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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Crônica Singela

Crônica Singela

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Era um casal. Ele malabarista. A respeito dela, eu não sei o nome da arte?!

Não sei o nome da arte, não é arte de Curitiba. Muito graciosa ela dançava sobre as pernas de pau, equilibrista. Delicada nos gestos, uma bailarina.

O vestido também não era daqui do país. Um vestido com corpete bordado e saia com rendas que chegavam aos pés das pernas de pau.

Entre as luzes do semáforo e ela, a jovem, todos nós que estávamos na esquina preferimos o bailado.

Quando o semáforo abriu para a travessia da faixa de pedestres e para os carros do outro lado da rua, ninguém teve pressa.

A moça dirigiu-se para a calçada e o seu parceiro pediu os trocados. Choveram trocados na esquina naquele momento.

Ninguém ao meu lado fotografou, não queríamos perder um momento daquilo que víamos.

A moça disse em voz alta:

“_Gracias, muchas gracias.”

Eu estava certa, a moça não era daqui.

De onde era também não sei. Nunca tinha visto algo semelhante por aqui.

As artes do seu parceiro, das argolas girando pelo ar, sim, são da arte circense.

Hoje voltei àquela esquina. Não havia casal nenhum. Justo hoje que eu fui até lá para tirar fotografias. Ontem não consegui tirar fotos, estava encantada.

Provavelmente são artistas itinerantes, desses que correm o mundo e ganham a vida se apresentando para quem os queira ver.

Momentos graciosos e encantados não marcam hora e local, não fazem parte da agenda e não se repetem.

No centro da cidade, em meio à gente ocupada, ao trânsito, absolutamente nada impede a graciosidade e o encantamento.

Bom seria sair ao cotidiano com uma máquina fotográfica pendurada junto a nós mesmos.

Mas como ninguém vai ao supermercado com uma máquina fotográfica pendurada a tiracolo, fica para a próxima vez.

Um comentário:

Célia disse...

Há momentos que são fotografados em nossa memória... são incríveis mesmo, Yayá!
Abraços.