O Professor de Desenho e a Diferença entre o Quadrado e o Círculo
Aquela foi uma das melhores aulas que já tive. Naquele tempo havia uma máxima que dizia Quadrado é Careta e o professor de desenho se irritou dizendo que para o desenhista não existia a diferença entre o quadrado e o círculo ou mesmo o triângulo.
O triângulo, todos sabiam que se encaixava no quadrado. O círculo é que gerava dúvida aos alunos.
O professor pediu aos alunos que trouxessem réguas, lápis, borracha, compasso e o caderno de desenho.
Alguns alunos reclamavam porque havia alunos que desenhavam bem, mas desenhar bem é para quem tem habilidade e a maioria dos alunos não tinha.
Com o material em mãos, ponto a ponto marcado na folha do caderno de desenho, um círculo foi transformado em estrela.
Seguido com atenção, todos conseguiram desenhar a estrela, mas o trabalho não era apresentável porque os cadernos estavam com manchas de lápis e borracha.
O professor entregou uma folha de papel manteiga e ensinou a passar o desenho para a folha de papel manteiga. Pediu aos alunos que levassem o desenho copiado para casa e através dos pequenos furos feitos pela ponta do compasso, marcassem o papel de cartolina, depois desenhassem por cima dos pontos a estrela feita em sala de aula e a pintassem com a cor da sua preferência.
Não foi tarefa fácil para nenhuma das crianças, mas todos fizeram e as estrelas enfeitaram de cores a sala de aula.
Depois, ele pediu a todas as crianças que desenhassem um quadrado, aquele que tem quatro lados iguais.
_Agora, vamos fazer do quadrado um círculo.
Dessa vez, o caderno de matemática ficou ao lado e as noções de raio e diâmetro foram aplicadas nos quatro cantos do quadrado, não que houvesse necessidade, mas para provar que o objeto geométrico era um quadrado e tinha quatro lados iguais.
A partir do canto do quadrado, de dez em dez graus, foram marcados pontos a lápis.
Depois que os alunos terminaram o desenho, o professor disse:
_Agora temos um círculo? Ainda não.
O professor dividiu cada pequena linha reta, exibida de dez em dez graus, em volta do quadrado e pediu aos alunos que as dividissem por dois.
E os traços foram divididos por dois até que o quadrado desaparecesse da vista dos alunos e do caderno.
A aula foi cansativa, mas os alunos conseguiram a meta que era transformar um quadrado num círculo.
A aula havia começado sob a tese de que “Quadrado era Careta” e, o professor disse algumas palavras ao final da aula:
_O quadrado pode ser careta quando dividido em dois retângulos de tamanhos iguais, mas pode ser o mais belo dos círculos se assim desejarmos.
Sem mágica pode-se trazer essa aula para os dias de hoje porque a matemática é exata e atemporal: hoje em dia com dois pontos e um parêntesis (côncavo :) após esses dois pontos temos uma “emotion” para postarmos na internet.
Não seria caso de defesa de tese? Penso que sim!
2 comentários:
Brilhante essa aula e revivi os momentos fazendo as estrelas com pontas para as aula e tudo mais! Adorei! beijos,chica
Que aula brilhante!
Adorei e revivi meu tempo de escola.
Um abraço e parabéns!
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