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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

domingo, 31 de março de 2019

A Batalha Espiritual de Maria Carlota


A Batalha Espiritual de Maria Carlota



     Maria Carlota disse aos amigos que iria dar uma volta no Inferno. Ela estava curiosa para saber das coisas que não tem em nenhum outro lugar.
     Dos seus amigos, um chorou, outro ralhou, a outra brigou, e ainda outra se entristeceu.
     _Como você está?
     Maria Carlota respondeu que estava bem, mas que a alma estava inquieta.
     Passaram-se alguns meses e ela disse algo terrível:
      _Para conseguir o que quero, sou capaz de abandonar tudo o que sou e fiz até agora.
     O que chorou, a deixou de lado. O que ralhou disse das consequências; a que brigou, brigou mais ainda; a que se entristeceu, sabia que o demônio existe e que nenhum ser humano deve dar uma passada no inferno, pois nunca é bom.
      Diante disso, a ela, como a todos os seres humanos, foi dado o livre arbítrio, em meio às dissensões espirituais.
      O diabo é um ser espiritual que se aproveita dessas dissensões para agir.
      O sofrimento veio, como só o diabo sabe dar.
      O que chorou, o que ralhou, a que brigou e a que se entristeceu sabem que o ideal é Maria Carlota afastar-se do mal.
      O porém é que quem está fora do inferno não quer dar nenhuma passada por lá. O livre arbítrio é dado para todos e ninguém é obrigado por Deus a ir ao inferno sem que queira.
      O que chorou, espírita, pediu a Deus um antisséptico contra o demônio, mas Deus respondeu que, no Brasil, os antissépticos contra o demônio ainda não são comercializados no varejo, e somente os hospitais poderiam fornecer, mas o diabo é que chorar não dá autoridade para fazer compras em hospitais, é contra o regulamento até mesmo de Deus; consequentemente Maria Carlota tem que se virar com o que o inferno oferece.
      A que brigava sem motivo, ao ouvir a conversa do que chorou, discordou. Era católica e tinha a missa para pedir perdão das palavras negativas que usava quando estava contrariada. Além de tudo não se conteve e disse:
      _O senhor coloque um absorvente higiênico para para o seu choro.
      O diabo ria até não poder mais. Briga e choro enquanto a Maria Carlota estava em seu poder, digamos, sob seus cuidados.
      O que ralhou, continuava ralhando, e embora certo, mudou o tom da conversa, e disse à que brigava:
      _Lave a boca com pasta de dente.
      Ela, direta:
     _Eu prefiro o unguento que me cabe.
      Ele continuou, e se não couber?
      _Eu troco de unguento, de santo, mas sou salva.
      A que se entristeceu também não queria ir ao inferno, mas estava triste e sabia que a tristeza não vem de Deus, e pôs-se a orar.
      Nenhuma oração é sozinha, pois geralmente aparece alguém para dizer que é testemunha das possibilidades do Senhor Deus.
      O fato é que ninguém iria ao inferno para tratar com o demônio de uma batalha espiritual que deveria ser realizada por Maria Carlota.
      A batalha espiritual consiste em enfrentar o mal com uma atitude positiva diante da adversidade e é dada a cada um dos humanos viventes nessa terra.
      A batalha de Maria Carlota é dela contra o demônio.
      Aos outros, de nada adianta chorar, brigar, ralhar, ou mesmo se entristecer.
     A batalha espiritual independe de todo e qualquer bem que se possa fazer ao próximo, não é uma cesta básica, uma doação ao bazar da igreja, uma campanha de Natal para as crianças carentes.
      A batalha espiritual é espiritual, embora muitas vezes seja vista com aparência de coisas humanas.
      Nenhuma denominação religiosa interfere nessa batalha espiritual, não é no campo físico das igrejas o lugar onde são decididas essas questões.
      A oração por aqueles que enfrentam batalhas espirituais pode ser feita, mas ir ao inferno, no plano físico, é algo muito arriscado, porque o demônio gosta de todas as almas que pode conquistar para si.
      Para terminar a história, e a Maria Carlota?
      A Maria Carlota terá que enfrentar o demônio numa batalha espiritual, a qual é capacitada por Deus para fazê-lo.

Um comentário:

Ivone disse...

Bom dia amiga Yayá, boa reflexão sobre o bem e o mal.
As batalhas espepidituais, todos as enfrentam.
A paz é algo que independe de religião, ainda bem!
Amei ler!
Abraços apertados e uma boa semana!