O Gato Falante / Crônica do Cotidiano
Hoje a crônica é sobre o gato falante, rosnante (neologismo), melhor dizendo.
Era tarde e o rosnar aos meus ouvidos chamou-me a atenção. O cachorro late e o gato mia, mas os meus ouvidos não reconheceram o som.
Que bicho seria aquele, eu precisava descobrir, pois os meus ouvidos não suportam sons não identificados.
Fui até a janela observar. Impressionante! Parecia um gato que rosnava e olhou nos meus olhos, depois sorriu um sorriso felino onde mostrou os dentes.
É melhor descrever o gato, quem sabe alguém diga que gato que era. Ele era branco com bolas exatamente redondas e pretas nalgumas partes do corpo.
A ave que estava por perto não voou e não sentiu medo, afinal, o gato olhava para mim. A ave não se sentiu com medo.
O gato não miou nenhuma vez, ou esse bicho que eu nomino por gato porque não sei exatamente o que era, acho que foi um gato do mato.
Andou sobre os muros com certa cautela e se embolou como se tivesse achado algo. Deu para perceber que era forte e que as patas eram ligeiramente mais robustas do que a dos gatos que costumam passear pelo bairro.
Parei para observar o gato. Ele me olhou novamente, desafiando-me.
Dali a pouco, ele entrou ao meio da cerca de arame farpado que existe na vizinhança andando passo a passo.
Fiquei observando, ele não se machucou.
Olhou mais uma vez para mim, deu um salto e sumiu.
Esse gato aguçou os meus sentidos como se fosse uma magia. Instinto foi o que senti o dia inteiro. Abafei-o por diversas vezes, sou humana, mas nem assim consegui deixar o meu caminho para ver o estrago que o caminhão furgão fez ao ônibus. A porta do caminhão se abriu e quebrou o espelho do ônibus juntamente com o para brisas.
Não me detive para ver a curiosidade, hoje não foi possível.
Eu vi esse gato e olhei os olhos que me olhavam.
A minha preocupação é que ele chegue perto de alguma criança.
É bom compartilhar essa história de gato.
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