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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Coisas da Internet / Crônica

Coisas da Internet / Crônica

      Quem não gosta de poesia, não tem luz de emergência. Gostei da vizinha. Eu gosto deles por perto.

     A rede de internet tem um alcance inimaginável.

     Outra vizinha veio e disse que não liga a mínima para o que eu faço, desde que ela esteja bem e eu também. Gosto de vocês também.

     Tem aqueles que odeiam o lado lúdico das coisas e só apreciam quando estou limpando a casa?! Eu os escuto igualmente desde que com respeito.

     Onde se viu a literatura perturbando o sossego dos moradores.

     Vamos ter reformas, mas só no ano que vem e, depois da pandemia.

     Uma vizinha, postou uma imagem do edifício no meio da literatura? Postou. Beijo para ela. A tarde foi repleta de atenções com os meus vizinhos e com outras pessoas do edifício.

     Estou exausta, mas por que?

     Qual é o problema de se gostar de literatura?

     A função da literatura não é a de dar sorte, a de enriquecer, a de trazer fama, ou qualquer outro fato similar.

     A função da literatura é trazer novas ideias à vida das pessoas, tirar a falta de conhecimento quando o assunto é a experiência vivida, pois os personagens têm vida própria e nos contam das suas experiências nas mais diversas áreas da existência.

     Querer que as pessoas sejam ausentes da leitura, é instrumento de dominação e manipulação praticada pelo ser humano desde que o ser humano existe.

     A literatura é uma atitude solitária, concordo, mas a arte, não.

     Independente da condição da estratificação social, acredito que todos têm acesso à cultura, seja através dos livros, dos filmes, das músicas, das pinturas artísticas permitidas nos muros da cidade.

     Negar o acesso a essa cultura, é negar o direito à alfabetização.

     Até aviso ouvi:

     "A senhora se cuide porque vão aprontar uma coisa feia."

     Agradeço os avisos, mas penso ser da mais absoluta estupidez tentar impedir que alguém leia José de Alencar, ou Eça de Queiróz.

     Parece que o único objetivo é para poder chamar o outro de analfabeto, quando o analfabeto é aquele que precisa muito de ajuda, pois não consegue ler a placa constante do ônibus que indica a rota que precisa para chegar em algum lugar.

     Quem nada sabe, não pode ajudar a essa pessoa que sente prazer em chamá-lo de analfabeto.

     Eu, no entanto, feliz de saber que um jovem escritor foi criado em meio aos evangélicos, porque os evangélicos precisam ler mais, conforme conversa tida na igreja.

     Depois, essas mesmas pessoas que sentem tal prazer abjeto se queixam das situações do cotidiano sem preceberem que elas são parte da causa da situação.

     O que se deseja é que todos tenham acesso à cultura sem se sentirem não merecedores desse acesso.

     Acreditem que existem pessoas que proibem a cultura. Não, não estou falando de governo nenhum. Nem daqui e nem de nenhum outro lugar do planeta. Estou constatando uma realidade, que é a de considerar a cultura algo somente para quem a possa ter, como se não fosse possível a qualquer pessoa que saiba ler e escrever, abrir um livro e saber o que está escrito dentro dele.

     Estamos em meio a uma pandemia, um caminho difícil para a humandade.

     Continuem a ler! continuem a ler! Sejam os leitores quem forem, pois a troca de ideias, de culturas e experiências é o que traz o desenvolvimento ao ser humano.

     Grata ao blog por desabafar.  

     

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