Falando de Cinema
A cultura não existe para mim se eu não a permitir na minha vida.
Igualmente, os meus gostos óbvios todos conhecem e são música e literatura respectivamente.
No entanto, o cinema faz mais parte de mim do que eu mesma imaginava. Assisto filmes, aliás, como a maioria de nós, aqui no Brasil, assiste, seja na televisão ou no cinema.
Surge agora uma nova mania na minha cidade, que é a de Curitiba, a de assistir filmes indicados por amigos.
Devo dizer que a ideia é deliciosa porque sai do circuito cinematográfico geral, intelectual, ou ainda, comercial.
Os amigos compartilham pontos de vista da sua cultura individual, dando espaço para que o outro amigo tire as suas próprias reflexões ao assistir esse ou aquele filme.
Não existe convite para assistirem juntos ao filme. Existe apenas a indicação para que o outro amigo, ou, amiga o assista numa hora de folga qualquer.
São generosos e dizem onde locar o filme que eles assistiram geralmente filmes sem expressão de bilheteria, filmes fora do circuito das salas de exibição.
São ideias e imagens levadas ao encontro da vontade de se fazer algo diferente. Chega a ser engraçado, pois boa parte da população tem acesso às TVs por cabo. Mas o filme em questão passa a ser especial, é uma indicação.
Ninguém deixa de ir ao cinema, mas reserva uma hora para dar uma assistida na visão que o outro amigo tem de filme bom. É como se o amigo estivesse contando da sua perspectiva de vida através deste ou daquele filme.
Quando a minha amiga disse para assistir sem falta o filme que provavelmente vou assistir, avisando que é tema de discussão filosófica e que a história é muito boa, eu fiquei curiosa.
A partir dessa nova onda que se cria por aqui, penso que, dentre nós, logo surgirá um crítico de cinema. A sétima arte é uma cultura pontual e diversificada, com filmes das mais variadas origens culturais.
A minha amiga ainda me disse:
_É filme sem romance, mas com muitas reflexões. O filme é bom porque não se perde tempo com essas tolices.
Certo. É domingo. Vou assistir a esse filme.
Um comentário:
Adorei o texto, Yayá!
Pego na primeira frase.
Temos de ser minimamente cultos, para entendermos o quão primordial é estarmos receptivos à sua entrada e saber lê-la.
Um grande abraço.
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