Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 31 de outubro de 2015

Intermediação

Intermediação

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Murmurada a canção

Que ressoa relaxante,

Um sussurro distante

É um convite à oração.

 

Muito além da audição,

Circunstância do instante,

Evanesce o sonante

Muito além da entoação.

 

A canção é a comunhão

De presente constante

A quem ora, consoante;

Meio de intermediação.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Experiência do Outro / Reflexão

Experiência do Outro / Reflexão

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Quando outra pessoa conta uma história pessoal, uma experiência ou uma ideia, pensa que é fundamental que lhe deem atenção.

Ao contrário da bisbilhotice que é a curiosidade sobre a vida do outro, existe uma interação muito positivo nessa troca de experiências vividas, não importa a idade.

Pensei em escrever esse texto enquanto saí da sala para não ouvir uma conversa telefônica. Eu não sou infalível, assim como ninguém é e ouvir uma conversa telefônica em viva voz sobre planejamento de futuro é complicado para quem escuta.

Agora, se alguém compartilha uma experiência por vontade ou para exemplificar uma dificuldade vivida, a história é outra. Como a própria frase diz, existe vontade e a permissão implícita para que se passe essa história adiante, pois geralmente é edificante para quem ouve.

A sabedoria popular nasce dessas histórias. Fascinante também é saber de outras culturas e dos pontos comuns entre as culturas relacionadas à cronologia dos fatos.

Certamente ficaremos sabendo de experiências que, por certo, jamais viveremos, pois cada experiência é única e individual. Por outro lado, podemos evitar aborrecimentos se soubermos de algumas experiências através das outras pessoas.

Enquanto os livros nos informam a nosso respeito, a conversas nos informam em reflexo e reflexão.

Num grupo é admirável observar e ser observado pelas pessoas a nossa volta. Principalmente porque, em determinado momento há alguém que sai da sala, conforme fiz porque não suporto a bisbilhotice.

Outro dia levantou-se um tema na conversa e outra pessoa saiu da sala, a pessoa não suporta conversar sobre aquele tema.

Esses limites que não nos são impostos a não ser por nós mesmos são especiais quando respeitados pelos demais. Ninguém é obrigado a discutir durante uma conversa informal algo que lhe desagrade a tal ponto a ponto de sair da sala.

É uma atitude interessante porque nos mostramos na nossa intolerância pessoal, aquela que nos agride e não somos absolutamente agressivos com os demais.

Respeitamos uns aos outros e respeitamos a nós mesmos, pois, afinal, podemos procurar o melhor para nós.

Com esse respeito, é curioso observar que todos os que se retiram da sala retornam sem serem questionados.

Somos todos adultos e as conversas são informais. O ambiente melhora e, quando o grupo se desfaz, a gente sente saudades dessa troca de experiências, troca de histórias que podem ser crônica e melhorar a vida de muita gente.

Quando essa experiência é contada por diversas pessoas em lugares diferentes e outra ambientação, guarda-se como lição de vida e, como é bom ter uma resposta pronta para determinada situação.

Um detalhe importante é que essas histórias em geral não são coincidentes com a vida do ouvinte, pois todos podem ouvir uma história vinda de uma realidade diferente e aprender com essa história.

E como faz bem contar uma história ou compartilhar um pensamento como é o que eu faço agora.

Bom feriado.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Eu Não Tinha Pensado / Crônica do Cotidiano

Eu Não Tinha Pensado / Crônica do Cotidiano

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Avisaram na previsão do tempo do jornal que o tempo esfriará durante o feriado que se aproxima. O vento, pela manhã estava levemente frio, uma blusa de mangas compridas e, o assunto tempo, estava resolvido.

Saí e o sol apareceu. Com o calor do dia de hoje senti vontade de parar e tomar água e me distrair visitando uma loja que eu ainda não conhecia.

Entrei na loja, encontrei uma vendedora e disse que estava conhecendo a loja, mas estava com sede e perguntei onde havia um quiosque para tomar água.

_Há uma panificadora daqui a duas quadras.

Eu olhei para ela meio desanimada.

Ela, surpreendentemente, disse que eu era mais uma que iria até a panificadora, tomaria água e não voltaria ali hoje para fazer compras.

Eu perguntei o motivo pelo qual eu faria isso.

Ela, numa atitude positiva, respondeu que na loja já havia sido feita uma reunião com a gerência e que a gerência havia levado o problema até a diretoria. Falta na loja um quiosque com amenidades como café, salgados e doces, água e refrigerantes.

Explanou-me que, quando entra um cliente na loja à tarde, se ele toma um café e come um pão de queijo, ele compra alguma coisa.

_A senhora pense: estamos no meio da tarde e a senhora já cumpriu alguns compromissos e gostaria de fazer uma parada para se reanimar. Quando a senhora entra num lugar onde está disponível esse ponto de descanso, coisa que não demora mais do que cinco a dez minutos, a senhora começa a pensar em levar uma lembrança para uma amiga aniversariante, uma tigela nova para fazer bolo, uma compra necessária que a senhora se lembrou de enquanto tomava o seu café.

Pensei e senti que ela tinha lá a sua razão.

_Bem pensado, respondi.

Ela explicou a minha aparência e situação naquele momento:

_A senhora está com algum cansaço do seu dia, por exemplo. Entrou aqui para conhecer a loja e é uma cliente em potencial, mas também está com sede e eu indiquei a panificadora que fica a duas quadras daqui. Se a senhora for até a panificadora, pelo cheiro bom dos pães e a companhia dos fregueses da panificadora, a senhora se lembrará de que é preciso providenciar o lanche da tarde. Comprará alguns pães e mais algum leite e irá para a sua casa. Não sei nem se a senhora tomará água na panificadora ou se deixará para tomar água em casa, pois nesse momento, a senhora ficará com fome.

_Bem pensado, respondi.

Ela contou dos planos que ela tem para que a loja venda mais.

_Nós fizemos uma reunião e pedimos para que, ao menos comprem uma máquina de refrigerantes e disponibilizem água e cafezinho aos clientes. As amenidades ajudam nas vendas na medida em que fazem com que os clientes sintam-se mais confortáveis. Nós temos uma loja grande, uma imensa variedade de produtos, mas não temos lanchonetes na mesma quadra da loja, o que nos obriga a pensar a oferecer algumas amenidades aqui dentro da loja. Essas amenidades podem ser cobradas e não precisam ser embutidas nos preços dos produtos.

Terminou dizendo que na próxima reunião com a gerência o assunto entrará em discussão novamente, pois quando o cliente se sente desconfortável, com sede e sem lugar para parar e pensar, ele vai embora. Pediu-me que voltasse a visitar a loja noutra oportunidade.

_Hoje, aproveite e dê uma olhada nos nossos produtos, mas, se estiver com sede e for até a panificadora, volte outro dia e será um prazer atendê-la.

Eu amei a conversa, olhei os produtos, não comprei nada e fui buscar as amenidades, a blusa leve de lã estava me incomodando pelo calor que causava.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Semelhantes / Reflexão

Semelhantes / Reflexão

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Tirei o dia para conversar com os meus semelhantes. Semelhantes estão em situações diferentes das nossas, mas em comum têm pontos convergentes de aceitação e diálogo.

Em comum temos algumas verificações interessantes, problemas semelhantes.

Outro ponto comum é que não temos condições sequer de contestar o que observamos e os afazeres não nos deixam tempo para tal dedicação.

Também em comum temos alguns pensamentos filosóficos sobre o que acontece de um modo geral, sobre os costumes brasileiros e o que acontece no mundo inteiro.

Observa-se e, não somente, no Brasil, uma forte tendência à radicalização dos costumes sociais. A sociabilidade passa por transformações que não são do nosso agrado.

A impressão causada é que existe um mundo subterrâneo e nesse caso específico não é o submundo do crime, é algo que deteriora a esperança de que as coisas vão ter êxito e que vale o esforço para melhorar a qualidade de vida.

Há uma cultura, que não se sabe de onde parte, que ensina muito mais sobre as formas de ódio do que sobre o amor ao semelhante.

Extrapolam-se os conceitos de liberdade como se fossem decadentes e ensinam formas de contenção dessa decadência, tais como a repressão dos conceitos de respeito às escolhas individuais como se as escolhas individuais fossem a própria decadência.

As escolhas individuais, quando em conformidade com a lei dos países e dentro da consciência individual religiosa, são aceitáveis e devem ser respeitadas.

Nem eu nem esses semelhantes somos adolescentes para se sentirem revoltados, mas presenciamos situações inaceitáveis sob o ponto de vista ético de formação cultural.

É uma contracultura que pune quem sorri por cordialidade, quem conversa sobre os costumes e hábitos comuns à nossa geração e cria a desconfiança de uns para com os outros.

Os lugares foram diferentes, mas a conclusão foi a mesma.

Procuraremos não nos tolher nos pensamentos por medo de uma possível punição.

O pior é que não são pensamentos ideológicos, são pensamentos sobre os costumes normais, pelo menos normais até agora. Temos alguma experiência de vida e sabemos que a radicalização dos costumes não nos trarão benefícios.

Outra ideia que surge, e também é rejeitada, é o pensamento em bloco e o costume em bloco e, nesse caso, os membros desse bloco tem que agir da mesma maneira. Mostrando um exemplo chulo: alguém só pode vestir uma blusa amarela se todo o bloco pensante concordar. Percebem a situação? Quando eu, em particular era adolescente, para ser parte aceita de algum grupo social, usavam-se calças jeans. Hoje, quando visto a minha blusa amarela ninguém dá palpite e não dará.

São dificuldades que atingem a mim e aos meus semelhantes. Esse é o perigo que nos ronda.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Estações

Estações

 

Enquanto o vento passa

E seca essa calçada,

Observa-a descansada

 

E, a vista, não se embaça,

Quando a chuva é amainada

E a terra é refrescada.

 

O tempo é o que te enlaça

 

À nova caminhada.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Fisionomia

Fisionomia

 

A satisfação d’alma

Busca alguma canção

Que espelhe essa emoção,

 

Plenitude da calma

Buscando a perfeição,

Ser em realização;

 

É a fisionomia da alma

 

Em sua mansidão.

domingo, 25 de outubro de 2015

Feito ao Sonho



Caneta e papel,

Borracha e pincel,

E sonha-te artista,


Sem que haja corcel,

Nenhum carrossel

A girar se avista.


Pra ser escarcéu,


Ao acordar, exista.

sábado, 24 de outubro de 2015

Petisco

Petisco

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Nenhum tempo ruim

Impede o amendoim

Crocante no pote.

 

Mordiscado assim,

Lentamente, e enfim,

Acabou o pacote.

 

Pouco a pouco e, sim,

 

Faz o dia o seu mote.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O Possível

O Possível

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O horizonte que se alcança

Vem do livro que não cansa

De contar da realidade.

 

Na leitura se descansa

Por saber da maré mansa,

Ou sonhar toda cidade.

 

O possível é a bonança

 

Vinda junta à idealidade.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Banho de Chuva

Banho de Chuva

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Dia de chuva de verão

É dia de criança agitada

E dia de mãe alvoroçada.

 

Esquece quem tem razão

O carro dessa calçada

E a rua congestionada.

 

Raios, relâmpago e trovão,

 

Banho da fava contada.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Poema

Poema

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O caderno de poesia,

Para o poeta é geografia,

Situação de bem estar.

 

Se não escrevesse o dia a dia,

Quando alguém o saberia,

Nesse dom que é se mimar.

 

O poema é sabedoria

 

Que se diz sem se explicar.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Caderno

Caderno

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Colorido caderno

Enfeitado e moderno:

Metafórico tomo.

 

Contracapa de inverno

É saber de si, o interno,

E o legítimo dono.

 

Questionar é o seu inferno

 

Sem resposta, zeloso.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Motivação

Motivação

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A motivação, por ser livre,

É a boa interferência constante

Que se faz mandar por convite.

 

Deliberadamente insiste,

Numa condição contagiante,

Nesse celebrar sem limite.

 

Numa distração se permite,

 

E, se realizar, é o bastante.

domingo, 18 de outubro de 2015

Poema Humanitário

Poema Humanitário

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Bolinhas de gude

Pra não gaguejar

Quando a água é amiúde;

Chove sem parar.

 

Rio muro de açude,

Que parece mar

De casa em desnude;

Rio Grande a chorar.

 

Realidade rude

De um sul a inundar;

Que haja quem ajude

Esse lamentar.

sábado, 17 de outubro de 2015

Quando Deus é Experiência / Reflexão

Quando Deus é Experiência / Reflexão

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A experiência com Deus é pessoal, particular e única porque semente Ele conhece o coração do ser humano.

Sinceramente não é a minha intenção escrever nenhuma explanação sobre o assunto, mas um comentário, do qual se espera que esteja em conformidade com a teologia.

O Novo Testamento e os livros neles contidos são os que mais me fascinam.

Permitam algum pensamento, bastante sério.

O Novo Testamento trata a respeito de um homem que quis ser Deus e conseguiu e é Jesus Cristo.

É a síntese da Bíblia, pois Jesus cumpriu as profecias que o Messias seria descendente de Davi, conforme o profetizado no livro de Samuel.

O Messias nasceria na cidade de Belém conforme o profetizado por Miqueias e confirmado em Mateus 2,5 e 6. Jesus não escolheu nascer em Belém.

Ele começou o serviço religioso batismal a partir da morte de João Batista. Entre começar um serviço religioso e se transformar na promessa viva de Deus é a questão. Ele se transformou no Deus Vivo; fato que nenhum profeta conseguiu.

Ele aceitou ser o Deus Vivo e eterno e, sabia que, crucificado, Ele seria o Deus Vivo e Eterno.

Pilatos mandou escrever a culpa de Jesus na cruz: O Rei dos Judeus. Quando questionado sobre o motivo de ter mandado escrever essa culpa na tábua da cruz numa sugestão para que retirasse essa inscrição, respondeu: “O que escrevi, escrevi.”.

O filósofo Sêneca disse que os cristãos eram um bando de desordeiros e dentre as suas funções estava ainda por descobrir que tinha assaltado o túmulo onde Jesus fora sepultado e esse questionamento talvez seja o único questionamento interessante da vida do filósofo sob o ponto de vista cristão.

Jesus Cristo era palavra de vida conforme afirmava o apóstolo Paulo: Timóteo 2.1,1.

Assim, as leituras se sucedem e fascinam-me, mas a palavra de vida é para todos e a cada um Ela, a palavra sagrada, orientará diferentemente, posto que sejam humanos.

Em sendo o humano que se relaciona com Deus, que teve a experiência humana, o diálogo é absolutamente verdadeiro, entre o ser e Deus que fala por meio de Espírito Santo, o qual Jesus disse que enviaria após a sua partida...

Importa nessa reflexão que seja lembrado esse relacionamento do ser humano com Deus e que as pessoas o busquem, posto que o encontrem.

É no amor ao próximo que Deus se revela espontaneamente.

A experiência com Deus é a consequência viva, porque Deus está vivo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Luzidio

Luzidio

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Quando sopra o vento,

Vem ao pensamento

Um grande arrepio.

 

Esse sentimento

Diz ao catavento:

Novo é o desafio.

 

Deus é o firmamento;

 

Sempre o luzidio.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Aclimatação

Aclimatação

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A friagem do ar condicionado

Difere o calor do resfriado

E faz do tempo um descontente.

 

Abriga a causa inconformado,

Em blusa de lã, aconchegado,

Mudando esse tempo da gente.

 

Diverte o desaclimatado,

 

Conversas do tempo presente.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Linha Guia

Linha Guia

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Esse prumo, rumo da vida,

Segue adiante em particular

Perspectiva de sintonia

E vontade a se motivar

 

Continuamente na alegria

Das ondas do som, ao escutar,

A canção que é o presente ao dia

E saber a si melodiar.

 

O conhecer, quem suporia,

É propriedade a se apreciar

Quando aliado a essa linha guia,

E, à linha guia, basta o sonhar.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Relógio de Verão

Relógio de Verão

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O costume antecipado

Diz da nova orientação,

Anunciando o dia e o verão

Que vem no horário marcado.

 

Fuso horário é acostumado

A esse dar satisfação,

Ele sabe de antemão

Que o relógio está marcado,

 

Sem deixar-se acomodado,

E não para na estação;

Todo dia é dia de oração,

Tempo feito em separado.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Poema Indígena

Indígena

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O rio quis ser mar

Nas águas caídas

Da chuva a inundar.

 

Seu sonho a aportar

Ouvindo as guaridas,

Guaíba a aumentar,

 

O indígeno lar

 

É unido em baías.

domingo, 11 de outubro de 2015

Dia das Crianças / Crônica do Cotidiano

Dia das Crianças

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Esse dia 12 de Outubro será um bom dia para as crianças. As lojas e os supermercados estão cheios e adultos e crianças uniram-se aos jovens e estão todos nas ruas num congestionamento muito bonito.

Toda criança é curiosa e eu também guardo um pouco da infância comigo.

Com tanta participação das pessoas não foi difícil me divertir em meio à multidão.

As respostas às inúmeras filas foram ótimas unidas ao bom humor.

Transcrevo algumas frases hilárias ou irônicas desse dia cheio de gente.

_É muito melhor estar na fila do que ficar procurando pena em chifre de cavalo!

De fato, participar é uma interação muito boa. Juízo meu e comentário meu, mas inaudível.

Uma senhora passou à frente porque foi trocar um brinquedo cuja embalagem estava danificada e ela não queria a embalagem feia. Eu não vi, estava absorta olhando alguns biscoitos, mas a garota que estava atrás de mim viu os fundilhos das calças descosturados.

A garota estava com o namorado e ele perguntou a ela se ela não queria avisar aquela senhora sobre os fundilhos das calças dela.

A garota olhou para o ar, para cima e para baixo até que, enfim respondeu:

_Eu posso ficar constrangida falando sobre os fundilhos das calças dela. Alguém certamente a avisará. Vamos comprar um chocolate para dividirmos entre nós dois.

O garoto ficou de um jeito estranho. Afinal, por que é que a namorada poderia ficar constrangida ao avisar uma senhora que os fundilhos das calças dela estavam descosturados. Olhou para o ar, para cima e para baixo, ficou desconfiado de alguma coisa cujo pensamento seria inexplicável se fosse expresso ali, na fila e em meio à multidão.

O garoto pensou mais um pouco e perguntou sobre a marca do chocolate que a namorada gostaria de dividir com ele.

Eu estava na frente deles e poderia avisar à senhora, mas, cadê ela? Ela estava no caixa da loja com as três caixas de brinquedos.

Eu pensei que a senhora não iria gostar se alguém da fila a chamasse para avisar, pois todos olhariam para ela e ela ficaria constrangida. Decidi que não iria avisar.

Havia uma garota, vestida com a roupa da personagem Minie, da Disney, e a seu lado a outra moça também estava com algum traje típico dos personagens infantis, mas eu não reconheci a personagem.

A Minie estava muito graciosa, principalmente porque o tipo físico dela era mignon, ou seja, baixinha e magrinha e, o seu olhar era determinado. As garotas não estavam com as máscaras das personagens, estavam maquiadas conforme as personagens, fato que duplicou a simpatia das personagens.

Eu observei a Minie, muito graciosa e sorri. A Minie ficou zangada. Aí eu não olhei mais e deixei que elas comprassem as guloseimas sem a minha curiosidade.

Cá entre nós, nas revistas infantis, a Minie é muito séria e a sua amiga Margarida, é a zangada. Pensando bem, eu acho que a outra garota estava representando a Margarida. Continuo gostando da ideia da humanização das personagens, eu tive uma excelente impressão dessa ideia.

A crônica era para ser de supermercado, mas o supermercado estava lotado. Então fui até uma loja para comprar alguns biscoitos e mais algumas artes para o dia de amanhã. Artes caseiras são necessárias.

A última frase do dia e da fila veio de um senhor que ouviu um amigo dizer à mulher:

_Você pode me chamar somente a partir de amanhã e preferencialmente na hora do almoço? Faz de conta que eu estou ocupado até lá, é o meu presente, certo?

A mulher do amigo concordou, mas contou a história.

Feliz Dia das Crianças!

sábado, 10 de outubro de 2015

Argumentação

Argumentação

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Do barroco gótico

Veio à argumentação,

E, Pink Floyd, caótico,

É a apresentação.

 

Contraponto exótico

A essa pontuação

É Bach, o motivo ótico,

Ausente à canção.

 

A questão é o apoteótico

Da exacerbação,

Eletrônico vão

Do estilo em junção.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Feriado / Reflexão

Feriado / Reflexão

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O bom feriado é, antes de tudo, uma utilidade necessária em termos práticos.

Mas o bom feriado depende de cada um e, de repente, arrumar a caixa de esmaltes de unhas ou a caixa de ferramentas pode ser um lazer.

Aqueles que andam numa correria sem fim, sentar e assistir televisão ou ler um livro com calma pode ser a melhor ideia, principalmente se tiver um banquinho à frente do sofá para esticar-se preguiçosamente e outro com alguns petiscos para saborear junto a um copo de água.

Para aqueles que têm a vida no escritório e passam sentados a semana inteira, um passeio no parque, uma caminhada vagarosa, um bate-papo descontraído é uma sugestão.

Para aqueles que têm crianças em casa, uma boa ideia é aproveitar a companhia das crianças e ouvir o que e como elas pensam esse nosso mundo de hoje. Pode ser um feriado encantador. Outra ideia é passear com as crianças e usufruir das diversões delas.

O feriado serve para o relaxamento das obrigações do dia a dia, sem muitas exigências ou cobranças, mas sem tédio igualmente.

O melhor negócio é fazer um acordo familiar na véspera do feriado e descobrir em conjunto com a família, o que poderá ser feito e o que é inviável.

O tempo para relaxar é essencial e um feriado programado dia a dia pode ser complicado e o sabor do feriado é a não complicar a vida do outro. Deixar os horários rígidos para os dias úteis é outra boa ideia.

Quem merece um bom feriado, igual a todos nós, é a telefonista do telemarketing. Deem folga para essas moças cuja tarefa é ligar aleatoriamente e oferecer o seu produto. Tenho certeza que elas ficarão contentes e os consumidores também.

Imagine o sofá, o banquinho com as guloseimas e o copo com água, o outro banquinho para o descanso dos pés cansados e o pessoal do telemarketing ligando, isso não tem sentido.

Outro aspecto que não tem sentido é a preocupação excessiva com as refeições, dividir as tarefas culinárias pode ajudar a descontração, se não for nenhuma ocasião especial para a família.

O feriado pode ser bom, pode ter cochilo e televisão, livro, guloseimas diferentes, passeios com a família, arrumações prazerosas de bijuterias e esmaltes de unhas, cada um seguindo o seu estilo ou necessidade.

As necessidades de cada um são diferentes e o respeito ao jeito particular de aproveitar o feriado é fundamental e não fundamentalista.

As orações também são oriundas de cada um dentro do seu relacionamento com Deus, vamos respeitar.

Bom feriado a todos.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A Cerca

A Cerca

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Melhor é a cerca de madeira

Do que o muro pré-fabricado

Que cai à toa e a qualquer brincadeira

De criança; arte feita e é quebrado.

 

Num velho átrio houve cortadeira

Ao chão e o muro foi desmontado,

Arrancado à terra ligeira

E ao portão, seu significado.

 

Derrubado, a cerca é dianteira,

Protegendo, mas lado a lado,

Seu cercado e a casa hospedeira,

Suportando a chuva em seu caiado.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

À Parte

À Parte

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Espera-se a vaga vogar,

Gigante murmúrio a ondular

Que veio inesperado e se espraiou

 

Na areia, que cansou de esperar,

A chuva, e deixou-se inundar;

E, ao gesto do mar se espelhou,

 

Mas viu-se à parte nesse mar.

 

A sorte é do tempo e, esse, voou.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

A Reforma / Crônica de Supermercado

A Reforma / Crônica de Supermercado

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Hoje tinha degustação de café no supermercado, esperei o café.

Nessa fila muito agradável havia um senhor de certa idade contando como reformou a casa dele.

Contava ele que a casa está boa, mas a experiência fora experimental e causa arrepios nele a cada vez que lembra.

Ele comprou o material de construção pessoalmente e contratou a mão de obra de uma pequena empreiteira, pensou que obteria um preço mais barato e obteve. No entanto trabalhou tanto quanto os ajudantes, ou seja, teve que dispor do seu tempo para aprender sobre material de construção.

O material de construção exige cuidados para a sua correta utilização pelo pessoal contratado e ele não sabia disso. Teve que providenciar o armazenamento para o cimento e a cal, além de outras várias e especificadas orientações.

Outro aspecto no qual ele teve que se aprimorar foi durante o tempo da reforma: com sol, ninguém falta, mas com chuva ninguém constrói nada porque o serviço é perdido. O dono da casa deve estar pronto todos os dias e não é avisado do dia em que o pessoal tem quase certeza que vai chover, ou, se eles chegam bem cedo porque choverá somente à tarde.

Eu gostei de ouvir a história dele, porque além de contar, ele transmitia a sensação de uma construção. A fila para o cafezinho era composta por mais ou menos cinco pessoas e, digo mais ou menos, porque uma senhora da chamada melhor idade, impacientou-se com a conversa e saiu da fila. Parecia que a história era a história da qual ela não queria saber, aflitiva mesmo.

Foram alguns minutos que valeram, pois, o que ele queria nos dizer era que o melhor é pagar um pouco mais e deixar o material de construção a ser comprado para a empresa contratada.

Ele também afirmou que é cômodo deixar a mão de obra por conta de uma empreiteira, as ausências e presenças em decorrência da variação climática fica por conta do engenheiro responsável pela reforma.

A experiência do outro fica registrada como deve ficar, na memória de cada um de nós que queríamos um cafezinho da degustação.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Poema Válido

Poema Válido

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O dia ainda segue, com jeito,

De garra afiada ao que cabe,

E quer seresta ao bem feito,

Com chuva ou sol e, à vontade.

 

De nada adianta o ponteio,

Esse meio, se é meia verdade;

Levadas, vão-se ao recreio,

Janela dessa humildade.

 

O cesto está sempre cheio

E o estudo cria a atividade;

À espera fica o rodeio,

Escala ao dia o que te vale.

domingo, 4 de outubro de 2015

À Microbrasilidade

À Microbrasilidade

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Num domingo como o de hoje, tem-se é que comemorar a microbrasilidade presenciada num Shopping da cidade, cuja fila de automóveis passava pelas cidades circunvizinhas, cidades do estado de Santa Catarina como Mafra, Rio Negrinho, Joinvile e Florianópolis até Maceió.

O público dentro do Shopping merecia uma fotografia pela complexidade interpessoal conjunta.

Não deu crônica, deu poesia.

 

Gente de todo lugar,

Noutro lugar à passeio,

Mesmo em carro de alugar,

É o que se vê no recreio.

 

Gente que veio pra comprar,

Quase que estranha a esse meio

Curvo, na luz a brilhar,

Tantas portas são receio.

 

Metropolitano bar,

Vê-se o automóvel cheio,

Vê-se a vontade de estar

N’algum domingo de enleio.

sábado, 3 de outubro de 2015

Linha de Condão

Linha de Condão

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A linha melódica

Difere a canção

Da nota metódica,

 

O acento e a retórica;

É a leal oração

Que fala teórica.

 

Ao amor, é alegórica,

E rege o condão.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Pão de Trigo

Pão de Trigo

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Que venha o cansaço exíguo

Junto ao travesseiro ao lado

E traga o descanso amigo

D’um sonhar apaziguado,

 

Num poema com flor de figo,

Ou, num sonho misturado,

Aos poucos nesse desdigo

Próprio; subconscientizado.

 

Porque a jornada foi o abrigo

Óbvio do muito obrigado,

Ao dia que foi pão de trigo,

Passo a passo feito e assado.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Mal dos Nervos / Miniconto

Mal dos Nervos

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Naquele tempo criança era criança e não se intrometia com os adultos, mas o caso chamou atenção.

Era uma reunião de senhoras e o garoto adolescente estava lá.

Criança não se mete, mas pergunta: por que é que ele veio?

Responderam que ele sofria dos nervos.

_Como assim, sofre dos nervos? Ele é maluco?

Responderam que ele não era maluco. Explicaram que ele estava com a estranha mania de arrancar os fios de cabelos da cabeça e a mãe dele achou por bem não deixá-lo sozinho em casa enquanto a família não soubesse o motivo dessa atitude.

Enquanto as mulheres conversavam, ele lia um livro da escola.

Maria criança, foi até lá e perguntou que livro era aquele e ele respondeu que era de matemática.

Maria saiu de perto dele e foi até a cozinha pegar um doce antes que a mesa fosse servida. Ela podia, ela era filha da dona da casa.

O garoto ficou sozinho na sala com o livro, equidistante das mulheres, que estavam distraídas com seus assuntos. Enquanto comia o doce, da porta da cozinha, Maria viu o garoto arrancando alguns fios de cabelo.

Engoliu o doce com pressa e tomou um copo com água. Voltou à sala onde estavam as mulheres conversando entre si e o garoto estudando. Pé ante pé, foi até ele e perguntou:

_Por que você está arrancando esses fios de cabelo?

O garoto, sem se importar com a idade da menina, que tinha mais ou menos sete anos de idade, respondeu com sinceridade:

_Eu sinto dor, e cada fio de cabelo que eu arranco é um pedaço da minha dor que eu ponho para fora. É um alívio! A minha mãe já me deu remédio para tirar a dor de cabeça, mas não adiantou. Dói muito e esse jeito que eu arranjei parece que está dando certo.

Maria perguntou se ele não tinha medo de ficar careca.

O garoto deu risada e disse que, se ficasse careca, ficaria igual ao pai dele e quem sai aos seus, não é ninguém estranho.

As senhoras se calaram e a mãe do garoto mandou que ele parasse de arrancar os cabelos.

Maria ficou quieta e arranjou o que fazer, não queria arranjar confusão para si mesma.

Passaram-se meses e houve outra reunião de senhoras. Uma delas foi trazida e levada pelo filho, devidamente cabeludo e cheio de pose. Disse às outras mulheres que tinham descoberto o mal do garoto, era mal dos nervos.

Aqueles anos eram conservadores e discretos, e nunca ninguém ficou sabendo que mal era aquele. A última vez que fora avistado tinha feito família e estava bem disposto continuando cabeludo.

Mais uma história com final feliz.