Tantas Questões / Crônica de Supermercado
Foi o que contaram. Um homem perdeu o emprego no ano passado, e foi convidado a trabalhar noutro estado, longe do Paraná.
Saiu daqui entusiasmado, iria começar de novo, tinha promessa de emprego feita por gente séria.
Chegou no outro estado e era tudo verdade. O emprego estava garantido, o fim de ano foi repleto de culturas e pratos típicos. Era feliz.
Veio a pandemia. Em abril deste ano perdeu o emprego porque a empresa faliu.
Viu-se obrigado a viver de trabalhos rápidos. Ele iria comprar uma casa, mas é obrigado a morar nos arredores e comer o que consegue.
Pede aos conhecidos daqui da cidade que arranjem um emprego para ele, mas que consigam a passagem de volta à Curitiba.
Uma vida destruída, em termos, porque os amigos estão providenciando a passagem de volta.
O que esse amigo do homem que está fora, ponderou, é que as pessoas devem procurar melhorias, mas com cuidado.
O supermercado colocou na entrada uma árvore de Natal grande, mas os personagens de Papai e Mamãe Noel em miniaturas, e Jesus na árvore, no berço encaixado e preso sobre os galhos, numa cena tocante, mas que espelha a visão de 2021 sob o ponto de vista de quem percebe a realidade com a rudeza do que pode vir a ser 2021.
Ir ao supermercado faz parte da minha realidade, e de tomar conhecimento da realidade das pessoas.
Este texto não comento, espero que cada leitor que o leia, possa reflitir sobre a realidade de hoje.
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