Design de Produtos
Não é exatamente reclamação, é constatação de dona de casa.
Os projetistas de novos produtos capricham no desenho, os eletrodomésticos têm e cumprem rigorosamente com a garantia dos seus produtos, mas a dificuldade continua.
Os liquidificadores com filtro não trituram os alimentos e, quem não compra aquele liquidificador sem filtros, não consegue elaborar um mingau sem que os pedaços das frutas fiquem em pedaços não triturados.
Temos eletrodomésticos tão lindos que, às vezes, podem servir para a decoração da sala de estar. Não funcionam mesmo! Sem contar com o defeito de fabricação, cujo fabricante arruma prontamente, o eletrodoméstico não faz aquilo a que se propõe. Mas são lindos, não tenho dúvida.
Quem ler pensou na possibilidade de troca. O liquidificado com filtro da outra marca é exatamente igual, deixa pedaços de fruta no mingau.
Ah! Mas, e o processador de alimentos? No dia em que o processador de alimentos substituir o liquidificador, não mais se comprará liquidificadores. Quem cozinha sabe que quanto mais utensílios se usam para a preparação do prato, mais louças serão lavadas; é matemática rasa. Eletrodomésticos não são lavados em nenhuma lavadora de louças.
Outra questão comum é a falta da metragem suficiente nos fios dos eletrodomésticos. O produto é bom, barato, você testa ele na sua casa e ele funciona perfeitamente e em acordo com a finalidade para o qual foi comprado. Um metro de fio. Se o produto é bom, barato e cumpre com o prometido na embalagem, é preciso comprar a extensão.
O projetista de eletrodoméstico deveria usar o produto antes de oferecê-lo ao fabricante para a produção em grande escala.
Os fabricantes, por seu lado, poderiam verificar a funcionalidade do produto antes de o fabricarem.
Por quê? Porque os eletrodomésticos tomam espaço nos ambientes em que ficam guardados.
A grande maioria dos consumidores pode comprar uma batedeira, um liquidificador e um processador de alimentos. Essa grande maioria tem duas batedeiras e três liquidificadores; apenas um homogeneíza o mingau.
O pior, ou melhor, dependendo da situação, é que o preço não determina a qualidade do produto.
Penso que a melhor propaganda para o eletrodoméstico é a sua funcionalidade, e deveria constar da embalagem do produto.
Mudemos de assunto: onde se viu uma vassoura elétrica que pesa em torno de dez quilos e, se cair, quebra o piso da cozinha ou, um aspirador de pó excelente, com um fio de um metro e meio?
Precisamos de especificações técnicas e controle de qualidade atuante. Pelo menos as crianças abaixo de três anos estão seguras, pois além de não usarem os eletrodomésticos, as embalagens advertem para serem mantidas longe delas.
Alguém limpa a casa, não interessa quem, mas a qualidade caiu. É preciso alertar, porque temos tecnologia para a produção de bons eletrodomésticos, as televisões são de qualidade superior e, quase ninguém pensa em comprar uma televisão importada.
Afinal, é o espaço da casa do consumidor, o tempo do consumidor, a paciência de quem limpa a casa.
O assunto não é agradável, mas tem que ser comentado, e hoje é segunda-feira, e mãos à obra.
Para encerrar, conto uma história curiosa.
Certa vez, eu observei à senhora que limpava a casa, de joelhos, com uma escova sobre o tapete.
Eu vi a cena e a perguntei, quase que sem saber o que dizer:
_Temos aspirador de pó, por acaso ele está quebrado?
A resposta é de causar a indignação de qualquer consumidor:
_Eu passei o aspirador de pó, mas eu preciso da escova porque ele não suga fiapos. Eu passei o aspirador de pó, um pano e agora, para deixar o seu tapete novo, a escova.
O aspirador de pó não sugava fiapos.
4 comentários:
Você está certíssima. O que mais me incomoda são os fios curtos e a falta de espaço para guardar todos eles. Tenho alguns, bem modernos, que recebi de presente, em meu aniversário, e ainda nem carreguei as baterias. São delicados e receio que a faxineira os estrague (kkk). Bjs.
Uma vergonha os produtos hoje em dia....pior é que nem duram nada ....
Beijo Lisette
E a responsabilidade por toda esta algazarra funcional chama-se: Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.
Ou seja, a fiscalização e acompanhamento destas balburdias que, tanto prejudicam os consumidores,continuam sem nenhuma providência.
O pior é que já vem de fábrica com aquilo que se chama "obsolescência programada" ou seja,trata-se de uma estratégia de empresas que programam o tempo de vida útil de seus produtos para que, durem menos do que a tecnologia permite
Assino embaixo!
Um abração carioca.
Olá Yayá,
Verdadeiramente procedentes as suas observações. Parece-me que os fabricantes de eletrodomésticos fazem produtos ineficientes e até descartáveis para que sejam logo substituídos, pois ir atrás de concerto é outra novela. Também me aborreço com os fios curtos e já nem tenho espaço em minha cozinha para acomodar adequadamente os produtos de uso mais constante. Uma fiscalização pelos órgãos competentes ajudaria bastante a evitar os transtornos com o uso desses aparelhos. Funcionalidade é, sem dúvida, mais importante que os belos designs dos respectivos aparelhos.
Beijo.
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