Ao Lado da Mesa
Hora do lanche. Procuro a lanchonete, a mesa e um lugar razoável para ficar.
Ao meu lado uma família ensina a filha a se comportar.
Ambas as mesas esperam o chamado ao balcão e os olhos estão voltados para lá.
O casal foi chamado e deixou a garota, criança, à mesa. Foram ao local de retirar o lanche e, enquanto a atendente preparava a bandeja, com sanduíches e refrigerantes, a menina correu ao encontro do pai e da mãe, não queria ficar sozinha à mesa.
A reação do pai e da mãe foi educativa, eles disseram à menina que ela deveria ficar cuidando da mesa para eles enquanto eles pegavam o lanche e o levavam até a mesa.
A menina voltou para a mesa com um jeito de quem se achava pequena demais para aquela responsabilidade. O pai e a mãe voltaram à mesa com o lanche e a mãe disse que estava na hora da filha se comportar melhor e não se apavorar em cuidar da mesa.
A menina, que estava chateada por ficar cuidando da mesa, animou-se, pegou o seu lanche e comeu.
Como a gente observa, às vezes até me espanto de tanta história para contar.
Era a minha vez e o meu lanche estava embalado para viagem. Eu tinha dito que comeria o lanche na hora e pedi que retirassem o lanche da caixa.
Apareceu a moça que havia cobrado o lanche e disse que tinha errado, pedindo desculpas.
_Por favor, além de embalar o lanche de maneira errada, eu cobrei a mais da senhora, peço que me perdoe.
Eu disse que a perdoava, mas estava com vontade de comer o lanche quente e crocante.
A moça disse:
_A senhora não me entendeu. Eu cobrei a mais e não posso liberar o lanche sem que a senhora aceite algum produto em troca do que cobrei ou, então me acompanhe até o caixa para fazermos o estorno do que foi cobrado a mais. A senhora aceita acrescentar batatas fritas ou um brigadeiro? A senhora prefere o estorno.
A moça educada, o lanche me esperando e eu com fome de lanche.
_Acrescente o doce que não estiver gelado, não quero comer gelado.
Ela colocou o brigadeiro, o canudo para o refrigerante e pediu mais desculpas.
_Você é atenciosa e eu agradeço, mas estou com fome.
O doce não estava programado, mas caiu bem. Olhei para a menina ao lado enquanto saboreava o doce e, perguntei-me se não veio bem à companhia daquela família.
Criança é criança e os adultos que me perdoem, mas contarei o que a garota fez, após terminar o lanche. Ela olhou para o pai e para a mãe dela e disse que se ela era grande o suficiente para cuidar da mesa, também era grande para passear sozinha no Shopping Center e saiu correndo. A mãe da menina teve que ir atrás, não teve jeito.
E, quanto a mim, ficou a surpresa entre o doce e as fritas, a educação da atendente, a menina, uma festa particular entre esses personagens tão reais.
Esse cotidiano me faz pensar!
3 comentários:
Nem sempre concordamos com o que acontece à nossa volta, mas, seja como for, com tolerância e sabedoria, sempre tiramos uma lição.
Marly, beijos!
Perdão, Yayá, confundi você com a Marly Bastos. Não vai mais acontecer, prometo !
Grande beijo!
Shirley, apareça no blog quando quiser, fique à vontade para ler o que quiser. Um abraço, Yayá.
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