Um filme
Soraia e Sofia foram assistir ao filme "cult".
Afinal, o filme não era tão "cult", mas elas queriam comentar sobre o filme.
_Escuta, Sofia, que tipo de mulher era aquela?
Sofia respondeu:
_Ora, conforme você ouviu o decorador dizer, ela era o tipo de mulher que falava o que queria conseguir e conseguia.
Soraia disse:
_Sim, porque a outra é um clichê, é o tipo de personagem ao qual estamos acostumados.
Sofia refletia:
_Sim, mas se eu encontrar aquele tipo de mulher, eu fujo. Afinal o que é que ela queria, que até agora eu não entendi.
Soraia ria:
_Ela queria casar a única das filhas que estava solteira.
Sofia:
_Hum? Você acha que é daquele jeito que as coisas acontecem?
Soraia:
_Ela é prática.
Sofia:
_Você se enquadraria em qual das personagens: a clichê ou a prática?
Soraia:
_Nenhuma das duas.
Sofia:
_Eu tambem não. Por que ela estavam sempre na mesma cena, se uma queria casar a filha e a outra comprar o vaso de porcelana do decorador de ambientes?
Soraia:
_Esse é o motivo do filme ser "cult".
Sofia:
_Sim. O decorador deixou a casa da primeira aconchegante e vendeu o vaso à outra pelo triplo do preço.
Soraia:
_É fato, mas a mulher conseguiu casar a filha e a outra conseguiu o vaso para colocar no Hall de entrada.
Sofia:
_Como as vontades pessoais diferem de pessoa para pessoa, que coisa absurda!
Soraia:
_Muitas pessoas conseguem o que querem.
Sofia:
_Genial foi o cineasta que colocou esses clichês como tema e fez um filme cult, com a maldade nada caricata da Lauren e a vontade de resolver a vida de pronto da Meg, junto a um decorador, que não era um decorador, mas um diplomata.
Soraia:
_Há jeito melhor de se viver.
Sofia:
_Para quem pensa, ah, quem não pensa como nós.
Soraia:
_Café com bolo?
Sofia:
_Confeitaria?
Soraia:
_Uma vez em cada seis meses?
Sofia:
_Combinado.
Ambas seguiram felizes, com a estranha sensação de serem intelectuais.
Um comentário:
Um conto que representa muitas hisórias que a vida mostra. Gostei...
Um abraço.
Élys.
Postar um comentário