Vívida / Crônica do Cotidiano
Com setenta e seis anos me chamou para conversar sobre um tema polêmico: o ensino do gênero na escola.
Queria conversar, dizer o que pensa e ouvir respostas. Eu tinha tempo e sentei para ouvi-la.
Contou-me que chamou os netos para conversar. Como professora aposentada pelo estado de Santa Catarina, sentiu-se na obrigação de conversar com os netos sobre o gênero.
_Eu chamei os meus netos, cozinhei uma panela com pinhões e, enquanto descascávamos o pinhão, contei sobre o pinheiro. Disse que até o pinheiro tem gênero. O pinheiro macho tem as hastes longas. A árvore pinheiro fêmea é mais rechonchuda e é a que dá o fruto pinhão. Disse que o pinheiro macho é o responsável pela fecundação da árvore fêmea. Disse que Deus criou o homem e a mulher e essa foi a vontade dele. Quem dá a luz ao bebê é a mulher que concebe com a ajuda do homem, diferentes na anatomia pela própria natureza.
Eu perguntei onde é que estava a polêmica.
Ela disse que desejam ensinar às crianças de uma maneira com a qual ela discorda. Diz ela que querem ensinar que toda a natureza sexual é neutra até que se escolha a opção sexual.
Uma conversa sob o ponto de vista cristão, mas muito interessante.
Ela continuou a argumentação:
_Essa educação é errônea, pois a sexualidade, sob o ponto de vista natural, nasce com o gênero feminino e masculino, são diferentes. Agora, se mais tarde, depois de crescida essa criança, ela opta por uma orientação sexual diferente daquela que a natureza e o Criador a fez, ela que se autodetermine. Como é que eu vou ensinar a uma criança que ela não tem gênero sexual? Como é que eu vou ensinar a uma criança que é na juventude que se descobre se é macho ou fêmea?
Eu disse a ela que me sentia agradecida a Deus por não ter filhos em idade escolar.
A moça que estava por perto contou que eu não faço a ideia do que é receber ligações da escola querendo uma resposta pronta do pai ou da mãe. Segundo a moça, a fórmula é conversar com os filhos e com a professora para saber como conduzir a educação da melhor maneira possível. Ela não se exime da responsabilidade de educar os filhos e quem manda é ela e quem aguenta as pressões da escola é ela.
A senhora continuou dizendo que os governos são necessários em todos os países do mundo, mas que deve se cuidar quando mexe com assuntos delicados.
O assunto estava juntando gente na porta do estabelecimento comercial.
Para amenizar o entusiasmo que o assunto causava, lembrando que ela havia falado em governos, eu citei o terrorismo e perguntei o que ela achava.
Ela baixou a voz e me disse para calar a boca, é um perigo para todos.
Ela tinha razão. Depois é que tomamos conhecimento do que se passa no mundo.
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