Não
Tem Mercado / Crônica de Supermercado
Estava
quieta na fila, quem começou o desabafo foi ela.
Acostumada a ir a outro supermercado, a senhora reclamava muito do
supermercado e dizia que não gostava de estar lá, mas era próximo à sua
residência e ela não tinha tempo para ir a outro supermercado.
_Lá é que
era bom, eu me sentia bem. Agora é muito impessoal.
Achei que
ela não sabia a história do lugar e contei a ela sobre o outro mercado que ali
abriram e fecharam como esse supermercado fechou.
Aí ela
contou com detalhes toda a vida dos supermercados naquele lugar. Ela gosta mais
do espaço físico do que do supermercado por ele mesmo, pelas facilidades e
ofertas apresentadas ao consumidor.
Pensei
comigo, não tem jeito. A única solução, para ela seria passear até descobrir
outro supermercado ao qual ela se adaptasse.
A senhora
parecia ansiosa quando disse:
_ Mas, se
já tivessem construído um supermercado mais próximo eu não precisava estar
aqui.
Achei
melhor não responder, não havia resposta adequada ao caso. Olhei para ela com
um meio sorriso, desanimada.
Ela
resolveu confortar-se a si mesma e ao meu sorriso:
_Há
esperanças. Fui ao lugar onde era o supermercado e eles alugaram a sede para outra
rede de supermercados.
Ela disse
o nome da rede de supermercados, mas garantiu que por enquanto, o prédio está
em reforma e teremos que aguardar qual supermercado abrirá na vizinhança.
Está bem.
Estávamos na fila de um supermercado e ela querendo ir ao supermercado. O
problema dela era supermercado? Não.
Nesse
ínterim alguém a chamou avisando a ela que havia caixa vago.
Que
diálogo difícil!
2 comentários:
Vê-se a necessidade de 'falar e ser ouvida' que passa o humano... Sua ótima crônica deixa isso muito claro: - o relacionar-se!
Abraço.
Coisas da vida real que nos passam ao lado.
Beijo.
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