Feedback- Resposta Opinativa / Crônica do Cotidiano
Como é bom ser agradável ao outro, sem motivo e sem vontade.
Eu estava na rua e parei para tomar um café na panificadora mais próxima. Comentei com a moça do balcão que havia algum tempo que eu não parava numa panificadora para dois minutos de descanso.
Havia um casal a meu lado. A esposa olhou para mim e sorriu, depois olhou para o marido e comentou:
_A voz dela soou tão suave aos meus ouvidos, devagar, pausada, pedindo um café como quem está em casa.
O marido sorriu para a esposa:
_É verdade, ela nos fez nos sentir em casa novamente.
A esposa continuou a conversa e, eu nem sei se estava ali ainda, porque eles olhavam para mim e conversavam entre eles.
_A viagem foi boa, mas cansativa. Eles falavam muito rápido para nós, que somos brasileiros. Buenos Aires é linda, as fotos ficaram ótimas, voltamos à Curitiba, a nossa cidade, mas algo faltava.
O marido completou o raciocínio da esposa:
_Você sabe que eu me sentia igual a você até ela pedir um café. O jeito como ela pediu esse café é tão de casa.
Eu fiquei como uma estátua olhando para eles.
A mulher agradeceu-me pela voz com a que eu pedi o café.
Parece óbvio que disse que não era necessário agradecer. Aliás, eu não tenho outra.
O meu café ficou melhor com aqueles comentários, talvez eu estivesse com vontade de tomar aquele café na panificadora e tenha dito o pedido num tom de voz bom.
O retorno espontâneo fez toda a diferença positiva naquele dia, aliviou o cansaço, me senti leve.
Eles me contaram que iriam para o apartamento deles agora, depois de muitas horas ao volante, mas que somente agora estavam prontos para ir para casa, pois se sentiam parte da cidade.
Eles se foram e não custou nada fazer uma breve oração pedindo que eles chegassem bem ao apartamento deles. Fiquei com medo que eles dormissem durante o caminho e pedi, em oração, por eles mais uma vez.
Sim, ainda posso sorrir.
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