absurda!

Se alguém souber do que fazer nesses casos, que faça uma postagem no seu blog e divulgue no Google mais, penso que será de utilidade pública.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Certezas

Certezas

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Não serão pescadores,

Os que juram amores,

Num mar de alma à Mariana,

A dizer por quem brama?

 

Ao embarcar sem temores,

Suspirando aos valores

Do pescado em rama,

Sem sombreio ao panorama,

 

A pescaria tem humores

De aquietar prosadores,

Ao luar que proclama

A bucólica chama.

O Mal

O Mal

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Eu procuro escrever crônicas saudáveis e reflexões positivas e essa não será diferente.

Mas, que o mal existe todos sabemos.

Como reconhecer o mal? O mal é tudo o que faz com que você se afaste do bem, mas existem algumas maneiras de identificá-lo.

As pessoas boas e que te querem bem não vem dizer do que você não tem: a infância e a juventude e de tudo aquilo que você não tem e nem mais terá, embora para Deus nada seja impossível, mas alguns fatos falam por si.

São lugares dos quais os bons devem se afastar, pois para que conviver com o que te faz mal?

Todos nós já perdemos amigos e familiares, boas pessoas que deixaram saudades boas. São as saudades das horas felizes as que ficam para sempre.

A energia ruim vem te lembrar das doenças e dos sofrimentos dos pacientes, vem lembrar que você precisa disso e daquilo, e vem com vontade de tirar a sua energia boa para viver o que te cabe.

Naquela hora do café ou da vitrine, naquela hora em que você olha distraidamente uma borboleta colorida que pousa delicadamente numa flor, naquele momento em que você percebe que ainda há muita beleza na vida, não permita que nada tire esse seu momento.

Os bons momentos independem das obrigações de cada um. Às vezes, é de dentro de um coletivo que você observa as mais lindas borboletas e pássaros exóticos e, observa, porque o cansaço físico deixa a mente livre para essa beleza, visível algumas vezes, como às vitrines e as borboletas, mas invisíveis outras tantas; por exemplo, cito um colegial se levantando para ceder o banco onde está sentado para a senhora gestante, sorrindo por fazer o que faz.

O espírito duro vê em tudo uma obrigação, mas os bons momentos existem para todos.

Há muitos anos atrás existiu uma senhora que ganhou o apelido de “Senhora Doença” porque era o assunto dela.

Eu lembro que me preveniram sobre ela:

_Fique longe dela. Ela é convincente e ao parar de falar você sentirá uma vontade irresistível de fazer um exame completo para verificar a sua saúde.

No dia em que não evitei, à noite fui ao médico com uma dor de garganta terrível. Se, tomei sorvete e conversei sobre doença, foi certeira a visita ao médico.

Existem revistas que dizem que são pessoas vampiras, pois sugam o seu bom humor e a sua disposição.

Espero que esse texto não seja usado como desculpa para deixar os bons compromissos de lado. Amar o próximo é bom e ajudar a quem precisa também, não é disso que se trata aqui.

Há outra situação que vivi e não fui educada. Encontrei alguém que voltava das últimas homenagens de um conhecido dela. A pessoa começou a descrever o cadáver.

Com todo o respeito, eu disse: Sinto muito por você, mas estou ocupada.

Todos nós podemos estar ocupados quando nos encontramos com pessoas que tiram a gente desse caminho bom.

É por isso que dizem que o mal é pensar que o mau não existe.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Compartilhando a canção

Pio

Pio

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Algo se modificou,

Calma das necessidades

Onde o encanto se passou.

 

Esse diferente soou,

Como sinos de verdades,

Nesse o quê se vivenciou.

 

Chama sons que nem sonhou,

 

Transformando-o em realidades.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dia do Livro / 23 de Abril

Dia do Livro

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Toda história fascinante está em algum livro, escrito em qualquer língua e comprado na livraria.

Para escrever um romance é preciso talento e vontade de ficar meses debruçados num computador.

Não importa o gênero do romance, desde que o leitor goste do que lê.

Há quem goste dos livros de mistério:

“Disseram que foi um homem que devia para o agiota que lidava com jogo, quem fez os favores à viúva...” Apenas um exemplo.

Há quem goste de livros sobre crime:

“A acusação diz que foi uma mulher a criminosa, mas as testemunhas afirmam o contrário...”Mais um exemplo.

Há quem goste de livros cômicos:

“O gato fugiu e comeu a fruta que estava na árvore e, depois ficou entalado entre os galhos e tiveram que chamar os bombeiros...” Exemplo.

Há quem goste de livros românticos:

“Joaquim se encantou pela Marina, mas os pais dela mudaram de cidade e ele passou anos idealizando aquela imagem...” De novo, exemplo.

Há quem goste de filosofia:

“Tudo se explica, mas pouco se justifica...” Ditado popular usado como exemplo.

Quase ninguém se parece com o que lê, mas a leitura que se faz do livro diz muito sobre quem o resume.

Tem gente que lê nas horas de folga e tem gente que lê porque se sente obrigado a mostrar cultura; ainda assim, ainda tem gente que lê o que gosta e na hora que prefere, apenas pelo prazer da distração.

O leitor é quem conta do escritor através das impressões objetivas e subjetivas de toda a leitura.

O livro ainda se justifica sem precisar de explicações, amigo de todas as horas numa experiência fictícia ou real vivenciada na história.

Ainda gosto de ler, é abril e o quarto livro do ano está sobre a mesa. Sem pressa e devagar saboreio as palavras.

Boa leitura a todos!

Negociações

Negociações

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Oferta e procura,

Negócios à vista;

Olhares a prazo.

 

À vista, se apura;

Ao prazo, se dispa;

Oferta em atraso.

 

O ar se depura

Naquela revista,

Mas vende algum vaso.

 

Toda essa aventura,

Por favor, não insista;

Sem patins ao acaso.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Ror

Ror

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Com música, é melhor;

Tão antiga a analogia,

Que o verso, sei décor,

Sem querer a ironia.

 

E, ao verbo, é talvez, prior;

Não escolhe e segue a via,

Caminha nesse ror...

Por que, então, o escolheria?

 

E, seja lá o que for,

A cor do som é guia.

Encontro é som de amor

Presente todo dia.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Diário

Diário

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O que foi escrito,

Era preciso;

Porque acredito.

 

Fez-se o bonito

Diário conciso;

Disse e repito:

 

Ao dia bendito,

 

O que está escrito.

Greenpeace / Crônica do Cotidiano

Greenpeace / Crônica do Cotidiano

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Aos feriados passeamos e conhecemos gente de outros lugares.

Em alguma fila, passou por mim o senhor do Green Peace e cantarolou uma canção sobre a virtude da paciência.

Gostei da canção e da virtude essencialmente humana. Bichos têm natureza e, o ser humano, discernimento.

A mochila do Green Peace, a camisa florida, a bermuda safári e os óculos de sol naquele homem com aparência de turista americano.

Ele demonstrou saber a diferença entre os homens e os bichos. Cantava a virtude humana.

As ideias que surgiram foram significativas, pois jamais poderia forçar os bichos a frequentarem salas de música.

De certa forma, ele respeitou a minha natureza e eu o pude compreender.

Ao contrário dos chamados “ecochatos” que pensam ser obrigação do ser humano tratar os bichos como iguais, aquele homem engrandeceu a virtude dele, que é a de gostar da natureza, respeitando a minha natureza, que é a deixar que ele cuide da natureza enquanto eu vivo conforme a música do dia.

Se, o Green Peace pacifica a convivência entre as diferentes espécies, respeitando aqueles que têm outras vocações, que não as do reino animal e vegetal, eu o apoio.

Nem os humanistas e nem ninguém, precisa viver em guerra com os ecologistas. Poderíamos viver em paz, não fossem os “ecochatos” que tentam fazer com que o mundo seja em prol do bicho e da planta.

Harmonizar as filosofias de vida é uma tarefa nobre, porque mesmo o ecólogo tem o seu lado humano, mesmo que seja à contragosto. Se o ecólogo não tivesse as qualidades e defeitos humanos, ele não teria capacidade para tentar harmonizar a convivência do homem, do bicho e da planta.

O ser humano trata do bicho, mas o bicho, quando trata do ser humano precisa estar sob a orientação dos seres humanos.

Ser humano não desmerece ninguém e reconhecer a própria humanidade é sinal de bons pensamentos.

Que fique comigo essa canção sobre a paciência e a paz.

domingo, 20 de abril de 2014

Descansado

Descansado

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Diferente é bom problema

Colocado sem cuidado,

Como se fosse um emblema

Para todos; desenhado.

 

Toda novela é um tema

Ao enredo, o personificado;

O seu público é um sistema

A pensar no mesmo dado.

 

Desenvolto é esse teorema

Ao público revelado;

E, quem não for ao cinema,

Fique em casa descansado.

sábado, 19 de abril de 2014

Planos

Planos

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Esses meus planos,

São mesmo os meus?

Cometo enganos,

Perfeito é Deus.

 

Quem sabe os anos

Contem dos véus;

Dos oceanos

Aos mares seus.

 

Aos cotidianos

Os sonhos meus;

Sonhos humanos,

Sonhos plebeus.

Aleluia!

Aleluia!

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Gaspar trouxe a mensagem,

O Rei Mago viu a Luz

Do princípio à passagem

E renasceu em Jesus.

 

Em toda a sua viagem

Viu a liberdade e a cruz,

Crescimento em bagagem

Ao amor que não reduz.

 

Contou da coragem:

Perdeu-se quem seduz.

Foi à Santa paisagem

Quem Renasceu e conduz.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Credível

Credível

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Para entender toda a mudança

É necessário o indivisível;

Inabalável nessa confiança,

Cega no que seria risível.

 

Calma que vem à temperança,

Passo a passo da previsível

Coreografia d’alguma dança,

Métrica, de elevado nível.

 

Toda a sabedoria se alcança

Ao se saber do que é indizível.

Visto, porém, em sua andança,

Dança o bailado real e crível.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Agenda

Agenda

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Arrumo e desarrumo

A agenda pontuada;

Entrevista alada,

Saboreado o sumo.

 

Amigos que assumo,

Amiga arrumada;

Lista nominada,

Guardo e sigo o rumo.

 

Quando é meu o consumo,

Gasto-a, descansada;

Se for consultada,

Lendo, rimo e, arrumo.

Imaginação

Imaginação

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Em dúvida não seria

Essa manhã de poesia.

À chuva, enfeita-se o dia.

 

Essa dúvida traria

Discernimento e canção;

Casaco da frente fria.

 

Música faz a alegria,

 

Constrói essa imaginação.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Mãe Coelha / Crônica de Supermercado

Mãe Coelha / Crônica de Supermercado

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Estavam mãe e avó escolhendo os ovos de páscoa para toda a família.

As crianças estavam na escola.

Havia uma estratégia nesse horário. Com as crianças na escola, mas com a lista dos ovos desejados nas mãos, elas comprariam o que eles pediram sem os incômodos de mudança de opção na última hora.

A mãe perguntou a avó:

_Onde é que eu escondo os ovos? Eles ganharão os ovos somente no domingo de Páscoa.

A avó disse que, se a filha quisesse, poderia esconder os ovos dos filhos dela, mas os ovos dos sobrinhos ela entregaria durante a noite porque não queria os ovos estocados em casa. Domingo teria o almoço em família e ela não queria todos os netos comparando os ovos que ela, a avó, havia comprado para cada um deles. Disse que cada família tem a sua maneira de distribuir os presentes e que não interferia na vida de nenhuma das filhas.

A mãe disse que não se tratava dos presentes dos sobrinhos, mas os ovos dos filhos dela. Contou que estava precisando de uma mesa nova e iria presentear-se com uma nova mesa para a sala.

A avó perguntou sobre o que ela planejava para a Páscoa.

_Eu comprei um caixa de bombons caso eles queiram chocolates antes da hora de ganhar os presentes. Esconderei os ovos e entregarei no domingo antes de ir à sua casa para o almoço.

A avó compreendeu.

A mãe não queria apenas a compreensão, queria sugestões:

_Por favor, me diga qual é o melhor lugar para esconder os ovos de Páscoa?

A avó disse que não sabia. Ela não deixava as filhas comerem os ovos de Páscoa antes da data e pronto. Ela não escondia, queria que soubessem esperar pela festa para aproveitarem os chocolates. As crianças podiam comer o que quisessem antes da Páscoa desde que esperassem pelo dia de abrir os ovos.

_Dê uma sugestão, eu aceito. Depois nós vemos se a sugestão funcionou ou não. Domingo eu conto para você.

A avó olhou para a mãe com jeito de quem teria preferido trazer as crianças com ela e deixado à mãe das crianças em casa.

A mãe fez um muxoxo diante da negativa da avó em dizer algum lugar para esconder os ovos de Páscoa.

A avó percebeu o dengo da mãe e ralhou com ela:

_Pare de ser coelha. Diga o chocolate que você quer que eu te dê de presente. Compro igual para a sua irmã.

_Ah, mãe. Está bem, então compre um chocolate para mim. Eu aceito. Estamos em paz agora?

A mãe se comportou como filha e a avó como mãe.

Mãe e avó compraram chocolates a mais e trocaram entre si naquela hora, antes da Páscoa, mas respeitaram as regras, não eram ovos de Páscoa.

Contemplando a Cruz / Reflexão

Contemplando a Cruz / Reflexão

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Essa é uma semana indicada para meditar sobre Jesus Cristo, a Sua vida, morte e ressurreição.

Acordei pensando na cruz que trouxe Jesus a nós por meio de Deus Pai.

A imagem veio forte como que retratando a situação dos que estavam ao lado dele e a situação que o levou à cruz.

O bom ladrão obteve a promessa de estar no paraíso junto com Cristo.

A imagem do bom ladrão se contrapõe a do mau ladrão, Barrabás, absolvido pelo povo.

O poder e o carisma de Barrabás eram tanto que o povo o defendeu. A população queria os favores de Barrabás, as maldades de Barrabás e, num tribunal popular o salvou. Naquela época não havia as instituições do direito romano e os tribunais de justiça.

Os sonhos que a esposa de Pôncio Pilatos teve com Jesus Cristo foram divulgados entre a corte e a população. Por acaso esse sonho não seria a existência da justiça enquanto instituição pública de direito? Provavelmente ela adivinhava que aquele julgamento popular iria salvar um culpado e que a impunidade seria estabelecida pelo povo ignorante, acreditando que Barrabás seria útil para as suas necessidades comesinhas.

O bom ladrão foi condenado. De novo o adjetivo bom ao ladrão, adjetivo dado pelo Salvador.

O quadro sugere. Os soldados apostavam moedas de ouro e se divertiam provavelmente acostumados com as crucificações, pena comum naquela época.

Jesus não perdeu a lucidez em nenhum momento do seu sofrimento. Estando na cruz, Jesus presenciou a corrupção. De onde vieram àquelas moedas de ouro para a diversão dos soldados? Provavelmente das roupas do ladrão. Os soldados se locupletaram com o produto do furto do ladrão.

Jesus Cristo era somente bom, não criticaria ninguém, mesmo diante da provocação sofrida estando em situação de grave sofrimento. Também não se calava e não ficou quieto, levando o ladrão com ele ao paraíso. Jesus não era corrupto e nem foi complacente com ela.

No último momento, quando questiona aquela condição, Deus o abraça personificando-o “Deus Vivo” em Pai, Filho e Espírito Santo.

O Novo Testamento é o meu livro preferido dentre todos os livros da Bíblia, a Palavra vive em Jesus e Ele, através dela e além dela.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Sotaques

Sotaque

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Nenhum assunto termina

Sem haja a definição;

Toda a aula contínua ensina

Sem que se chegue à exaustão.

 

Todo estudo determina

A sua continuação

Ao detalhe ao qual se afina

As regras de pontuação.

 

Amizade é feminina

E, independe a condição,

Mas a voz que a determina

É o sotaque e a tradição.

Tendência / Crônica do Cotidiano

Tendência

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Na semana passada em conversa entre amigos, todos contavam da dificuldade em se lidar com a nova modalidade de diarista.

São autônomas e independentes. Chegam pontualmente às sete da manhã e saem às catorze horas. Não querem almoço e, algumas delas trazem o lanche.

Perguntam sobre o serviço a ser feito e selecionam de imediato o que não fazem: umas não lavam louças e outras não passam roupas.

O serviço ao qual elas se dispõem a fazer é limpar a casa, nada, além disso.

São profissionais e trabalham como se fossem em locais de comércio.

A classe média anda meio assustada com esse novo tipo de contratação, principalmente porque o trabalho é dentro da casa.

O relacionamento antigo, daquela diarista que chegava às sete da manhã, parava para o almoço e, depois ficava, lavava a louça e perguntava sobre a roupa para passar, simplesmente acabou. Se não acabou, está em extinção.

São mulheres que não querem o emprego de empregada doméstica, vendem o seu serviço como qualquer profissional da área de serviços.

Em Curitiba, já existem moças que cobram pela tarefa separadamente nos bairros mais abastados. Assim, para limpar os vidros é um preço e para lavar a calçada é outro preço em horário a ser combinado.

Tem algumas famílias se revezando na limpeza da casa por não conseguirem conviver com tanto profissionalismo e cobrança.

Precisamos nos atualizar e conhecer melhor essa nova profissional. Não sabemos o que elas pensam e o que pretendem com esse comportamento, que é tendência na cidade onde moro, Curitiba.

Outro dia, uma amiga disse que se a tendência é essa, ela mesma fará bico de diarista e esquecerá o seu curso de secretária executiva.

Eu não sei como é que essa história fica, é uma novidade em termo de serviços.

A novidade fica para todos. Eu não sei como é que está a situação em outras localidades, mas por aqui tudo mudou.

Vou à rotina...

domingo, 13 de abril de 2014

Poema Contente

Poema Contente

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Nem tanto calmo é o calvinista;

Precisaria ser italiano.

Nem todo cantor é solista,

Acompanhado de soprano.

 

A gozação perde a vista,

Mas não é autoria desse piano;

Também não foi de feminista

E a brincadeira não foi engano.

 

Nesse propósito humorista,

Faz-se o convite e faz-se o plano;

Que adivinhe ao que se lista,

Que à simpatia deu-se o que emano.

Minicrônica Essencial

Minicrônica Essencial

Precisei de um envelope para postar uma correspondência.

Estava com o documento nas mãos e a papelaria mais próxima estava longe.

Contei a quem estava colocando uma correspondência:

_Não trouxe o envelope, terei que deixar para amanhã.

A moça sorriu e me disse:

_Você não sabe, mas eu trago envelopes na bolsa. É uma mania que eu tenho. Eu não consigo sair de casa sem um envelope na bolsa. Você aceita?

Aceitei na hora, perguntei quanto era e ela disse que não custava nada. Ela queria me oferecer esse envelope, assim estaria feliz.

Feliz fiquei eu.

sábado, 12 de abril de 2014

Pentecostal

Pentecostal

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Que ninguém te dome

Espírito Santo,

E que eu me conforme

A todo o teu canto.

 

Cuide aonde há fome

E voe ao Santo Manto;

Santo que não dorme,

Vermelho é o seu encanto.

 

Bandeira do Nome

Puro e Sacrossanto;

Domingo conforme

A oração, portanto.

Não Estrague a Festa / Crônica do Cotidiano

Não Estrague a Festa / Crônica do Cotidiano

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A moça vai ao teatro pela primeira vez. Presente de amiga. Está vendo roupas e maquiagem para fazer bonito.

_Eu nunca fui ao teatro. Tudo que eu assisti até hoje foi de graça ou em pé.

Perguntada sobre o que iria assistir, ela respondeu que era show de sambista.

Não é justo estragar a festa da moça. Show de samba se assiste em pé, para poder se soltar e aproveitar a festa comendo batatas fritas e tomando refrigerante. O sambista, no palco da praça sabe a emoção do público, interage com o público totalmente solto das amarras do palco.

Ao teatro, para quem é animada como ela é e o show fica pálido por mais que se batam palmas no contratempo da canção. O teatro tem o glamour que a praça não tem. São espaços de tira-gostos lotados e o intervalo não oferece muito tempo para conversas informais.

A amiga ensinará como se comportar finamente em um teatro e, ela está exultante.

Pelo menos ela irá conhecer um teatro.

Ela quer saber como é que é assistir um show de samba, sentada numa poltrona.

Ela toda animada, contando a proeza e eu, quieta.

Outro dia uma professora me corrigiu dizendo que quem sabe mais, fala menos. Não se direciona a expectativa para lugar nenhum nessas horas.

Está certa, a professora tem razão.

_Você está bem?

_Estou.

_Você está tão calada.

Houve shows de samba que valeram a pena a ida ao teatro, mas foram shows históricos como Clementina de Jesus e Mário Lago, ambos na sabedoria de quase oitenta anos de idade.

No mais, dispenso. Outro dia, num estacionamento próximo à minha residência, estava, um homem saxofonista acompanhado de um pandeiro. Ambos ensaiavam uma música baiana antiga e cheia de ritmo. Parei, ouvi e vim para casa, a pé e feliz de tê-los ouvido.

A moça foi convidada, não terá prejuízo caso não goste.

Como é que eu iria contar que cheguei a comprar capa de chuva de plástico para assistir um show de heavy-metal. É verdade, eu sou louca por música.

Para assistir show de samba, sentada, eu precisaria ser doente dos pés. Não é o caso. Por enquanto.

_Hoje você não está de bom humor.

Eu sorri. Eu fui amiga ao não dar palpite.

_Você conhece aquele teatro?

_Não.

_Dizem que é lindo. Também contaram que um convidado foi retirado do teatro porque dois componentes de uma banda anterior não vieram para o show e ele reclamou.

_É?

Às vezes é tão bom chegar a sua casa depois de vencer a vontade de responder todas as perguntas.

Com a consciência tranquila posso dizer que ela assistirá a um show num teatro com todas as expectativas e sem interferência.

Espero sinceramente que ela goste do teatro e que não pense nos shows que ela assistiu ao ar livre. Teatro tem cenógrafo, iluminador, apresentador formal, algo de novo ela há de conhecer.

Boa sorte!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Proteção

Proteção
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Melhor não pensar em voz alta,
Ideias que madrugam são o sono
Querendo dizer sofá e sala,
E a cama a chamar pelo sonho.

Não teima c’oa noite e se cala,
Que a voz amanhã tem seu dono;
Descansa a pensar sem a fala,
Que o dia nascerá novo outono.

À boa companhia do anjo, exalta,
E louva de gesto e abandono,
Proteja a si mesmo da vala
Comum do cansaço com sono.

Sentimento Maternal / Crônica de Supermercado

Sentimento Maternal / Crônica de Supermercado

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A senhora era bonita, o sorriso gentil e a fala firme.

Supermercado também é amor maternal.

Estávamos eu e outra senhora aguardando o atendimento, além dela, a senhora mãe. Coversávamos amenidades e, ela mostrava as roupas de bebê que havia comprado para presentear uma amiga.

_São lindas essas roupas, até sinto vontade de ter mais um filho. Não fosse o cuidado que toda mãe tem, eu engravidaria de novo. Que importa se eu tenho quarenta anos?

Sorrimos para ela.

_O meu marido implica com os cuidados que tenho com o nosso bebê, mas eu sou mãe.

A outra senhora perguntou a idade da criança:

_Ele já tem um ano?

A senhora respondeu com um ar altivo:

_O meu filho tem dezoito anos.

A senhora olhou para mim para ver se eu continuaria a conversa, mas eu aguardei que aquela mãe falasse algo.

_Ele sai com os amigos e, quando volta tem um pedaço de pudim guardado na geladeira. Não deixo que ninguém pegue o pedaço dele. Ele precisa saber que eu me importo com ele. Ele tem dezoito anos, mas é um bebê!

A senhora disse que mãe é igual. Todas as mães são gentis com os filhos e que ela fazia muito bem em paparicar o filho.

As duas olharam para mim. Era a minha vez de dizer algo a favor dos cuidados dela para com o filho.

_Acredito que serão essas lembranças as que ficarão com o seu filho para todo o sempre. Ele terá bons momentos para recordar.

A senhora mãe respondeu orgulhosa de si, mais da maternidade do que da própria beleza:

_Você tem toda a razão. Posso dar a ele o que ele quiser, mas tudo o que eu der se acaba. Não há no mundo bem material que pague um pedaço de pudim na geladeira.

A fila andou e ela se dirigiu ao caixa para pagar as compras.

Eu e a outra senhora ficamos na fila e conversamos por mais alguns instantes.

Era minha conhecida de muitos anos, daquelas que a gente pouco conversa, mas sabe quem é.

_O que você pensou?

Eu disse que, no fundo, ela estava certa. Temos alguma vivência e as lembranças boas marcam, deixam vontade de quero mais.

A senhora lacrimejou, concordando. A fila andou.

Paguei os pães e estava saindo do supermercado com algum tipo de sorriso especial. Percebi o fato quando duas moças discordaram entre si e eu olhei para eles.

A controvérsia acabou:

_Puxa, que sorriso que a senhora tem, sorri com o olhar!

A juventude ganhou mais um sorriso. Vim embora com certa pressa, porque eu tinha diversos afazeres para o dia.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sono de Gato

Sono de Gato

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Deixe esse sono

A quem correu

E adormeceu.

 

Gato sem dono;

Sonha Romeu,

Oh, gato meu.

 

Sonha, que abono,

 

O sonho teu.

Teoria

Teoria

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São essas indefinições

Análises relativas,

Que estabelecem noções

Sem causas impositivas.

 

Filosofias e questões,

Cósmicas locomotivas

Da física em sugestões

Nessas razões sensitivas.

 

Inexistem condições

Nas teorias explicativas

De sugerir opiniões

Ao caos das expectativas.

Provas de que o Mundo é Bom

Provas de que o Mundo é Bom

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Ninguém está sozinho no mundo, mas é necessário que você não deseje estar só.

Independentemente da condição financeira qualquer cidadão pode ter a sua conta bancária na agência dos correios, o chamado banco postal. Abrindo o seu cadastro numa dessas agências, você até pode ficar sem dinheiro, mas tem onde se queixar.

Não sei sobre outras culturas, mas, se você frequentar alguma igreja, você também obterá conhecimento e contatos no mundo inteiro. Vale para todas as igrejas, seja através do cartão de identificação ou a certidão de batismo da Igreja Católica, em qualquer lugar do planeta onde você esteja você terá onde pedir auxílio.

Se você tiver um celular, a localização será passo a passo e até poderá ser divertido. Certa vez eu estava passeando contornando uma montanha que terminava no mar. A cada foto que eu batia daquela paisagem selvagem e desafiadora, o meu celular recebia uma mensagem perguntando onde eu estava e se precisava de ajuda. Foi engraçado apagar a mensagem a cada foto. O pior é que não havia como responder, pois a mensagem vinha diretamente do aplicativo maps.

Os contatos não dependem das condições físicas. Agora, que deveria haver um “modo hospital” para os celulares daquelas pessoas que estão nos hospitais, uma boa imaginação ajuda a curar. Com todas essas facilidades, os pacientes dos hospitais ficam incomunicáveis, os celulares são proibidos para os internados, seja para atendimento ou em recuperação. Poderiam inventar um meio para que os pacientes pudessem usar a internet, jogar aqueles jogos que acompanham os smartphones ou, conversar com algum amigo ou parente por telefone quando possível.

O isolamento nos dias de hoje se dá por motivos adversos, não tem sentido que todos mantenham a sua comunicabilidade enquanto os que mais precisam de distração fiquem isolados da comunidade, sem notícias, músicas, diversão.

Novas ideias são bem vindas nesse mundo digital.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Indriso Prático

Indriso Prático

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Desculpe a demora,

Aos olhos do agora;

Congestionamento.

 

Façamos dessa hora,

O que comemora

Um grande momento.

 

Que a vida é senhora

 

Do tempo; que alento.

Saudades / Crônica do Cotidiano

Saudades / Crônica do Cotidiano

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É gostoso rever os amigos, saber com quem casaram e quantos filhos têm. Também resumimos os últimos anos em alguns minutos, o que os amigos escutam com carinho e, por despedida a gente se abraça e diz que ainda se vê.

Revi alguns amigos e as histórias foram boas.

A saudade faz parte da vida da gente e é emocionante rever alguns amigos e querer que eles sejam felizes, saudáveis e usufruam o que a vida possa oferecer de boa.

Nesses encontros que ocorreram durante esses dias, aproveitei para me avaliar e saber o que ficou de bom.

Estava nesse mundo inefável, quando chega alguém e diz:

_Estou muito aborrecido com você porque você não sente saudades de mim.

Infelizmente não posso fazer nada a respeito e o meu olhar contou a verdade.

Tratou-se de uma constatação.

Estaria bem melhor se a ausência de saudades da minha parte não fosse desafiadora.

_Você vai sentir saudades de mim!

Saí para me distrair e me veio à memória de outro dia no supermercado, onde alguns fregueses, numa conversa próxima, citaram várias vezes o nome desse conhecido.

Para ser sincera, não era tema de crônica e eu ignorei a conversa.

Vendo a mágoa nos olhos dele, tentei fazê-lo entender. Contei de uma cena maravilhosa que vi pela manhã e de como eu não tenho talento para tirar fotografias.

De fato, frustrou-me não ser hábil para tirar foto do estudante pedalando a bicicleta e segurando o guarda-chuva nesse brusco dia de outono. Contei que abri a janela e me senti em Paris e que uma gaita parecia soar aos ouvidos. Naquele momento percebi a minha falta de habilidade, pois não teria tempo de tirar a máquina fotográfica ou mesmo pegar o meu celular sem que o ciclista estudante saísse da minha vista. Apreciei o momento e segui o rumo conforme o dia exigiu.

_Talento a gente faz, constrói-se.

Pedi desculpas, mas não concordei.

E, ao não concordar, a minha intenção foi dizer que a amizade é espontânea, não depende do esforço racional para existir.

Os amigos e amigas que abraço realmente me toca às emoções, me dizem da compreensão, do desprendimento, da alegria que me dão ao estarem ao meu lado da maneira que podem, com os seus defeitos e qualidades, com os meus defeitos e qualidades, são amizades gratificantes e eu espero corresponder a essa boa vontade com que o afeto se desenrola.

Esforço vão o meu.

Num dia de tantos encontros, eu conversava com outros amigos assuntos da rotina que eu e eles teríamos pela frente, banalidades, mas numa conversa agradável.

A pessoa magoada aproximou-se da roda para mostrar que me escutava.

Despedi-me dos amigos e vim embora. Não continuei o assunto, de nada adiantava.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Subentendido

Subentendido

Fica subentendido
Que o que foi transcendeu
Ao limite vencido,
D’um amor que se deu.

E nada foi perdido
Daquilo que valeu;
Nem sequer esquecido
O dia em que não choveu.

Ao destino distraído,
O sonho aconteceu;
Tampouco foi proibido
E, assim se sucedeu.




Invocação

Invocação

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Eu tenho um bem

Que me quer bem

Em comunhão.

 

Não fico sem

Querer alguém,

Por vocação.

 

E nesse quem,

 

Fiz a oração.

Lenda da Lua

Lenda da Lua

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Se algum dos leitores souber a origem ou a autoria dessa história, que me avise.

Era dia de lua cheia e alguns cachorros uivaram para a Lua. Eram latidos fortes e com choro. Os cachorros eram saudáveis e o motivo, de fato, era a Lua.

Veio à memória aquela história contada na infância.

Certa vez, ao ouvir o cachorro uivar, senti pena dele, achei que o cachorro não estava bem.

A lenda vinha do século dezoito e ensinava a não ter pena ou se incomodar quando o cachorro uivasse para a Lua.

_O cachorro uiva para a Lua porque não pode amar. Ele contempla o amor, ele sabe que existe, mas ele mesmo não tem coragem de gostar. O único contato que o cachorro tem com o amor é o arrependimento por tentar impedir que os apaixonados vivenciem o seu amor. O cachorro não concorda com o amor embora saiba que existe e que é bom e benfazejo.

Talvez essa história, numa noite de luar, tenha sido a mais bela história que já ouvi.

_ Não tenha pena do cachorro quando ele uiva para a Lua. Se não fosse a Lua, ele atacaria crianças como você. Nem todo cachorro uiva em noite de Lua cheia. Mas, dizem que os maus cachorros, precisam dela para se sensibilizar, são cachorros que agem como lobos ferozes. E, como lobos, não merecem ter casa e comida e donos que os tratem bem. Deveriam estar no campo junto com os lobos, não em casas. O cachorro que uiva para a Lua é o cachorro que se aproveita da família, sente os bons modos e não concorda, não admite que o amor exista e seja fundamental para aquela família que o acolhe e o trata bem.

Lembro que a lenda dizia para não chegar perto do cachorro, não sair de casa.

_Durma e não preste atenção aos uivos. Faça orações e pense nos seus brinquedos ou na prova do mês que vem. Amanhã, quando acordar você verá que o cachorro está bem. À noite, nunca. Não se aproxima de cachorro nenhum quando ele está uivando para a Lua, ele pode atacar. Ele precisa chorar pela natureza dele, que é a de quem não consegue amar.

Quem disse que não é bom dormir ouvindo histórias. Adormeci sentada numa cadeira, com a janela aberta, acompanhada da família, que, olhando para a Lua, contava histórias de criança escutar. Talvez a mais bela noite de luar de uma noite quente, com todo o carinho que a família pode dar.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Indriso do Sonho Inventado

Indriso do Sonho Inventado

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Serena à tarde num tico-tico,

Pequeno, frágil e delicado,

À toada leve em suave bico.

 

Na nuvem clara de sol pudico,

Os olhos brilham ao desenhado;

Balão dourado cerrando o pico.

 

Aquieta o dia nesse bem que fico;

 

E, se chover, o sonho está criado.

Bem Querer

Bem Querer

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Justifica ao poema, a dor,

Inexata de alma e ser;

O poema transformador

Não se explica, é o amanhecer.

 

Há esperança nesse amor,

Que se diz ao descrever,

A paisagem e seu autor,

Num jardim a florescer.

 

Há sentido em toda flor:

De enfeitar, de até mais ver;

Ao repouso, o refletor,

Faz-se espelho e bem querer.

domingo, 6 de abril de 2014

A Pior Opção Para Uma Ilha Deserta

A Pior Opção Para Uma Ilha Deserta

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Todos acham que saberiam lidar com uma ilha deserta, levando uma companhia e os seus apetrechos pessoais.

Tem gente pessimista, o que não deixa de ser divertido, observando as situações que se seguem:

O pessimista não permite a opção da livre escolha, ele fornece as opções e a pergunta se transforma:

Dentre as opções fornecidas, quem você levaria para uma ilha deserta:

a) Uma figura da alta sociedade

b) Um guerreiro que há anos está na faixa de Gaza

c) O seu médico

d) O seu professor

e) Nenhuma das alternativas anteriores, você iria sozinho.

Alguém disse ao pessimista:

_Eu vou sozinho!

O pessimista disse que essa era a opção preferida dos animais selvagens. Os animais selvagens sempre têm fome.

Outro alguém disse que levaria consigo alguém da alta sociedade e perguntou o que ele poderia levar.

_Pode levar o que quiser. A figura da alta sociedade levará o helicóptero, mas não poderá levar consigo nenhum empregado para servi-la. Ela poderá sair da ilha na hora em que tiver vontade, mas você ficará aos caprichos dela. Se você não a tratar bem, ela vai embora e você ficará na mesma situação de quem foi sozinho.

Mais alguém se levantou e disse que levaria o seu médico.

_Você ficará saudável, mas ele jogará no mar todos os seus chocolates além de te aconselhar a fazer exercícios junto com ele todos os dias.

_O médico pode sair na hora em que quiser?

_Não. Você será cuidado dia e noite nos seus hábitos até que algum barco passe por lá. Trate bem quem cuida da sua saúde, pois serão necessários dois acenos para que o barco os veja.

Alguém se aborreceu e disse que levaria o guerreiro da faixa de Gaza.

_A opção é boa. Você terá os seus chocolates, mas fará da ilha uma trincheira onde será difícil alguém se aproximar para salvá-los dessa situação. Qual é a sua idade?

O homem respondeu que tinha quarenta e seis anos.

_Nunca é tarde para se alistar e treinar. Na faixa de Gaza os dois lados precisam de voluntários. Vocês serão salvos por uma esquadra e serão levados para a faixa de Gaza assim que conseguirem ser salvos, apesar da trincheira.

Mais outro alguém se chateou e disse que levaria o professor, dizendo que não conhecia professor que recusasse recreio e livros de estudo aos alunos.

O pessimista riu-se da ideia:

_Você terá a disciplina como companhia com direito a horário para acordar, pescar, comer chocolate, estudar, brincar e dormir, tudo no seu devido lugar.

O homem disse que seria fácil, estudar e esperar o barco chegar.

_Aí que você se engana. Você terá que saber a matéria décor e salteado para que ele concorde em pedir auxílio para algum barco que passe perto. Você levará alguns anos estudando até aprender tudo.

Todos os presentes se levantaram e, depois perguntaram para o pessimista qual era o sentido daquele desafio se nenhum deles ficaria são e salvo.

O pessimista respondeu:

_A ilha deserta não é um bom negócio para ninguém. Conversem com os seus conhecidos; na falta deles, conversem com os desconhecidos pelo notebook, conversem com os funcionários das lojas, façam qualquer coisa para não ficarem numa ilha deserta.

Todos imaginam as ilhas desertas como locais paradisíacos no meio do oceano, com muito conforto, com a pessoa ideal, sem ninguém para incomodá-los. É uma miragem para aqueles que se sentem pressionados pelo cotidiano, pressões essas que devem ser trabalhadas para que não extrapolem os seus limites. Quando as pressões aumentam exageradamente, vocês podem pensar numa ilha deserta, mas tem de saber o que é uma ilha deserta.

O exaltado perguntou qual era o sentido daquele encontro desafiador.

_O desafio é contar a uma pessoa da alta sociedade que você comprou um anel e suportar o que ela dirá se o anel chamar a atenção dela e da companhia servil que a acompanha. Se precisarem de ajuda, peça a quem estiver passando na rua e tiver uma aparência confiável. O conhecimento é necessário e a diversão também, portanto disciplinem os seus momentos. A violência e as guerras estão pelo mundo inteiro, se cuidem. Mas, se por ventura, estiverem numa ilha deserta a contragosto, saibam que o bicho come e não escolhe o cardápio.

Compartilhar / Reflexão

Compartilhar / Reflexão

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A conversa nem chegou a existir, mas a discordância houve.

De um lado, alguém falou que hoje em dia pode-se compartilhar toda a vida privada de uma pessoa porque a privacidade não existe, a tecnologia sabe o que quiser e que é tolice deixar de compartilhar qualquer acontecimento.

De outro lado houve o questionamento se esse compartilhamento é geral e atinge todas as pessoas ou atinge as pessoas conforme os interesses determinam. O próprio compartilhamento determinado por interesse foca a questão que interessa, ocultando todos os outros aspectos da vida privada da pessoa conduzindo o raciocínio de quem recebe a mensagem compartilhada a uma determinada conclusão.

A pessoa que defendeu o compartilhamento de toda a vida privada defendeu o seu ponto de vista, dizendo que esse compartilhamento amplo seria a defesa contra os interesses diversos.

O outro lado disse que além de não pensar necessário esse compartilhamento, essa atitude poderia chamar a atenção de pessoas mal intencionadas, o que contribuiria com os interesses em questão.

A qualquer momento algum fato privado da sua vida pode ser compartilhado por alguém que tenha algum interesse na questão, mas isso não significa que o ser humano não se resguarde e não se proteja do compartilhamento.

É um assunto complexo porque não se trata da invasão deliberada da privacidade de alguém, trata-se do compartilhamento das atitudes e pensamentos de alguém, seja por ela mesma, ou seja, por algum conhecido.

Outro dia alguém me contou que ficou aborrecido por ver o interior da sua casa divulgado na internet depois de um jantar. Esse é um fato que acontece no dia a dia, mas nessa foto havia um vaso de cristal tcheco estava entre os amigos e o proprietário, que não gostou de ver o seu vaso raro e caro na internet.

São os novos problemas da internet. A ética é questionada, pois todos nós nos tornamos paparazzi com os nossos celulares.

A foto salva no computador é uma lembrança, mas o compartilhamento dessa foto na internet é questionável. Sem boas intenções um abraço amigo se transforma num caso amoroso, um vaso de cristal tcheco indica a riqueza de alguém e assim por diante.

Os relacionamentos pessoais são abalados pelo compartilhamento.

Houve a concordância de não se conversar assuntos particulares pela internet. Os casais de namorados que usem o telefone ou o email para conversarem como se estivessem à vontade, as discussões corriqueiras entre marido e mulher, ou, pai, mãe e filhos, também não deveriam ser postadas ao Messenger e Hang out, que troquem emails.

Pela facilidade oferecida pela internet, nós nos tornamos preguiçosos e conversamos do jeito mais fácil, viva voz e ferramentas úteis da internet. Ninguém sabe ao certo com quem compartilha as suas conversas e, com essa atitude, fica mais vulnerável aos ataques de desconhecidos.

Um diálogo que se poderia dizer baseado numa mentalidade paranoica, mas real.

O fato é que não desejamos o controle da internet, nós é que temos que saber o que fazemos o que conversamos e como conduzimos as nossas conversas.

Ninguém quer que outros determinem o que pode ou não ser conversado pela internet, mas o discernimento é necessário. Todos nós usamos os computadores e todos rimos e choramos nele e por causa dele.

Nesse ínterim, alguém amigo analisou a minha atividade na internet e chegou a uma conclusão que não interessa a mais ninguém além de mim.

_Percebeu?

Comecei a rir porque a conclusão foi boa.

_Vamos praticar outras atividades!

Na medida do possível, não me oponho e acho divertido.

Pelos dois lados, a favor e contra a internet, as interferências reais aconteceram e, por sorte, ambas as posições são boas, mas divergentes nos aspectos abordados.

O fato significa que sabemos dos nossos amigos pela internet, sabemos se eles estão de bom humor e quais são as suas preferências pessoais.

Imagine-se que não sejam os amigos que nos veem pela internet!

sábado, 5 de abril de 2014

É Melhor Deixar de Lado

É Melhor Deixar de Lado
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Foi numa segunda-feira que Dicléa percebeu que precisava mudar de vida, pensar nos amigos e nas boas pessoas.
Depois de passar o domingo assistindo televisão, descansando e comendo petiscos. Dormiu e acordou sobressaltada. Havia sonhado com uma sessão espírita.
A recepção do centro espírita era comandada por uma aficionada em economia de combustível fóssil, o qual era considerado sagrado e cuja energia continha vibrações misteriosas com mensagens para a humanidade.
Concentraram-se e os espíritos, devidamente incorporados nos médiuns se identificaram:
O primeiro era um ladrão que havia morrido sem ter se arrependido do mal que praticou em vida.
O segundo era um cantor de boleros de uma boate decadente.
A terceira, sim, a terceira era uma mulher, cuja função em vida foi ser claque do auditório do Michael Jackson durante o espetáculo Thriller.
Os outros médiuns não se manifestaram depois de perceberem a qualidade da situação.
Ao sonho, Diocléa não poderia deixar a menos que acordasse, mas dormia a sono solto e ninguém a acordou.
Naquela sessão, ao invés de ensinamentos de sabedoria, a conversa girou em torno dela mesma.
O ladrão queria saber se o Michael Jackson deixava dinheiro embaixo do colchão ou, se havia enterrado algum tesouro no quintal daquela casa.
O cantor de boleros queria saber como é que o Michael Jackson fez sucesso com o espetáculo Thriller.
O Michael gostaria que os dois fossem com ele para a Terra do Nunca.
A mulher, que fora claque do show, queria andar para frente, coisa que não conseguia desde que aprendeu aquela dança de arrastar os pés para trás.
Os três espíritos perguntaram a ela por que é que ela não procurava uma psicóloga e ela respondeu que todas as psicólogas estavam no céu, e andando para trás ninguém chega até lá. Na falta da psicóloga, restava pedir ajuda ou, trocar favores, com o Michael.
Diocléa virava-se na cama, mas não acordava. Somente quando o despertador tocou é que ela se livrou do pesadelo.
Precisava mudar de vida, pensou ela após o café da manhã. Antes tivesse passado o domingo na internet chateando os outros. Ela não falava a língua inglesa e, nesse caso, chatear o próximo seria conversar pelo Facebook com quem estiver disposto a responder às suas postagens.
Conhecer gente nova poderia melhorar o seu ânimo. Criaria novos mecanismos de contato virtual caso o Facebook não funcionasse como ela gostaria que funcionasse.
Precisava buscar os seus interesses e foi atrás deles com determinação, sem pensar muito no sonho daquela noite.
Aos poucos percebeu o significado daqueles personagens do seu sonho.
A recepção simbolizava os entraves que ela aceitava que algumas poucas pessoas impusessem sobre ela. Também se decidiu a retirar todos os pensamentos mágicos da sua vida como as crendices populares tais como a do azar do gato preto.
O ladrão era toda e qualquer pessoa que tirasse a sua disposição para enfrentar os problemas com calma e determinação.
O cantor de boleros era a autorrepressão. Ele não tinha que perguntar ao Michael como é que ele fez sucesso. Ele devia cantar e se sentir o melhor cantor de boleros fosse onde fosse.
O Michael representava o produto do sistema, aquilo que vende e dá lucro passando por cima de quem quer que seja inclusive do próprio artista.
A mulher da claque era o contrário do Caipora, que anda para trás para não deixar pistas. Ela adquiriu esse hábito ao dançar o Thriller e todos se lembravam dela através do desempenho teatral, o que a impedia de andar para frente.
Diocléa nem pretendia ser feliz para sempre, mas passou a viver melhor depois do sonho.

Assovio

Assovio

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A brisa por companhia

Afável, num dia bonito,

Convida esse morno dia

Na paz do que está bem dito.

 

Que tudo que se queria

Foi feito, conforme o apito;

Que o porquê se pretendia,

Pia quem sabe o periquito.

 

Na praça a infância sorria,

Corria, brincava ao infinito;

Agora, para e assovia,

Diverte-se ao dia bendito.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Gracioso

Gracioso
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Graciosa aula de simpatia,
Suave é a voz do que encontro.
Ensina-me a amar a alegria
A dar nó quando se dá um conto.

Que o coelho e a coelha à doceria
Também faziam o contraponto,
Naquele instante em que se via
O viso contente de um ponto.

E o doce chama a fantasia,
Da criança ao que prevê de pronto;
E, ao adulto, essa fina ousadia,
Querer, comprar, pedir desconto.

Os Pratos / Crônica do Cotidiano

Você escolheu Brinquedo e Eu, o Prato / Crônica do Cotidiano

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Peguei o meu lanche e sentei para comer. Na mesa ao lado chegou um garoto pequeno e disse:

_Oi.

Eu disse oi e comecei a lanchar. O garoto olhava para o que eu comia de tal maneira que, parei de comer e perguntei onde estava a mãe dele.

Ele baixou a cabeça.

Ao perguntar pela mãe dele, a mãe me ouviu e sentou-se com o filho.

Em seguida veio o pai do garoto com lanches para ele, a esposa e o filho.

O garoto olhou para o pai dele e disse:

_Pai, eu quero comer o que ela está comendo, olhando para o meu lanche.

A mãe corrigiu o garoto:

_Você quis o brinquedo da máquina e o cheese-burguer. Não é justo que o seu pai pague outro lanche. Você comerá o que escolheu e, da próxima vez pense antes de escolher para depois não se arrepender.

O garoto conseguiu transformar o sabor do lanche.

Ele comia o cheese-burguer olhando para o meu prato.

A mãe do garoto perguntou as horas. Eu peguei o meu celular e respondi. Conversamos sobre o horário.

O garoto se distraiu e, aos poucos, comia o seu sanduíche.

A mãe do garoto também tinha o celular e o tirou da bolsa para distrair o filho do meu lanche.

Estávamos contentes. Ela resolveu fotografar o filho comendo cheese-burguer mostrando a ele a cada foto tirada.

Flash, clic, flash, clic.

Fiz o lanche o mais rápido que pude, enquanto entrava na história da família do garoto numa fotografia. Eu sorri educadamente para a mãe do menino e saí.

Era uma separação necessária.

A mãe do garoto concordou com o meu sorriso enquanto o marido comia o lanche dele sem levantar os olhos do prato.

Quadro Lúdico

Quadro Lúdico
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Brincando de esconde-esconde,
Procura por todo o canto,
O pássaro de não sei onde,
Que guarda todo o quebranto.

Nessa árvore tem um conde
Que brinca piando acalanto,
Pois que pie, pois que está à fronde,
De onde vem quem amo tanto.

Quadrinhas a quem me ronde,
São versos a que me espanto;
Brincando de esconde-esconde,
Brinca um anjo por enquanto.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Lia

Lia

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Bendita presbiopia

Numa vista cansada,

Não enxerga onde está a Lia,

Sabendo a matinada.

 

A manhã clareou o dia,

Já não é desperdiçada;

E a nuvem que se via

É catarata d’água.

 

Não é alguma fantasia

Obter vista acurada,

Dizer que não sentia

A razão apaixonada...

 

O caminho seguia

Sem dizer nada, nada.

Vem ciranda de Lia,

Vem nessa saia rodada.

Música A Me Inspirar Poesia

Vespertino

Vespertino

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Talvez o estrago do gato seja lembrar-me da humanidade que há em mim.

O ser humano é um animal político.

Conversa dura e produtiva. O livro do passado precisava ser fechado para nos situarmos ao presente e ao futuro.

Algumas conclusões sinceras tais como não existe amizade quando permeia alguma relação de poder entre as partes. A amizade pressupõe diálogos francos e iguais, independentemente das condições financeiras de cada um, desde que não haja o poder a interferir nessa relação pessoal.

São posições políticas que assumimos no dia a dia em relação ao ambiente que nos cerca, composto de família, vizinhos, parentes e amigos.

Perguntada, respondi duramente. Por que é preciso dizer o que se pensa.

Teremos eleições e temos candidatos. Ainda teremos as convenções partidárias, mas alguns nomes estão claros. As chances de cada um dependem dos eleitores, mas também dos cabos eleitorais e dos apoios a serem recebidos.

Em princípio todos os nomes que estão aí têm chances na eleição. A eleição é uma resposta consciente, mas também emocional. Votar é saudável, é ajudar a melhorar o futuro de todos os cidadãos.

O atual governo pode se reeleger, mas o governador Eduardo Campos é muito bem visto por boa parte dos nordestinos. O governador Aécio Neves não começou a campanha oficial, ele ainda se mostra com cautela, como bom mineiro.

O atual governo está marcado com muitos acidentes de percurso, o que é uma desvantagem que se refletirá nas urnas, queira ou não.

Os políticos sérios estão atuantes e, a essa altura, devem estar compondo as suas bases eleitorais.

Os diálogos estão acontecendo e é um fator positivo. Desse diálogo, todos fazem parte, desde os banqueiros, passando pelos empresários e o setor público.

Acredito que os jovens devam pensar no futuro, porque eles mesmos daqui a pouco serão adultos e, a vida, não exatamente construída, para usar um termo contemporâneo, de utopias muitas vezes demagógicas.

A dureza da conversa não se restringiu ao futuro e, esse ponto é fundamental dizer para demonstrar como é que a vida funciona na prática.

Não me recusei a responder nada.

Em 1.964 eu estava com a minha avó enquanto a minha mãe e mais alguns parentes marchavam com Deus pela família e o meu pai e outro parente ouviam o rádio no trabalho para saberem das suas respectivas esposas.

Agora, continuo a história pedindo respeito aos menores de idade, e a conversa pula para quando eu me tornei maior de idade. Criança não dava palpite.

Em 1.984, eu cuidava da minha mãe que estava com um tumor, coisa que fiz até que pudesse ser operada. Assisti o movimento pela televisão e as eleições, no hospital, com ela.

Vesti roxo no impeachment do presidente Collor, pois a minha cidade não foi muito ativa naquela época.

Sou fã do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Os jovens precisam saber que uma eleição pode determinar se o dinheiro guardado no banco para os estudos não serão retidos em nome de algum plano econômico.

O voto é essencial, não existe sistema falido, enquanto se buscam soluções políticas para as situações que se apresentam.

Todas as possibilidades estão abertas para o jovem, mas depende dele. O protesto, de agora em diante, é tolice. O jovem pode se filiar em algum partido político e fazer algo de bom pela sociedade.

A dialética não resove todas as diferenças, mas através do diálogo, pode se chegar a algum consenso nessas diferenças. Acredito que o jovem é capaz de dialogar, é ele quem enfrenta as dificuldades da violência, das disparidades na qualidade no conteúdo do ensino e na consequente formação profissional.

O jovem pode argumentar que é difícil, mas foi difícil antes para os outros jovens e eles tentaram, ao menos tentaram.

Pode acontecer de votarmos mal, mas temos ferramentas para corrigir o erro. As ferramentas estão válidas e é questão da vontade do eleitor. Ninguém acerta todas as decisões na vida adulta e quando se pode corrigir, é melhor. Esse é o caso, todos podem corrigir os seus posicionamentos quando eles não ferem a legislação vigente.

Apesar de todo esse diálogo duro, é preciso não se esquecer de amar o próximo, porque é o outro quem permite a possibilidade da exposição das suas ideias.

Google, eu te amo assim como amo alguns banqueiros, empresários, jornalistas, donas de casa e por que não dizer, os religiosos também.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O Gato Falante / Crônica do Cotidiano

O Gato Falante / Crônica do Cotidiano

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Hoje a crônica é sobre o gato falante, rosnante (neologismo), melhor dizendo.

Era tarde e o rosnar aos meus ouvidos chamou-me a atenção. O cachorro late e o gato mia, mas os meus ouvidos não reconheceram o som.

Que bicho seria aquele, eu precisava descobrir, pois os meus ouvidos não suportam sons não identificados.

Fui até a janela observar. Impressionante! Parecia um gato que rosnava e olhou nos meus olhos, depois sorriu um sorriso felino onde mostrou os dentes.

É melhor descrever o gato, quem sabe alguém diga que gato que era. Ele era branco com bolas exatamente redondas e pretas nalgumas partes do corpo.

A ave que estava por perto não voou e não sentiu medo, afinal, o gato olhava para mim. A ave não se sentiu com medo.

O gato não miou nenhuma vez, ou esse bicho que eu nomino por gato porque não sei exatamente o que era, acho que foi um gato do mato.

Andou sobre os muros com certa cautela e se embolou como se tivesse achado algo. Deu para perceber que era forte e que as patas eram ligeiramente mais robustas do que a dos gatos que costumam passear pelo bairro.

Parei para observar o gato. Ele me olhou novamente, desafiando-me.

Dali a pouco, ele entrou ao meio da cerca de arame farpado que existe na vizinhança andando passo a passo.

Fiquei observando, ele não se machucou.

Olhou mais uma vez para mim, deu um salto e sumiu.

Esse gato aguçou os meus sentidos como se fosse uma magia. Instinto foi o que senti o dia inteiro. Abafei-o por diversas vezes, sou humana, mas nem assim consegui deixar o meu caminho para ver o estrago que o caminhão furgão fez ao ônibus. A porta do caminhão se abriu e quebrou o espelho do ônibus juntamente com o para brisas.

Não me detive para ver a curiosidade, hoje não foi possível.

Eu vi esse gato e olhei os olhos que me olhavam.

A minha preocupação é que ele chegue perto de alguma criança.

É bom compartilhar essa história de gato.

Maçã Verde

Maçã Verde

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Essa maçã verde,

Ácido sabor,

Sirva ao que se mede.

 

Fruta de cerne;

Gosto de supor,

O que esse dia pede.

 

O outono que inverne,

 

Mas que seja ao amor.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Promessa

Promessa

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Dar a palavra e cumpri-la,

Cem vezes nessa vontade,

Tem-se que dar e assumi-la;

Parte difícil; bondade.

 

Mas todo o povo da fila

É digno da liberdade.

Nesse passar andarilha,

Busca o melhor em verdade.

 

Caso de contar é fila,

Povo sincero é cidade,

Compra de chá e camomila,

Solta co’a frugalidade.

 

Nesse instante sou pupila,

Dócil na sinceridade;

Nessa promessa, a apostila,

Repaginada em saudade.