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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 25 de julho de 2020

Coronavírus e Medicina / Reflexão

Coronavírus e Medicina / Reflexão

     Escrevo bastante sobre coronavírus e pouco sobre a medicina, ou seja, o tratamento, nem mesmo discuto as pesquisas, porque o meu dia a dia prefere ser prevenido do que, bem desculpem a palavra: leiga.
     Diagnóstico, quando muda, é porque estava errado, mas geralmente é o mesmo perante qualquer médico.
     Tratamento é variável, e dificilmente um paciente receberá a mesma medicação quando muda de médico.
     Infelizmente, doenças como a que o coronavírus causa não permite a escolha de médico, e nem mesmo existe a conversa sobre quais remédios são os que já foram tomados pelo médico.
     O paciente, quando encontra um médico que trabalha com os remédios aos quais o paciente já sabe que o organismo aceita sem efeitos colaterais, tem grande sorte.
     O diálogo médico-paciente é de suma importância para o bom desenvolvimento da recuperação.
     A equipe do médico também é levada em consideração.
     Enfermeiras estressadas podem causar estresse na família do paciente e interferir no ambiente de tratamento.
     Os diálogos são intensos, mas quando possíveis.
     Assuntos usuais e discussões não usuais são discutidos, desde o antibiótico combinado com um antiinflamatório não esteróide ao antibiótico combinado com cortisona, até o motivo da escolha de um antibiótico em detrimento de outro mais aconselhável segundo o ponto de vista de um colega.
     É uma vida a ser preservada a vida do paciente e a única discussão é como evitar a morte, mas as pessoas acabam elevando o tom da conversa.
     A hora do estresse é a mais temerosa.
     Infelizmente, já tive que decidir sobre a sedação ideal, se seria com a sedação x ou com a sedação y. Uma das sedações causava hipotensão arterial e a outra já havia sido tomada pela paciente. Escolhi.
     E agora?
     _E agora ela ficará em coma induzido.
     Por quanto tempo?
     Eu te chamo quando for ressuscitá-la.
     Ressuscitou. A médica se informou sobre a medicação e ressuscitou.
     Tem médicos que não perguntam e medicam, mas são as situações de emergência, ou médicos que dependem das medicações disponíveis naquele estabelecimento e, oferecem uma segunda opção, caso o paciente prefira comprar outra medicação que não a disponível, por conhecer melhor.
     Acreditem-me este texto é suave. Existem situações piores.
     Pelo menos, o coronavírus não permite discussão, mas intubação, que, sem anestesia, é melhor que fique como puder, e esta é uma discussão interminável.
     O que eu gostaria mesmo, com esse texto, seria desestressar as equipes que cuidam dos pacientes com coronavírus, lembrando a eles que pacientes, nem enfermeiras e nem médicos ficam surdos durante o tratamento.
     Melhor mesmo é ficar em casa sem conversar sobre médicos e remédios, enfermeiras e prontuários, e todo a tensão que o coronavírus ocasiona.
     Nessa divagação é necessário frisar de as famílias tenham consigo um papel anotado previamente as medicações já tomadas, os seus efeitos colaterais e as alergias de cada membro da família antes de ir ao médico caso seja necessário. Isso ajuda muito.
     Bom final de semana!   

2 comentários:

chica disse...

Muito bom teu texto e nos faz pensar. As conversas em torno aos pacientes são mesmo perigosas,Eles ouvem de tudo! Gostei muito de te ler,mas o tema é preocupante. beijos,chica

Ivone disse...

Querida amiga Yayá, bom texto, refletir sobre todas as possibilidades, os efeitos colaterais dos medicamentos que, muitas vezes nem se morre da doença, mas dos efeitos que causam medicamentos que não são aceitos pela medicina convencional e pelos pacientes que cada qual tem um metabolismo.
Desafios sem fim, essa pandemia veio mesmo para nos dar lições de vida!
Vamos indo nos cuidando o máximo possível, até quando, quem sabe, se encontram as vacinas adequadas para todos os tipos de vírus "corona"!
Abraços bem apertados!