Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

domingo, 31 de março de 2013

Crônica 1º de Abril

Crônica 1º de Abril
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Peguei o ônibus que me levaria ao centro da cidade, gosto de pegar ônibus em dias tranquilos e de pouco movimento.
O ônibus andou e andou, o centro da cidade estava longe.
Eu apreciava o roteiro, nunca feito antes: casas bonitas, vegetação bonita, tudo iluminava o meu olhar.
De repente avistei uma avenida não muito longa que dava para uma praia paradisíaca e deserta, um resort sem hóspedes à minha espera, coqueiros verdes resplandecentes.
Estava sentindo toda a maravilha do lugar, quando o motorista perguntou:
_Para onde a senhora vai?
Eu respondi que ia ao centro da cidade.
Ele respondeu:
_Então pode descer que o ônibus vai para a garagem.
Espera um pouco, disse eu, nervosa. Ele iria me deixar ali na praia paradisíaca deserta? Sozinha? Eu nem tinha pensado em praia paradisíaca deserta, nem resort à minha espera! Eu precisava ir ao centro da cidade comprar presentes de Páscoa! Eu juro que naquele momento pensei no homem ideal para aproveitar toda a paisagem com coqueiros e aquela brisa morna e aconchegante, mas ele não estava lá, infelizmente.
O motorista me olhou com aquele jeito de espanto e surpresa e não titubeou:
_Desça e pegue o ônibus do outro lado da rua, ele vai para o centro.
Desci e me dirigi ao outro ônibus, quando ele gritou ao motorista do outro lado da rua:
_Abra a porta dos idosos, que ela não pagará a passagem para voltar ao centro. Vou para a garagem.
Entrei no ônibus que saía da garagem. Era um motorista em treinamento e estava no seu primeiro dia como motorista naquele trajeto. O treinador, ou motorista aposentado me perguntou se o outro motorista não havia me avisado que o trajeto daquele ônibus não incluía o centro da cidade e eu respondi que não.
_Excelente! Agora a senhora vai participar do batismo do nosso novo motorista.
Procurei as placas indicativas do lugar para poder avisar pelo celular sobre onde eu estava.
Li: Rua Cecília Meireles esquina com Rui Barbosa.
As placas me tranquilizaram, eu sabia que estava num bom lugar.
Calada, ouvi as instruções do motorista aposentado ao jovem rapaz:
_Vire à direita, preste a atenção nos locais onde estão os pontos de ônibus, nessa rua puxe a direção para o seu lado; com ladeira não se facilita a curva.
Avistei o centro da cidade novamente, vi o jovem parando nos pontos de ônibus e aprendendo a lidar com os passageiros.
O motorista parou em frente à prefeitura, quase no centro da cidade. O motorista velho pegou a garrafa com água que estava em sua mão e, com um gesto, bateu na lataria ao lado e jogou água para fora do ônibus. Em voz baixa disse:
_Batizado! Pronto para dirigir na cidade!
Chegamos ao centro da cidade e eu desci em frente à loja de chocolates (não farei propaganda).
Agradeci a carona poética e o velho motorista agradeceu a essa passageira experimental nesse batismo especial.

terça-feira, 26 de março de 2013

segunda-feira, 25 de março de 2013

Faz de Conta que Sou Crítica Literária... Continua

Faz de Conta que Sou Crítica Literária... Continua

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Livro

GOSPEL

O Evangelho Perdido

Não bastassem os elogios do Washington Post, do Chicago Tribune e da Publishers Weehly, também quero comentar o livro.

Na capa, em letras garrafais se lê GOSPEL e depois o título propriamente dito: O Evangelho de Matias.

Comprei e li avidamente as 719 páginas. Posso garantir que além de aprender e muito com o texto, me diverti com as pessoas, pois eu leio em todos os lugares e livro, para mim, é acessório de roupa.

As pessoas tiveram reações diferentes: algumas pessoas torceram o nariz quando leram, por cima dos meus ombros, a capa e outras me perguntaram sobre as doações à igreja. Teve gente que não se conteve:

_Ela é o tipo de pessoa que usa a Bíblia como desodorante!

Nesses termos, nem mais, nem menos.

Eu lia e não dava a menor importância aos comentários. Não se julga um livro pela capa, diz o ditado e esse é o caso.

O autor é Wilton Barnhardt e a editora é a Record

Agora, para vocês, que não sabem do conteúdo, eu faço a resenha: É a história de um padre jesuíta que desistiu de ser padre para se casar e depois de muitas desventuras, ele vive em função de desvendar o Evangelho de Matias e, para isso se une a um rabino e recebe dinheiro de uma organização das igrejas pentecostais.

As citações do historiador Josefo, o historiador do século I, são verídicas. Aliás, todas as citações são verídicas e o romance é interessante.

É um livro para gente que pensa, não é para se ler e ter o romance como uma história real; o romance é ficção.

Nos tempos em que vivemos repletos de contradições, é um livro aconselhável para pessoas de todos os credos, mas, sem preconceitos.

Pensaram que eu iria contar a história do livro? Nem me passa pela ideia.

No entanto, existem livros que, embora sejam considerados como Best sellers, têm conteúdo e, provavelmente entrarão no rol dos livros considerados “de literatura”.

Eu li, gostei, mas deixo a vocês apenas a sugestão e por que não dizer, a curiosidade de ler algo instigante do início ao fim.

sábado, 23 de março de 2013

Ramo de Trigo

Ramo de Trigo

ramo de trigo

Louvo-te com os grãos desse abrigo,

Na árvore de Zaqueu estou entre o povo,

Sigo cada Palavra e O bendigo;

Vês Tu teus publicanos de novo.

 

Sei que me Vês aos ramos de trigo.

Sabes meu coração e que aqui Te ouço,

Quero sentir a Luz desse Idílio.

Ave Santa do Eterno Deus, sondo.

 

Tenho a paz de Jesus, que comigo,

Ora em todas as horas e, ao Coro

Sacro, Se torna Abraço Acolhido;

Graça Imensa do Pão desse almoço.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Incentivo à Leitura / Desafio

Incentivo à Leitura

O selo foi-me passado pelo Rui Felix, do blog www.escritasemlimite.blogspot.com.br

O objetivo será incentivar a leitura e homenagear livros que, por algum motivo, achamos que devem ser recomendados. Gosto de ler, mas escolho o que vou ler. Aceito sugestões, mas leio de acordo com o gosto e à vontade. Leio onde me sinto confortável para ler, para passar o tempo ou aprender alguma nova maneira de observar a realidade, o ponto de vista do outro, no caso, do autor. Vale a pena pagar em prestações para se ler um livro, embora se possa emprestar nas bibliotecas ou comprá-lo no Sebo de livros.

As regras deste selo são:

Indicar 10 blogs para fazer o desafio – é proibido oferecer o laço “a quem quiser levar” sem indicar os blogs. Os blogs que escolho para passar este selo são:

www.felisjunior.blogspot.com.br

www.lagatacoqueta.blogspot.com.br

www.fardilhas.blogspot.com.br

www.alemdoquintal.blogspot.com.br

www.estoyatulado.blogspot.com.br

www.wanderleyelian.blogspot.com.br

www.umolhardeconfissao.blogspot.com.br

www.enfimshakespeare.blogspot.com.br

www.amorsonatavazia.blogspot.com.br

www.algarve-saibamais.blogspot.com.br

Avisar os blogs escolhidos e colocar a imagem no teu blog para apoiar a campanha. Comentar o blog que te indicou.

Responder à pergunta: Qual o livro que indicarias para uma pessoa começar a ler?

O Livro de Ouro da Mitologia - Thomas Bulfinch

Por que este livro? Este livro propicia o conhecimento através dos mitos, dos heróis. Também estimula a imaginação e a criatividade através dos poemas inseridos.

Nesse caso, cabe-me compartilhá-lo com vocês, pois a edição digital é distribuída graciosamente pela Faculdade de Filosofia de Apucarana/PR/BR.

Deixo o link com o livro para a apreciação dos amigos blogueiros:

http://filosofianreapucarana.pbworks.com/f/O+LIVRO+DE+OURO+DA+MITOLOGIA.pdf

Desafio aceito e completo e pelo qual me cabe agradecer a oportunidade de participar,

Yayá.

terça-feira, 19 de março de 2013

Sons de Outono

Sons de Outono
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Ares de outono se mostram,
Ventos de gotas contadas,
Flores no orvalho que solam
Suas canções musicadas.

Notas na pauta que gozam,
Como ao sussurro, tocadas;
Sons às janelas que dobram,
Entre lilases, toadas.

Quando se vê quase formam,
Neste pedal, revoadas,
Mas aos segredos retornam
A esse mistério, encontradas.

domingo, 17 de março de 2013

Não É Propaganda, mas… / Crônica de Supermercado

Não É Propaganda, mas... / Crônica de Supermercado

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Domingo chuvoso, daquela chuva miúda com um vento que incomoda. Fui pegar o pão em outro horário, à noite quero passar roupas.

No estacionamento, os garotos que recolhem os carrinhos e os colocam no lugar certo para que os fregueses os peguem para as compras.

Certo silêncio me permite ouvir a conversa deles:

_As garotas compram muito chocolate, depois se queixam que ficam gordas.

_Deixe que comprem. As gordinhas são as minhas favoritas, escolho entre elas a mais jeitosa e saio com ela.

O outro disse que ele estava brincando.

_Eu não estou brincando, você é que não imagina o quanto é bom namorar uma gordinha.

O outro pediu para que ele continuasse contando a história.

_Quando eu era guri eu tive como ídolo o Renato Aragão, do programa televisivo Os Trapalhões, no papel de “Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgino Mufunbba”. Agora não, porque sou homem, tenho dezoito anos e trabalho aqui no supermercado.

O outro perguntou e daí?

_Ocorre que o Didi sempre elogiou as mulheres carnudas, digamos assim. Ele dizia que “tinha onde pegar” e que tinha “refeição boa” porque elas, as gordinhas, eram boas em forno e fogão.

O outro resmungou: Hum, hum.

_Eu completei dezesseis anos e me pus a namorar. Namorei uma magrinha e tudo não passou de ilusão, osso, osso e mais osso. Ela sentava no meu colo e eu ficava com as marcas do ilíaco dela nas minhas pernas. Não gostei. Terminei o namoro com ela.

O outro, desconfiado, pediu ao conversador que prosseguisse.

_Estava desiludido com as garotas quando conheci a gordinha. Rapaz, que mulherão! O bom é que ela gostava de lanchonetes e os meus dias ficaram mais apetitosos. Agora que é só trabalho, dou valor a ela. Pensando bem vou voltar a namorar ela.

O outro disse que era lorota dele, que ele queria se mostrar.

_Não é não. Talvez esta conversa seja a melhor maneira que eu encontrei de apresentar a minha namorada a vocês. Depois do horário do mercado. Estou feliz e não quero que ninguém diga a ela para emagrecer. Grande Didi que salva a minha mocidade com as melhores garotas que existem.

O outro o depreciou, dizendo que para quem gosta do amarelo não há argumentos, gosto não se discute.

_Olha o respeito, cuidado com o que diz da minha garota.

A essa altura as filas com os carrinhos de compras estavam formadas e eles se foram para dentro do supermercado. O outro desconfiado; o conversador, feliz.

Que domingo gostoso!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Cicatriz

Cicatriz

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Cicatriza a ferida exposta

Qual sublime esteio e resposta

D’uma inútil dor sentida.

 

A nenhuma dor é posta

A razão porque se gosta

Quando o amor em si é partida.

 

D’um amor que não se esgota

Na razão que se vê imposta

Ao cantar a despedida.

 

Eterniza a quem se gosta

E  maldiz se faz aposta…

O que importa é ser querida.

 

Tem a mesa sobreposta,

Que a ninguém se nega a crosta;

Fruta-pão de amor nascida.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Para Sophia

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Para Sophia

I

Ah, Sophia:

Quem se fia

Quando tece,

Se desfia.

Desconfia,

Desconhece

Da alegria;

Bendiria

Essa prece.

II

Todo dia

Se faria;

Não anoitece.

Saberia

Desse dia

Que adormece.

Calmaria

Dessa Pia

Luz Celeste.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Continuando a Vida / Crônica de Supermercado

Continuando a Vida / Crônica de Supermercado

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A vida continua, apesar das dores e perdas. Todos nós perdemos os nossos entes queridos e, como disse o padre, a vez da perda chega para todos os viventes, sem distinção.

Até é saudável procurar sair, retomar a rotina e seguir em frente.

Desta vez fui ao supermercado olhar os ovos de páscoa coloridos para me distrair, muito mais do que pensar em chocolate, se bem que não é um mau pensamento.

Havia uma demonstradora de bombons e ela me ofereceu um para degustar. Aceitei, comi vagarosamente para sentir a maciez do bombom que eu não havia comprado ainda. Nesse ínterim o corre-corre das moças que penduram os ovos na armação própria acima das nossas cabeças.

_O que foi? Perguntei.

As duas moças que chegaram junto à demonstradora dos bombons contavam com ar ofegante:

_A senhora não viu?

Eu não tinha visto nada e a demonstradora também, estávamos entretidas no bombom. Dissemos que não tínhamos visto.

_O homem, o homem!

Olhávamos agora interessadas na história a seguir.

_Um homem veio até a garota que pendurava os ovos e bateu nela. Ela caiu, bateu a cabeça no carrinho de compras. Parece que passa bem, mas está machucada.

A demonstradora perguntou se ela tinha avisado o gerente.

_Ainda não! O homem saiu dali e bateu na moça da outra marca. Ele disse que queria acabar com a Festa da Páscoa. Disse também que odiava a Páscoa, essa desculpa para vender chocolates em forma de ovo. Ele batia e sorria, como se estivesse cumprindo a sua obrigação.

A demonstradora disse para que elas procurassem o gerente imediatamente. Todas elas estavam arrumadas com o uniforme das suas marcas, todas elas corriam o risco de apanhar.

A essa altura o meu bombom perdeu o sabor, engoli depressa o que restava ao paladar e saí dali.

Comprei o pão e iria comprar o leite, quando dois seguranças andaram pelos corredores na busca do tal homem.

Fui para a fila do caixa depressa. Não comprei nada além dos pães.

Gostei de chegar a minha casa. Tem história que deixa a gente atordoada. Uma moça machucada, a outra levando bofetes de um louco que odiava a Festa da Páscoa.

Por certo, os seguranças pegaram o homem e tomaram as providências, mas foi um fato absurdo acontecido perto de mulheres e crianças desprevenidas.

A velha máxima: “Tem gente para tudo nesse mundo”, continua valendo, essa é a realidade.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Quadras em Homenagem Póstuma

Quadras em Homenagem Póstuma à Minha Mãe

Não te perdi,
Não te esqueci,
Nós nos ganhamos,
Nós nos amamos.

xxx

Tal mãe, tal filha,
Em redondilha
Tanta emoção.
Que percepção!

Xxx

Amor de ti,
Amor de mim;
Nesse sem fim
Amei-te a ti.

Xxx

As mãos sentiram
Toda energia,
Mas me fugiram
Com a alegria.

Mãe, sei que tu escutarás lá do céu, onde por certo estás agora, pois tivestes uma vida bem vivida:

domingo, 3 de março de 2013

Titã

Titã

O que já era,

Na nova era,

Desespera,

Mito teu.

 

Reverbera,

Nessa esfera,

O ser fera,

Prometeu...

 

Quem espera,

Ah! Pondera

Nessa terra

Que choveu...

 

Na quimera;

Meta e espera

De quirera.

Diga a Zeus.