Equilíbrio
Equilibrar,
Saber dosar
O movimento
Chuvoso e lento,
E harmonizar
Nesse espelhar
O contratempo,
A chuva e o vento
Parado no ar
Da água a brilhar
No asfaltamento,
Luz e alimento.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
Equilíbrio
Equilibrar,
Saber dosar
O movimento
Chuvoso e lento,
E harmonizar
Nesse espelhar
O contratempo,
A chuva e o vento
Parado no ar
Da água a brilhar
No asfaltamento,
Luz e alimento.
À Lápis
Básica e organizada,
Visto e revisto o dia,
Nele a pauta traçada,
Linha tênue e vazia;
Lápiseira e geada
Onde a tinta insistia
Ser tanto quanto nada
Lida e redesenhada,
Calma a ficar alinhada
Quando nem mais se via
Cor, era pontilhada.
Ponto que se seguia.
Um intervalo entre um livro e outro faz com que os textos reverberem e produzam pensamentos próprios.
Raridade
O que não vem ao caso
É a palavra que cola
Como enfeite de vaso,
Pois todo o verso é raro,
Palavra que descola
Do texto e anda de carro,
Táxi, ou a pé por reparo,
E não para; consola.
Pipoca na Mão
Cansaço é exaustão,
Jamais solidão.
"E La Nave Va",
Boa colher de chá
Ao pensamento vão,
Pipoca na mão,
E longe está o lá,
Diapasão-sofá
E televisão,
Chega de tensão,
Que cante o sabiá
Amanhã, e até o lá.
Diferente
Diferente
É esse tudo
No presente
Tão consciente,
Mas não mudo,
Quando sente
O Onisciente
Mudar tudo.
Aqui
Esse novo lugar
É aqui por não existir
Além do imaginar,
Fazer, não devanear
Sobre o que esse devir
Pode ser, e escrever
Sobre o hoje e conservar
Ao futuro o construir.
Pessoa
Um descanso em Pessoa,
Conforme diz e soa
Na alma todo o indizível
Tido como invisível,
E reverbera e ecoa
Sob o nome onde voa,
A sós por ser sensível
Essa alma descritível.
Conserva
Descombinada
E oxigenada,
É a obrigação,
Que disfarçada,
Desobrigada,
Chama a atenção.
Vaidade, nada;
Conservação.
Brevidade
Parar, pensar
No que tem nexo,
Mas sem excesso,
E condensar
Por meditar,
Breve recesso
Do ser conexo,
Depois orar
E continuar
Como reflexo
Da luz, do expresso
A decifrar.
Cartão-Postal
Racional,
Mas normal,
Adequado
E não igual
Coisa e tal,
Bem pensado
É um postal
Atrasado.
Analogia
Que o tempo não volta
E o mundo dá voltas
Numa imagem solta
Que gira em si e volta,
Em vias que são envoltas
Num giro que volta,
A palavra é pouca,
Mínima: vozes roucas.
Aclimatação
Quem é o dono do tempo
De uma imaginação,
Senão de um pensamento
Sem relógio, ou canção
Que permeie o passatempo,
Consenso e elevação
Da alma ao gosto do tempo
Contado e com razão.
Passa o temperamento
Do dia na aquietação
Em raro aquiescimento
Nessa aclimatação.
Realidades Convergentes / Reflexão
As realidades individuais cruzam umas com as outras todo o tempo, seja quando é hora de separar o lixo, seja no campo conceitual do que é conveniente para cada pessoa.
A partir dessa constatação, pode-se dizer que os conceitos individuais de bom e ruim e de certo e errado estão nas ruas.
As escolhas desses entrecruzamentos nem sempre são possíveis, mas se deve procurar obter um resultado positivo, e procurar a melhor escolha.
Daquilo que se tem pouco conhecimento, ou seja a área desconhecida do cotidiano, podemos e devemos deixar para quem entende, o que é uma escolha difícil, e o erro é uma escolha, mesmo ecológica.
Não é proibido errar por vontade, mas se pode prever que o inseto que não se elimina vai reaparecer, mas muitas vezes tem-se horário a cumprir e se deixa para depois, o que é um grande perigo para a saúde.
Agora parece que fica mais fácil compreender a realidade do outro interferindo com a dos demais, muito embora não se tenha alarmes de dengue por aqui.
Não se pode interferir muito mais além do jardim, mas há quem cuide, e se não cuidar, prejudica a todos os demais, eis o raciocínio desta reflexão.
Quando tal raciocínio chega a ser conceitual, é que a habilidade de tentar encontrar ao menos um único ponto comum nos raciocínios é fundamental, mas há que se aceitar pensamentos diferentes em sua concepção.
Somos todos humanos, mas há diferentes conceitos de humanidade, e caminhos distintos a serem seguidos dentro a tais conceitos, mas que devem ser procurados de forma individual e coletiva, a fim de que haja uma boa convivência nos diversos ambientes com os quais nos deparamos no dia a dia.
Para tanto, se faz necessária a interação social, seja aonde for, da igreja ao shopping, pois sem ter contato com a realidade do outro de maneira real, e apenas virtual, não percebemos as doenças sociais, os cansaços, os excessos, e os animais de estimação, o que não é o meu caso, pois gosto de gente e um bate-papo informal, em que tenha um contato com o que é real na vida das pessoas, ajuda a me perceber enquanto humana, com os meus erros e acertos, escolhas, pensamentos criativos, manias e decisões.
Hoje vi a humanidade nos outros, e a minha também.
Grata pela leitura.
Garrafas ao Mar
Se o mar devolve,
Quando resolve,
O tempo sabe
Se é ou se dissolve
Tudo o que volve
Antes que acabe,
Se é que foi ou se houve,
Garrafa que abre.
Cadeira
Penso lugar
E uma cadeira
Toda faceira
A espreguiçar,
E devagar
Vê-se a madeira
A descansar
Os braços do ar;
Bela a dourar
A seresteira
Tarde a passar,
É cirandeira.
Bolha de Sabão
Bolha de sabão,
Admiração
Desse seu nada,
Sobe balão
Sopra um senão,
Não, não é nada,
É diversão
Quando apagada
Bolinha de Papel
O tempo escasso
Desembaraço,
Deixo chover,
Mas neste espaço,
Qualquer espaço,
Vou me escrever;
Papel que amasso
Sem me dizer.
Distensão
Reflexão,
Distensão
De um momento,
Não inação;
Ilação
Diante ao tempo,
Ideação
Junto ao vento.
Traço
Pensamento resolvido,
Somente após se pensar
Como traço definido,
Repetindo sem voltar.
Rabiscado o seu sentido,
Ele segue a imaginar
E se torna o seu zumbido,
Definindo o seu traçar.
Segue-o bem nesse vivido,
Fortalece-o a se almejar,
E permite esse sentido
De ser um traço a esperar.
Humildade
Resta a humildade,
Ao se aceitar
Toda a vontade
A destinar
O que nos cabe
Enquanto a orar,
Pois não se sabe
Do caminhar.
Parcerias
Domínio próprio
E me repreendo,
E censuro o óbvio
Porque compreendo
Que segue o impróprio
Todo ao momento,
Da chuva sócio
Como fomento
De desvio, do ócio
Que vai retendo,
E é obrigatório
Ficar; vou lendo.
Desvio
O frio,
A sopa,
A roupa
Sutil,
Vazio
De touca,
É pouca
Ao frio.
Feitio
De lousa
Que pousa,
Desvio.
Percepção
Entre a acidez e a simpatia,
Existe em chão de cortesia,
Nível sentido e caminhado,
Não exatamente em correria,
Mas perceptível todo o dia
De boa vontade energizado;
A percepção é afeita à energia
Deste não visto descontado.
Crédito
Propósito, missão,
Depois de conversar
Com Deus, é aceitação.
Com Ele caminhar,
Mas com seu coração,
Sua alma e o seu pensar,
Pois com dedicação
Ele irá acompanhar
A sua provação;
Basta se acreditar
Na comunicação,
Que é possível orar.
Aguaceiro
A chuva me acorda
Como quem recorda
Da seca vivida,
Que até a água concorda
Que a terra não engorda,
Quando ressequida,
E transforma em horda
A busca da vida.
Inteligência de Supermercado / Crônica de Supermercado
Inteligência de um supermercado é o marketing.
Um ano inteiro mudando de marca pela falta e substituição de um determinado produto, parece que resolvi a charada.
É o marketing em campo, fazendo pesquisa com o consumidor.
Onde estou errada, já sei, mas parecia um problema que não era um problema de estoque ou compras. Era pesquisa.
Pergunto sobre o produto e sou convidada a ir até a vendedora, que fica no seu posto de perguntas e vendas.
_Prefere isto ou aquilo, na ausência do produto de consumo normal.
Interessante observar que foi a primeira vez que fui nesse supermercado.
Eu tinha algumas perguntas e respostas.
_Estamos em período de desconforto. Precisamos saber como as pessoas se adaptam nessas circunstâncias, até porque aumentamos as vendas e, estamos nos esforçando para a eficiente distribuição dos produtos. Como observamos esse comportamento social, típico de uma zona de desconforto, e nesse caso, causado por uma pandemia, estamos aproveitando para conhecer melhor os nosso público.
Interessante é observar que me pareceu aquele jogo das três bolinhas sob um chapéu, onde o dono das bolinhas pede para que se adivinhe onde fica a bolinha debaixo do chapéu, mas sem fins lucrarivos, mas apenas de pesquisa.
Vamos às minhas opções:
Produto 1: Um similar sem estoque, ou seja, poderia ser comprado apenas uma unidade do produto, e sem prazo de reposição, o que até me foi esclarecido:
_Não somos nós as responsáveis pelas compras do departamento, muito menos somos responsáveis pela distribuição do produto.
Produto 2: Um produto mais barato, com estoque, mas completamente desconhecido do meu paladar.
_Bom, disse-me a moça: Se a senhora gosta de experiências com produtos desconhecido, o qual caso não goste, implicará em prejuízo certo, é uma opção. Mas caso a senhora seja daquelas que compra um produto para experimentar, e caso não goste, consuma até acabar para evitar o prejuízo, pode comprar, mas aviso que não há troca, pois a venda é absolutamente honesta.
Produto 3: Um produto ligeiramente mais caro do que o preço habitual, nada que um bilhete de ônibus municipal não possa comprar, o qual tinha em estoque, e era uma opção descartadfa anteriormente pelo preço.
_Pelo seu jeito, a senhora já consumiu este produto, mas está renitente porque ele custa uma passagem de ônibus municipal a mais do que o preço habitual. Este produto tem a vantagem de que a senhora não terá um prejuízo no sabor, embora pague um pouco a mais, o que será compensado pelo estoque e pela espera da reposição do estoque, é um conforto num período de desconforto.
Depois disse que eu poderia ir ao local de compra de costume e perguntar pelo produto habitual, mesmo sendo dia de domingo.
_Domingo é dia que se tem tempo, ou não se tem tempo, depende da possibilidade de cada pessoa.
Pedi um motivo para todas essa pesquisa.
_Adaptação, necessitamos de adaptações das mais diversas, e queremos saber das pessoas, para planejarmos os empreendimentos.
Acreditem, depois de toda essa conversa, voltei ao caixa para pagar os pães, cuja moça esperava pacientemente pelo pagamento, enquanto houve o diálogo com a vendedora especialista.
_Moça, grata pela paciência de me esperar!
A moça disse que era a sua obrigação usar de cortesia para com osclientes, e que também já estava fechando o caixa.
Grata pelo aprendizado, pelo atendimento, e pela generosidade da empresa com os consumidores dos seus produtos.
Mercadeiro
Um dia inteiro
Diferente
Do primeiro,
Passageiro
Que se assente
Ao terceiro,
Mercadeiro,
Reluzente.
Sem sentido
Este novo sentido
Foi significativo,
De uma rua vazia
E de gente arredia
Com medo e com motivo,
Esse desconhecido
Chamado pandemia,
Antes alegoria
Descrita pelo antigo
Testemunho vivido,
Não assustava. O que havia
E o que houve diferia,
Mas se fez dolorido,
História sem sentido,
E transformou em vazia
A rua que não se via.