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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 6 de junho de 2015

Ser Mulher / Reflexão

Ser Mulher / Reflexão

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Aquela mãe com a filha nos braços está em mim como a menina no colo da mãe e a apoiadora das artes da avó.

É inconcebível não sentir a feminilidade como parte de mim, é interessante ser assim como se fosse uma eterna gestação, um barrigão de mãe, filha e avó.

Há mulheres que não desejam a maternidade como se a maternidade não pudesse ser um estado de espírito, um olhar a vida com afeição com ou sem concepção.

Nada impede uma mulher de ser, agir e pensar nas mais variadas situações.

Vejo a mãe sofrida com a criança nos braços e, ao olhar os seus pés, vejo as sapatilhas que doei. Olho-a de cima a baixo e me vejo naquele olhar, preocupada e ansiosa pelo bem estar da criança.

Vejo a menina no colo da mãe querendo sair do colo e andar sozinha, pequenina, confiante de que tudo sempre termina bem e me vejo criança, querendo que tudo fique bem. Por alguns instantes me abstraio da realidade e penso como ela. Quem sabe? A gente nunca sabe nada mesmo. A criança é a eterna esperança no pensamento de uma mulher.

Vejo a avozinha deixar um papel no chão e junto o papel e entrego a ela e ela me diz que ainda há motivos para acreditar na gentileza do ser humano. Parecia algo importante para ela. Tomara envelhecer pensando que há motivos para crer no ser humano.

Depois, fiquei parada, em silêncio, pensativa. Essa luz vinda dessas mulheres me era tão necessária quanto um desjejum de manhã.

A gente vê tantas coisas que se esquece dessas sutilezas necessárias à vida de toda mulher que são o embalar e ser embalada com ternura para algum dia ser alvo da atenção de estranhas que juntam os nossos papéis na sociedade.

Mais do que papéis é o instinto que nos faz assim, bicho-mulher, mas são as sutilezas do viver que nos elaboram em nossas manifestações infantis, maternais e racionais.

O melhor é não precisar entender o que se passa na cabeça de uma mulher, mulher não tem explicação, é o tal do sexto-sentido pra cá, bolo pra lá, conversa descuidada não sei aonde, que, às vezes, nem mesmo a gente se entende.

E, se procurar a racionalidade nesses sentidos, ela se perde em qualquer canto de delicadeza, como se perde esse texto em menina, mãe e avó.

Ah! Deixa pra lá.

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