Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Boca da Verdade / Conto


Boca da Verdade / Conto

     A lenda diz da Boca da Verdade, aquela que devora a mão daqueles que mentem. Existe um lugar onde se tiram fotos com a mão na Boca da Verdade, é uma igreja de rito grego, fica em Roma, na Itália.
     As pessoas vão até lá e tiram fotografias para que a verdade seja dita.
     Foi assim que aconteceu com Jorge. Conseguiu a fotografia.
     Depois da foto foi até uma cafeteria no centro da cidade.
     Encontrou-se com Silvana, que pediu um minuto para ir à toalete e voltaria para conversar com ele.
     Quando Silvana volta, Jorge pede um minuto, mas para ir buscar uma nota fiscal que havia ficado na loja.
     Silvana concordou e, observando que havia uma garrafa de água sobre a mesa, pediu uma também. Enquanto aguardava a vinda da sua água mineral, olhou para a garrafa de água mineral e pensou:
     _Não é possível que ele esteja querendo contar que fez amizade com aquela moça, cujo nome era a marca da água mineral.
     A água mineral de Silvana veio e era de outra marca e com gás.
     Jorge chega e olha a marca da água mineral de Silvana e demonstra pouco caso pela marca de água mineral dela.
     _Ah, Jorge, você sabe o que aconteceu. Tudo bem que era caso de vida ou morte, mas o que aconteceu foi grave. A mãe dela, mulher sem atrativo fíco algum, pois até pode se dizer que era feia e empertigada, irritante na fala e nos gestos, estava nervosa, foi até à casa dos seus pais e pediu para conversar com o seu pai sobre a situação que ela enfrentava. A esposa ofereceu à ela a sala de visitas, separada dos cômodos, mas a mulher disse que não era necessário. Depois perguntou à mulher se havia algum espelho na casa onde pudesse se ver, pois não queria demonstrar abatimento pelo sofrimento. A esposa prontamente mostro-lhe o espelho da penteadeira dela no quarto de casal, foi quando ela se olhou no espelho, começou a chorar e se jogou na cama em prantos. A esposa correu até a cozinha para pegar um copo com água para acalmá-la. Ela conversou e se acalmou, mas pediu para conversar ali mesmo porque não queria que os filhos do casal a ouvissem. A esposa concordou, mas foi cuidar das crianças. De vez em quando olhava pelo buraco da fechadura do seu próprio quarto e via o marido, sério e aborrecido, em pé e distante daquela mulher que estava confortavelmente sentada na cama do casal. O marido orientou a mulher como proceder, mesmo achando estranha aquela situação. Acalmou-se e foi embora, também séria e sem choro. Você tem pena da filha dela e eu tenho pena de você.
     Jorge se irritou:
     _A moça é boa! Você é que é teimosa.
     Não adiantava conversar com Jorge, estava certo que estava certo, mas errava.
     O motivo daquele sofrimento, provavelmente real, era a própria mulher que se causava. 
     A verdade, às vezes é incompreensível.
     A fotografia na Boca da Verdade fez Jorge ser verdadeiro, mas de que adiantava ser verdadeiro, se errava?
     Silvana disse que para ela bastava saber dessa história.

     

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Não É Puritanismo - Café Amargo / Crônica do Cotidiano

Não É Puritanismo - Café Amargo / Crônica do Cotidiano

     Depois de ficar sem internet, vamos a uma frase escandalosa:
     _A hora em que as moças donzelas se converterem em evangélicas, a pornografia diminui.
     Eu e o café, que dupla para presenciar as mais diversas situações.
     Estava ao café sozinha, como gosto e confortavelmente. Duas mesas distantes e o casal de namorados conversava.
     O café era próximo ao hotel onde o casal de namorados se hospedava, a moça com vinte e cinco anos de aparência.
     O namorado começou a falar mal de outras duas moças que estavam quatro mesas distante, dizendo à namorada que não prestasse atenção àquelas moças caso chegassem perto.
     Eu não só ouvi como também olhei para os dois.
     O namorado da moça me olhou com raiva.
     Não os conhecia e o caso não era comigo, ignorei.
     Continuei a tomar o café calmamente.
     Não demorou e as moças das quais ele havia comentado chegaram à mesa do casal.
     Uma delas começou a conversa:
     _Roberto, como você está bem! Elegante como sempre e com tênis chiquérrimos.
     Ele olhou para a moça e respondeu:
     _Ah, você acha? Pois olha que estou com quase quarenta anos e me cuido, é verdade. Acredfito até que estou com um ou dois fios de cabelo branco, mas me encanta que me veja bem e com um estilo razoável.
     A namorada ao ouvir e presenciar a conversa abriu os olhos e olhou para a moça.
     A moça que estava com a amiga olhou para a moça e disse:
     _Roberto, vejo que você está acompanhado, apresente-nos.
     Ele apresentou a namorada e continuou jogando charme para a moça que disse ter trinta e cinco anos ao observar o gosto do Roberto por uma jovem de vinte e cinco.
     A moça perguntou onde eles estavam hospedados.
     _Ah, vocês estão no mesmo hotel que eu e a Márcia. Nos veremos mais vezes.
     Dito isso as moças se despediram de Roberto, mas até na hora da despedida houve charme entre os dois.
     As moças de trinta e cinco foram para o hotel.
     A namorada esboçou um sorriso amarelo para ele, mas ele disse:
     _Sou todo seu a partir de agora, porque você está com ar de enfado.
     A namorada disse que talvez estivesse com ciúmes.
     _Vamos para o hotel, é melhor.
     Ao ver a situação eu quis escrever essa história.
     A internet sem fio pedia acesso às configuarações das contas das redes sociais e eu não a conectei por medida de segurança.
     Escrevo agora, com calma e tempo para dizer que isso não é puritanismo, isso é guerra.
     A guerra tem dessas coisas, mata a possibilidade do amor. 

domingo, 27 de outubro de 2019

Era

Era


São tantas frases
Interessantes
Que contam crases,
Ditos faltantes

Às letras chaves,
Essas mutantes,
Mas sem entraves,
Com sons vibrantes;

Verdades suaves
E extravagantes
São muitas fases
Participantes.


sábado, 26 de outubro de 2019

Curiosa Hora

Curiosa Hora


Sem demora
Nesse agora,
Sê curioso,
Prodigioso

N'outra outrora,
Monitora
O impetuoso
Que é forçoso

E majora,
Quando ancora
Que é amistoso,
 Mas valora.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Com Ânima

Com Ânima


Somente quem leu o que li,
Entenderá esse novelo,
Metáforas do que vi,
Para não dizer do zelo


E do porquê não escrevi,
Mas concordo com o apelo
Do saber de um colibri
Que enfeita esse desmazelo;


Sem querer foi que aprendi
O que serve de modelo:
Que a fineza faz-se ao organdi
E a audição de um violoncelo.


quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Voz

Voz


A coincidência
São folhas verdes,
Com óleo e ciência
E dependerdes


Da boa consciência
Ao se manterdes
À conveniência,
Mas também crerdes


Sem displiscência
Ao que está a verdes,
Porque é a consciência
A luz a serdes.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Sotaque

Algo que a gente não sabe explicar.

De Novo / Crônica do Cotidiano

De Novo / Crônica do Cotidiano

     De vez em quando eu como um sanduíche.
     A mesa é de quem sentar nela e sentamos com alemães.
     Começamos a conversar e, o garoto, que estava junto com a mãe e outra parente, perguntou algo sobre nós.
     Ela não teve dúvidas, olhou nos meus olhos e exclamou: polish.
     Para quem não sabe, a palavra polish significa polaca, o que da outra vez, quando eu disse que tinha sotaque polish, fui corrigida e me pediram para dizer "from poland".
     Eu estava pensando que era a seguna vez que diziam que eu tenho sotaque polonês, quando duas moças, com sotaque carioca e que estavam numa mesa atrás, retrucaram em claro português:
     _O preço do sanduíche dela é o mesmo do nosso e é pago em reais, moeda brasileira.
     A senhora ficou olhando para elas com ar de dúvida se elas soletravam em polonês com sotaque ou estavam brincando de falar em polonês.
     _Eu preciso sair daqui urgentemente, exclamei.
     _Se é por banheiro, logo ali tem um.
     Eu pedi para sair urgentemente.
     _Ei, o que é que você tem?
     _Faz tempo que eu não rio e a vontade está incontrolável.
     Seguimos em frente.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Educação

Educação


Interessante
Lar doce lar
Por um instante
A começar,


Mas caminhante
E a combinar
Para ser constante
Ao vivenciar,


Desconcertante
É esse se achar
Em meio constante
A se educar.

domingo, 20 de outubro de 2019

Acordar para Louvar

Acordar para Louvar


Conversa sobre toda arte
Porque a impressão faz da parte
O que sente, a sensação
Causada a essa percepção,


Experimentando essa arte
Aos sentidos e à alma. A arte
É presente à antevisão
Do invisível alazão


Que voga de parte a parte,
Por ser mito e também arte
E toda a propiciação
Para o ser criar a invenção. 



sábado, 19 de outubro de 2019

Difícil

Difícil


Difícil é ser exata,
Sem permissão para errata,
Durante o verão, o porvir,
Manter o gesto, sorrir,

E, às vezes ser caricata
Na fisionomia sensata,
Procurando persistir,
Ser alguém a contribuir

Sem superstições à lata
Que a imaginação formata
Como se fosse o devir;
Não deixar-se confundir.


sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Sorte

Há um pouco de sorte quando se deixa as pessoas felizes.

As Histórias de Joaquina

As Histórias de Joaquina

     Bateram à porta, e Joaquina, menina de vinte foi atender. Era um garoto da vizinhança com um quilo de feijão para lhe dar de presente.
     _Feijão, João, por quê você me dá de presente, quando tem preço? Cobre o preço, João.
     João dizia que não, que era presente, que vinha da chácara um saco de sessenta quilos de feijão e mãe dele tinha pena de deixar estragar.
     Passam algumas semanas e batem à porta novamente. Era João com umas espigas de milho verde.
     _João, faz isso não, João. Como é que eu posso retribuir se não tenho chácara, João?
     João dizia que não, que era presente, que o milharal da chácara estava repleto e que era melhor que não estragasse.
     Passam-se mais algumas semanas e bateram à porta. Era João com uma tigela de curau, bem feito e caseiro, que a mãe dele tinha feito para que ele desse de presente à Joaquina.
     _Espera um pouco, João. Por que você não traz esses presente para a minha mãe?
     João disse que era porque Joaquina era mais próxima dele do que a mãe dela que era muito séria, e talvez severa e não aceitasse o presente.
     Passam-se mais semanas e batem à porta e é João, dessa vez com um pacote de feijão branco para salada.
     Joaquina disse que qualquer dia daqueles iria conversar com a mãe dele para ver se era ela mesma quem mandava os presentes da chácara.
     João riu-se e a desafiou para que fosse na casa dele.
     Passam-se mais semanas e batem à porta. Era João, com o quilo de feijão, mas na casa da mãe dele.
     _Joaquina me desafiou e eu contei para a mãe e ela quer que você vá lá em casa porque ela quer dar feijão para você.
     Joaquina disse que iria à tardinha. Disse e foi, achou que precisava conversar com a mãe de João e, perguntar o motivo de tanta gentileza da parte dela e do João.
     Bateu à porta da casa da mãe de João, mas com a mãe dando uma espiada pela porta da sua casa.
     _Eu quero lhe agradecer muito, mas acho que é presente demais e, nós, lá em casa, ficamos sem graça com tantos mimos da sua parte e por parte do João também.
     A mãe de João foi de uma emoção absurda ao dizer que quem tinha a agradecer era ela.
     Essa história é boa, a Joaquina ganhava os mimos e era a mãe de João quem tinha de agradecer à Joaquina?!
     _Ora, diga lá qual é o motivo da sua gratidão, pois eu a conheço desde alguns anos e, que me lembre não lhe fiz favor algum, apenas conversamos de vez em quando.
     A mãe de João parecia agradecida até mesmo com o olhar.
     _Joaquina, eu tenho trinta e dois anos e sou casada. Meu marido viaja muito e eu até pensei que ele queria se separar de mim. Pensei em contratar um advogado, mas nesse tempo em que eu pensava em contratar um advogado, eu acabei por sair com amigos e quase levei uma vida de solteira. Só me sentia casada quando o meu marido voltava com os sacos de milho e feijão e carne congelada. Por favor entre que eu quero lhe mostrar o congelador.
     A moça, entrou na casa da mãe do João, meio que curiosa, meio que receosa, mas a mãe estava olhando, então não tinha mais medo.
     O freezer era de cinquenta quilos e estava chei de carne de boi e de porco, toda carne separada, cortada e congelada. Ao lado do congelador, estavam os sacos de arroz, feijão e milho. A verdura também vinha na caminhonete, mas era quando ele, o marido vinha para a cidade.
     Joaquina se admirou com os produtos frescos e colhidos com tanto suor e dedicação por parte do marido da mãe de João, mas onde é que a gratidão entrava naquele espaço é que ela não entendia.
     De repente, os olhos da mãe de João se encheram de lágrimas e disse:
     _Joaquina, eu quase errei, eu quase namorei, mas não o fiz. Houve um final de semana que eu pensei que se você dissesse o que diziam de mim, o meu casamento tinivesse acabado. Você sabia o que diziam de mim,pois até a sua mãe ralhou comigo para não sair com amigo enquanto o marido estivesse fora de casa, pois era homem trabalhador.
     Se a mãe de Joaquina tinha ralhado com ela, a mãe de João, Joaquina não sabia e também não podia perguntar porque a mãe estava de soslaio na casa dela, Joaquina.
     _Espere que eu continue, Joaquina. Ele viajou de novo e voltou com os sacos de feijão, milho e tudo o que ele costuma trazer para a casa. Dessa vez eu fiquei em casa e não saí com ninguém. Eu, com medo que você contasse a ele que eu saía durante a semana com os amigos, para nada para dizer a verdade, apenas para conversar, eu contei a ele o que eu fazia enquanto ele estava fora e pedi perdão se com isso eu o magoei, mas também contei que era mulher de bem e que não fiz o que não deveria fazer. Ele me perdoou, mas quer que eu vá com ele para o interior. Até deixou dinheiro para eu arrumar todos os dentes antes de ir com ele e o João para o interior. Eu estou muito feliz e acho que devo isso à você, porque eu tinha um medo danado de você, porque eu entrei no carro de uns amigos enquanto você voltava da escola e você até me disse boa tarde. Lembra?
     Era verdade, mas Joaquina não havia ligado a saída dela ao pecado e nem sequer se perturbado com a situação. Joaquina desejou que para o resto da vida deles eles fossem felizes. João estava feliz. Disse que jogaria bola mais à vontade e, melhor, com o pai dele.
     Voltou para casa e contou essa história para a mãe dela.
     Passaram mais algumas semanas e batem à porta. Era João com um quilo de feijão, mas desta vez presente do pai dele.
     _O meu pai manda agradecer à você em nome da minha mãe. Ele vendeu a casa aqui na cidade. Vamos morar na chácara até que eu tenha que fazer faculdade.
     Joaquina disse que estava muito feliz por João e que fizessem boa viagem e fossem felizes por onde quer que fossem.
     A mãe da Joaquina disse que feijão bom como aquele seria muito difícil encontrar em algum lugar, mas que fossem felizes.
     Feijão na panela com sabor especial. Esse  foi aquele melhor quilo de feijão já saboreado na vida.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Desigual

Desigual


Não se repete,
Tudo difere,
Embora igual


Ao que refere,
E não compete
Ao desigual


Ser quem reflete;


Embora atual.


quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Anotações

Anotações


Lá vem o tempo
A questionar
Um pensamento,
E sem cessar:


Por que é do vento
O murmurar,
Um alimento
Sempre a se doar;


Abrasamento
Da alma a rogar
O entendimento
A se anotar.


terça-feira, 15 de outubro de 2019

Acendimento

Acendimento


Misto de entendimento
E desconhecimento
É a causa da vela acesa
Como luz à incerteza,


Com tal desprendimento
Que não se ouve lamento
Ao espírito em leveza
Pleno à delicadeza.


A fé é um acendimento
Que age num só momento,
Ao da luz da agudeza
Mostra-se com grandeza.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Imprevistos / Reflexão

Imprevistos / Reflexão

     O que é um imprevisto todos sabem, é tudo que não se pode prever.
     Há, no entanto, imprevistos não podem ser contornados com sabedoria, inteligência, dinheiro. O que parece óbvio para alguns, ou seja, que os problemas de saúde são imprevistos que exigem mais do que os ítens acima estariam nessa lista como imprevistos, mas há gente que cuida de cuidar desse tipo de imprevisto, que é previsível para outras pessoas.
     Imprevistos são dias nos quais é preciso parar e pensar por algum tempo antes de seguir.
     Quando se juntam os imprevistos é praticamente impossível seguir a rotina normal. São acontecimentos comuns, que somados, complicam o dia a dia.
     Costumo dizer aqui no blog que os boletos bancários ainda são úteis, mas um boletos bancário não cadastrado no sistema tira uma ou duas horas da paciência facilmente. A manutenção dos eletrodomésticos exigem tempo, a doação de lixo eletrônico, mais tempo.
     Um dia bom é aquele que flui normalmente, e para que flua normalmente é preciso verificar o nível do shampoo e, desculpem dizer, mas do desodorante também. São os acontecimentos previsíceis que podem nos auxiliar na rotina.
     Embora seja normal na maioria das casas, tenho um costume prático que é o bloco de anotações com uma caneta em cima da mesa de onde vos escrevo, e tudo que fica abaixo da metade é anotado para a feitura da lista de compras, desde o limpa-vidros até o shampoo, não me esquecendo dos ovos abaixo de meia-dúzia,etc.
     A internet é um instrumento que pifa e é um imprevisto. Outro dia peguei um aplicativo, fiz um pedido e, ao terminar, na tela apareceu que o sistema estava congestionado e que eu tentasse mais tarde. Fui pessoalmente.
     Respeitar os imprevistos é algo de extrema importância.
     Escrevo para contar que estou com imprevistos e que eles modificam o dia necessariamente.      

domingo, 13 de outubro de 2019

Anti-máquina

Anti-máquina


O excesso de informações
 Trazem cansaço e distorcem
Em fantoches os balões
Coloridos, quando sobem


E criam imaginações
Sobre o que são quando somem
No espaço das ilusões,
Realidade que consomem;


Líricas constatações
Que a alma é o centro do humano homem
Ao tempo das atenções,
Ilações que se constroem.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Seguir

Seguir


Segue o caminho
Com a razão,
Ao burburinho
E à solidão;


Não se é adivinho
Nesse alazão,
Devagarinho
Faz-se um condão.


O medo é um moinho,
É uma alusão
Ao desalinho,
Mas sem visão.



quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Assuntos Religiosos / Reflexão


Assuntos Religiosos / Reflexão

     Num dia cujo tema implícito era Deus, algumas considerações são necessárias.
     Disse que não queria entrar num grupo de whats'up, porque a ideia de criar panelinhas não levam ao conhecimento do que seja Deus.
     _Vamos nos aprisionar às nossas mesquinharias cotidianas enquanto Deus quer que levemos a palavra Dele àqueles que não as conhecem.
     Outros questionamentos surgiram:
     _Fui à sua missa das dez da manhã e vi que você não é assídua.
     Eu digo, pelo blog que nós conversamos com Deus, podemos assistir ao culto, senão presencial, online. Deus não vai castigar quem não for ao culto, mas se entristecerá se nos afastarmos Dele por qualquer motivo de dúvida.
     _Como é que você diz ser evangélica e conversa normalmente, sem colocar Deus em todas as respostas?
     Eu não falo em "crentês", uma linguagem característica de muitas denominações. Eu creio que Ele fala e até mesmo mostrei ao vivo e à cores que Deus fala. Eu e a amiga decidimos comprar algo na lanchonete. Enquanto eu pagava o refrigerante, ao rádio da vendedora a música soou.
     Ao ouvir aquelaa canção disse que aquela era a canção que minha mãe tocava ao piano para uma parente. Meus olhos se encheram de lágrimas. Disse à minha amiga que era assim que Deus falava comigo. Nada especial, naturalmente.
     Ela ouviu Deus falar comigo. Acho que até se surpreendeu com as minhas lágrimas junto à lata de refrigerante. Sentamos e conversamos algumas horas.
     _Como é que funciona isso?
     _Deus é fiel e eu procuro ser fiel à palavra Dele.
     _Dessa vez eu vi isso!
     _Viu! Estou feliz que tenha visto e ouvido o que Ele disse. É assim que funciona comigo, e cá entre nós, isso não é leve.
     _Mas, e o seu caminho, como é sem grupos?
     Disse que dependia dos grupos, devemos ser abençoadores uns aos outros, mas deixá-los livres para que retornem com fé.
     Foram muitas questões:
     _Você acha que você não erra?
     É óbvio que erro, sou humana e Deus tem algo a me ensinar, e essa é a função da existência: nos aproximar de Deus. Contei alguns dos meus erros, involuntários, mas erros por desconhecimento, e quantos aos erros do desconhecimento, mas que não machucaram ninguém, Deus, com muito amor, resolveu e certamente resolve os das outras pessoas também.
     De certa forma, fiquei em paz.
     Deus abençoes à todos!
       

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Incultura

Incultura


Não digo dos livros,
Meus grandes amigos,
Tantos personagens
Com tantas bagagens

Culturais de antigos
Bordados e vivos,
Da versão às linguagens,
Respeito às paisagens

Descritas, motivos
 E meios inventivos
Enquanto miragens,
Mas leigas bobagens.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Coerência / Reflexão


Coerência / Reflexão


     O meu conceito de coerência que é válido apenas para mim mesma, é algo meio complexo de dizer.
     Mas respeitar-se a si mesmo sem prejudicar os demais é algo que traz algum bem estar.
     A coerência não desperdiça a vontade, antes é boa companhia da vontade e que não se faça confusão entre vontade e escolha.
     A escolha é subjetiva e influenciada pela publicidade, a vontade é dessa partícula única, chamada alma.
     A vontade e a coerência somadas não dependem da escolha e estão menos sujeitas aos erros. A vontade não é um capricho como ter vontade de ir ao Shopping comprar novidades.
     A vontade , por exemplo, é a música, algo que ninguém tem obrigação de gostar, é uma vontade da alma e a coerência é ficar ao lado da música.
     Não há escolha, é a música no rádio, da televisão, na prática, e não há nada que seja impeditivo nessa vontade.
     Incoerência seria não ouvir música, não praticar e negar essa vontade de música.
     A coerência existe em primeiro lugar consigo mesmo, com essa vontade permitida.
     Fatores outros fazem com a apreciação da música seja exercida dessa ou daquela maneira, mas é coerente que se goste de música e que se exercite esse gosto com coerência.
     Sobre a escolha, sou cética. Não há escolha musical, gosta-se e pronto e cada um faz da maneira que consegue. 
     

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Esvaecimento

Esvaecimento

É melhor esperar
Do que se adivinhar,
Quando não se conhece
E pronto, não acontece.

Não saber é vagar
Sem ver. Verbalizar
Nunca é o que transparece
Quando desfavorece

Um se ater a pensar
E diz desperdiçar
Sem que ao saber se ingresse
E, ao resumo, esvaece.

domingo, 6 de outubro de 2019

Rápido

Rápido


O que houve,
Meu tempo,
Que não ouve
O vento

Que envolve
o alento
E o solve
Bem lento;

Resolve
Ao evento
E volve
Momento.

sábado, 5 de outubro de 2019

A Pizza

A Pizza


Curvas a partir de retas
Com a orientação das setas,
E dos cálculos precisos
Porque somos indivisos

Num pensamento sem dietas,
Aos estômagos diletas
Iguarias com improvisos,
E, à alma, alguns doces sorrisos,

Porque são pizzas seletas,
Mas salgadas e repletas
De queijos e dos desavisos;
Retas e redondos guizos.




sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Telemaquia

Telemaquia


A boa ideia
Multiplica
E medeia;
Descomplica


Toda a estreia,
Pois salpica
Grão de areia
E a amplifica


Numa aldeia,
Quando explica
A Odisseia
Telemaquia.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Espaço Urbano

Espaço Urbano


Estas sequências,
São as ingerências
De um cotidiano
Pra lá de humano,


São convivências
E proveniências
Nesse plano
Real e euclidiano


Com exigências
E displicências
Ao meridiano
O espaço urbano.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

4X4

4X4


Quadrantes
São certos;
Distantes,
Excertos


Fixantes,
Despertos
Brilhantes
Libertos


De um antes
Cobertos
Consoantes
De assertos.




terça-feira, 1 de outubro de 2019

Instigante

Instigante


Essa questão de tempo,
Hoje, meio que instigante,
Porque diz ao talento
Que é o que não se garante,

Ele é o temperamento
Próximo e equidistante
De um acontecimento
Chamado Deus falante,

E o seu delineamento
Chega a ser empolgante
Ao desconhecimento,
Algo quase faltante.


Pesponto


Pesponto

Não falta nada
Nesse horizonte
Que não desconte
D’uma jornada,

A repousada.
Por mais que aponte
E não se encontre
A linha ousada,

E a caminhada
Te desaponte,
Há quem pesponte
À calçada.