Joana, a Tupiniquim
A moça chamava-se Joana D’arc Tupiniquim. Com a brasileira Joana aconteceu algo semelhante do que aconteceu com a francesa.
Ela chegou à conclusão de que a parede da panificadora iria cair. Chegou a essa conclusão sem nenhum conhecimento científico de engenharia.
Joana, de pensamento reto foi até a panificadora e profetizou que a parede iria cair ao que o dono da panificadora disse que era um absurdo. Não havia uma única rachadura no local e nem problema nenhum com a estrutura.
A moça tinha certeza. Para ela a sua certeza valia mais do que qualquer análise de qualquer engenheiro.
Pediu ajuda para ajudar o dono da padaria.
Um amigo conseguiu um engenheiro para fazer uma vistoria de boa vontade.
_Se ela está dizendo, alguma razão pode ter. É melhor que eu olhe. Mas eu acho que ela não bate bem dos pinos. É louca de vara. Eu olho a parede da panificadora e depois levo a Joana para um médico de confiança.
O engenheiro pediu especificações para a Joana e ela indicou o lugar que ela achava que iria cair.
O engenheiro, com muito tato, conversou com o dono da panificadora e pediu para examinar a parede.
Resultado: Cupim no cimento. A parede iria cair não fosse à boa vontade dele em levar Joana para o médico amigo dele.
O engenheiro restaurou a parede e não deixou cupins por ali.
Joana, em total agradecimento ao engenheiro que verificou a parede, agradeceu ao amigo que arranjou o engenheiro para olhar a parede da padaria.
O amigo, que sabia das intenções do engenheiro de levar a Joana Tupiniquim ao sanatório, mas achou que a parede da panificadora era mais importante, contou a moça sobre as intenções do engenheiro. O amigo queria vê-la livre de qualquer sanatório e, até mesmo, sentia alguma culpa por permitir que o engenheiro com tais intenções, passasse por amigo dela.
Joana perdoou o amigo, perdoou o engenheiro e sentiu-se realizada por ter salvado a parede da panificadora.
O amigo não gostou do perdão. Ele estava magoado pela Joana que, além de salvar a panificadora, seria encaminhada ao amigo médico do engenheiro.
_Deixe que eu resolva a situação. Disse Joana ao amigo.
O dono da panificadora veio conversar com ela, pedindo que fosse até a panificadora, que estava restaurada, antes de aceitar qualquer oferta do engenheiro.
Joana se sentiu naquela situação da saia justa. Ela precisava pensar sobre a situação. A Joana D’arc francesa ficou em maus lençóis. Ela não queria a situação da outra para ela.
Sem esperar, foi interpelada pela delegada de polícia que pediu a ela que contasse toda a história da parede da panificadora. Ela contou e a delegada caiu na risada.
A situação estava complicada para a moça que tinha certeza sentimental sobre a parede da panificadora.
Saiu para namorar.
O namorado, todo contente, perguntou a ela se ela tinha reparado nele, que estava atrás dos passos do engenheiro que tinha más intenções para com ela.
_Eu gosto tanto de você que fiquei escondido e você não me viu.
Joana virou-se para ele e disse que quem fica escondido não ganha beijo.
Joana não beijou o namorado. Foi ao shopping comprar uma blusa regata e pediu para que se esquecessem dela por alguns dias.
E o conto acaba por aqui, que o mundo complica tanto as histórias, que não tem quem ache um final melhor que um café e uma boa noite de sono.
2 comentários:
Minha querida
Uma estória com princípio meio e fim e que adorei ler.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
"...E o conto acaba por aqui, que o mundo complica tanto as histórias, que não tem quem ache um final melhor que um café e uma boa noite de sono.".
A que se juntam "singularidades" da vida real..
Adorei1
Abraço amigo.
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