Lavando Roupas na Fila / Crônica de Supermercado

Lavando Roupas na Fila / Crônica de Supermercado.

 

Quem foi que disse que o Carnaval impede a crônica de supermercado.

Numa fila de quatro voltas com as pessoas sem muita vontade de conversar, a senhora à frente e eu fomos obrigadas a lavar roupas na fila.

Um familiar dela saiu da fila e foi comprar o pão que ele havia se esquecido de pegar.

Ela virou-se para mim e disse que não esperava que o supermercado estivesse tão cheio quanto estava.

Eu também não esperava, a cidade está vazia.

Nós duas enrolando a conversa.

Ela virou-se para mim e disse que a roupa que ela lavou hoje estava seca.

Respondi:

_A minha está de molho.

_Não fez sol, mas ventou bastante e é o vento que seca a roupa, não o sol. Disse eu.

Ela completou:

_Lavei calças jeans e secou.

É tão bom quando a roupa está limpa, argumentei.

Ela respondeu:

_Lá isso é, mas tem que saber passar.

Algumas pessoas da fila nos olhavam, desconfiadas da conversa.

Continuamos a lavar roupas, secando, passando e guardando nos armários para que possam ser usadas.

Outras pessoas presentes à fila ficaram boquiabertas.

Não são da conta de ninguém as roupas que nós lavamos, mas as roupas foram alvejadas e limpas.

Antes de terminar, devo agradecer, pois eu não sabia que estava passando roupas de forma errada querendo economizar energia elétrica.

De agora em diante calcularei a roupa a ser passada e o cansaço proveniente dessas roupas lavadas combinando o cansaço com a conta de luz, sabendo me preservar de um desgaste físico desnecessário.

Hoje, o povo da fila que fique com a pulga atrás da orelha, porque nem na minha casa e nem na dela existem pulgas.