A Polêmica na Imprensa
Conversamos sobre a imprensa durante a semana próxima passada. O que foi conversado em nada diminui a polêmica, ao contrário, aumenta, porque não se trata da política partidária, também em discussão conforme o momento propicia, mas parece que a imprensa se rebela contra a própria função de informar.
Ninguém quer saber a respeito da vida sexual dos jornalistas, mas eles chegam a induzir comportamentos e julgamentos sobre comportamentos sexuais.
Assisti a entrevista da jornalista Ana Paula Padrão e, ela disse que pratica e muito sexo, como quem come um doce e joga o papel fora. Ela merece o respeito dos telespectadores. O jeito dela pensar sexo é dela e não é imposição para ninguém.
De uns tempos pra cá, a imprensa usa a sexualidade humana para não discutir os assuntos que a população quer discutir, parece cortina de fumaça.
O povo quer qualidade de vida e nos seus aspectos mais simples, ônibus que não se pareça com lata de sardinha, produtos que sejam conforme o que a embalagem promete e a seriedade nas respostas, seja do gerente do supermercado ao gerente do banco, que, aliás, estão de parabéns pelos serviços prestados na exatidão das informações aos clientes.
A imprensa tem um papel importante perante a sociedade, facilitadora das questões práticas da vida de todo cidadão e está deixando a desejar. Repito, não falo em política e nem a polêmica em questão nos últimos dias, que eu não vou citar e quem quiser que a procure nos jornais.
A imprensa, em vários países do mundo, é a mantenedora dos ideais democráticos da informação dos fatos. Na hora em que a imprensa, como detentora das informações, diz que divulga o que interessa, o edifício do quarto poder, balança.
Qual seria o interesse da imprensa em irritar o leitor e o telespectador com a massiva propaganda de temas que a grande maioria da população conhece e respeita? O racismo é crime há anos e a homossexualidade é respeitada desde que o mundo é mundo.
Gostei da propaganda do jornal O Globo, acessado sábado passado, que propõe a contratação de pessoal elegante, apesar de medíocre. A mediocridade pode ser elegante.
Se a televisão é para o povo em geral, o jornal é para quem tem um nível de instrução.
Outra questão cansativa é o da religiosidade. Digo em causa própria, eu me converti e não intimidamos ninguém para que se convertam. Compartilhamos com quem queira nos ouvir. Quanto material religioso eu recebo através da mídia profissional? O material chega a ser exaustivo!
Já ouviram falar de imprensa paralela? Eu a presencio. Lê-se a notícia, dispensam-se os comentadores e chega-se a uma conclusão. A notícia de letra fria é a quente, porque a indução ao raciocínio anda tratando o leitor como se ele fosse incapaz de pensar por si mesmo. É como se fosse errado pensar diferente do comentador numa imposição de opinião pseudo-oficial.
Há muito a se melhorar no país, passando pela vida pública, mas também passando pela vida privada.
O fato é que O Grande Irmão, descrito por Orwell, que supunha um olhar de uma câmera fotográfica vigiando todos os cidadãos, apresenta-se em fracasso, rejeitado desde já pela parte instruída da população.
Para uma noção exata da situação, enquanto a imprensa discute a sexualidade do cidadão, o cidadão discute a quantidade imensa de imigrantes no Brasil, acontecida nos últimos anos, em consequência das guerras civis no continente africano e das fugas recorrentes de países com a China. O mundo tem as suas tensões e as pessoas se deslocam em busca de uma vida melhor.
Em que situação econômica social encontrará o próximo governante? As garantias e as legitimidades que a democracia impõe no Brasil em contraponto aos governos desestabilizados na América Latina, que precisam se manter porque a missão do Brasil é equilibrar as tensões latino-americanas dentro do cumprimento da nossa Constituição Federal, que, por incrível que pareça, é divulgada e apreciada por diversas camadas da sociedade.
A imprensa paralela está aí e as discussões estão acontecendo e o olho de Orwell está fracassando, pelo menos perante a democracia.
Pergunto: Como é que fica a missão da imprensa de integrar as diversas culturas do país? As culturas regionais estão preservadas e arraigadas nas diversas populações e regiões. Cabe às emissoras de televisão o intercâmbio dessas culturas regionais pela apresentação cultural e artística, numa troca de valores e conhecimento úteis para a sociabilidade dentro da harmonia social.
Temos assuntos e mais assuntos para discutir. Algo está errado e a propaganda do jornal O Globo me alertou. A mediocridade não é parâmetro de bem estar, que seja ao menos elegante.
Nesse texto fiz o melhor que pude, contei o que acontece logo ali, do outro lado da janela, nas ruas.
Um comentário:
A vida particular das pessoas, sejam públicas ou não, não me interessa. O que dizem sobre esse ou aquele e o que pensam sobre assuntos polêmicos, não me atrai, salvo se for algo de interesse público, sobre o qual formamos nossas próprias convicções. O papel da imprensa é noticiar os fatos, não para provocar comoção, mas para informar a população. Também vejo falhas e creio que há necessidade de se corrigir certas condutas, sem ferir a liberdade de imprensa. Bjs.
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