O Sonho

O Sonho

Depois do dia puxado e bem trabalhado, Mariana sentou-se e dormiu instantaneamente, sem perceber que estava com sono.

Sonhou com anjos, esses seres celestes do bem.

Os anjos acarinhavam Mariana e diziam a ela que traziam uma autorização.

Depois de tanto trabalhar, Mariana não queria saber da burocracia celeste:

_Meus queridos anjos, com todo o respeito, podem deixar a burocracia para quando eu acordar?

A burocracia celeste não tem hora, dia ou lugar, disseram eles. Todos os cochilos bons são de Deus.

Desanimada com mais tarefas a cumprir pediu a eles que dissessem a respeito do que se tratava aquela autorização celeste.

Eram autorizações angelicais, benévolas e, pela ordem que se segue, foram ditas:

_Você tem autorização para comer amendoim torradinho com suco de maçã.

Mariana disse que sabia que era sonho e gostou da ordem dos anjos. Perguntou sorrindo o motivo de tal autorização sorrindo; Mariana gosta dos sorrisos e, quando os desperdiça acordada, sonha com eles.

Os anjos responderam que era uma autorização, não uma obrigação. Autorizações são permissões, não são ordens. Ninguém é obrigado a gostar de nada, mas a permissão é uma autorização: se ela gostasse de amendoim com suco de maçã, poderia saboreá-los com a autorização vinda do céu, depois de acordada.

Mariana sorria e brincava com eles perguntando:

_Por quê? Por quê? Por quê?

_Porque a vida não é feita de alegrias, mas também não é para ser feita de problemas. Quem pensa assim, sofre mais. A nossa função é não deixar que você entre no caminho de atribuir ao sofrimento um poder que ele não tem. Deus não precisa da dor para gostar de alguém.

Mariana sorriu de novo. Perguntou o que eles queriam que ela fizesse em prol celeste quando acordasse.

Eles disseram a ela para não fazer absolutamente nada antes de pensar em amendoim salgadinho com suco de maçã.

Mariana acordou com o pensamento fixo em amendoim torradinho e suco de maçã. Passou no supermercado comprou amendoins torradinhos, suco de maçã e, foi trabalhar.