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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Não Aconteceu / Reflexão

Não Aconteceu / Reflexão

     O fato é que não aconteceu. Nós, eu, você, ela, e mais alguns outros estamos quase sexagenários.
     E a questão é a de que nenhum de nós está com sintomas de velhice. Só existe uma velhice, é o tédio de não podermos nos reunir para nos distrair, mas estamos esperando a oportunidade para tanto.
     A obrigação é uma alegria, quando estamos em ambiente seguro.
     Segurança biológica!
     Dizem que velhice é uma questão de mentalidade, mas não é, estar de bem consigo mesmo pode ser motivo para se sentir bem.
     Fiquei gratificada quando soube que alguns jovens assistiram o Feitiço do Tempo e que sorriram. Não conheço os outros conceitos dos jovens, mas que assistam um filme e ficarei feliz.
     O bom de ter alguma vivência é a compreensão que se adquire dos outros.
     Esse tempo em casa deixa todos reflexivos. Outro dia pensei numa comparação entre o que teria feito nesses meses dentro de casa e não fiz.
     Teria conversado ao menos com umas tantas pessoas, teria trocado ideias, comido broas de milho, e outras roupas.
     Tenho conversado com outras pessoas, rido com outras pessoas, chorado por pessoas que não imaginava querer bem, mas também tenho refletido que está valendo cada dia.
     Tenho ouvido outras pessoas. Visto outras pessoas, as sem máscara, e reparado nelas.
     Reparei que convivo com a minha geração, isto me faz bem.
     Nessa época em que todas as nossas vontades são ruins, porque envolvem o convívio, os pontos de vista são outros. Obrigatoriamente outros, independente da vontade da gente.
     Até março de 2020, o futuro era um, depois de março, o futuro deu uma parada, e deve-se aproveitar o conhecimento que tivemos até março deste ano.
     Há dois anos aprendi a fazer Arroz de Pato, que pode ser feito com frango mesmo, mas é o nome do prato. Até então não havia comido risoto pior que o feito por mim. Acertei o Arroz de Pato.
     Acertei o passo. A minha bota coturno, que iriam ficar no armário, estão começando a ficar gastas. Levanto pensando no vírus e sei que o dia exigirá mais esforço com o desinfetante. As minhas coturnos impedem que os pés se molhem no desinfetante. Saio e volto e coloco-as sobre o desinfetante, com frio, e fico com os pés secos.
     Estamos aprendendo a ficar em casa e respeitar os silêncios e as vontades dos outros.
     Por outro ponto de vista, penso que estamos distantes do nosso jeito normal de ser, e sentimos falta desse jeito normal.
     As reflexões surgem volta e meia, sejam em forma de vontades, saudades, e até mesmo de alegrias, pois estamos livres para pensar nas melhores ideias sem que nos censurem por elas. O pensamento é mais livre com a pandemia do que sem a pandemia, principalmente os pensamentos idealizados, se bem que a ideação leve para a frustração, há que se considerar esse detalhe.
     As atividades são obrigatórias, e as recomendações estão nos sites.
     Antes de março eu terminaria o texto desejando um bom final de semana para todos.
     Agora, eu desejo um final de semana consciente e responsável, agradável na medida do possível, e para todos!  
         
     

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