Bom Feriado/ Reflexão
Como se faz um bom feriado? Por esses dias conversei com algumas amigas sobre o tema.
Para a gente ser feliz a gente tem que tomar posições na vida, a favor e contra.
A gente tem que ser a favor da própria alegria e da própria felicidade.
A festa logo começa e eu não gostaria de ser aborrecida, mas tomei algumas atitudes que realmente me fizeram muito bem.
O que eu posso fazer para não me aborrecer, eu faço. Não compartilharei essas ideias. Já as compartilhei com duas amigas.
Não existem aulas boas se eu pensar que o professor não ensina a matéria. Eu tenho que acreditar no que eu estudo e procuro o melhor método para a aprendizagem.
Infelizmente amo a matemática. Nos áureos tempos gastei um caderno no prazo de um mês fazendo e refazendo exercícios de cálculo.
Esse período foi anterior à substituição do cálculo matemático pela música.
Cheguei a fazer um papel ridículo assistindo uma demonstração de como se chegava ao cálculo integral. Uma demonstração de hora e meia ao quadro negro, realizada por dois professores que tinham concluído o mestrado e faziam o doutorado.
A demonstração da fórmula terminou e eu fiquei na sala copiando, com rara alegria, aquela demonstração algébrica.
Eu lembro que precisava tirar dez na prova para não ficar para a prova final.
Os professores complicaram a prova exigindo todas as fórmulas numa equação.
De repente cansei, fiz a divisão e o resultado deu tangente de setenta e cinco graus.
Entreguei a prova, humilde, e pedi ao professor que a corrigisse na hora, se ele assim se dispusesse, para que eu soubesse o quanto precisaria de nota para a prova final.
Ele corrigiu a minha prova na hora. Dez.
Eu não soube colocar o sinal de igual na montagem da equação, mas o resultado a ser exibido estava correto = tangente de setenta e cinco graus. Ele não descontou da nota o sinal de igual.
Obviamente eu agradeci a gentileza do professor, mas ele disse que não bastava agradecer. Ele disse que o correto era que eu fosse estudar matemática a sério.
Não demorou seis meses e eu estava ao piano, à matemática que me faltava.
Devo todo o atual conhecimento musical, amador, aos professores que demonstraram o cálculo integral ao quadro negro.
A matemática pressupõe a confiança nos números apresentados. Dois mais dois tem que ser quatro no mundo inteiro. Em música 9/8, 3/2, 2/2 (jazz e bossa nova), ¾ (valsa), 25/12 (vide Ludus Braziliensis), 4/4 (balada) e assim por diante.
Não se começa um bom feriado sem alguns cálculos preciosos com o que tenho e o que posso. Aonde vou de acordo com o que tenho e com o que posso? Ao supermercado!
A gente tem que confiar no que tem e no que pode, para chegar aonde se quer chegar a contento.
A gente tem que acreditar na calculadora e nos cálculos que a gente faz também ao metrônomo, o nosso corretor do ritmo musical – apelidado carinhosamente de "chatômetro tic-tac".
Eu amo a matemática transformada em música decifrada por Pitágoras.
Essa é uma questão de álgebra e sentimento. Acredito em ambos.
Agora sim, a frase que eu disse várias vezes durante a semana: O melhor é a gente ser feliz.
Moral da história: eu preciso sair e parar de pensar em música por alguns momentos.
O estudo de amanhã está agendado.
Bom feriado!
Um comentário:
Yayá, que delícia te ler, amei, embora eu não entenda de música,matemática é mesmo um lindo desafio para quem gosta assim como você e a melhor coisa da vida é se fazer o que se gosta, é de dom e tudo fica na perfeita alegria da vida que é viver!
Amo História, Mitologia, tento escrever sobre isso e fico feliz!
Abraços minha amiga e tenhas um lindo feriado de carnaval!
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