Apontamento
Esse meu tempo
Brinca comigo
Sem me dar tempo,
Vem passatempo
E vai contigo
Apontamento,
Não toma assento
Ao que não digo.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
Apontamento
Esse meu tempo
Brinca comigo
Sem me dar tempo,
Vem passatempo
E vai contigo
Apontamento,
Não toma assento
Ao que não digo.
Pré-Conceitos
Às vezes é útil esclarecer sobre os pré-conceitos, que permanecem como se fossem fatos.
O primeiro deles é o que diz que crente não assiste missa, o que é mentira, assiste. Eu também achava que não assistiam, mas uma amiga me ensinou a ir nas igrejas católicas e orar, é simples.
O contrário também é verdade, as igrejas evangélicas estão com inúmeros católicos romanos como visitantes.
O fato é que as igrejas estão em permanente diálogo por meio de Cristo.
A doutrina é o que muda de igreja para igreja, e as pessoas se enquadram nessas doutrinas, mas o modo de ser cristão, dentro de uma doutrina, é completamente particular.
E assim, reflito: olhe lá fora a chuva miúda, e cai sobre todos, causando uma sensação inexplicável. No entanto, é preciso que chova, ainda mais durante uma crise hídrica, como a que passamos, mas enquanto chove alguns lamentam, alguns comemoram, e outros ainda se recolhem, achando o tempo bom para atividades introspectivas.
Cada pensamento deste momento é observado por Deus, porque esse é o negócio Dele, cuidar das pessoas enquanto alma e necessidade.
Por que não deixar que Ele cuide, se conhece a cada um de nós, o que não impede que façamos o que temos para fazer, ou seja, esse lado totalmente humano que consiste em lavar a louça depois do lanche ou jantar, ou cuidar daqueles que jejuam.
Fiquem bem, fiquem com Deus.
Despertador
Se tanto faz,
Faça-se o certo,
Bom e desperto,
Porque essa paz
Fica por perto;
Sorte de experto.
Viver em paz,
Não mais, é asserto.
Possibilidades
Ser o possível,
Não, racional,
Em meio ao insensível,
Não natural
Ao que é o factível,
Novo normal.
Ser invisível,
Bancar o igual
Ao indescritível
É também mal,
Mas ser plausível,
É musical.
A Humanidade em Versos
Realidades são diferentes,
Convergentes e divergentes,
Mas com propósitos diversos
Para compor os vários versos
Da humanidade, nas tangentes
E exponenciais, seus componentes,
Que necessários, são universos
Individuais, plenos de excertos
Desconhecidos e presentes
A serem ditos aos descrentes,
Porque colados os dispersos,
Há tradução, porque são versos.
Falta
Falta a palavra bonita
Que seja ao tempo versada,
E fique nele bendita;
À palavra se credita
A confiança na jornada
A ser seguida, restrita
Ao entendimento da escrita
Fugaz d'uma voz calada.
Neblina
São tantos espaços vazios
Causando espantos corredios,
Que se somam e multiplicam,
Murais que ficam arredios
Do ser e estar, mas comovidos
Pelas ideias que se replicam,
Tristezas que pedem domínio
Sereno, pois à alma, exercitam.
Desculpe o Atraso / Reflexão
Como se precisasse pedir desculpas pela falta de lazer, mas saber e assistir as chamadas "Lives" é algo essencial para quando se está longe das atividades sociais.
É preciso ter um panorama dos outros e as suas ideias acrescentam decisões a serem tomadas, ou não, mas todas as ideias assistidas são respeitáveis e merecem atenção.
O que me intriga, é que se mais pessoas assistissem as mesmas "lives", poderiam compreender algumas expressões de pensamentos que são meus.
Desta maneira explicar-se-ia até mesmo essa necessidade de colocar um texto no blog sobre o tema, tendo em vista que não posso fazer marketing sobre o que assistir.
Mas foi isso e foi assim que decidi escrever.
As "Lives" tanto quanto as palestras nos fazem pensar sobre o que queremos, ou fazemos, ou devemos fazer, mas nunca tão contra a vontade.
Perceber que estar bem consigo mesmo(a), é um princípio, e que para estar bem é preciso conciliar a alma e a atividade, o que é possível com algum bom modo próprio.
A conexão com o ente superior, o qual chamamos, Deus, depende da aceitação da pessoa, especialmente quando se trata de não fazer.
Cabe à própria pessoa essa moderação entre as informações das "Lives", a realidade, que agora é pandêmica, as atitudes para consigo mesmo(a), e as decisões sobre o que fazer, as atividades.
A exposição hoje me disse que aquela era eu e mais ninguém, mas me fez compreender que o outro é o outro e mais ninguém, e que se procuram todas as formas para amenizar o efeito da pandemia, o que é válido, desde que em consonância com as crenças individuais, que precisam ser respeitadas.
Grata pela leitura.
Passo a Passo
Um passo a passo
A ser seguido
É um passo a passo
Bem conseguido,
Rabisco e traço
Desenvolvido
Dentro do espaço,
Que colorido
Constrói outro passo
E outro sentido,
Sem embaraço
E resolvido.
Melhoramentos
A página lida
Que diz o que diz
É a que te convida
Para o fator xis,
Porque é merecida
A todo aprendiz
Que não vê saída
Mudar o que diz;
Palestra assistida
Que deixa feliz,
Quando bem ouvida,
Sempre pede bis.
Inércia
Não fazer,
Sábia inércia,
Peripécia
Do lazer,
Entreter
A falésia,
E se ver
Polinésia;
Ilha a ser
Na Geodésia,
Compreender
Pela inércia.
Entendimento
Já não posso.
Deus não quer,
Não me importo.
E assim o ouço
Bem se quer
O bom porto;
Se não posso,
Há o entender.
Pamela Vive
Pamela é um personagem, continua viva, mas ainda não tomou forma.
A criatividade é restrita, quase que proibida aos normais.
Pamela contou com o apoio de alguns amigos, que aceitaram seguir e conversar com Pamela
Acontece que o personagem não chegou a ter forma, embora a ideia inicial é que fosse uma turista que fazia filmes rápidos, de trinta segundos a um minuto.
A ideia fracassou no começo, mas ela enquanto ela, a personagem, seja algo a ser feito.
A Pamela é estrangeira, ou seja é de uma terra distante, mas embora ainda não tenha nacionalidade definida ela não é do local que visita.
Um esboço, porque a nossa cultura, quer um engajamento, uma política para um personagem antes que seja criado, personagem turista não vale.
No entanto, Pamela é turista, com olhos voltados para as atrações do lugar, sejam murais, parques, praias, grafismos, e a questão é polêmica, pois pode uma turista comentar ou apreciar o lugar que visita, sem interferir na vida das pessoas?
Até penso que foi esse o problema com a Pamela.
Pamela que fique em formato de esboço, branquela, ruiva e com algumas sardas no rosto, cabelos médios-curto e naturais. Usa uma câmera à tiracolo e uma bolsa estilo carteiro pequena. Nem magra e nem gorda, com vontade de ver coisas novas.
Pamela é uma turista proposital, ela sai às ruas com vontade de observar.
Talvez ela exista porque eu gosto muito de assistir curtas, e até assino o canal de televisão especializado em curtas.
A Pamela não saiu da ideia, mas atualizar o blog é difícil, exige tempo e concentração, fazer curtas de um minuto ou menos é praticamente impossível; faltou o que chamam de "background" para fazer a Pamela ser entretenimento.
O blog da Pamela continua, até para me obrigar a ter lazer fora da música e dos livros.
Penso em Pamela e vou ao Youtube, e me distraio.
De vez em quando, eu penso nisso.
Meus Livros
Os meus livros
São calçadas
E motivos,
Meus abrigos
Das caladas
Dos perigos;
Mundos vivos,
Escapadas.
Desenho de Chuva
O que dizer do tempo,
Se um queixoso lamento
Fosse a chuva, ou a preguiça
De ventar dobradiça;
Desenho o som correndo,
Relâmpago escrevendo
Gelos em corrediça
Água, que assustadiça,
Cai por temperamento
Na terra, esse relento
Que não se desperdiça,
Que sacia o grão, submissa.
Silogismo
Com menos lógica,
A matemática
Dessa robótica
É questão de ótica,
Mas nada prática
Na ciência cósmica;
Mesa de fórmica
Intergaláctica.
Domingando
Domingo se reinventa,
Quando chove e não venta,
Só para espairecer,
E ao tempo, quando esquenta,
Variável que aumenta
A noite a percorrer,
Um domingo se inventa
Com tempo de lazer.
Espaçador
Eu e o meu deus interior
Conversamos de dia,
Musicamos a dor
Que a máscara alivia,
A esperar e a supor
A saúde e a alegria
Sem cuidado ou temor,
Ou seja, a fantasia
Perfeita de um louvor,
Que agora é nostalgia.
O tempo é o espaçador,
E é Deus quem nos avia.
Sede
Passos vazios,
Desconhecidos
Destes ouvidos
Que são arredios,
Ondas dos rios
Com seus bramidos
Jamais perdidos;
Mares bravios
São desafios
Descomedidos
Nos poemas lidos,
Preenchem vazios.
Percepção
O modo próprio de ser,
Pensar, sentir, agir, ver,
Perceber é mui especial,
Enfim, etecétera e tal,
Modifica o perceber
Sem que se possa dizer
Esquisito, mas atual,
Faz do dia transcedental,
Quando poderia se ater
Ao normal, sair por lazer,
Algo que é tradicional;
Antes fosse um musical.
Música ao Avesso / Crônica do Cotidiano
O motivo não se sabe exatamente, mas tudo que o musicista ou estudante de música quer é ficar estudando o tempo necessário para colocar a sonoridade dentro dos parâmetros.
Anti-social é a denominação correta.
Conheço musicistas que me superam e são imensamente melhores que eu, mas também foram muito mais positivas nas atitudes.
Uma comprou um Steinway usado e bem antigo e desmontou a sala para receber o piano, vindo da Argentina com seguro transporte e seguro contra danos, mesmo sendo da década de 40.
Outra morava no interior, e o costume das cidades menores são as conversas. Aconteceu que ela, perguntou o endereço de várias lojas de pianos de cauda, vendeu o carro e comprou um piano de cauda, não queria saber de visitas.
Outra ainda, esperou as filhas crescerem para não ter que as levar para a escola e comprou um piano de cauda zero quilômetro deixando o marido quase louco, e obviamente ficando ligeiramente estressada por não ter mais automóvel.
Uma luterana, a outra batista e a outra de uma seita muito conhecida, todas muito crentes nas suas doutrinas.
O fato é que, sem a existência de Deus, ninguém sequer dedilha um instrumento musical, mesmo quem ache que igreja é um sistema de dominação como qualquer partido político.
Será que é a mania que eu tenho de achar que o ser humano valha a pena, muito embora não goste de muita convivência, que me faz estar contente com o que tenho e toco, acho que é tema bom para refletir no final de semana.
Um abençoado Dia dos Pais para todas as famílias!
Estilo
Nem bem isso,
Nem aquilo,
Nem por quilo,
Não ao chouriço,
E ao tomilho;
È mirtilo.
Até o viço
Tem estilo.
Moderadamente
Por que usar a internet com moderação?
Porque ela te obriga a ter opinião própria sobre diversos assuntos.
Porque gera cansaço virtual, visual e auditivo.
Porque tira a necessidade do raciocínio daquilo que vai se fazer ainda.
Muita gente está preferindo escrever pelo whats do que conversar pelo telefone. O problema é que tem que se ler o que se escreve e verificar se está claro e conciso o texto a ser enviado a fim de que o objetivo da conversa seja alcançado.
Uso com moderação e pela necessidade o texto do whats. Ainda ontem fiquei cinco minutos escrevendo um texto ao invés de ligar. Pelo whats existe a impessoalidade, a falta de demonstração de vontade, a formalidade e a impessoalidade com quem se conversa. As qualidades do whats, por vezes, tornam o dia cansativo, e na hora das refeições deve ser rigorosamente evitado, pois a comida esfria, e o apetite fica conveniado à reação de um emoji, é melhor deixar para depois. Pareceria óbvio que o interlocutor saiba que naquele momento estou com uma mimosa nas mãos? Não. Demoro a responder.
Discutir pensamentos é para a vida inteira, e a menos que seja pela falta absoluta de assunto social, não se discute.
Ultimamente não assisto lives, pois também se tornam cansativas, e precisam de um bom revezamento com os livros, as revistas, e os filmes.
Tudo que é real faz falta, mas é preciso escolher para não fazer parte de aglomerações, afinal há uma multidão querendo sair rapidamente, e o fato é que todos precisam dessa interação social. Assistir lives de passeio enquanto a situação é difícil se torna uma vitrine, mas quando se sai para olhar vitrines, observa-se que as pessoas estão consumindo somente o que precisam, pelo menos por aqui, referência mediadora da realidade.
É necessário que cada um modere a si próprio no dia a dia, tarefa complexa, porque exige sair de vez em quando para ter um contato social distanciado, o que gera algum cansaço.
Essa moderação é filosofia, independe de religião ou crença, e toma forma da equação que se faz de cada decisão individual em conjunto com as outras decisões pessoais e sociais. Um dia isso passa, tomara!
Entretantos
Pensamento flexível
Para se imaginar
O que será possível;
Todo o tempo é a passar,
Mas tudo é imprevisível.
Não adianta se adiantar,
Mas tornar-se plausível
Sem querer se fixar
Como cola invisível.
Constante é o ponderar
Ao tornar-se factível,
Entre o ir e o vir, há o andar.
Aladim
Noite é luz a não se ver,
Luz de se proteger,
Necessária, portanto,
Para o se conhecer,
Quando não há o que prever,
Entrelinha e entretanto
Contínua luz do ser,
Mesmo causando espanto.