Bronca do Dentista / Crônica de Supermercado
Dessa vez não vi nada para a crônica. Supermercado sem filas.
Peço os pães.
O senhor de cabelos branco me diz bom dia.
_De onde eu a conheço, senhora?
Ele descobriu quem eu era.
_Eu sou aquela moça, filha daquele casal que frequentou o seu consultório.
_E?
Eu respondi com um sorriso sem graça.
_O senhor também tratou dos meus dentes nos idos dos anos... Longevidade não se detalha.
Enquanto eu ficava sem graça, ele me observava.
E eu sem assunto, não conseguia balbuciar nada. Repetia o que sabia:
_O senhor mantém o consultório? Que bom!
Os dentistas são parecidos com os médicos.
Ele me olhou e disse:
_Você está com saúde. Eu fiquei contente de revê-la.
Eu sei o que ele quis dizer. Não foi sobre os dentes.
Mostrou-me a pinta no rosto. Dele.
Está bem. Não farei tratamento estético.
Uma bronca carinhosa, mas me deixou contente.
Um dia chego lá e, se puder, com a disposição dele.
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