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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Depois da Quarentena / Reflexão

Depois da Quarentena / Reflexão

     Depois da quarentena seremos nós mesmos somados as culturas que adquirimos nesse meio tempo.
     Lá se vão mais quatrocentas páginas de livros, os quais fizeram algumas mudanças no pensamento.
     Houve algum autoconhecimento, alguma história que era necessário ler, músicas novas como as de hoje: uma de Bob Dylan e a outra da Kelly Clarkson mostradas pelo jornal que sigo.
     Joguei alguns planos no lixo, assim como todos vocês. Essas quatrocentas páginas não foram planejadas, mas vieram em boa hora.
     Interessante é dizer que o novo livro que eu havia comprado para ler se tornou deprimente no prólogo, pois o autor morreu de gripe numa epidemia.
     Mudei de autor e livros.
     Com a rotina alterada, somos obrigados a fazer outras atividades.
     Para aqueles que se desenvolveram também através dos filmes, por certo estarão diferentes igualmente.
     Percebo que seremos os que mudaram e os que não mudaram, mas como é possível não se modificar, quando tudo está modificado.
     Teremos que nos cuidar quanto à violência. Se estivesse sozinha hoje, certamente estaria numa enfermaria cuidando de ferimentos porque fui ameaçada de levar uma placa de madeira no rosto porque usava máscara. Um absurdo! O homem vendia alimentos na esquina e carregava uma placa dizendo que o vírus é social, que era a sociedade quem criara o vírus. Olhou-me com a máscara e começou a gritar:
     _Olhem a cara dela! Olhem a cara dela!
     Ergueu a tábua com a intenção de me atingir, mas se deteve ao perceber que havia mais alguém comigo.
     Esse, além de não se desenvolver, acredita nas mentiras e as carrega como advertência, mas é uma advertência falsa.
     Como estará essa sociedade depois desses dias?
     Como será essa nova convivência entre aqueles que se desenvolveram e os que se subdesenvolveram espiritualmente.
     Geralmente eu conto dos livros, há quem conte dos filmes e dos assuntos técnicos em geral. 
     Músicos estão morrendo também, escritores estão morrendo também, mas a ignorância parece não ter fim.
     Quanto a mim, sei que essas quatrocentas páginas continham um pouco de tudo.
     Sei que os técnicos leem casos, estudam e pesquisam uma formulação para a saída.
     Sei que os dentistas, com todo o risco que colocam sobre essa profissão e o medo que as pessoas têm de morrer em consequência de um tratamento dentário podem ficar sossegados, recuperarão as perdas assim que começarem a vender dentaduras.
     Que situação!
     Depois, seremos diferentes.
        

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