Dê Uma Chance para a Ciência / Reflexão
Quando apareceu o telefone celular, eu me perguntava por que motivo compraria aquele telefone de bolsa que pesava quase meio quilo?
Se eu não tivesse comprado, ainda estaria no século passado irremediavelmente, sem internet móvel e mapas móveis, e inúmeras facilidades que o celular proporciona.
O apego ao que já existe não justifica a recusa de se adaptar ao que é novidade.
O progresso depende da metabolização cultural, exige um tempo de aceitação, avaliação daquilo ao que se tem apego, escolhas entre os objetos tecnológicos mais velhos e os mais novos.
Nesse caso, estão válidos os vinis, os cds, os cdplayers portáteis de estimação, e outros utensílios como o rádio de pilha cuja bateria é interna e é preciso deixar ligado na tomada para ouvir que não são tão úteis assim.
Esses motivos cotidianos nos levam a refletir que boa parte da população mundial ainda não acredita que o homem foi à lua, e no entanto vive com o celular como ferramenta indispensável.
O progresso tecnológico existe de fato, a ciência de modo geral, também.
Entre ouvir cds e um pen drive carregado de músicas, posso preferir o cd, sem desconsiderar que o pen drive carregado de música pode ser bom, mas exige que haja capacitação para navegar no pen drive, e nesse caso reconheço que não sei navegar um pen drive e que o cd é melhor para essa ausência de capacidade para lidar com o pen drive.
Com esse raciocínio, e comentando o exposto acima, em tese, é possível que alguém prefira o celular à ideia de que o ser humano pisou na lua.
O problema é negar que o homem foi até a lua, pelo simples fato de não se ter ido ou ter conhecido que viajou para a lua.
As viagens orbitais em torno da Terra começarão daqui a aproximadamente um ano, mas eu não quero fazer essa viagem.
O fato de que não se quer algo não impede o outro de ir. Pensar no progresso mesmo que não nos atinja, pode ser fator de descobrimento para o bem estar de todos, indepente de se ir ou não fazer esse turismo fantástico.
O progresso não pode impedir a arte, e esse ponto é fundamental.
Diferente da conservação do que existe e é bom, do conhecimento da ciência, é a criação da arte.
A arte e a tecnologia digital ainda não se entrosam como deveriam. Ouvimos o que já conhecemos, e o espaço de criação está restrito dentre a regulamentação e a criação numa plataforma digital, e precisa ser repensada.
As formas de se apresentar a criação precisam de reinvenção.
Permitam-me contar como foi que tomei conhecimento da Banda Blindagem, aqui na cidade de Curitiba: houve um anúncio de que uma banda se apresentaria às dezenove horas na praça do bairro. Era um sábado e não havia nada para fazer. Fui à praça, ouvi e me diverti.
Observem que o acontecimento faz muito tempo. Tudo dentro do regulamento da época: hora para começar e para acabar, vendedores ambulantes credenciados e população de bairro.
A tecnologia não pode tomar conta da cultura como se ela fosse exclusivamente digital.
Sinceramente, penso que, depois da pandemia, a arte merecerá atenção e carinho sob os aspectos criacionais e de sua apresentação ao público.
Enfim, dê uma chance para o desenvolvimento, dê uma chance para a conservação e, dê uma chance para a criação.
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