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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Anotado / Crônica do Cotidiano

Anotado / Crônica do Cotidiano

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Algumas esquinas emocionam como essa que agora a pouco passei.

Um senhor de terno e gravata e cabelos grisalhos, quase brancos, expunha a sua opinião a um desconhecido, um vendedor.

Ele falava em tom firme, certo do que dizia, por certo dizendo ao vendedor para que os que estavam próximos escutassem.

Penso que o desabafo dele é válido e anotei o que consegui na memória. Sem papel e caneta é complicado guardar tamanha eloquência contagiante.

Peço ao leitor que compreenda que a fala não é minha e merece todo o crédito e respeito. A classe média muitas vezes não tem voz porque a circunstância da vivência de cada um não permite e, depende de quem a escute para ser transmitida ao público.

Vamos ao que me emocionou:

_O Brasil não vive nenhum problema ideológico, vive um problema de canalhismo generalizado. Não são os postos distribuídos entre a chamada direita e a chamada esquerda que resolverão o problema. Fizeram empréstimo nos bancos internacionais para financiamentos e disseram que a dívida criará um vínculo com as instituições financeiras dos países liberais e conservadores evitando a “esquerdização” do país. Desde quando um empréstimo evita algum acontecimento? Um empréstimo pode ser uma boa desculpa para evitar o desenvolvimento e o crescimento da classe média! As dívidas financiam a manutenção dos miseráveis e a necessidade do estado em minorar a desgraça dessa população. Vivemos sob um canalhismo irresponsável, que dispensa a soberania do país em troca de alianças tanto de esquerda quanto de direita inaceitáveis por quem tem um mínimo de bom senso! Por que é que o Brasil tem que se vincular a outras economias de forma irreversível? Por que é que o Brasil tem que seguir as doutrinas de outras economias, muitas vezes mais fracas e fracassadas que a do próprio país? O Brasil precisa revisitar os seus conceitos e lembrar o quanto lutou para manter a soberania do seu povo. A cordialidade é uma característica do nosso povo, a subserviência não! O país não precisa disso!

E eu que estava ali para comprar balinhas de hortelã sem açúcar para não prejudicar os meus dentes, saí emocionada. Ele não fez o que chamam de patriotada, ele falou com o fôlego de quem sabe a tristeza que é ver e não ter a quem dizer.

O que eu posso fazer por este cidadão está feito.

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